Agrofloresta se torna alternativa ao método de cultivo convencional

A crise climática tem provocado debates em diferentes setores em economias do mundo todo. Um dos principais é o de produção de alimentos, no qual existem esforços para garantir itens de qualidade para todos, causando o menor impacto possível ao meio ambiente. Os sistemas agroflorestais (SAFs), caracterizados pela diversidade de culturas em um mesmo canteiro, apresenta-se como uma dessas alternativas ao método convencional.

Produção de alimentos orgânicos, geração de renda, conservação do solo e aumento da biodiversidade são algumas das vantagens do modelo, de acordo com Hamilton Favilla, assessor especial da Subsecretaria de Gestão de Águas e Resíduos Sólidos, da Secretaria de Meio Ambiente (Sema) do Distrito Federal. Ele também enumera como aspectos positivos a melhoria na qualidade de vida dos agricultores, a ampliação da ciclagem de nutrientes e o aumento da disponibilidade de água.

Crédito: Marcelo Ferreira/CB/D.A Press

Hamilton detalha que o uso dessa tecnologia contribui para reordenar e restaurar o ambiente natural, por meio de uma produção em comunhão com a floresta. O sistema reúne, em uma mesma área, o plantio de hortaliças, de frutas e de madeiras, o que possibilita a recuperação de espaços degradados, a proteção do ecossistema e dos mananciais de água.

“Nesse tipo de agricultura, não é necessário o uso de defensivos químicos ou agrotóxicos. O ponto principal é a aplicação de adubos orgânicos de origem animal, principalmente oriundos do manejo das próprias agroflorestas”, destaca Favilla.

O projeto CITinova, coordenado pela Sema, implantou 20 hectares de sistemas agroflorestais mecanizados em 37 propriedades rurais do Distrito Federal. A iniciativa, financiada pelo Global Environment Facility — GEF (Fundo Global para o Meio Ambiente) e implementada pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), também desenvolveu equipamentos agrícolas, como enxada rotativa subsoladora; ceifadeira-enleiradeira; e podadora em altura. Foram plantados 1.100 indivíduos de 25 espécies de árvores nativas do Cerrado — gerando 52 variedades de alimentos produzidos —, 10.298 árvores frutíferas e 9.424 eucaliptos.

Prosperidade

A professora aposentada Gedilene Lustosa, 51 anos, foi uma das contempladas pelo CITinova. Ela, que vem de uma família de assentados da reforma agrária e o marido é agricultor familiar desde os anos 1980, enveredou pelo caminho do magistério, mas sempre quis ter uma agrofloresta na propriedade onde vive, no Caub, sonho que começou a ser realizado em 2020.

Na chácara, a agrofloresta coexiste com canteiros de agricultura convencional, mas a nova forma de cultivo alterou hábitos no trabalho do marido. “A principal mudança é que não usamos mais pesticidas. Ele ainda usa fertilizante, coisa que eu não faço no meu SAF”, detalha. Para o combate de pragas, Gedilene lança mão de repelentes biológicos, como óleo de neem, calda de fumo, boveril e dipel.

O sonho foi motivado, principalmente, pela busca da preservação das nascentes da região. “Agora, o poço não seca mais na época de estiagem, e tenho maior diversidade de alimentos produzidos”, comemora.

O canteiro é um mosaico de culturas. Crescem, lado a lado, milho, banana, maracujá-pérola, laranja, mandioca, urucum, cúrcuma, cenoura e inhame. A renda da empreendedora foi impactada positivamente, sobretudo, após começar a comercializar cestas de vegetais encomendadas por pessoas de outras cidades do DF.

Saúde e educação

O Coletivo Aroeira adotou a agroecologia como forma de promover saúde mental e educação ambiental. O público-alvo das ações inclui profissionais do sexo, usuários de drogas, pessoas que passaram pelo sistema penitenciário e quem esteve em situação de rua.

No momento, o grupo, fundado em 2018, está em processo de instalação de uma agrofloresta no Parque Ecológico do Riacho Fundo, gerido pelo Instituto Brasília Ambiental, restaurando uma área que estava degradada. “Nosso objetivo é proporcionar diversidade de plantas, de frutas e de ervas medicinais para a população do Riacho Fundo 2. Em 16 de março de 2023, começamos a parte do plantio junto à comunidade, também oferecendo atividades de educação ambiental”, detalha Ana Cavalcanti, psicóloga integrante do coletivo.

A previsão é de que a estrutura tenha mais de 50 espécies, como milho, inhame, abóbora, mandioca, plantas medicinais, espécies frutíferas e nativas do Cerrado. “A vantagem do SAF é que ele nos permite que criemos uma floresta com todos os serviços ecológicos que esse espaço proporciona, como captação de água, limpeza do ar, mais qualidade de vida no solo e para a fauna local — abelhas e outros insetos —, conservação de espécies nativas e criação de um microclima”, elenca.

A psicóloga destaca, ainda, que, fora os benefícios para a comunidade, a educação ambiental, que é imperativo da agricultura agroflorestal, é um elemento central na discussão da crise climática. “Agroecologia sem debate político é apenas apenas jardinagem”, avalia a psicóloga.

Fonte: Correio Brasiliense

Silvicultura de nativas: O que é, tipos, retornos ambientais e econômicos

A restauração de paisagens e florestas é uma das medidas mais importantes para combater a emergência climática. Ao mesmo tempo em que é uma medida eficaz para proteger o solo, recuperar nascentes, deixar o ar mais limpo e a temperatura mais amena, a restauração também traz oportunidades de trabalho e retorno financeiro.

Além do plantio ecológico, existem modelos de restauração que atuam em conjunto com sistemas econômicos, gerando renda no meio rural, desenvolvendo uma economia florestal e, assim, beneficiando toda a sociedade.

O que é silvicultura de nativas e quais são seus benefícios ecológicos

Silvicultura de nativas é o plantio e cultivo de árvores de espécies nativas brasileiras para uso econômico. São plantios planejados para colheita e comercialização de madeira ou produtos florestais não madeireiros, gerando emprego e renda no campo.

Além da sua relevância econômica, a silvicultura de nativas tem presente um importante componente de sustentabilidade: por se tratar de espécies de árvores brasileiras, a atividade traz benefícios para a biodiversidade e contribui com serviços ecossistêmicos como a melhora da qualidade da água e do solo e o fornecimento de abrigo para fauna.

Também desempenham um papel fundamental no combate à emergência climática. Estudo recente publicado na revista Science identificou as florestas como partes importantes na mitigação das mudanças climáticas. Florestas plantadas capturam o carbono da atmosfera, que fica retido na madeira, ajudando a mitigar efeitos das emissões de gases de efeito estufa. A madeira de espécies nativas brasileiras é um produto de alto valor agregado que, em geral, tem um tempo de crescimento maior do que as espécies exóticas tradicionais. Por isso, essas árvores estocam carbono por um período mais longo, tanto durante o crescimento no campo quanto nos produtos de madeira sólida originados destas árvores. O período de crescimento mais prolongado também reduz a quantidade de intervenções que podem causar impactos no ambiente, como a colheita e a manutenção de estradas rurais.

Por fim, ao colocar madeira que foi plantada e cultivada para fins comerciais no mercado, a silvicultura de nativas ajuda a aliviar a pressão do desmatamento em áreas de florestas naturais. O plantio de espécies nativas pode ser feito mais próximo dos centros consumidores, eliminando desperdícios no processamento da madeira, empregando diferentes materiais genéticos, e ainda oferecendo outros benefícios. Dessa forma, o reflorestamento com nativas desempenha o papel duplo de impulsionar a economia por meio da comercialização de madeira de origem responsável e de ampliar a proteção das florestas ao desincentivar que árvores centenárias sejam utilizadas para o mesmo fim.

Silvicultura de nativas faz sentido do ponto de vista econômico?

Se os benefícios ambientais do reflorestamento com nativas estão bem estabelecidos, podemos dizer os mesmos dos resultados econômicos da silvicultura de nativas? Por que um produtor deveria investir em plantar florestas?

A resposta é positiva. O WRI Brasil vem trabalhando nos últimos anos em identificar empresas, produtores rurais e organizações que plantam nativas para fins econômicos, e avaliar o resultado econômico dessas operações.

O projeto Verena, por exemplo, conduzido pelo WRI Brasil em parceria com a União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN) e com a Fundação GoodEnergies, desde 2016 trabalha para demonstrar o potencial econômico do reflorestamento com nativas. Em um estudo com 12 propriedades rurais da Amazônia, Cerrado e Mata Atlântica, o projeto comprovou que a atividade é competitiva. A análise comparativa mostrou que o uso de espécies nativas gera um retorno econômico maior do que a silvicultura com espécies exóticas, visto que a taxa interna de retorno mediana obtida na análise foi de 12,9% dos modelos com nativas, contra 11% para cultivo de eucalipto.

São vários os modelos de plantio que um produtor rural pode implantar para apostar na silvicultura de nativas. Alguns dos modelos de negócios identificados pelo projeto Verena são:

  • Plantio econômico biodiverso: diferentes espécies nativas, ordenadas segundo um desenho espacial definido de acordo com as condições ecológicas de cada espécie.
  • Plantio econômico monocultura: cultivo de uma única espécie nativa, plantada geralmente em linhas e com manejo semelhante ao do eucalipto.
  • Plantio misto (nativas e exóticas): utiliza espécies nativas e exóticas; por exemplo, mogno africano associado a outras espécies nativas.

Algumas das árvores nativas madeireiras mais utilizadas nos modelos são o paricá, o jequitibá-rosa, o louro-pardo, o louro-freijó, o mogno, o guanandi, a tatajuba e a família dos ipês. Já entre as espécies nativas de produtos não madeireiros estão o cacaueiro, o açaizeiro, a macaúba, a erva-mate, o cumaru, a candeia e a palmeira juçara.

Quem trabalha com silvicultura de nativas no Brasil

Um dos nomes de sucesso na silvicultura de nativas no Brasil é Bruno Mariani. O empresário está à frente da Symbiosis Investimentos, empresa que trabalha com o reflorestamento comercial de espécies nativas da Mata Atlântica para produzir madeira serrada de alta qualidade. Bruno e sua empresa aliam tecnologia ao plantio com fins econômicos, trazendo da ciência e do mercado os instrumentos necessários para instaurar uma economia florestal ao mesmo tempo produtiva e sustentável.

A Symbiosis move uma bioeconomia de produtos florestais madeireiros, promove a restauração da Mata Atlântica, ajuda a recuperar serviços ambientais e realiza a captura de carbono tanto na madeira quanto no solo, sem perder a produtividade e o lucro. A empresa opera em um modelo que mantém 40% das áreas destinadas para conservação e 60% para a produção. Áreas de pastagem pouco produtivas empregam poucas pessoas; a Symbiosis, em comparação, mantém mais de 40 pessoas trabalhando em todas as etapas da cadeia da restauração.

Bruno Mariani não é o único. Empresas como a Futuro Florestal, a Amata e a Fazenda Nova Coruputuba também estão mostrando que é possível obter retorno financeiro com o plantio de árvores nativas.

Pesquisa & Desenvolvimento para impulsionar as nativas

Exemplos como o de Bruno Mariani sugerem o quanto a silvicultura com espécies nativas poderia ser beneficiada com mais investimentos em Pesquisa & Desenvolvimento (P&D). Para suprir essa lacuna, uma rede de organizações parceiras, entre as quais o WRI Brasil, vem atuando ao longo dos últimos anos em diferentes projetos, estudos e iniciativas.

Investir em P&D pode alavancar ainda mais esse potencial. Para demonstrar o quanto, o WRI Brasil conduziu o estudo “Prioridades e Lacunas de Pesquisa & Desenvolvimento em Silvicultura de Espécies Nativas no Brasil”, analisando diferentes cenários de investimento para estabelecer uma plataforma de P&D para espécies nativas da Amazônia e da Mata Atlântica. Um dos cenários, incluindo 30 espécies de árvores nativas, apontou um retorno de US$ 2,39 para cada dólar investido em um período de 20 anos.

Na esteira desse trabalho, em abril de 2021 a Coalizão Brasil, Clima, Florestas e Agricultura lançou o Programa de Pesquisa & Desenvolvimento em Silvicultura de Espécies Nativas (PP&D-SEN). É o primeiro programa nacional de P&D para árvores nativas e vai conectar instituições de pesquisa, universidades, empresas, governos, sociedade civil e financiadores, formando uma rede inicial de 20 sítios para o desenvolvimento de pesquisas de espécies da Amazônia e da Mata Atlântica.

O PP&D-SEN vai abranger pesquisas em três áreas principais: produção florestal; meio ambiente e paisagem; e dimensões humanas. Estudar as relações entre essas áreas vai ajudar a compreender como elas influenciam a restauração na prática e, consequentemente, a promover a silvicultura com árvores nativas.

Silvicultura de nativas: bom para o clima, para a economia e para as pessoas
O Brasil tem o compromisso de restaurar 12 milhões de hectares de áreas degradadas, de acordo com Plano Nacional de Recuperação da Vegetação Nativa (Planaveg). A restauração florestal, por meio da silvicultura com espécies nativas, é uma das medidas mais eficazes para alcançarmos esse objetivo.

O investimento em Pesquisa & Desenvolvimento e a parceria entre o projeto Verena, empreendedores e entidades do setor podem ajudar a aumentar a escala da restauração e atrair os investimentos de que atividade precisa para se desenvolver e fazer parte da solução contra as mudanças climáticas. A silvicultura com espécies nativas é um ganho para o clima, para a economia e para as pessoas: a atividade tem o potencial de incentivar uma economia florestal pujante, gerar renda e oportunidades de trabalho no meio rural, além dos evidentes benefícios ambientais, como a captura de carbono e a melhora da qualidade do solo, da água e do ar que respiramos.

Fonte: WRI Brasil

 

iLPF: os benefícios econômicos e ecológicos da integração Lavoura-Pecuária-Floresta para o país

O Brasil tem uma grande oportunidade no setor agropecuário: a de expandir seu rebanho bovino ao mesmo tempo em que cumpre o Código Florestal, protege florestas e regenera áreas naturais. Estudo publicado na revista científica Royal Society Open Science, de Londres, mostrou que a recuperação de pastagens degradadas pode aumentar o rebanho bovino brasileiro no tamanho de um Uruguai.

Para isso, é preciso melhorar a qualidade dos 69 milhões de hectares de pastagens degradadas no país. Recuperar essas áreas pode aumentar a produtividade da pecuária sem colocar em risco as florestas e a biodiversidade, gerando oportunidades de trabalho no meio rural e retornos econômicos para o país. Uma das formas de fazer isso é por meio da integração entre áreas de cultivo com pecuária e florestas.

Em uma série de três artigos, o WRI Brasil mostra modelos de restauração de paisagens e florestas com fins econômicos, identificando o importante papel que eles exercem dos pontos de vista ambiental, econômico e social. Neste texto, entenda o que é e como funciona a integração de lavoura e pecuária com as florestas, conhecida como iLPF.

O que é a iLPF e quais as vantagens para a economia e a natureza

Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (iLPF), também conhecida como sistema silvipastoril, é uma estratégia de produção sustentável que integra pecuária, atividades agrícolas e florestais, buscando efeitos sinérgicos entre os componentes e otimizando aumentos da produtividade com a conservação de recursos naturais. Essa integração pode ser feita ao mesmo tempo ou de forma sucessiva, plantando um tipo de cultura que é, depois, substituído pela criação de animais ou pela plantação de vegetação nativa. São quatro os arranjos possíveis:

  • Integração Lavoura, Pecuária e Floresta (iLPF)
  • Integração Lavoura e Pecuária (iLP)
  • Integração Pecuária e Floresta (iPF)
  • Integração Lavoura e Floresta (iLF)

Em um país onde a pecuária é responsável por uma parcela importante do PIB do agronegócio, adotar a iLPF permite aumentar a produtividade sem a necessidade de abrir novas áreas de pastagens. Também é uma alternativa atrativa para a restauração porque, assim como a silvicultura de nativas e os sistemas agroflorestais, alia benefícios econômicos e ecológicos.

Segundo nota técnica da Embrapa, entre os benefícios ambientais da iLPF há a melhora os nutrientes no solo, o bem-estar dos animais e a proteção dos recursos naturais, além dos ganhos com o cultivo de alimentos saudáveis. Em termos econômicos, a técnica aumenta a produção de grãos, fibras, carne, leite e produtos madeireiros e não madeireiros e, com isso, gera empregos diretos e indiretos e contribui para a renda dos produtores.

Além disso, a iLPF pode ser uma ferramenta eficaz para que produtores rurais se protejam de eventos climáticos extremos. O estudo Papel do Plano ABC e do Planaveg na Adaptação da Agricultura e da Pecuária às Mudanças Climáticas avaliou o impacto de uma série de tecnologias agrícolas previstas no Plano Setorial de Mitigação e de Adaptação às Mudanças Climáticas para a Consolidação de uma Economia de Baixa Emissão de Carbono na Agricultura (Plano ABC), incluindo os sistemas integrados. A análise da iLPF mostra que ela melhora o clima local e a qualidade do solo, reduz eventos extremos e pragas, além de trazer ganhos em produtividade.

Quem está fazendo iLPF no Brasil

A integração Lavoura-Pecuária-Floresta está prevista nas políticas públicas brasileiras, como o Plano ABC e o Plano Nacional de Recuperação da Vegetação Nativa (Planaveg). Além disso, o país se comprometeu com uma meta de implementar 5 milhões de hectares de iLPF em todo o país até 2030.

Segundo a Rede iLPF, há no Brasil cerca de 17 milhões de hectares com produção em sistemas integrados. A maior parte (em torno de 80%) integra lavoura e pecuária, sem introduzir árvores no sistema. A parte que integra o componente florestal utiliza predominantemente o eucalipto, pelo seu rápido crescimento e outros fatores que facilitam a implantação pelo produtor. A Rede projeta uma meta de atingir 35 milhões de hectares com o sistema iLPF até 2030, mostrando que há ainda uma grande oportunidade para restaurar e integrar florestas nas produções agropecuárias.

Com a grande biodiversidade e o potencial agrícola que o Brasil tem, é possível aproveitar esta oportunidade com ainda maiores ganhos ecológicos e, inclusive, econômicos, ao se utilizar espécies florestais nativas nos sistemas iLPF. O WRI Brasil levantou mais de 50 fazendas que utilizam diversas espécies nativas em sistemas iLPF.

Integração de pecuária com plantio de árvores nativas

Um caso piloto de como as árvores podem impulsionar a pecuária é o caso bem-sucedido de Vila Velha (ES), com a experiência de Jurandir Melado na Fazenda Ecológica. A fazenda faz o manejo de pastagens ecológicas utilizando o Sistema Voisin Silvipastoril, técnica adaptada por Jurandir a partir do método Voisin, que possibilita o equilíbrio entre solo, pasto e gado, aliado à introdução de árvores para conforto térmico dos animais. A experiência tem apoio do projeto Renovando Paisagem, que em uma de suas frentes de ação implementa unidades demonstrativas utilizando técnicas de produção sustentável.

Outro projeto piloto de pecuária com árvores acontece em Teixeira de Freitas, na Bahia. O Ministério Público Estadual da Bahia, com apoio do WRI Brasil, desenvolve o projeto Pecuária Sustentável, que utiliza a mesma técnica para estimular a atividade pecuária a partir do manejo sustentável das pastagens. Ao permitir a rotatividade do gado em áreas delimitadas previamente, aliando o bem-estar dos animais ao descanso necessário do solo e do pasto, o projeto espera aumentar a produtividade dos produtores locais sem gerar danos ao meio ambiente. Segundo técnicos contratados pelo projeto, a expectativa é que o sistema Voisin Silvipastoril consiga aumentar em até 20% a produção de leite e aumentar em até quatro vezes os ganhos no gado de corte.

iLPF: um ganho para a restauração e para a economia

A pecuária bovina é uma atividade importante para a economia brasileira, e recuperar áreas de pastagens degradadas sem aumentar a pressão sobre os recursos naturais, por meio de alternativas como a iLPF, é a melhor estratégia para expandir o setor.

Segundo estudo da iniciativa Nova Economia para o Brasil, a recuperação de pastagens degradadas é peça-chave para uma retomada econômica verde. O estudo demonstrou que o esforço de recuperação custaria em torno de R$ 25 bilhões – apenas 10% do montante do Plano Safra – e, em dez anos, esse valor não apenas seria compensado como resultaria em um retorno de R$ 19 bilhões.

A recuperação de pastagens degradadas e a expansão da integração Lavoura, Pecuária e Floresta andam juntas. A pecuária bovina é uma atividade altamente produtiva em diversas regiões do Brasil, mas sistemas extensivos e de baixa tecnologia ainda fazem com que o setor não alcance todo o seu potencial de eficiência. Modelos que aliam a produção de alimentos saudáveis à criação de animais e ao cultivo de espécies arbóreas, como a iLPF, ajudam a promover essa mudança mantendo ou aumentando a produtividade, conciliando crescimento econômico e o cuidado com a natureza.

Fonte: WRI Brasil

 

Sistemas Agroflorestais (SAFs): o que são e como aliam restauração e produção de alimentos

O Brasil tem pela frente o grande desafio de restaurar florestas e paisagens, recuperando milhões de áreas degradadas e regenerando florestas. Essa restauração é crucial para cumprir com os compromissos climáticos e ajudar o país a fazer a transição para uma economia de baixo carbono.

Para que essa restauração florestal ganhe escala, é importante que ela gere oportunidades no campo para agricultores e agricultoras familiares, produtores e produtoras rurais, comunidades e empresas. Há formas de gerar melhorias ambientais e, ao mesmo tempo, criar oportunidades de trabalho e renda no campo. Em uma série de três artigos, o WRI Brasil mostra alguns desses modelos, identificando o importante papel que eles exercem dos pontos de vista ambiental, econômico e social. Neste primeiro texto, conheça mais sobre os Sistemas Agroflorestais, também conhecidos como SAFs ou agroflorestas.

SAFs: o que são e quais as vantagens ecológicas e econômicas

Um sistema agroflorestal é uma forma de uso e ocupação do solo em que árvores são plantadas ou manejadas em associação com culturas agrícolas ou forrageiras. Em outras palavras, é um sistema em que o produtor planta e cultiva árvores e produtos agrícolas em uma mesma área, garantindo a melhora de aspectos ambientais e a produção de alimentos e madeira.

Para ser um sistema agroflorestal efetivo, é importante que esse sistema seja desenhado seguindo uma lógica de produção, levando em consideração solo, clima, mercado, composição de espécies, arranjos, operação, objetivo com a produção, custos e a legislação. O objetivo é garantir que as espécies trabalhem juntas. Por exemplo, algumas espécies agrícolas já consolidadas, como cacau, café ou erva-mate, crescem bem na sombra de árvores. O produtor pode combinar esses plantios com árvores como araucárias, seringueiras, açaizeiros, entre outras.

Os benefícios econômicos para os produtores são múltiplos. Primeiro, eles garantem renda ao longo do tempo, porque podem comercializar primeiro as espécies agrícolas de crescimento rápido, depois espécies de médio prazo, como as frutíferas e, no longo prazo, as espécies madeireiras de alto valor agregado. As árvores plantadas no sistema também podem funcionar como uma “aposentadoria” para agricultores familiares – elas podem demorar décadas para crescer e serem comercializadas, mas quando chega a hora da colheita, proporcionam um bom retorno do investimento inicial.

As vantagens ambientais também são grandes. As árvores têm importante papel na redução da degradação, melhora da qualidade do solo e da água da propriedade, entre outros.

Pesquisas recentes mostram também que os Sistemas Agroflorestais podem exercer um importante papel na adaptação a eventos climáticos extremos. As alterações nos padrões do clima são uma ameaça à produção agrícola em todo o mundo. Estimativas indicam que as mudanças climáticas podem reduzir a produtividade global da agricultura em 17%. O IPCC identificou o plantio em sistemas agroflorestais como uma das medidas mais interessantes para a adaptação climática, tornando as propriedades rurais mais resilientes e resistentes a pragas, secas e inundações.

Quem está produzindo com sistemas agroflorestais no Brasil

Os sistemas agroflorestais já são uma realidade no Brasil. Há milhares de iniciativas de agricultores familiares produzindo e restaurando ao mesmo tempo no país todo. Na Amazônia, por exemplo, a Aliança pela Restauração da Amazônia identificou mais de 1.600 iniciativas de restauração por meio de SAFs no bioma. Na Mata Atlântica, o podcast Tom da Mata, do Pacto pela Restauração da Mata Atlântica, teve um episódio exclusivo sobre as agroflorestas. E movimentos sociais também apostam nos SAFs: o MST, por exemplo, colocou as agroflorestas como elemento-chave de seu plano de plantar 1 milhão de árvores.

A série As Caras da Restauração, do WRI Brasil, contou algumas histórias de pessoas que estão fazendo a restauração acontecer – muitas delas se utilizando dos modelos de sistemas agroflorestais. Em Juruti, no Pará, a mandioca, principal fonte de renda, é cultivada junto com árvores em um sistema integrado. A família Soares é uma das que mudaram sua relação com a terra e hoje colhem os frutos do cultivo utilizando SAFs. A família substituiu as práticas de monocultura e o uso do fogo para limpar a terra pelo consórcio entre diferentes espécies. Com isso, deixaram de depender apenas da mandioca. A família está gerando renda com a venda de frutas, óleos, essências e outros produtos agrícolas que oferecem mais segurança alimentar, renda e resiliência.

Outra história de sucesso é a de Patrick Assumpção. Em Pindamonhangaba (SP), Patrick comanda a Fazenda Nova Coruputuba, onde testou diferentes modelos de sistemas agroflorestais. Os testes combinaram o plantio de madeira nativa com leguminosas; madeira, leguminosas e frutas; ou, ainda, o plantio de plantas com valores culturais ou tradicionais. Os resultados indicam quais modelos tiveram melhor desempenho na região, e podem ser adaptados e espalhados por todo o Vale do Paraíba, desencadeando um movimento pela restauração.

Como aumentar a escala dos sistemas agroflorestais

Muitas iniciativas já mostram que SAFs são um bom negócio tanto para os produtores quanto para o meio ambiente. Mas como impulsionar esse modelo para que ganhe escala e se espalhe pelo país? O primeiro passo é aprofundar conhecimentos sobre fatores como taxa de crescimento, produtividade e mercado, além de identificar bons modelos (de negócios e de plantio) para atrair investimentos. Empreendimentos que trazem inovação para o setor também são essenciais para implementar transformações com base nos conhecimentos aprofundados.

Em parceira com a União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN), o WRI Brasil criou a ferramenta de investimento VERENA, que permite analisar o retorno financeiro de modelos de reflorestamento com espécies nativas e sistemas agroflorestais. Na mesma linha, a Metodologia de Avaliação de Oportunidades de Restauração (tradução da sigla em inglês ROAM) avalia os fatores da paisagem que podem favorecer a restauração e ajuda a engajar e articular os agentes e entender suas necessidades e desafios, identificando o quê, como e onde empreender esforços de restauração. A metodologia parte da análise de dados para indicar boas oportunidades, avaliando o custo-benefício e assinalando possíveis fontes de recursos públicos e privados.

Fonte: WRI Brasil

 

4 contribuições da agroecologia para a saúde do Brasil

Com apoio da FIOCRUZ e da Associação Brasileira de Agroecologia (ABA), listamos quatro pontos fundamentais que fazem do movimento agroecológico um aliado fortíssimo da saúde da população brasileira.

Caminhando de mãos dadas, nossos direitos à saúde e à alimentação têm sido atropelados pelos governos que deveriam promovê-los. Principalmente por meio dos intermináveis incentivos públicos a um sistema alimentar que comprovadamente envenena nossas terras e águas, gera desmatamento e promove injustiças sociais. Tudo isso enquanto joga nas prateleiras dos supermercados alimentos ultraprocessados e banhados de agrotóxicos.

Não é por acaso que os cientistas vêm alertando sobre o risco de surgirem novas pandemias como a da COVID-19, por conta dos desequilíbrios ecológicos gerados com grande contribuição de um modelo de agricultura baseada no lucro. E não é coincidência que as principais causas de morte hoje, no Brasil e no mundo, são doenças ligadas à alimentação: problemas cardíacos, câncer, diabetes e AVC geram gastos à saúde pública que chegam à casa dos trilhões de dólares globalmente.

Ancorado em um agronegócio que mira nos lucros altos e nas exportações de commodities (dá uma olhada neste vídeo com a atriz Alice Braga!), o atual modelo brasileiro de produção de alimentos adoece e mata. Seja pela boca, ou pela devastação que provoca ao meio ambiente e à nossa diversidade cultural.

A saída tem nome: agroecologia

Já faz algumas décadas e crescem cada vez mais as evidências e recomendações científicas confirmando o que povos tradicionais já defendem e praticam há milênios: para garantir a saúde e o bem viver de todas as pessoas, precisamos fortalecer os caminhos de transição para sistemas de produção, distribuição e consumo de alimentos que sejam aliados da natureza, não inimigos. Que sejam diversos, não homogêneos. Que sejam justos, não desiguais. E que sejam saudáveis, não tóxicos.

A boa notícia é que esse modelo já existe, e é colocado em prática em todos os cantos do Brasil, pelas mãos da agricultura familiar, camponesa, e dos povos tradicionais e originários. Com a bênção da ciência e dos saberes populares, esse modelo tem nome: AGROECOLOGIA.

Segue o fio que a gente te apresenta abaixo 4 contribuições fundamentais da agroecologia para fortalecer a saúde da população brasileira – e, quem sabe, do mundo todo.

Agroecologia produz comida de verdade, e sem agrotóxicos

O Brasil está encharcado de agrotóxicos: a cada ano, cerca de 500 mil toneladas de veneno são despejados em território nacional. Desde o início do governo Bolsonaro, mais de 1.228 novos produtos químicos foram autorizados no país. Estamos reféns de um modelo de produção agrícola quimicamente dependente.

Inúmeros trabalhos científicos associam o uso de agrotóxicos a problemas gastrointestinais, respiratórios, malformação congênita de fetos, câncer e inúmeras outras doenças. No Brasil, pelo menos 8 pessoas são intoxicadas a cada dia. Em 2017, o Ministério da Saúde fez um levantamento em 2.600 municípios brasileiros para detectar a presença de agrotóxicos na água distribuída à população: foram encontrados resíduos de veneno em 92% das cidades monitoradas.

Vivemos uma verdadeira ‘epidemia’ do veneno. E ela é insustentável no longo prazo. Não é por acaso que entre 2000 e 2014 o uso de agrotóxicos no Brasil deu um salto de 134%: quanto maior a devastação dos ambientes naturais, mais aditivos químicos são necessários para compensar esse desequilíbrio. E neste ciclo sem fim, os solos ficam cada vez mais pobres, assim como os alimentos que nascem ali.

Mas a agroecologia vem justamente romper com esse sistema que acaba com as terras e com a saúde da população. Afinal, ela tem como princípio a produção de alimentos em solo rico, vivo, saudável. Busca incansavelmente o equilíbrio ambiental, a justiça e a harmonia entre todos os seres visíveis e invisíveis. E é justamente esse equilíbrio fino da natureza que garante uma produção livre de agrotóxicos e aditivos químicos.

Agroecologia protege o meio ambiente

“Não existe ser humano sadio se o solo não for sadio”. A dica da agrônoma Ana Primavesi é o ponto de partida da prática agroecológica. Enquanto o modelo atual de produção de alimentos precisa desmatar para produzir, a agroecologia depende de uma relação harmônica com a natureza para existir – não é à toa que ela carrega ECOLOGIA em seu nome, né?!

É por isso que os sistemas agroecológicos não esgotam os solos, não desperdiçam água e não contaminam o ambiente com venenos. Ninguém força a barra pro arroz e o feijão crescerem mais rápido, ou para mandioca ganhar mais peso: nesse grande organismo vivo, os ciclos naturais são respeitados, e é da cooperação mútua entre as plantas e demais seres vivos que nasce a proteção natural contra doenças e infestações de insetos, por exemplo. Ou seja: é da diversidade que nasce o equilíbrio.

Ali, quem comanda o expediente não é o lucro: é a natureza e a saúde das pessoas. Colocada em prática por milhões de agricultoras e agricultores familiares e povos tradicionais no país todo, a agroecologia tem um imenso potencial de transformar os sistemas agroalimentares e fortalecer os territórios, promovendo a saúde e melhorando as condições de vida de todo mundo.

Agroecologia preserva nossas culturas alimentares

Na história da humanidade, aprendemos a comer guiados pela cultura. E atravessamos gerações acumulando conhecimentos sobre o que devemos plantar e ingerir para estar com a saúde em dia. Mulheres, em especial, até hoje guardam saberes profundos sobre práticas de cuidado e saúde por meio da agricultura, da alimentação e do uso de plantas medicinais – que atire as primeiras rodelas de gengibre e limão quem nunca tomou aquele xarope ou aquela sopinha revitalizante da avó.

Mas de algumas décadas para cá, as corporações das indústrias farmacêutica e de alimentos nos afastaram desse conhecimento milenar do que é comida, do que nos alimenta e do que nos mantém saudáveis. O agronegócio padroniza e empobrece nossa dieta alimentar porque produz com os olhos voltados para o mercado, não para a saúde e as necessidades da população. A cada campo de monocultura semeado, os tratores vão apagando a diversidade de memórias, gostos, histórias, nutrientes e saberes que teimam em permaencer vivos em todas as regiões do Brasil.

Enquanto isso, a agroecologia vai reacendendo essas lamparinas de conhecimento e saúde por onde passa. Com as mulheres na linha de frente, o movimento agroecológico vem resgatando e tornando visível em todos os cantos do país os saberes e sabores tradicionais que costuram inovação, agricultura, comida, saúde e cuidados que vão além da alimentação. Seja rebrotando sementes esquecidas, espalhando as maravilhas das plantas medicinais ou fincando na terra alimentos que fazem parte da identidade brasileira.

Agroecologia combate a fome

A agroecologia existe para que as pessoas se alimentem bem e vivam com saúde (alô segurança e soberania alimentar e nutricional!). Já o agronegócio está no mundo com outros objetivos. Como o próprio nome já entrega, ele existe para fazer negócios e gerar lucro com as mercadorias agrícolas que produz.

Partindo daí fica mais fácil de entender porque metade da população brasileira adoece com os sintomas da fome enquanto o agronegócio comemora suas cifras bilionárias e seus novos recordes de produção e exportação. Fica mais evidente ainda quando a gente olha para os dados do IBGE e nota que as áreas plantadas de arroz e feijão no Brasil encolheram 53% e 37%, respectivamente, enquanto a soja – a rainha das exportações – expandiu 162% entre os anos 2000 e 2019.

A fome é uma escolha política. E para acabar com ela, precisamos de um modelo de produção que exista para alimentar pessoas, não empresas. Um modelo operado não por corporações, mas por milhões de famílias que valorizam a sociobiodiversidade local e fortalecem a economia solidária para produzir alimentos. Alimentos que vão alimentar outras famílias e a si mesmas.

Fonte: e-Cycle

Trazendo a natureza de volta

Ao participar do REDESER, Auzileide aprendeu sobre cultivo sustentável e ressignificou a relação com o meio ambiente. Ela foi uma das agricultoras envolvidas na iniciativa de combate à desertificação realizada pela FAO e pelo MMA.

Enquanto caminha entre pés de mamão, banana e macaxeira, Auzileide Bezerra da Costa descreve com admiração as transformações ocorridas naquele lugar. O mamoeiro é alto e carregado de frutos. Nas hortas, as folhas verdes de couve, salsinha e alface de vários tipos e tamanhos se destacam em meio ao terreno rochoso do sertão cearense. Há 8 meses, a roça da dona Auzileide era outra. “O papaya era muda. A gente não tinha esses pés de coco, a bananeira era pequena”, conta.

“É gratificante ter em nosso dia a dia alimentos sem agrotóxicos. Tudo o que a gente produz é para o consumo da família. Eu nunca pensei em ver isso aqui na nossa área. Para mim, é um orgulho!”, comemora.

Próxima ao município de Crato, a propriedade de 3 mil m2 cultivada por Auzileide e sua família se tornou exemplo de agrofloresta ao integrar as ações do REDESER, projeto implementado pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) no Brasil e pelo Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA). Ali, as atividades são realizadas com o apoio da Associação Cristã de Base (ACB). Financiada pelo Fundo Global para o Meio Ambiente (GEF), a iniciativa visa o desenvolvimento sustentável e a conservação ambiental em áreas suscetíveis à desertificação em cinco estados da região Nordeste por meio da introdução de sistemas agroflorestais para a recuperação dessas zonas. A agrofloresta é uma prática de cultivo que ajuda a recompor a cobertura vegetal e restaurar a saúde do solo degradado, principalmente pelo desmatamento. Permite também que agricultoras e agricultores tenham garantia de segurança alimentar e nutricional, melhor produção e geração de renda.

Na plantação de dona Auzileide, tudo serve de adubo para a terra: espiga de milho, palha, sabugo, casca do feijão, da fava, de laranja, da banana, folhas e galhos. Já o capim não é mais arrancado, mas cortado para forrar o chão e oferecer uma cobertura que resfria o solo, facilita a retenção das águas da chuva durante os meses de estiagem e aumenta a disponibilidade de micronutrientes. Essa tecnologia é conhecida como roça perene.

“A gente trabalhava do jeito tradicional. Antes eu limpava o caminho com a enxada. Às vezes, quando era uma área maior, colocava fogo. Hoje em dia, não. Veio esse outro modo de a gente trabalhar e estamos trazendo a natureza de volta”, explica.

A mudança na forma de cultivar a terra também transformou a vida do filho de Auzileide. Henrique Costa aprendeu como limpar a área, realizar a poda, entendeu o que se deve ou não plantar e decidiu se tornar técnico do projeto. Agora, ele compartilha com agricultoras e agricultores rurais novos métodos de manejar o solo. “Ensinamos o passo-a-passo para quando a gente não estiver mais ali, a pessoa saiba plantar e multiplicar o que aprendeu”, conta.

Ao descrever as etapas para se implementar uma agrofloresta, Henrique relembra o início dos trabalhos na propriedade da família: “Aqui era um mato enorme. Foi feita uma limpeza geral. Viram que meu foco era hortaliça. Começaram por implementar os canteiros e a roça perene, que liberta o agricultor da enxada, ensina a usar somente o facão, e cada vez mais vai enriquecendo o solo com o capim”.

De lá para cá, ele e a família colheram “5 ou 6 ciclos” de coentro e alface. Cada ciclo leva em média entre 40 e 45 dias. Quando sobram hortaliças, conseguem oferecer para a vizinhança. Hoje, Auzileide planta pimenta dedo-de-moça e Henrique prepara um molho para vender e incrementar a renda.

Enquanto fala com orgulho do filho e da agrofloresta, Auzileide faz questão de afirmar que segue à risca todo o conhecimento adquirido. “Henrique dizia: ‘mãe, quando varrer o terreiro, junte as folhas e jogue onde a gente plantou. E assim estou fazendo. A gente coloca ali para refazer e fazer uma natureza melhor”, comemora.

REDESER

O projeto REDESER: “Revertendo o Processo de Desertificação nas Áreas Suscetíveis do Brasil – Práticas Agroflorestais Sustentáveis e Conservação da Biodiversidade” é fruto de parceria entre a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) no Brasil e o Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA). Financiado pelo Fundo Global para o Meio Ambiente (GEF), tem como objetivo interromper e reverter a desertificação em áreas críticas do semiárido nordestino por meio de ações para enfrentar as causas cada vez mais fortes da degradação do solo e da perda de biodiversidade na Caatinga. Realizada em 14 municípios dos estados do Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Bahia e Alagoas, a iniciativa busca promover a gestão sustentável dos recursos naturais, implementando localmente práticas que incentivam a conservação ambiental e uma agricultura resiliente ao clima.

5 coisas que você precisa saber sobre agroecologia

A agroecologia é um pacotão do bem para a nossa saúde, meio ambiente e justiça social. Entenda por que você deve apoiar essa forma de produzir alimentos.

Falar sobre boa alimentação está em alta nos últimos anos, mas, para muitas pessoas, o termo “agroecologia” ainda soa como um palavrão. Fizemos este blog para você entender melhor sobre esse conceito e como sistemas alimentares ecológicos podem contribuir para o bem viver das pessoas e do planeta.

1. A agroecologia cuida da nossa saúde e do meio ambiente ao mesmo tempo

Nada melhor do que se alimentar com algo que faz bem não apenas para o nosso mundo interno (nosso corpo), como também para nosso mundo externo (o planeta). A Adriana Charoux, nossa estrategista sênior de Agricultura, Alimentação e Floresta, gosta de dizer que a agroecologia nutre a um só tempo as pessoas e a terra. Ela explica:

“Ainda que tenham diferenças entre si, os sistemas agrícolas de base ecológica colaboram para cuidar de nossa saúde e, ao mesmo tempo, têm enorme capacidade de aliviar os pesados impactos das mudanças climáticas e da perda de biodiversidade, além de contribuírem com a segurança alimentar e nutricional”.

Vantagens para a sua saúde:

  • Menos exposição a agrotóxicos e outros produtos químicos altamente nocivos e utilizados na agricultura convencional e industrial, que podem causar doenças como câncer, malformação fetal, disfunções hormonais e reprodutivas;
  • Aumento da nutrição humana, devido à maior variedade e qualidade dos alimentos.

Vantagens para o meio ambiente:

  • A agroecologia vê a natureza como uma aliada na produção de alimentos e não como algo perigoso, que deve ser controlado ou exterminado para que somente uma cultura se desenvolva. A diversidade de espécies é fundamental;
  • Mais respeito aos processos naturais dos ecossistemas, ao solo, à água e às espécies animais e vegetais;
  • Menor dependência de combustíveis fósseis, cuja queima é um dos grandes motores de emissão de gases de efeito estufa.

2. Ao comprar alimentos agroecológicos, você fortalece agricultores e agricultoras familiares

Para quem pode escolher o que comer, optar por alimentos saudáveis e sem veneno já é muito bom. Agora, se você também puder desviar da porta dos grandes supermercados para comprar diretamente de agricultores e agricultoras familiares, melhor ainda!

Vantagens de encurtar o caminho entre a roça e o seu prato:

  • Acesso a alimentos mais frescos e mais baratos;
  • Fortalecimento da conexão entre as pessoas, porque as mãos que cultivam o seu combustível diário ganham um rosto de verdade;
  • O produtor é melhor remunerado e não fica refém de intermediários, como grandes redes de varejo, que impõem condições comerciais bastante injustas para os pequenos agricultores.

Sobre isso, Adriana reforça: “Quando você elimina intermediários entre produtor e consumidor, é provável que gaste menos com alimentação de qualidade. Sem contar que, ao comer de forma saudável, diminui a chance de usar seu dinheiro com remédios de farmácia”.

Além disso, alimentos livres de agrotóxicos e sementes geneticamente modificadas (os polêmicos transgênicos) significam mais autonomia para o agricultor familiar e produtos mais baratos para você, porque esses insumos externos e tóxicos encarecem a produção e deixam os produtores dependentes de empresas ligadas ao agronegócio.

3. Alimentos agroecológicos podem alimentar todas as pessoas

A agricultura de base orgânica e agroecológica é totalmente capaz de alimentar as pessoas no Brasil e mundo afora. Mais do que isso, este tipo de produção é a forma mais segura e sustentável de produzir comida de verdade, saudável para as pessoas e para o meio ambiente no longo prazo.

“Infelizmente, a lógica da produção agrícola atual está concentrada em produzir e exportar commodities, e não em fornecer alimentos saudáveis. Por isso, essa transição precisa acontecer de forma imediata!”, alerta Adriana.

Argumentos em defesa da agroecologia:

  • O problema alimentar do mundo não está no modelo de agricultura em si, seja convencional, industrial ou agroecológico, e sim no conjunto de escolhas políticas e econômicas atreladas a determinada forma de produzir comida. Em outras palavras, se nossos governantes adotarem sistemas de produção, distribuição, comercialização e consumo de alimentos adequados e justos, toda a população poderá ter sua dose de nutrientes diária garantida;
  • O atual sistema de produção de comida, que prioriza o acesso a alimentos industrializados em vez de alimentos in natura, não garante a segurança alimentar. Apesar de o mundo hoje produzir calorias suficientes para alimentar toda a população mundial, os jornais seguem mostrando notícias chocantes sobre dois extremos: de um lado, pessoas literalmente morrendo de fome; de outro lado, toneladas de comida indo para o lixo e aumento da obesidade em algumas populações;
  • Se incentivar a agroecologia direitinho, todo mundo come: mesmo ocupando menos de um quarto das terras usadas para a agricultura no Brasil atualmente, é a agricultura familiar quem mais coloca alimento de verdade na nossa mesa. A maior responsável pela produção agroecológica no país , ela produz cerca de 70% da nossa comida e representa 67% dos empregos da agropecuária do país, segundo o último Censo Agropecuário Brasileiro, de 2017.

Um exemplo de sucesso:

Hoje, o Brasil é o maior produtor de arroz agroecológico da América Latina. Grande parte dessa produção é garantida pelas mãos de 363 famílias assentadas do Movimento de Trabalhadores Sem Terra (MST), em áreas de reforma agrária distribuídas em 13 municípios do Rio Grande do Sul. Na safra de 2018/2019, a área plantada foi de 3.433 hectares (o equivalente a mais de 4.800 campos de futebol), divididos em 15 assentamentos. A estimativa de colheita foi de cerca de 16 mil toneladas de arroz!

O que parece mágica não aconteceu da noite para o dia. A produção de arroz nos assentamentos começou de forma convencional, há 20 anos. De acordo com Emerson Giacomelli, um dos produtores de arroz da região, motivos bem sérios levaram os camponeses à transição para a agroecologia: “a profunda crise econômica do setor, o surgimento de inúmeros problemas de saúde, a poluição nos assentamentos, o manejo inadequado de recursos naturais devido ao uso abusivo de agrotóxicos e a busca de autonomia no plantio, beneficiamento e comercialização”.

Agroecologia é sinônimo de diversidade

O Brasil é super reconhecido por suas comidas típicas, pelas tradições alimentares com sabores tão particulares e variados, de acordo com a região do país. Em tempos de mudanças climáticas e em que a agricultura industrial vem ditando os sistemas alimentares, essa mistura e variedade têm se perdido. Ou, pelo menos, não está presente nos supermercados. Temos milhares de espécies conhecidas, documentadas, centenas delas comestíveis, mas nossa dieta do dia a dia tem ficado cada vez mais empobrecida.

Na produção familiar, especialmente a de base agroecológica, seja qual for a técnica utilizada, o que reina são sistemas que se beneficiam da biodiversidade, do manejo combinado de alimentos e cultivo de floresta.

Vantagens da diversidade na produção de alimentos:

  • Mais saúde e nutrientes para nosso corpo: uma agricultura diversificada pode facilitar o acesso a uma alimentação balanceada, tanto para os consumidores quanto para os próprios produtores, que passam a depender menos da compra de alimentos. Além disso, a Fiocruz mostrou que a diversidade na alimentação é uma ótima aliada no combate à desnutrição infantil;
  • Ajuda na manutenção dos ciclos da vida. Não é papo de “O Rei Leão”: culturas diferentes plantadas no mesmo espaço se apoiam mutuamente no crescimento e enriquecimento da terra. A variedade de espécies torna tudo mais colorido, tirando a monotonia, e a terra fica abastecida com nutrientes essenciais para que continue fértil, úmida, sequestrando carbono e mantendo serviços essenciais prestados pela natureza, como a chuva, para a continuidade da vida animal e vegetal;
  • Fortalece a soberania e a segurança alimentar. Por exemplo, se uma determinada cultura de feijão for duramente impactada por uma estiagem ou excesso de chuva, outra variedade pode ser mais resistente e vingar, evitando que a população sofra sem este alimento básico da dieta.

A diversificação também é chave para garantir a sobrevivência de quem produz. Se um alimento não estiver em sua época de colheita ou não tiver valor interessante, o produtor poderá ofertar outros, ao longo das diferentes estações.

5. Agricultura com diversidade biológica e social tem enorme potencial econômico

A agricultura de base ecológica é o único caminho possível para uma recuperação econômica que garanta também justiça social e ambiental. Quando incentivamos a transição da agricultura convencional para a agricultura ecológica, estimulamos uma economia baseada na diversidade — biológica e de saberes.

Vantagens da agricultura com a floresta em pé:

  • Valorização de alimentos nativos que a Amazônia, o Cerrado e outros ambientes naturais têm a oferecer, como açaí, guaraná, buriti, castanhas, frutas, sementes e muitas outras culturas;
  • Ajuda a garantir a sobrevivência e autonomia de populações tradicionais, ribeirinhas, agroextrativistas, quilombolas e indígenas, que possuem valiosos conhecimentos sobre sistemas alimentares agroecológicos, acumulados por séculos;
  • Intensificar o combate ao desmatamento faz com que o Brasil ganhe competitividade econômica. Lideranças de outros países já deixaram claro que não querem mais comprar produtos manchados com a destruição florestal;
  • É uma ótima oportunidade para que o Brasil não se limite à exportação de commodities como soja, milho e algodão, e gere mais empregos no setor.

Fonte: Greenpeace

Agroecologia: o que é e características

Agroecologia é uma forma de agricultura sustentável que agrega conhecimentos científicos e tradicionais.

O que é agroecologia

A agroecologia surgiu em 1934 como um conceito desenvolvido pelo pesquisador Howard. No entanto, a partir de 1950, o termo “agroecologia” foi adotado pelo pesquisador Lysenko e passou a ser ensinado em cursos de agronomia até 1964. Nessa época, após o acordo MEC-Usaid, o termo foi removido do ensino.

Entre as décadas de 1960 e 1980, surgiu um movimento em busca de práticas agrícolas sustentáveis. Nesse período, o termo “agroecologia” começou a ser usado para descrever uma abordagem agrícola que leva em consideração aspectos sociais, culturais, éticos e ambientais na utilização dos recursos naturais. Essa abordagem estava presente na agronomia antes do acordo MEC-Usaid, conforme explicado por Carlos Pinheiro Machado em seu livro “Dialética da Agroecologia”.

Além disso, a agroecologia busca soluções para os problemas provocados pela monocultura, que prejudica tanto a biodiversidade quanto a sociedade. Ela se apresenta como uma ferramenta importante para o desenvolvimento sustentável.

Os métodos utilizados na agroecologia envolvem a adoção da agricultura orgânica e o uso de tecnologias sustentáveis, resultando em menos impactos ambientais prejudiciais.

A agroecologia é uma abordagem necessária para lidar com os problemas ambientais, sociais e políticos decorrentes do atual modelo econômico. Ela propõe uma revisão dos métodos convencionais de agricultura em larga escala.

De acordo com pesquisas citadas no livro “Dialética da Agroecologia“, a produção agroecológica tem capacidade para produzir cerca de 6% a 10% a mais do que o agronegócio, sendo mais limpa e barata.

Entretanto, mesmo sendo mais produtiva, a agroecologia refere-se ao estudo da agricultura a partir de uma perspectiva ecológica, tendo como objetivo não só maximizar a produção, mas otimizar o agroecossistema total — incluindo seus componentes socioculturais, econômicos, técnicos e ecológicos.

Em outras palavras, um sistema agrícola pautado pela agroecologia é o principal objetivo da agricultura sustentável, sobretudo para o desenvolvimento rural com a produção de alimentos saudáveis e a melhoria da qualidade de vida.

Em outras palavras, um sistema agrícola pautado pela agroecologia é o principal objetivo da agricultura sustentável, sobretudo para o desenvolvimento rural com a produção de alimentos saudáveis e a melhoria da qualidade de vida.

Agrega a ciência e conhecimento tradicional

O termo “agroecologia” abrange diferentes perspectivas, indo além de uma simples disciplina científica ou prática agrícola, abrangendo também um movimento social e político. A essência da agroecologia reside na integração e sinergia entre conhecimentos científicos e tradicionais.

É uma ecologia dos saberes que reúne diferentes fontes de conhecimento, incluindo o saber popular e tradicional transmitido ao longo de gerações por agricultores familiares, comunidades indígenas e camponesas.

Assim, a agroecologia é uma prática da agricultura que se fundamenta na sistematização e consolidação desses saberes, que podem ser tanto empíricos e tradicionais quanto embasados em evidências científicas. O objetivo é promover uma agricultura que seja ambientalmente sustentável, economicamente eficiente e socialmente justa.

A agroecologia busca aliar o respeito aos processos naturais, a preservação da biodiversidade, o uso responsável dos recursos naturais e a valorização das comunidades rurais, garantindo sua autonomia e segurança alimentar.

Ao reunir a ciência e o conhecimento tradicional, a agroecologia proporciona uma abordagem holística que considera a interação entre os sistemas agrícolas e o meio ambiente, bem como os aspectos sociais, culturais e econômicos envolvidos na produção de alimentos. Essa integração de saberes permite o desenvolvimento de práticas sustentáveis, que buscam equilibrar as necessidades humanas com a preservação dos ecossistemas e a promoção da justiça social no campo.

Apelo à biodiversidade

A proposta da agroecologia faz contraposição a produção centrada na monocultura, na dependência de insumos químicos e na alta mecanização da agricultura, além da concentração da propriedade de terras produtivas, a exploração do trabalhador rural e o consumo não local da produção.

A homogeneização das paisagens de cultivo gerada pela prática da monocultura colocou em risco a biodiversidade, gerando uma crise não somente na diversidade biológica, mas também, e como consequência dessa, no próprio desenvolvimento da sociedade.

Enquanto a agricultura industrial tem, cada vez mais, limitado a diversidade de espécies alimentares disponíveis, a produção agroecológica conta com sistemas que se beneficiam da biodiversidade, do manejo combinado de alimentos e cultivo de floresta.

A diversidade biológica causa impacto social, econômico e ambiental positivos. A prática da agroecologia aumenta a disponibilidade de nutrientes no solo, tornando a alimentação também mais nutritiva; além de auxiliar na manutenção dos ciclos biológicos, uma vez que viabiliza culturas de diferentes de espécies de plantas.

A agroecologia ainda fortalece a soberania e a segurança alimentar, já que, enquanto alguma variedade de alimento estiver em risco, outras podem se manter resistentes e sobreviver. Outro benefício é a valorização de alimentos nativos de cada região, o que possibilita a competitividade econômica para o país em questão, não se limitando à exportação de commodities, como soja, milho e algodão.

Vantagens para saúde e meio ambiente

A agroecologia fornece diversas vantagens para a saúde e o meio ambiente. Ela vê a natureza como aliada, respeitando os processos naturais do ecossistema e dependendo menos de combustíveis fósseis. Além de oferecer uma variedade de nutrientes, há menos exposição a agrotóxicos e outros produtos químicos nocivos e utilizados na agricultura convencional.

Isso porque na agroecologia e produção orgânica, o controle de pragas é feito por técnicas adaptadas às condições locais. Ademais, não são necessários fertilizantes tóxicos, pois é feita a adubação verde do solo.

A segurança alimentar também é impactada pela agroecologia. A agricultura de produção orgânica e agroecológica é capaz de alimentar as pessoas no Brasil e no mundo de forma saudável, sustentável e segura. A maior produção agroecológica no País, por exemplo, produz cerca de 70% da comida dos brasileiros. Entretanto, há carência de um plano governamental que envolva um sistema de produção, distribuição, comercialização e consumo desses alimentos, funcionando de forma justa para garantir alimentação adequada para toda a população.

Desafios da agroecologia

As técnicas de monocultura são amplamente adotadas, mas é necessário realizar a transição agroecológica em solos degradados pela agricultura convencional.

No entanto, para que a agroecologia, no Brasil e no mundo, se estabeleça como prática convencional de manejo do solo, são necessários fatores como conscientização pública, organização, mercados e infraestrutura. É essencial promover a conscientização sobre os benefícios da agroecologia, fomentar a organização de produtores e criar mercados viáveis para produtos agroecológicos. Além disso, investimentos em infraestrutura adequada, como armazenamento e transporte, são fundamentais para apoiar essa abordagem sustentável.

A pesquisa e a extensão rural também desempenham um papel crucial na geração de conhecimento e no suporte aos agricultores durante a transição agroecológica. Garantir uma distribuição justa de recursos, tanto financeiros quanto técnicos, é necessário para que todos tenham acesso igualitário às práticas agroecológicas.

Por fim, a iniciativa política desempenha um papel fundamental ao estabelecer políticas e regulamentações que promovam a agroecologia e incentivem a transição sustentável da agricultura convencional. Abordar esses desafios possibilitará impulsionar a agroecologia como um modelo de manejo do solo amplamente adotado e benéfico tanto para o meio ambiente quanto para a sociedade.

Fonte: e-Cycle

Colheitas protegidas: a revolução do manejo integrado de pragas

O Manejo Integrado de Pragas (MIP) é uma abordagem sustentável para o controle de pragas na agricultura. Essa estratégia busca minimizar os danos causados por pragas de forma ambientalmente responsável, promovendo o equilíbrio dos ecossistemas agrícolas.

O MIP começa com um monitoramento preciso sobre as pragas. Isso envolve a observação regular das pragas para determinar possíveis riscos.

Com base nas informações coletadas neste monitoramento, os agricultores podem tomar decisões assertivas.

O MIP faz o uso de predadores naturais às pragas, ou seja, insetos que se alimentam de pragas.

Além disso, outras medidas são a rotação de culturas e o uso de espécies resistentes a pragas.

O MIP utiliza barreiras físicas, como redes de proteção, para evitar a infestação de pragas.

Quando necessário, são usados produtos naturais, como óleos essenciais, extratos de plantas e feromônios para controlar pragas.

É importante ressaltar que o MIP não faz uso de produtos químicos para conter pragas.

Práticas de Monitoramento de Pragas

As condições climáticas influenciam diretamente na presença de pragas. Os agricultores podem monitorar a temperatura e umidade para prever picos de pragas e tomar medidas preventivas.

Também é possível observar alguns sinais de pragas, como folhas danificadas, frutas roídas ou galhos murchos.

Também é preciso monitorar as quantidades de predadores naturais a pragas. O aumento da presença de inimigos pode ajudar a controlar as pragas.

Controle Biológico

Muitas espécies de insetos se alimentam de pragas, e a inserção desses insetos na área da agricultura pode evitar o uso de insumos químicos. Por exemplo, as joaninhas são predadoras naturais de pulgões.

Em alguns casos, inimigos naturais podem ser criados em laboratório e liberados em áreas afetadas por pragas. Isso é conhecido como liberação de inimigos naturais e é uma estratégia eficaz para o controle de pragas em cultivos.

Algumas plantas são mais naturalmente resistentes a pragas e isso pode evitar a necessidade do controle.

A rotação de culturas é uma prática agrícola que envolve o cultivo de diferentes plantas em diferentes temporadas. Isso pode ajudar a interromper o ciclo de vida de pragas e reduzir sua presença.

Controle Cultural

Práticas de preparo do solo, como aração e gradagem, podem enterrar pragas de solo e interromper seu ciclo de vida. Isso é particularmente eficaz para pragas que passam parte de seu ciclo de vida no solo.

Uso de Plantas Repelentes

Algumas plantas, devido ao seu cheiro ou substâncias liberadas, têm a capacidade de afastar pragas. Por exemplo, o alho e a cebola são plantas conhecidas por suas propriedades repelentes. O odor ou as substâncias químicas liberadas por essas plantas podem afastar insetos prejudiciais, como pulgões e ácaros.

Algumas plantas repelentes também atraem inimigos naturais das pragas, como joaninhas e vespas parasitóides.

Técnicas de Controle Físico

A instalação de barreiras físicas é uma técnica eficaz. Isso pode incluir o uso de telas, redes ou mantas que cobrem as plantas para evitar a entrada de pragas.

A limpeza e remoção de resíduos agrícolas também são essenciais para eliminar possíveis abrigos e fontes de alimento para pragas.

Em situações de infestação localizada, a eliminação manual de pragas, como a coleta de insetos à mão, pode ser uma técnica eficaz e sustentável.

Muitas pragas se desenvolvem em ambientes de muita umidade. Técnicas de irrigação como gotejamento podem reduzir a umidade e afastar pragas.

Aplicação de produtos naturais

Muitas plantas contêm compostos que têm propriedades inseticidas naturais. Extratos de plantas como neem, piretro e sabugueiro são usados para criar produtos que combatem pragas de forma eficaz.

Extratos de alho e cebola são utilizados para repelir pragas.

Desenvolvimento de Cultivares Resistentes

Algumas espécies de plantas são naturalmente resistentes a pragas.

A hibridização envolve o cruzamento controlado de duas variedades de plantas diferentes para criar descendentes com características desejadas, como resistência a pragas. Esse processo permite combinar características de diferentes variedades para criar plantas mais resistentes.

Algumas espécies de pragas podem desenvolver resistência a plantas que até então eram naturalmente resistentes a pragas, o que pode gerar a necessidade de adaptação.

Agricultores e profissionais agrícolas precisam ser treinados em como plantar, cuidar e manter as variedades resistentes. A má gestão pode prejudicar a eficácia da resistência.

Educação e Treinamento de Agricultores

A educação dos agricultores ajuda a tomada de decisões assertivas. Eles aprendem a avaliar a gravidade do ataque de pragas e a escolher métodos de intervenção apropriados.

Os agricultores são treinados para adotar práticas preventivas, como rotação de culturas, seleção de variedades resistentes e otimização de condições de cultivo que reduzam o risco de infestação por pragas.

Benefícios Econômicos e Ambientais

O MIP resulta em economia de dinheiro para os agricultores, pois reduz a necessidade de insumos químicos caros.

A gestão eficaz de pragas pode levar a colheitas mais abundantes e ao aumento da produtividade agrícola.

Em todo o mundo, consumidores estão buscando alimentos cultivados de forma sustentável. Isso representa um maior mercado para esses agricultores.

Desafios do Manejo Integrado de Pragas

O MIP é um sistema complexo que envolve muitos fatores, como identificação de pragas, monitoramento, tomada de decisão e implementação de várias estratégias de controle. Isso pode ser desafiador para os agricultores e requer treinamento adequado.

A eficácia do MIP depende de um monitoramento constante das pragas e de seus inimigos naturais. Isso pode ser intensivo em termos de tempo e recursos.

A implementação do MIP pode exigir custos iniciais, como treinamento, equipamento de monitoramento e educação dos agricultores. Esses custos podem ser vistos como uma barreira.

As condições climáticas podem atrapalhar o MIP. Secas e chuvas intensas podem criar desafios adicionais.

Fonte: Blog Ciclo Orgânico

Como fazer um sistema agroflorestal sintrópico sem irrigação

Começou a primavera! E, por aqui, a primavera vem com muito trabalho. É hora de por a mão na massa — ou melhor, na terra — e suar a camisa com muitos plantios. O objetivo é abrir duas novas áreas de SAF (a terceira e a quarta área de agrofloresta aqui de casa).

Esse é o vídeo desse plantio:

Sistema Agroflorestal Sintrópico com frutas e roça sem irrigação

A minha área de Agrofloresta não tem irrigação. Por isso, o início da primavera é tão importante. Aqui no Sudeste é quando as chuvas se tornam mais regulares e é possível fazer alguns plantios anuais de “safra”.

Normalmente, costumamos chamar esse tipo de plantio de “roça”. Ele se diferencia de um plantio de horta pois o foco é em espécies mais resistentes, de ciclo um pouco mais longo, e não em hortaliças — que são mais frágeis e de ciclo curto.

Para o plantio de roça entram várias espécies como, por exemplo, a mandioca, milho, feijão, inhame, batata doce, soja, girassol, cana-de-açucar, entre outras. Mas, como aqui é agrofloresta, as árvores entram na jogada também.

Agrofloresta não tem receita, mas tem algumas dicas que podem ajudar, e a ideia aqui é dividir um pouco dos meus desafios e objetivos nessa área.

Para começar, um dos meus focos esse ano é o feijão. Ano passado, plantei bastante feijão e foi um sucesso. Garantimos nossa alimentação de feijão por uns 6 meses. Esse ano quero plantar feijão pro ano inteiro.

Outro foco nesse plantio é estabelecer árvores frutíferas, e estou investindo em cítricas e macadâmia. A escolha dessas duas tem dois motivos principais: um é eu pessoalmente gostar dos frutos; o outro é por que já temos pés no sítio que se adaptaram bem a região e produzem bem.

Então, nessa área, o plantio foi organizado da seguinte forma:

Canteiros de 80 cm intercalando as culturas e, a cada 3 canteiros, uma linha de árvore.

O plano era esse:

O plantio ficou assim:

  • Linha 1: Feijão na lateral do canteiro (a cada 25 cm) e mandioca no meio (a cada 1 metro).
  • Linha 2: Feijão na lateral do canteiro (a cada 25 cm) e milho no meio (a cada 50 cm).
  • Linha 3: Feijão na lateral do canteiro (a cada 25 cm) e milho e mandioca intercalados – 2 de milho (a cada 50cm) e uma de mandioca (a cada 1 metro).
  • Linha 4: Árvores – Feijão na lateral, milho, feijão guandu e crotalária entre mudas.
  • Linha 5: Soja
  • Linha 6: Cenoura nas laterais e mamão (a cada 2 metros). A cada 2 metros, sementes de árvores Flamboyanzinho e Pata de Vaca intercalando. O Flamboyanzinho e a Pata de Vaca tem como objetivo a diversidade e matéria orgânica. Ambos são leguminosas que também contribuem para o nitrogênio no solo.
  • Linha 7: Feijão na lateral do canteiro (a cada 25 cm) e milho no meio (a cada 50 cm).
  • Linha 8: Árvores – Feijão na lateral, milho, feijão guandu e crotalária entre mudas.
  • Linha 9: Feijão na lateral do canteiro (a cada 25 cm) e milho no meio (a cada 50 cm).

E assim por diante.

Outra linha que também vai entrar é batata doce sozinha, em um canteiro.

A Linha 4 e 5 são novos testes. Nunca plantei essas variedades dessa forma e quero ver como se adaptam nesse sistema.

Linha de Árvores

As minhas linhas de árvore foram desenhadas assim:

Houve algumas mudanças na hora do plantio, principalmente porque eu não tinha as mudas de eucalipto e cedro australiano que queria colocar. Então, para as emergentes usei: Gonçalo Alves, Jequitiba, Figueira e Araucária. O Eucalipto funciona bem no sistema Agroflorestal porque ele cresce rápido, sombreando rapidamente as mudas de estratos mais baixos. E fornece muita matéria orgânica. Mas é preciso podas constantes.

Na linha de árvore vão duas linhas de feijão na lateral, que são super importantes para ocupar o solo. Nesse primeiro momento, entre as mudas, coloquei milho, feijão guandu e crotálaria. Outra opção aqui seria o inhame.

Agora é ver brotar e esperar a colheita.

Três semanas depois do plantio, o feijão já brotou e as árvores estão bem.

Quer ver o como estruturei os canteiros do SAF2?

Bora plantar!

Fonte: Quintal Florestal

Agrofloresta: manejo da linha de árvore

Poda dos eucaliptos

Já estava passando da hora de podar os eucaliptos. Nas duas áreas iniciais de agrofloresta, SAF1 e SAF2, temos diversos eucaliptos — tanto para matéria orgânica, quanto para madeira.

Na área 1, havíamos podado a cabeça dos eucaliptos no meio do ano passado, com uma altura média de uns 5 metros.

Na área 2, alguns eucaliptos já estavam passando de 7 metros e optamos por cortar mais alto, perto de 6 metros.

Na roça, uma das dificuldades é medir. Mas fizemos umas boas estimativas.

Essa poda é muito importante para aumentar a entrada de luz, regenerar o ambiente e liberar matéria orgânica.

Nosso foco nesta área não é necessariamente o eucalipto, mas ele está ali para contribuir com o sistema.

Colheita do Açafrão

Nas linhas de árvore, temos também diversos pés de açafrão e, nessa época — outono/inverno — é hora de começar a colheita.

Um indicador do ponto de colheita do açafrão é quando as folhas ficam amarelas e secam.

Os rizomas são um santo remédio, antibiótico e antiinflamatório. Vamos cortar em tiras e colocar para secar no desidratador. Depois, ele passa no processador para virar pó.

Com o açafrão em pó, costumamos fazer o melhor remédio para gripe: uma colher de chá de açafrão, meia colher de pimenta do reino e uma colher de mel. Mistura-se e toma-se aos primeiro sintomas.

A pimenta do reino melhora a absorção das propriedades do açafrão, o mel ajuda a ficar mais fácil de comer e dá seu toque com suas propriedades.

Fonte: Quintal Florestal

Como fazer canteiros de horta no estilo de agrofloresta

Unir canteiros de horta com agrofloresta é uma ótima opção. Criar as árvores de ciclo mais longo dentro do canteiro da horta, enquanto você colhe hortaliças, costuma dar muito certo. As plantas se ajudam. E com a exigência nutricional e de água das hortaliças você aproveita, água e adubação.

No vídeo abaixo, mostramos o trabalho de incorporar as técnicas no canteiro da horta.

Técnicas da Agricultura Sintrópica

As duas técnicas chave que uso nos canteiros, é usar o pseudocaule da bananeira para fazer cobertura de matéria orgânica e a sucessão e estratos.

Pensar na sucessão tempo e espaço também é possível no canteiro da horta.

Por exemplo: podemos considerar quais hortaliças são estrato baixo, médio e alto. Assim com em uma linha de árvore.

Acredito que isso é um dos conceitos chaves para entender o plantio Agroflorestal Sintrópico. Entender que um Milho e um Eucalipto são do Estrato emergente, e ao mesmo tempo uma acerola, uma couve, uma mandioca e uma beringela são estrato alto, sendo que a diferença é o tempo successional que elas ocupam.

Ou seja, quando a acerola está grande não cabe a couve, e quando o Eucalipto está grande não cabe o milho, por exemplo.

Os canteiros de horta, são um grande aprendizado. Com o crescimento mais rápido, é muito legal para entender a sucessão.

Entender que uma rúcula sai em 30 dias para o alface ter seu espaço. Sendo que elas podem estar bem perto. Me ajuda entender a mesma lógica que vai acontecer na linha de árvore, quando o mogno africano crescer o Eucalipto tem que sair por exemplo.

Fonte: Quintal Florestal

Agrofloresta x Agricultura Sintrópica x Permacultura x Orgânicos

Agroecologia, Permacultura, Agrofloresta, Agricultura Sintrópica, Orgânicos…

É fácil se perder em meio a tantos conceitos e propostas. Mas e ai, o que é cada um?

Começando pela Agrofloresta

O conceito de agrofloresta já está aqui pelo Brasil desde dos anos 80. O conceito evolui da proposta de Agrossilvicultura, onde espécies lenhosas são cultivadas em consórcio com espécies herbáceas e anuais, então basicamente a idéia surge da possibilidade de consórcio de árvores, plantadas para madeira, e herbáceas para alimentação ou pasto.

Na publicação da Embrapa “Sistemas Agroflorestais: Conceitos e Aplicações” por Vera Lex Engel dá para ter uma idéia, nessa publicação tem uma conceituação legal para quem quiser se aprofundar.

Partindo daí vemos a necessidade de evolução do conceito do Ernst Gostch, quando ele aborda seu método como Agricultura Sintrópica sendo diferente de Agrofloresta, ou seja, qualquer produção de madeira atrelada com herbáceas já estariam englobadas no termo Agrofloresta, sendo assim se eu plantasse Eucalipto consorciado com milho e feijão por exemplo eu já estaria fazendo “Agrofloresta”, muito diferente da Agricultura Sintrópica.

Agricultura Sintrópica

A Agricultura Sintrópica, conceito apresentado pelo Ernst Gotsch, mais do que um simples consórcio entre madeira e herbáceas é baseado na Sintropia,

“O princípio da Sintropia (ao qual a entropia está intimamente ligada, dentro de cada sistema do universo, até mesmo os cibernéticos, vivos ou não) faz com que sua existência seja preservada apesar da entropia nesse mesmo sistema. É um processo que opõe-se à perda de energia, e desorganização através de uma injeção de novas energias geradas a partir deste mesmo processo ou de outros, de fora do sistema, e muitas vezes energia inútil nestes. “-Wikipedia

Sendo assim o sistema Sintrópico já é pensado para ser organizado e estabelecer ganho energético.

Na prática é a busca por um sistema em equilíbrio onde todas as espécies tem seu papel. O Eucalipto não está ali apenas para a produção de madeira, ele irá gerar matéria orgânica que vai adubar o solo, descompactar e buscar nutrientes em outras camadas para devolver ao solo na parte superior, e fazer parte de um sistema de interação entre espécies.

Na Agricultura Sintrópica quem gerencia o sistema está constantemente buscando uma sucessão biodiversa acelerando os processos e buscando uma floresta produtiva. De maneira geral a Agricultura Sintrópica é uma Agrofloresta, mas nem toda Agrofloresta é Sintrópica. A Agrofloresta pode estar pautada em propostas tradicionais de aplicações de venenos, herbicídas sendo apenas uma possibilidade de consorcio agrícola.

Permacultura

A Permacultura é um conceito que nasceu na Austrália desenvolvida por Bill Mollison e David Holmgren. O nome tem origem na união das duas palavras Permanente e Agricultura.

Uma Agricultura Permanente, a Permacultura tem como uma das suas principais bases o design de ambientes sustentáveis como Bill Mollinson descreveu:

“Permacultura é um sistema de design para a criação de ambientes humanos sustentáveis e produtivos em equilíbrio e harmonia com a natureza.”

A Permacultura abrange diversos conceitos, e vai desde a ocupação de um terreno, a criação de lagos artificiais para a fertirrigação.

Orgânicos

Ahh os orgânicos! com selos bonitos e chamando a atenção nas gôndolas de supermercados.

Entre os conceitos aqui apresentados talvez o mais simples, orgânico, apenas aceita a aplicação do que organicamente foi retirado, extraído ou gerado.

Há muitas exigências das certificadoras, e para ter aquele selinho no produto existe uma enorme lista do que tem que ser feito.

Sempre bom lembrar que o orgânico não é sinônimo de sustentável. O orgânico de certo está na minha lista do menos pior. Ele não recebeu agrotóxico nem adubo químico, porém isso não é tudo no meu modo de ver, acredito na Agricultura Sintrópica e na Permacultura onde a idéia e estarmos permanentemente no local, produzindo de forma sadia com o mínimo possível de elementos externos. Mas e o orgânico?

Não acho a simplicidade do orgânico suficiente para uma mudança de consciência e de forma de produção. O orgânico muitas vezes apenas muda o pacote da agricultura tradicional para um pacote tradicional com insumos orgânicos. A lógica de produção, extrativista sem preocupação com o solo continua mas com insumos orgânicos.

Por Pedro Savério Penna.

Fonte: Quintal Florestal

Agricultura sintrópica nos empreendimentos imobiliários?

A agricultura sintrópica é uma das melhores maneiras de se praticar o reflorestamento no planeta, atualmente. Para quem acha que esse assunto não combina com o mercado imobiliário, fique sabendo que já há iniciativas da utilização dessa técnica em empreendimentos do ramo, unindo dois universos que, a princípio, são extremamente diferentes.

Esse método foi trazido ao Brasil por um suíço, Ernst Götsch, um pesquisador que chegou a comprar terras no estado da Bahia e recuperou-as utilizando a agricultura sintrópica. Assim como diz o seu nome, ele é baseado na sintropia, que prega a organização, integração, equilíbrio e preservação de energia no ambiente.

Saiba que é possível utilizar a agricultura sintrópica não somente para recuperar e preservar o solo, mas também para cultivar algo que seja interessante comercialmente, que são os alimentos que consumimos no dia a dia.

Para que você saiba como isso pode ser usado nos empreendimentos imobiliários, continue acompanhando o restante do texto para compreender melhor sobre a sua importância, bem como as suas vantagens e integração com o mercado imobiliário!

Qual é a importância da agricultura sintrópica?

Muitos questionam sobre qual é a importância de utilizar essa técnica nos dias de hoje. Para contextualizar esse questionamento, trago aqui uma preocupação atual, que é a de cultivar alimentos sem devastar o solo e preservar toda a natureza de uma dada região.

Com a agricultura sintrópica isso é mais que possível, visto que ela utiliza somente recursos do próprio meio ambiente, ou seja, não há o uso de agrotóxicos, por exemplo. Aliás, muitos agricultores que praticam a técnica preferem não irrigar a plantação, pois, dessa forma, o equilíbrio é alcançado de forma natural.

Desse modo, cabe apenas estudar quais são as particularidades do solo para decidir o que deve ser plantado ali. Assim, será possível escolher uma diversidade de sementes que serão semeadas e começar a plantar de modo que, quando crescerem, o próprio ecossistema oferecerá luz, nutrientes, umidade e outros recursos que atendem às suas necessidades.

É esse equilíbrio que faz com que o espaço seja aproveitado de forma muito mais inteligente, além de fornecer uma rentabilização melhor para a atividade.

Quais são as vantagens da agricultura sintrópica?

De cara, você já deve ter percebido inúmeras vantagens ao utilizar a agricultura sintrópica, certo? Para facilitar, criei uma lista reunindo as principais delas. Veja só!

Aumento da biodiversidade
A adesão da agricultura sintrópica faz com que haja o aumento da biodiversidade, visto que, logo de cara, estimula-se o estudo do que pode ser plantado no solo e, partindo para a ação, em que uma variedade de plantas e alimentos são plantadas e estimuladas a crescerem juntas, cria-se um ambiente em que ocorre esse aumento de biodiversidade.

Quando o assunto é reflorestamento e agrofloresta, a agricultura sintrópica é uma das melhores práticas, já que é um estímulo a ter uma variedade maior de alimentos e plantas, fortalecendo a natureza do local.

Recuperação de áreas degradadas
Outra vantagem relevante é a recuperação de áreas degradadas, principalmente pela técnica ajudar para que esse trabalho no solo seja muito mais rápido. Afinal, quando aplicada corretamente, haverá uma maior retenção de água no solo, além de uma geração de oxigênio bem mais eficiente.

Além disso, todo esse tratamento de acúmulo de energia favorece uma menor utilização de combustíveis fósseis na geração de alimentos. Dessa maneira, é possível transformar o carbono que há nos vegetais, por meio de fungos e bactérias, nos nutrientes e na matéria orgânica, recuperando o solo degradado.

Produtos de maior qualidade
Uma das grandes consequências de utilizar a agricultura sintrópica está na produção de itens com maior qualidade. Afinal, um solo com mais nutrientes, com um ambiente em que há uma ajuda mútua entre as plantas, não poderia fornecer outro tipo de resultado, não é mesmo?

Mas, o grande ganho está na ausência da necessidade da utilização de agrotóxicos e outros produtos químicos que empobrecem a qualidade dos alimentos. Ou seja, a agricultura sintrópica é boa para a natureza, para quem está plantando e, também, para quem vai usufruir do alimento que ela oferece.

Controle de pragas e doenças
Por fim, trazemos aqui que é possível controlar pragas e doenças com a agricultura sintrópica, sem precisar recorrer aos agrotóxicos. Isso é possível justamente pelo fato dessa metodologia trabalhar com o acúmulo de energia e o equilíbrio ecológico.

Ou seja, a própria natureza cria um mecanismo de proteção em que tudo funciona perfeitamente, evitando que algum tipo de praga atinja aquela produção de alimentos.

Como utilizar a agricultura sintrópica nos empreendimentos imobiliários?
Hoje, já existe um olhar mais atento do mercado imobiliário em relação à preservação do meio ambiente e todo o seu ecossistema. Já existem algumas iniciativas que mostram que essas duas áreas podem caminhar juntas e em perfeita sinergia.

Podemos citar como exemplo, o Parque Cultural Florata, que faz parte da área de um condomínio em Goiânia. O parque utiliza as técnicas da agricultura sintrópica para ajudar na recuperação da área e proporcionar uma qualidade de vida melhor para os moradores do condomínio.

Outro exemplo é o condomínio Cenário da Montanha em Itaipava, região Serrana do Rio de Janeiro. Ao utilizar a agricultura sintrópica, a equipe do projeto garantirá que o solo será preservado, bem como as espécies da flora local!

Além disso, a ideia é que seja reflorestada uma área seis vezes maior do que é exigido por lei. Isso mostra que há sim uma preocupação do mercado imobiliário com o meio ambiente por meio de iniciativas como essa.

Deu para perceber que a agricultura sintrópica pode ser uma excelente aliada aos desafios que temos atualmente, certo? Espera-se que em um futuro muito próximo, essa e outras práticas sejam cada vez mais comuns não só no mercado imobiliário, mas em todas as indústrias que estão ligadas à urbanização.

Fonte: Blog Rio8

Agricultura Sintrópica: produzir e recuperar

Algumas vezes certos temas importantes e sub-explorados atingem uma parcela ampla e heterogênea da população através de programas de televisão aos quais, normalmente, não se atribui a função de informar, ganhando espaço no senso comum. Não é diferente com temáticas científicas. É o que acontece, atualmente, com o conceito de Agricultura Sintrópica.

Apesar de essencial e urgente, a discussão sobre a sustentabilidade na agricultura acaba se restringindo bastante ao âmbito acadêmico ou de organizações e movimentos ambientalistas. A presença deste tema no horário nobre da televisão é, portanto, digna de nota.

Mas, afinal, o que é Agricultura Sintrópica?

A Agricultura Sintrópica é um modo de produção agrícola que trabalha em total comunhão e sintonia com a natureza e seus recursos. A ideia está fundamentada no conceito de sintropia, que diz respeito ao grau de organização interna de um determinado sistema, seja ele um sistema agrícola, um organismo vivo ou mesmo uma empresa ou organização, por exemplo. No tocante a proposta, aumentando-se o grau de complexificação de um sistema agrícola – com um número grande de plantas, pequenos invertebrados, micro-organismos do solo -, se atinge um arranjo interno adequado à manutenção da produção agrícola. Isso seria possível graças ao processo de sucessão ecológica.

Como se pode deduzir, é uma proposta oposta (e crítica) à monocultura.

Criada no Brasil pelo pesquisador imigrante suíço Ernst Götsch, as técnicas de manejo da Agricultura Sintrópica dispensam o uso de qualquer agroquímico, seja ele um fertilizante ou biocida. Se implementado de maneira correta, o sistema deixa de exigir até mesmo a aplicação de adubos orgânicos externos e irrigação. A ideia é diminuir o aporte de qualquer insumo externo ao sistema, como o próprio Ernst explica no vídeo abaixo:

Além de produzir uma ampla variedade de plantas alimentícias, como frutas, hortaliças, tubérculos, grãos e cereais, a correta implementação dos sistemas agroflorestais baseados na sintropia permite não apenas a manutenção dos recursos naturais adjacentes, mas também a recuperação do solo, o restabelecimento progressivo da biodiversidade na propriedade e até mesmo o ressurgimento de nascentes de água.

Por esses e outros motivos, a produção agrícola guiada pelos preceitos da Agricultura Sintrópica pode ser uma alternativa bastante viável para suprir a demanda por alimentos sem destruir ou prejudicar a biodiversidade e, mais do que isso, recuperando-a.

Para saber mais, vale a pena assistir aos vídeos produzidos pelo Projeto Agenda Götsch.

Fonte: Ciência em si

7 Problemas mais comuns em minhocários e como resolve-los!

1. Seu minhocário está muito unido e com cheiro forte?

É um sinal que seu minhocário está com muitos resíduos orgânicos e pouca matéria seca, quando isso acontece, a matéria orgânica fica muito compactada e o oxigênio não entra nos espaços vazios e é isso que produz os gases que dão um cheiro ruim! 🙁

O segredo é adicionar mais matéria seca: serragem, folhas secas, papel picado (sem tinta) ou até mesmo a fibra de coco, e misturar bem com os resíduos e cobri-los, mas atenção para não colocar demais e deixa-lo excessivamente seco, as minhocas precisam de umidade para sobreviverem.

2. Como parar de atrair as mosquinhas de banana?

A drosophila, mais conhecida como mosquinha das frutas se alimentam de leveduras presentes em frutas em decomposição e por isso o seu minhocário é um prato cheio para elas e apesar de não apresentarem um risco a nossa saúde podem ser um grande incomodo em casa.

O primeiro passo para se livrar delas, é garantir que você colocou matéria seca em boa quantidade no seu minhocário, você também pode cobrir os resíduos com duas folhas de papel ou jornal (de preferência a parte preta e branca) de forma que nenhuma casca fique exposta e assim ela não consiga se alimentar dos seus resíduos.

Outra dica é fazer um spray de capim limão (essencial de capim limão diluída em água) e borrifar sempre que achar necessário!

3. Encontrou larvas no seu minhocário?

Não entre em pânico, é um problema relativamente frequente, mas simples de se resolver! Não é incomum encontrarmos as larvas da mosca soldado em minhocarios que estão extremamente úmidos, as larvas são ótimas para a compostagem, mas geralmente causam repulsa e muitas vezes elas conseguem sair do minhocário.

O segredo está em diminuir a umidade colocando mais matéria seca e uma boa cobertura. Quando isso acontecer, vale a pena parar de alimentar seu minhocário por alguns dias até que a infestação esteja controlada. Você também pode espalhar 2 colheres de sopa de açafrão ou neem em pó, que ajudam a evitar as larvas.

4. Nada parece estar acontecendo na sua compostagem?

Você tem alimentado regularmente o seu minhocário, mas tem percebido que os resíduos parecem continuar intactos e não estão se decompondo? Isso provavelmente é o problema oposto dos 3 primeiros casos, seu minhocário está muito seco.

Com a falta de umidade, a atividade das minhocas e dos microrganismos reduz bastante e temos a impressão que os resíduos não estão se transformando em húmus. Nesse caso, o ideal é borrifar água ou até mesmo colocar mais resíduos orgânicos. Muitas fezes os fungos são ótimos indicadores de que sua compostagem precisa de mais umidade.

5. Minhas caixas estão todas cheias, e agora?

Talvez o seu minhocário seja pequeno para a quantidade de resíduos que você gera, nesse caso você consegue adicionar mais um andar “caixa digestora” nele, iniciar um segundo minhocário ou fazer a assinatura de um dos nossos planos de coleta domiciliar dos resíduos orgânicos.

Ou o seu processo de compostagem está muito lento, em média, são 90 dias para que você consiga um bom húmus, mas a falta de umidade ou o excesso dela podem atrasar bastante o processo.

Caso o seu húmus mais antigo já esteja com o aspecto de terra, sem cheiro e você não consiga mais identificar os resíduos, é um sinal que ele já está estabilizado e você pode deixar que ele termine de se decompor no seu jardim, assim você consegue esvaziar mais uma caixa e voltar a alimentá-la.

6. Estou sem matéria seca! O que fazer?

Ter um bom estoque de matéria seca é essencial para não ter imprevistos, mas as vezes acontece e na emergência você pode alimentar suas minhocas papel picado (papel de pão, jornal preto e branco ou papelão sem tinta!) ou você consegue comprar a serragem pelo nosso site, que a gente te entrega em no máximo 3 dias úteis!

7. As minhocas estão querendo fugir?

Em 90% dos casos é o calor que faz com que elas tentem fugir pelas paredes do minhocário, as minhocas californianas sobrevivem em temperaturas entre 12ºC e 24ºC e o nosso clima tropical não ajuda muito nesse caso, por isso o ideal é colocar o seu minhocário no local mais fresco e arejado da casa. Agora em casos extremos de calor, a melhor dica é congelar uma garrafa de água e enterrá-la no seu minhocário, tem um efeito de ar condicionado para elas!

Em outros casos o calor não vem de fora e sim do próprio minhocário, quando os resíduos entram em decomposição ocorre a liberação de calor e normalmente as minhocas vão para um local mais fresco do minhocário, mas quando o minhocário recebe uma quantidade muito grande de resíduos, ele todo fica quente e elas tendem a querer fugir, por isso é importante alimentá-las em pequenas quantidades e com maior frequência, alternando o local onde você colocou os resíduos. Assim seu minhocário ficará sempre com locais mais quentes e outros mais frescos.

Fonte: Blog Ciclo Orgânico

Como plantar espinafre

O espinafre é fácil de cultivar. Pode ser cultivado durante todo o ano, mas há épocas que são melhores que outras e pode ser comido numa grande variedade de prato, tanto crus como cozidos. Atualmente é uma das verduras mais congeladas, uma vez que mantém as suas características intactas.

Os espinafres são ricos em ferro, vitaminas A, B1, B2, B5, C, D, E, K, cálcio, fósforo, potássio, magnésio, ferro, sódio, enxofre, cloro e silício.

Porém, também são ricos em ácido oxálico, razão pela qual não se aconselha seu consumo cru, especialmente para aquelas pessoas que têm problemas de cálculos renais ou de vesícula, assim como não se aconselha o uso da sua água de cozimento para fazer sopas. Todo espinafre, assim como toda planta rica em ácido oxálico (como as acelgas, as taiobas e outras mais) devem ser cozidas bem, sua água deve ser descartada, não devem ser consumidas requentadas (se sobrou, coma frio) e não devem ser consumidas cruas, apesar de serem bastante saborosas.

O ácido oxálico dificulta a absorção do ferro, maior riqueza dos espinafres, pelo que vale temperá-lo com limão ou vinagre, ácidos, para aumentar a disponibilidade deste mineral. Pela sua riqueza em ferro, espinafres são usados nas medicinas populares para tratar pessoas com anemia e desnutrição. Mas, seu excesso em ferro não o faz uma hortaliça adequada para aquelas pessoas que sofrem de hipertensão arterial assim como, já o dissemos acima, seu conteúdo em ácido oxálico o faz inadequado para as pessoas que sofrem dos rins ou vesícula.

Como cultiva-lo em sua horta

1. A hortaliça é fácil de plantar, pois não exige muito espaço. Uma opção para locais com pequena área disponível é o uso de caixas com altura de 20 a 25 centímetros ou você pode plantar em vasos ou jardineiras.

2. O espinafre é rústico e tem resistência a muitas pragas e doenças. Contudo, fungos e insetos são seus maiores inimigos. Eles comem as folhas ou sugam a planta. Deixar a horta sempre limpa ajuda a evitar a presença dos invasores.

3. O espinafre tem seu pleno desenvolvimento em regiões com temperatura entre 13°C a 20°C. Quando em temperaturas elevadas é comum seu florescimento precoce.

4. Ao escolher o local para plantio, opte por lugares com a incidência de luz solar direta ou naqueles que contenham sombra parcial durante o dia.

5. Em regiões de clima quente, é necessário que o espinafre seja plantado em locais nos quais, durante as horas mais quentes do dia, ele fique sob sombra.

6. Certifique-se que o solo tenha boa drenagem. E não esqueça de usar o seu composto orgânico do Ciclo!

7. Por não gostar de encharcamentos, procure irrigar o solo de forma que fique sempre e apenas úmido.

8. Quando plantado em horta, respeite o espaçamento entre as mudas. se desejar, você também poderá propagá-lo em vasos.

9. Adube, uma vez por mês, para que as plantas se desenvolvam bem.

10. A colheita das folhas poderá ser feita de 40 a 120 dias após o plantio. Certifique-se de que a planta tenha pelo menos 6 folhas antes de iniciar a retirada.

Fonte: Blog Ciclo Orgânico

A dieta das minhocas de minhocário: uma jornada pelo cardápio ideal

As minhocas de minhocário, cientificamente conhecidas como Eisenia fetida ou minhocas vermelhas, são verdadeiras recicladoras naturais. Quando se trata de alimentação, essas pequenas criaturas têm um apetite voraz por resíduos orgânicos, transformando restos de comida em composto valioso para o solo. Vamos explorar em detalhes o cardápio ideal para as minhocas de minhocário e como suas preferências alimentares contribuem para a compostagem eficiente.

O que as minhocas de minhocário comem

  • Cascas de frutas e vegetais: As minhocas adoram cascas de frutas como maçãs, bananas e melancias, além de cascas de vegetais como cenouras, abobrinhas e pepinos. Esses resíduos são ricos em nutrientes e são facilmente quebrados pelas minhocas.
  • Borras de café e saquinhos de chá: Borras de café e saquinhos de chá usados são uma adição bem-vinda à dieta das minhocas. Eles fornecem nitrogênio e outros nutrientes essenciais.
  • Restos de alimentos cítricos em pouca quantidade: Cascas de cítricos, como limão, cebola e laranja, podem ser oferecidos às minhocas. Evite colocar em grande quantidade.
  • Casca de ovo: Casca de ovo triturada é uma ótima fonte de cálcio para as minhocas, ajudando a regular o pH do sistema.
  • Papel e papelão: Papel não colorido e papelão podem ser adicionados à dieta das minhocas. Certifique-se de rasgá-los em pedaços pequenos para facilitar a decomposição.

O que evitar

  • Carne, laticínios e alimentos processados: Minhocas não digerem bem produtos de origem animal, como carne e laticínios, além de alimentos altamente processados.
  • Alimentos oleosos ou gordurosos: Evite alimentos muito gordurosos, pois eles podem causar problemas de decomposição e atrair pragas.
  • Alimentos condimentados: Alimentos muito condimentados podem ser desagradáveis para as minhocas e afetar a qualidade do composto.

Dicas para uma Dieta Balanceada

Uma dieta balanceada é fundamental para o bem-estar das minhocas e para a eficiência do sistema de compostagem. Aqui estão algumas dicas:

  • Variedade: Ofereça uma variedade de resíduos orgânicos para garantir que as minhocas obtenham uma ampla gama de nutrientes.
  • Tamanho das partículas: Triture ou pique os resíduos em pedaços pequenos. Quanto menor o tamanho, mais fácil será para as minhocas processá-los.
  • Moderação: Alimente as minhocas de acordo com a taxa em que elas conseguem processar o material. Evite superalimentar, o que pode levar ao acúmulo de resíduos não processados.

As minhocas de minhocário têm um apetite saudável por uma variedade de resíduos orgânicos. Oferecer a elas uma dieta balanceada não apenas mantém suas minhocas felizes e saudáveis, mas também resulta em um composto rico em nutrientes para suas plantas e jardins. Ao compreender suas preferências alimentares e ajustar a alimentação conforme necessário, você estará otimizando a compostagem em seu minhocário doméstico.

Fonte: Blog Ciclo Orgânico

Como cultivar agrião em casa

O agrião da terra é uma planta cientificamente chamada de Barbarea verna que faz parte das espécies da família das Brassicaceae. Uma planta de origem do continente asiático e europeu, mas que pode ser cultivada em qualquer lugar do mundo, desde que apresentando as condições ideais para isso. Popularmente o agrião da terra recebe outros nomes como, por exemplo, agrião de horta, agrião dos jardins, erva dos carpinteiros, agrião de santa bárbara, agrião rinchão, erva de santa bárbara, erva de são julião, entre outros. Esses nomes vão variar de acordo com o local que o agrião da terra for cultivado.

Quando floresce, esta planta atinge de 30 a 90 cm de altura, mas durante seu período útil de cultivo geralmente não ultrapassa os 15 cm de altura. Suas folhas têm um agradável sabor e podem ser consumidas cruas em saladas e sanduíches, ou podem ser utilizadas em sopas e outras receitas culinárias.

O cultivo do agrião da terra deve ser feito preferencialmente em solo fértil, rico em matéria orgânica, com irrigação regular e sempre sob o sol pleno. É muito importante, na hora do plantio, aumentar bem a quantidade de substrato que vai a terra para facilitar bem a germinação e o crescimento da planta. Se você quiser, pode plantar o seu agrião da terra, diretamente no solo, em canteiros ou sementeiras que ele se desenvolve bem. No caso da sementeira, é bom cultivar apenas se você fizer um transplante posteriormente. Em climas mais quentes, cultive em sombra parcial com uma boa luminosidade.

A germinação do agrião da terra é irregular, as sementes podem germinar em menos de uma semana, mas também podem permanecer dormentes por um longo período de tempo.

O espaçamento entre as sementes podem ser de 10 a 20 cm entre as plantas. O agrião-da-terra também pode ser facilmente cultivado em vasos e jardineiras. Há a possibilidade de cultivo para produção de brotos também.

O tempo de colheita é de a partir de 60 dias se for cultivada no verão e a partir de 80 dias se for cultivada no inverno.

O uso das sementes desta planta tem propriedade benéficas no tratamento do reumatismo e da artrite por conter ácidos graxos insaturados mantendo as articulações lubrificadas.

Também tem efeitos benéficos no funcionamento do fígado, na regulação do ácido úrico, tuberculose, raquitismo, pedras no rins, cistites e diminui o efeito tóxico do consumo do tabaco. É ainda indicado como digestivo e diurético.

O suco fervido da planta com leite elimina o catarro e para combater a bronquite é só misturar com mel.

E podemos usar as folhas de agrião de modo geral quando é broto em saladas, sopas, sanduíches, refogados e purés. É rico em vitamina A, vitaminas do complexo B , Vitamina C , fósforo, ferro, iodo e enxofre.

Fonte: Blog Ciclo Orgânico

Conheça a Fazenda Anauá, vencedora do 7° Prêmio Fazenda Sustentável

Em julho de 2023, ocorreu a 7ª edição do Prêmio Fazenda Sustentável, promovido pela Globo Rural, que reconheceu o compromisso com as boas práticas agropecuárias. O evento de premiação teve lugar em São Paulo e contou com a presença de 150 convidados, incluindo produtores rurais, líderes do setor agropecuário e representantes de diversas cadeias produtivas.

Na categoria ‘Pequenas propriedades’, a Fazenda Anauá, localizada em Caravelas (BA), foi agraciada como a mais sustentável do Brasil. Hudson Freire Laviola Filho, sócio-proprietário da fazenda, demonstrou sua satisfação com o reconhecimento: “Estou muito feliz de estar aqui. São grandes projetos, não só porque o Brasil precisa, mas o mundo. Temos a maior riqueza do planeta. O que a gente precisa é incentivo para continuar”, destacou ele, acrescentando que o prêmio serve como estímulo para futuros projetos.

Nesta edição, o Prêmio Fazenda Sustentável avaliou 44 propriedades rurais de diferentes regiões do Brasil em suas atividades ambientais, sociais e econômicas. O evento contou com o apoio da Fundação ECO+ e Rabobank, e patrocínio da Cargill.

Aprender manejo correto faz família triplicar produção de hortaliças

Valdomiro Monteiro Macedo viu sua produção de hortaliças mudar quando a Assistência Técnica e Gerencial (ATeG) do Senar chegou à sua propriedade em Macapá (AP). O produtor e a esposa Vânia Lúcia começaram a produzir e a comercializar hortaliças na área rural da capital amapaense, mas as coisas não iam muito bem.

“A vida do produtor não é nada fácil, o serviço é de domingo a domingo, para onde olhar tem. No começo foi muito difícil”, conta Valdomiro Macedo.

De acordo com o técnico de campo que atende o casal, Emerson Leitão Bessa, o principal erro da produção era o excesso de adubação. “O produtor usava uma quantidade muito grande de adubo, além do ataque muito grande de pragas. Foi daí que fizemos alguns cálculos para ele melhorar a eficiência do solo”, disse.

Além da correção de solo, o técnico orientou o produtor a criar galinha caipira para usar o esterco para compostagem e, com isso, ter uma produção mais natural e um produto com mais qualidade.

“Também trabalhamos a parte de comercialização e a diversificação da produção com o plantio de algumas espécies de frutas”, completa Bessa.

Mudanças feitas, a produção triplicou e além das feiras e comércios da região, o casal passou a vender para restaurantes, escolas, cozinha industrial e a fazer entregas em domicílio três vezes por semana.

“Temos esse diferencial que é o direto do produtor até o consumidor final. Isso é muito bom, tem preço e qualidade”, avalia Waldomiro Macedo.

Agora, com o resultado das vendas, os produtores estão construindo uma casa maior para a família e também compraram um lote para ampliar a produção de hortaliças, passando de um para três hectares, além de gerar empregos na região, com a contratação de funcionários para conseguir atender a demanda.

Fonte: Portal Sou Agro

Agroecologia será tema de projeto para programa de extensão em universidades do Paraná

O Governo do Estado do Paraná publicou a lista com cem propostas de extensão universitária classificadas no programa Universidade Sem Fronteira (USF) 2023/2024. São 84 projetos das sete universidades estaduais e 16 de outras instituições públicas e privadas. Nesta edição, serão aplicados R$ 10,2 milhões em ações das áreas de saúde, educação, agroecologia, inclusão social, inovação e diversidade cultural. Ao todo, foram avaliadas 180 propostas. Os recursos são oriundos do Fundo Paraná de fomento científico e tecnológico, dotação administrada pela Secretaria da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Seti). O montante será destinado, integralmente, ao custeio de bolsas de estudos para professores, estudantes de graduação, alunos de iniciação à pesquisa e extensão e profissionais recém-formados.

O USF é reconhecido como política pública de Estado, amparado pela Lei nº 16.643/2010, com foco na disseminação de conhecimento por meio de projetos de extensão que priorizam o desenvolvimento de comunidades em situação de vulnerabilidade social. As ações são executadas, predominantemente, em cidades com baixo Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) e em periferias de grandes centros urbanos. As propostas classificadas em 2023 devem beneficiar 166 municípios de todas as regiões do Paraná. Segundo o coordenador do Fundo Paraná, Luiz Cézar Kawano, as atividades de extensão, associadas à pesquisa e ao ensino, fortalecem a função social das instituições de ensino superior. “A mudança social é uma premissa da extensão universitária, de forma que o governo tem buscado promover, cada vez mais, a produção científica e tecnológica voltada para a melhoria da qualidade de vida da população paranaense, fazendo cumprir a função social e aproximando as universidades das comunidades nos entornos dos câmpus”, afirma. Os proponentes terão até 12 de junho para realizar eventuais ajustes nos projetos classificados e respectivos planos de trabalho. Os termos jurídicos firmados entre a Seti e as instituições contempladas terão vigência de 16 meses, com previsão de um ano para a execução das atividades de extensão.

Nesta edição do USF, as universidades estaduais de Londrina (UEL) e Maringá (UEM) tiveram 13 projetos classificados cada. As universidades estaduais do Oeste do Paraná (Unioeste), do Centro-Oeste (Unicentro), do Norte do Paraná (UENP) e do Paraná (Unespar) contam com 12 propostas selecionadas (cada). A Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) teve 10 ações classificadas para receber o apoio do programa. Entre as demais instituições, a Universidade Federal do Paraná (UFPR) teve cinco propostas classificadas. O Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR-PR) e a Universidade Federal da Integração Latino-Americana (Unila) somam três projetos selecionados cada. A Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), o Instituto Federal do Paraná (IFPR) e o Instituto Integrado de Ciência e Tecnologia (IN2) tiveram um projeto habilitado para o apoio do USF. Já o Instituto Cesumar de Ciência, Tecnologia e Inovação (Iceti) conta com duas propostas classificadas.

Em 2022, foi lançada a Política de Extensão Universitária para as instituições estaduais de ensino superior do Paraná, com foco na transformação social e no desenvolvimento regional sustentável. A normativa orienta as diferentes ações extensionistas e possibilita a atuação estratégica e multidisciplinar das sete universidades estaduais, inseridas nos cenários regional, nacional e internacional.

Fonte: Portal Sou Agro

Manejo de pragas e doenças em hortas

O ataque de pragas e doenças é um dos maiores problemas enfrentados por pequenos ou grandes produtores de hortaliças. Algumas plantas podem ser atacadas por dezenas ou até uma centena de doenças. Da mesma forma, algumas pragas podem atacar dezenas ou até centenas de espécies de plantas.

O uso de agrotóxicos para combater doenças e pragas nem sempre é a melhor opção, principalmente em pequenas áreas. Afinal, além de custarem caro, a aplicação errada desses produtos pode representar riscos de contaminação ao aplicador, aos alimentos e ao ambiente.

As doenças podem ser causadas por fungos, bactérias, vírus e nematóides. Essas criaturinhas são chamadas pelos cientistas de patógenos e só podem ser vistas com o uso de microscópio. Mas os estragos que elas causam nas raízes, no caule, nas folhas e nos frutos das plantas são bem conhecidos pelo produtor. Mas não são apenas esses patógenos que causam as doenças. A falta ou o excesso de luz, de água e de adubação também podem prejudicar a saúde das hortaliças.

Muitas vezes, os sintomas das doenças são parecidos e o produtor tem dificuldade para saber o que está afetando sua plantação. Sem o diagnóstico correto, o agricultor não saberá quais as medidas necessárias para enfrentar o problema. Por isso, ele deve buscar informações em livros e na assistência técnica de sua região.

No caso das pragas, é preciso dividi-las em dois tipos: aquelas que transmitem doenças para as plantas, como a mosca-branca, tripes e pulgão, e aquelas que danificam e impedem o crescimento das hortaliças, como a vaquinha, as lagartas e as formigas. Mas nem todo inseto é praga.

Há também aqueles que são amigos do produtor, pois comem as ovas e os insetos que fazem mal à planta. Em áreas pequenas, o produtor pode controlar pragas como a vaquinha com a catação manual. Para isso, ele deve colocar os insetos em um recipiente e depois fechar. No caso de outras pragas que deixam ovas nas folhas, como o pulgão, o agricultor pode fazer o esmagamento com o dedo.

O produtor deve, primeiro, escolher bem o local da horta. O produtor deve colocar a horta em local que tenha bastante luz e evitar áreas encharcáveis. Outro cuidado diz respeito à irrigação: o produtor deve evitar o excesso de irrigação que é um dos principais facilitadores dos ataques de várias doenças e pragas.

As mudas merecem um cuidado especial. Mais frágeis, elas são mais suscetíveis ao ataque de pragas que as plantas adultas. Além disso, uma muda contaminada pode levar doenças ao campo quando transplantada. Por isso, as mudas devem ser produzidas em ambiente controlado, que pode ser sofisticado, como uma casa de vegetação, ou bem simples, como uma gaiola montada com pedaços de madeira e uma tela apropriada para conter insetos, que pode ser comprada em casas agropecuárias.

Fonte: Portal Sou Agro

Adubo orgânico aumenta produtividade de banana e pode auxiliar no combate a pragas

Um adubo orgânico aumenta a produtividade de banana e pode auxiliar na supressão de pragas e doenças. Composto produzido a partir de lodo de esgoto também é sustentável, tem excelente custo-benefício e capacidade para substituir em até 50% o uso dos minerais. Produtores da fruta poderão conhecer o insumo na Feibanana 2023.

Os adubos orgânicos fabricados a partir do reaproveitamento de resíduos têm despertado cada vez mais o interesse do setor agrícola devido ao seu desempenho, em consorcio aos minerais, em diversas culturas. No caso da banana, esses fertilizantes promovem a padronização dos cachos, melhoram a produtividade e auxiliam na supressão de doenças. Dentre os exemplos desse tipo de insumo, a linha Tera Nutrição Vegetal tem como diferencial sua produção a partir da compostagem, principalmente do lodo obtido no tratamento dos esgotos e de outros resíduos orgânicos.

Os agricultores da maior região produtora de banana do Brasil terão a oportunidade de conhecer um pouco desses benefícios na 11ª Feira Nacional da Bananicultura (Feibanana 2023), promovida pela Abavar (Associação dos Bananicultores do Vale do Ribeira). Mostra será realizada no Centro de Eventos de Pariquera-Açu, de 9 a 11 de maio, e contará com a participação da Tera. No local, técnicos da empresa apresentarão os fertilizantes, responderão as dúvidas e entregarão brindes e amostras do adubo aos produtores.

“Nosso objetivo no evento será mostrar os ganhos que os fertilizantes orgânicos Tera Nutrição Vegetal agregam ao cultivo da banana, propiciando bons resultados. Eles suprem parte significativa da demanda de nutrientes das culturas nas quais são empregados. Vale lembrar que esses adubos contribuem muito para a melhoria das características químicas, físicas e biológicas dos solos, aumentando a eficiência e aproveitamento dos fertilizantes minerais, podendo reduzir seu consumo em até 50%, dependendo do manejo”, salienta Fernando Carvalho Oliveira, engenheiro agrônomo e responsável técnico pelos produtos.

Os fertilizantes da Tera são ambientalmente sustentáveis, pois têm origem na reciclagem de resíduos orgânicos urbanos, industriais e agroindustriais. O seu grande atributo está no conteúdo de matéria orgânica, substâncias húmicas, microrganismos, macro e micronutrientes.

Desempenho do adubo orgânico na bananicultura

A cultura da banana requer tecnologias, processos variados e manejos específicos para que se tenha qualidade na produção, especialmente quando se trata da preparação e adubação do solo.

Segundo Fernando Carvalho, a bananeira desenvolve-se melhor em solos arenoargilosos, com boa drenagem e supridos com matéria orgânica. Nesse sentido, os adubos orgânicos da Tera Nutrição Vegetal são verdadeiros aliados, visto que proporcionam os seguintes benefícios: fornecem todos os macro e micronutrientes às plantas; ampliam a capacidade do solo em reter nutrientes, evitando perdas e gerando economia na manutenção da área aplicada; são ótimos condicionadores físico e biológico do solo, retendo umidade; ricos em matéria orgânica e substâncias húmicas, estimulando o crescimento das plantas e o surgimento de novas radicelas (performance radicular); promovem supressão a diversos microrganismos fitopatogênicos; e têm efeito residual, mantendo a função biológica prolongada da aplicação.

“Como resultados, os nossos fertilizantes orgânicos proporcionam aumento da produtividade e maior eficiência da adubação mineral. São indicados para manutenção e reposição da matéria orgânica em solos, além de potencializar a formação de radicelas”, ressalta o engenheiro agrônomo da Tera.

Produtores de banana que utilizam o insumo atestam os ganhos agronômicos. Trabalhando com bananicultura há mais de 25 anos, o engenheiro agrônomo e produtor Edson Akira Hazome Hayashi, da cidade de Registro, interior de São Paulo, utiliza os adubos orgânicos da Tera em sua propriedade. “Os resultados foram muito positivos para a cultura. O composto melhorou a estrutura do solo, tornou as adubações mais eficientes e trouxe maior uniformidade no tamanho dos cachos” explica.

O agricultor considera o uso do composto na agricultura muito importante, pois, além de ajudar no desenvolvimento das plantas, contribui para a sustentabilidade, já que, para sua fabricação, são reaproveitados os resíduos orgânicos das indústrias e cidades. Assim, materiais que geralmente iriam para aterros sanitários voltam ao campo, fechando o ciclo produtivo.

Edson Hiroshi Ohia, engenheiro agrônomo e bananicultor na cidade de Sete Barras-SP, também utiliza o adubo orgânico da Tera Nutrição Vegetal. Ele explica que já fazia compostagem na propriedade. Levava de seis meses a um ano para conseguir obter o produto e, mesmo assim, não tinha boa qualidade. “Fiquei impressionado quando vi que os fertilizantes Tera Nutrição Vegetal ficam prontos em 60 dias”.

Segundo ele, a banana-da-terra, uma das variedades cultivadas em sua propriedade, comumente é muito atacada pela broca-do-rizoma, inseto cujo nome científico é Cosmopolites sordidus, sendo necessária a aplicação de defensivos. Depois que iniciou a fertilização da lavoura com o fertilizante da Tera, não precisou mais utilizar inseticida e as mudas que vieram posteriormente conseguiram sobrepor-se à praga, barrando sua interferência na produção.

Além de utilizar o adubo orgânico em sua produção de bananas, o produtor testou o desempenho do composto em plantas ornamentais e na olerícola “Nirá”, pertencente à família da cebola e alho. Nesta última, que normalmente é muito atacada por ferrugem, houve excelentes resultados, eliminando completamente a incidência da doença nas plantas.

Fonte: Portal Sou Agro

Mentoria: Manual da Agrofloresta

Cultive seu alimento de forma eficiente, saudável e abundante

Domine o método capaz de criar florestas produtivas, hortas, frutas, ervas medicinais ou até madeiras nobres. Independente se você tem apenas a varanda de um apartamento, um quintal ou um terreno em larga escala, com este Manual você pode cultivar Sistemas de Abundância.

O Manual da Agrofloresta é um guia prático para o plantio de florestas produtivas.

Mais informações em:
https://manualdaagrofloresta.com.br/

Agricultura regenerativa – Comunidade Luz Figueira

O ‘Setor Plantios’ da Comunidade Luz Figueira desenvolve uma agricultura regenerativa baseada nos princípios ecológicos que respeitam os ciclos da natureza.

Desta forma, trabalha-se a favor da natureza e com ela, buscando nessa interação a regeneração do solo e a criação de condições para que o plantio se dê de forma equilibrada e por consequência, a colheita seja abundante e supra a necessidade de abastecimento alimentar da Comunidade-Luz.

Fonte: Canal Fraternidade – Federação Humanitária (FFHI) / YouTube

 

Instituto Escolhas

O Instituto Escolhas é uma associação civil sem fins econômicos, fundada em agosto de 2015, para qualificar o debate sobre sustentabilidade por meio da tradução numérica dos impactos econômicos, sociais e ambientais das decisões públicas e privadas.

Seu objetivo é produzir estudos, análises e relatórios que amparem novas leituras e argumentos capazes de superar a polarização ideológica das escolhas conflituosas do planejamento, permitindo a construção de soluções para viabilizar o desenvolvimento sustentável.

Saiba mais em: escolhas.org

Instagram: @institutoescolhas

Rede Xique Xique de Comercialização Solidária

Xique Xique é uma rede de comercialização solidária em Mossoró (RN) que tem como missão produzir, comercializar e fomentar a articulação em rede na perspectiva da agroecologia e da economia solidária.

O projeto é fruto de um amplo processo de construção coletiva, com a contribuição de um conjunto de organizações da sociedade civil que atuando em diferentes áreas, luta pela autonomia e melhoria da qualidade de vida dos trabalhadores e das trabalhadoras do campo e da cidade.

Saiba mais em:
redexiquexique.resf.com.br

Instagram: @redexiquexique

Projeto Prato Verde Sustentável

Criado em 2013 pelo educador ambiental Wagner Ramalho, o Prato Verde Sustentável nasceu da experiência adquirida no projeto “Cre-Ser: germinando cidadania”, do conhecimento teórico adquirido no curso em Gestão Ambiental da Faculdade Metropolitana Unidas (FMU) e da necessidade de conciliar a teoria aprendida em sala de aula com atividades práticas que pudessem contribuir para efetiva transformação nas periferias da cidade de São Paulo e na melhoria da qualidade de vida da população.

Hoje a organização de impacto socioambiental atua com a manutenção de uma plantação agroecológica em uma área antes subutilizada, proporcionando alimentos orgânicos, treinamentos e vivências ecológicas.

Saiba mais em:
pratoverdesustentavel.com.br

Instagram:
@pratoverdesustentavel

Documentário Antes do prato

Você conhece o rosto de quem produz seu alimento?

O documentário ‘Antes do Prato’, produzido pelo Greenpeace, conta a história de quatro experiências em agroecologia, a partir das vivências de quem protagoniza a produção e o acesso a alimentos saudáveis enquanto preserva a natureza. Foram percorridas três regiões do Brasil para registrar os conhecimentos, práticas e modos de vida de indivíduos e comunidades envolvidos com um modelo de produção socialmente justo, livre de agrotóxicos e baseado nas relações de cuidado e respeito.

O filme revela uma intensa e potente mobilização social para combater a fome e promover a saúde da população brasileira. As histórias retratam como a agricultura familiar de base agroecológica vem criando pontes entre a cidade e o campo para propor uma revolução em rede, conectada, solidária. Uma revolução que já está em andamento.

Saiba mais em:
https://antesdoprato.org.br/

Saiba o passo a passo de como produzir húmus de minhoca

O húmus de minhoca é um adubo natural muito recomendado para a agricultura, especialmente para a produção orgânica. A formação de húmus na floreta acontece de forma natural com a decomposição de folhas e galhos. A minhoca também produz húmus, um substrato muito parecido com terra e rico em nitrogênio, fósforo, potássio, magnésio e outros elementos importantes parta nutrição das plantas.

O Técnica Rural especial Família Nação Agro traz o passo a passo para produção do húmus, com recomendações técnicas para a construção de um minhocário até a aplicação do húmus na lavoura.

Veja a matéria completa em:
https://www.nacaoagro.com.br/noticias/conheca-o-passo-a-passo-de-como-produzir-humus-de-minhoca/

Videoaula – Sistemas Agroflorestais (SAFs) – Módulo 1

O primeiro video da série de quatro módulos sobre SAFs – Sistemas Agroflorestais.

Neste, você vai conhecer o que são SAFs, porque esse sistema é tão importante para a proteção ambiental e segurança alimentar, e como é possível desenvolver na sua propriedade.

O video é destinado a quem é pequeno produtor rural e quer desenvolver o SAF em seu espaço.

Fonte: Canal do Ipê / YouTube

Como medir o Brix de nossos cultivos, um indicador da saúde e vitalidade de nossas plantas

O que é Brix?

Por volta de 1800 o Professor Adolf F. W. Brix foi o primeiro a medir a densidade do suco das plantas. No século passado esse termo foi popularizado pelo norte americano, Carey Reams. Brix é a porcentagem de sólidos presentes no suco das plantas, como açúcares (sacarose, frutose, glicose etc), vitaminas, minerais, aminoácidos, proteínas, hormônios e outro sólidos.

Que parte da planta é usada para fazer uma leitura de Brix?

Qualquer parte que você come, desde que esteja madura. Se não estiver madura, pegue as folhas maduras mais recentes que receberam luz solar plena por pelo menos duas horas. Idealmente, as medições devem ser feitas na mesma hora do dia ao longo da estação de crescimento para as comparações serem válidas. Um dos nutrientes mais importantes que aumenta com leituras de brix alto é o cálcio. De acordo com o Dr. Reams, os níveis de cálcio na produção aumentam e diminuem proporcionalmente aos níveis brix. Além do aumento dos níveis de cálcio, os alimentos com alto brix também fornecem mais minerais como cobre, ferro e manganês, por exemplo.

Para mais detalhes sobre brix veja o site: https://highbrixgardens.com/

Fonte: CEPEAS / YouTube

Solo, território e soberania alimentar – Aula magna com Sebastião Pinheiro

O Professor Sebastião Pinheiro possui uma carreira acadêmica extensa e há décadas ligada a atividades junto às populações desprivilegiadas e movimentos sociais. Estudou em Jaboticabal (SP), graduou-se na Argentina e fez pesquisas na Alemanha, em Toxicologia e Poluição Alimentar e Meio Ambiente. Foi professor na Universidade Federal do Rio Grande do SUL (UFRGS), junto ao Núcleo de Economia Alternativa da Faculdade de Ciências Econômicas. É autor e coautor de diversos livros como “Ladrões da Natureza” e “Saúde do solo versus agronegócios”. Tem participação no desenvolvimento de políticas públicas e discussões sobre agricultura em nível nacional e internacional.

Sebastião Pinheiro é reconhecido mundialmente pela sua empatia, dedicação e ativismo em prol de uma vida mais digna para os campesinos e a agricultura familiar. Especializado em Toxicologia, Poluição Alimentar e Meio Ambiente, Sebastião é incansável na missão de educar, articular, fortalecer e instrumentalizar as produtoras rurais, comunidades tradicionais e indígenas na construção da soberania alimentar. Mais recentemente Sebastião comemorou sua jornada de vida com o livro “Agroecologia 7.0”, que traz conteúdos atualizados sobre farinhas de rochas, biofertilizantes, biochar e agrohomeopatia, abordando também as relações necessárias para a promoção da saúde do solo e a importância dos seres ultrassociais para a construção da agricultura. O saber camponês e a espiritualidade também são tratados ao longo das 663 páginas do livro.

Fonte: Eurico Vianna / Canal no YouTube

 

Manejo agroecológico de bananeiras

A bananeira é uma das espécies mais cultivadas no mundo, por conta principalmente do apreço pelos seus frutos e pela razoável facilidade de manejo.

Além de seus frutos, a bananeira pode ser praticamente aproveitada como um todo: há usos para suas folhas (produção de fibra), pseudo-caule (extração do “palmito”), “coração” e suas flores, além dos múltiplos usos de seus frutos (banana chips, biomassa de banana verde, vagem da casca – como alimentos).

O manejo básico do bananal consiste na manutenção de cultivo pouco agregado, retirada de folhas secas, amareladas ou com sinais de doenças, produção de matéria orgânica sobre o solo a partir da capina frequente, e adubação orgânica.

Esta produção audiovisual é atividade integrante do Subprojeto Conexão Bananal (Projeto Conexão Mata Atlântica), executado pela PLURAL Cooperativa de Consultoria, Pesquisa e Serviços (www.pluralcooperativa.com.br).

Filmado em janeiro de 2022.
Direção & Fotografia: Beto Campos
Edição: Adriana Borges
Roteiro: Suzana Vaz
Agradecimentos: Fazenda dos Coqueiros

Fonte: Plural Cooperativa / Canal no YouTube

Os segredos para cultivar um berço agroflorestal produtivo

Neste video, Gabriel Jacob mostra todos os processos de como se faz um berço agroflorestal.

Esse sistema, rápido e prático, reúne todos os princípios da agrofloresta em uma forma de cultivo compacto, em um espaço de apenas 1 metro quadrado, otimizando a preparação, o cultivo e a manutenção dessa mini-agrofloresta. Excelente para espaços pequenos.

Fonte: Essência Agrofloresta / Canal do Youtube

Siga Essência Agrofloresta no Instagram: @essenciaagrofloresta

Série Geração Agrofloresta – 3: O mapa

Episódio 3 da série produzida por Antônio Gomides.

Você precisa compreender uma coisa: tudo na agrofloresta é sobre compreender o tempo certo das coisas.

Não importa se você está só começando ou já é um agroflorestor(a) experiente.

Não importa se você quer plantar para consumo próprio ou para comercialização.

Se você quer colher abundância nesse mundo, a sua prioridade tem que ser aprender o tempo certo das coisas. E, no mundo da agrofloresta, só prospera quem tem um norte.

Então, se você quer ter o resultado que deseja, você precisa dominar essa arte ao ponto de conseguir construir um plano.

E é exatamente isso que eu vou te ensinar a fazer daqui a pouco enquanto eu te mostro o mapa da abundância.

Não quer perder este episódio que com certeza vai virar uma chave?

Fonte: Canal Antônio Gomides – Agrofloresta (YouTube)

Siga no Instagram: @antonio_floresta

Participe também do grupo de Whatsapp.

Série Geração Agrofloresta – 2: O Manejo

Episódio 2 da série produzida por Antônio Gomides.

No segundo episódio da Série Geração Agrofloresta, eu vou simplificar ao máximo o processo do Manejo. Meu objetivo hoje é fazer com que você saia da aula dominando sabendo exatamente quando manejar e o passo a passo de como fazer a leitura da sua área pra um manejo eficiente.

Fonte: Canal Antônio Gomides – Agrofloresta (YouTube)

Siga no Instagram: @antonio_floresta

Participe também do grupo de Whatsapp.

Quando podar? Como a poda influencia na frutificação

Todas as árvores frutíferas que fazem parte de nossa alimentação evoluíram em florestas, seja o café que veio da África, o cacau, nativo da Amazônia, a manga e citrus da Ásia etc.

As árvores quando foram trazidas para o convívio com o ser humano, não estavam sozinhas em seus lugares de origem, viviam e coevoluíram com florestas, com dezenas, centenas de outras espécies, em consórcios naturais.

Cultivar nossa frutíferas resgatando esse ambiente, nos obriga a entender como acontece a frutificação nesses lugares. Ernst Götsch desvendou esses mecanismos e mostrou que a poda desempenha um papel crucial.

Se buscamos recriar nossas florestas e torná-las produtivas, temos que entender esses mecanismos.

Neste filme, Ernst Götsch explica qual o melhor momento da poda para a indução floral de nossas árvores frutíferas. Uma aula pra ficar pra história.

Parte 1

Parte 2

Fonte: CEPEAS (YouTube)

Agricultores transformam deserto em floresta no Semiárido brasileiro

Uma mancha esverdeada se destaca na paisagem ondulada dos arredores de Poções, pequeno município no Semiárido baiano.

Ali, a profusão de cactos, suculentas e árvores da Caatinga contrasta com a pastagem degradada e os solos nus do entorno.

O responsável pelo “oásis” é o engenheiro aposentado Nelson Araújo Filho, de 66 anos.

Sentado na sombra de um umbuzeiro, Araújo conta que por muitos anos aquela área, que pertence a seu pai, abrigou roças de milho e aipim. Depois, virou pasto para gado.

Mas os anos de uso intensivo esgotaram o solo e o deixaram em vias de virar deserto — fenômeno que atinge cerca de 13% das terras do Semiárido brasileiro, segundo o Laboratório de Análise e Processamento de Imagens de Satélites da Universidade Federal de Alagoas.

Araújo começou a reverter o processo há três anos com a implantação de um sistema agroflorestal em 1,8 hectare, área equivalente a dois campos de futebol.

O método, que tem sido adotado em várias regiões brasileiras e do mundo, se espelha no funcionamento dos ecossistemas originais de cada região.

Araújo é “aluno” do suíço Ernst Gotsch, que migrou para o Brasil nos anos 1980 e é um dos principais difusores dos sistemas agroflorestais no Brasil.

Ele transformou sua propriedade de 500 hectares em Piraí do Norte (BA), antes muito degradada, em um exemplo de recuperação, levando muitas pessoas e até empresas multinacionais a procurarem Gotsch para ajudá-las em seus plantios.

Neste vídeo, nosso repórter João Fellet foi encontrar ambos no semiárido para mostrar como, nas palavras de Gotsch, é possível introduzir florestas e “plantar água” em terras em processo de desertificação.

Reportagem em texto:
https://www.bbc.com/portuguese/brasil-59157682

Fonte: BBC News Brasil / YouTube

 

Curso de Meliponicultura (online)

Público

Pessoas que estão iniciando a atividade de criação de abelhas.

Objetivos de aprendizagem

  • Conhecer a biologia das abelhas sem ferrão
  • Conhecer e aprimorar as técnicas de manejo dessas abelhas
  • Possibilitar a pessoas interessadas na criação a iniciarem sua atividade, seja como forma de lazer ou como fonte de renda
  • Sanar dúvidas relacionadas à biologia e ao manejo dessas abelhas

Conteúdo e distribuição do curso

  • Módulo I: Quem são as abelhas sem ferrão?
  • Módulo II: Biologia geral das abelhas sem ferrão
  • Módulo III: Por que criar abelhas sem ferrão?
  • Módulo IV: Técnicas de manejo de abelhas sem ferrão.

Carga horária

12 horas

Período de realização

O participante terá 30 dias para conclusão do curso, a contar da data de sua inscrição.

Investimento

Gratuito

Mais Informações

Acesse o site do evento: https://www.embrapa.br/e-campo/meliponicultura

Ou envie um e-mail para: anibal.santos@embrapa.br

 

Fossa verde e círculo de bananeiras

Implantação de uma fossa verde ou tanque de evapotranspiração (TEVAP) para tratamento de águas negras, e círculo de bananeiras para tratamento de águas cinzas, exemplos de tecnologia social de saneamento rural.

O TEVAP consiste em um tanque (ou bacia) impermeabilizado onde o esgoto chega na parte baixa por dentro de uma fila de pneus coberta com entulho, depois brita, areia e terra. Na parte de cima do tanque devem ser plantadas espécies de folhas largas com a função de evapotranspiração, e consequente filtração final, da água do sistema.

Portanto, a água do esgoto passa por um processo de tratamento a partir da filtração física (entulho, pedra, areia) e biológica (bactérias anaeróbicas que naturalmente aparecem no sistema); e a matéria orgânica decomposta e os sais minerais liberados servem como adubo para as bananeiras e outras plantas.

As folhas e frutos produzidos nesse canteiro-fossa podem ser consumidos sem problemas. Não se recomenda a ingestão de raízes.

Á água que sair pelo dreno superior desse sistema deve entrar num sistema de tratamento de águas cinzas como, por exemplo, um círculo de bananeiras.

Obs: O TEVAP também é conhecido como fossa ecológica, fossa de bananeiras ou bacia de evapotranspiração (BET).

Atividade integrante do Subprojeto Conexão Bananal (Projeto Conexão Mata Atlântica), na ferramenta de PSA (Pagamento por Serviços Ambientais), executado pela PLURAL Cooperativa de Consultoria, Pesquisa e Serviços.

Fonte: Plural Cooperativa / YouTube

Confira os ganhadores da promoção “Ganhe um livro”

É com muita satisfação que o ECOAGRI divulga a lista dos 15 sorteados na promoção “Ganhe um livro”.

Cada um receberá de presente o ótimo livro “Agricultura Sintrópica segundo Ernst Götsch”.

  • Aline Ramos
  • Beatriz Horongoso
  • Cintia Souza
  • Gustavo César
  • Isabel Modercin
  • Joice Reis
  • Junia da Silva
  • Marco Pimentel
  • Marcos de Paula
  • Maria Cecília do Amaral
  • Nelson Madalena Junior
  • Rodrigo Libera
  • Rui da Silva
  • Samia
  • Walquimaria Ribeiro

Entraremos em contato com todos via e-mail e Whatsapp para que nos informem o endereço de entrega!

O ECOAGRI agradece imensamente a todos que participaram dessa campanha!

Meliponicultura: criação de abelhas nativas

Criação de espécies de abelhas nativas sem ferrão em caixas de madeira para a produção de mel, própolis, e a promoção de serviços ecossistêmicos.

As abelhas nativas têm um papel fundamental na polinização e, portanto, na conservação da mata atlântica. A polinização dessas abelhas também aumenta a produtividade de cultivos agrícolas como, por exemplo, o café.

Com o manejo correto da criação é possível aumentar e produzir novas colmeias de diversas espécies como a mandaçaia, uruçu, jataí, e mandaguari.

A meliponicultura é uma atividade sujeita à legislação de manejo de fauna silvestre, que define os procedimentos para obtenção de autorização para manejo, cadastramento de plantel, e autorização para instalação de ninhos-isca.

Para maiores informações sobre Cadastramento de Meliponários, acesse www.infraestruturameioambiente.sp.gov.br/cfb/2021/03/cadastramento-de-meliponarios/

Atividade integrante do Subprojeto Conexão Bananal (Projeto Conexão Mata Atlântica) na ferramenta de CVS (Cadeia de Valor Sustentável) executado pela PLURAL Cooperativa de Consultoria, Pesquisa e Serviços (www.pluralcooperativa.com.br)

Filmado em maio de 2021, no Sítio Figueira, Bananal, SP.
Direção & Fotografia: Beto Campos
Edição: Adriana Borges
Música: Suzana Vaz
Agradecimentos: Maria Antonia Lacerda & Suzana Vaz (trecho de duo barroco de flautas, compositor Telleman)

Fonte: Plural Cooperativa

Jardim Botânico Agroflorestal

Apresentamos aqui uma experiência de reflorestamento e agroecologia nos últimos 7 anos em Tarumã (Bananal, SP), transformando uma paisagem de pastagem em áreas de produção de alimentos.

Nessa primeira fase foram plantadas mais de 3 mil mudas de árvores, entre as quais, palmeiras e frutíferas nativas da Mata Atlântica, assim como muitas espécies pioneiras rústicas como ingá, guapuruvu, suinã, angico, ipês, aroeira, além de espécies ameaçadas de extinção.

O Jardim Tarumã tem os seguintes objetivos:

  1. Integração entre conservação e produção de alimentos
  2. Acervo botânico com matrizes de produção de sementes
  3. Resgate de espécies nativas, sobretudo palmeiras e frutíferas
  4. Criação de um espaço interativo de educação e trocas de conhecimento

Fonte / Mais informações em: Tarumã Agroecologia

 

Agricultura Sintrópica mecanizada em larga escala

Neste filme (produzido pelo CEPEAS) são apresentados os pré-protótipos criados por Ernst Götsch com o objetivo de complexificar os sistemas de produção convencionais, os quais sendo muito pobres em biodiversidade, apresentam uma baixa resiliência.

Segundo Ernst, quando criamos agroecossistemas complexos acima de 500 hectares, que imitam as florestas originais do lugar, podemos mudar o regime hidrológico da região atingida e o seu entorno, trazendo as chuvas de volta para esse lugar. E tão importante quanto as chuvas, é o retorno dos microrganismos, os quais alimentados pelos exsudatos das raízes de nossas árvores e das outras plantas introduzidas, trazem de volta o equilíbrio de uma biocenose saudável no nosso solo, criando alças de feedback de reforço positivo: mais microvida no solo, mais nutrientes para nossas plantas, maior crescimento vegetal, mais carbono no solo, mais alimento para a microvida, mais microvida no solo, etc.

Fonte: CEPEAS

 

Francisco Roberto Caporal

O ECOAGRI lamenta o falecimento do professor Francisco Roberto Caporal, um dos precursores e destacados pesquisadores dos estudos sobre a Agroecologia no Brasil.

Francisco Roberto Caporal

Ele era uma das maiores referências nos estudos da Extensão Rural. Caporal coordenava o Núcleo de Agroecologia e Campesinato da UFRPE e a Radioweb Agroecologia além de ser Professor Adjunto da Universidade Federal Rural de Pernambuco, junto ao Departamento de Educação, dando aulas na disciplina de Extensão Rural.

Nascido no Rio Grande do Sul, o docente se formou em Agronomia pela Universidade Federal de Santa Maria – RS e Doutor Engenheiro Agrônomo, pela Universidad de Córdoba – Espanha (1998) e Mestre em Extensão Rural, pela Universidade Federal de Santa Maria (1991).

Ocupou cargos como diretor técnico da EMATER-RS e diretor substituto do Departamento de Assistência Técnica e Extensão Rural e Coordenador Geral de Ater e Educação, ambos na Secretaria da Agricultura Familiar, do Ministério do Desenvolvimento Agrário.

Discurso de Francisco Roberto Caporal, na Abertura do VII Congresso Brasileiro de Agroecologia (Dez/2011)

Parte 01

Parte 02

Fonte: Cbagroecologia2011

Podcast “Fala, Professor!”, da Rádio Web Agroecologia (NAC-UFRPE)

Fonte: Rádio Web Agroecologia

 

Como manejar um pomar agroflorestal

Quando semeamos as árvores em alta densidade é fundamental saber manejá-las quando começam a crescer. Como Ernst Götsch diz: 5% é esforço de plantio, 95% é esforço de manejo, ou seja, se não fizermos as podas do agroecossistema no tempo correto, perdemos a dinâmica do sistema, começam a surgir tensões, sobreposição de copas e as árvores começam a entortar.

Para podarmos corretamente é fundamental sabermos o estrato que a árvore ocupa quando adulta e seu ciclo de vida. De forma geral as árvores que vivem menos tempo criam as árvores que vivem mais tempo.

Outro ponto importante é no dia zero semearmos árvores de todos os estratos e ciclos de vida, assim não ocorrem vazios nos estratos e na sucessão das espécies, caso contrario teremos o aparecimento de matos indesejados e surgimento de doenças e insetos que se tornam pragas.

Fonte: CEPEAS

 

Pesquisa com algodão e soja – Instituto Nova Era

A área experimental para grãos da fazenda Painal, implantada em dezembro de 2019, é um campo de testes destinado à pesquisa.

Dezesseis meses após a fase de implantação, várias espécies de árvores nativas, exóticas e madeireiras dividem espaço com culturas anuais e de inverno.

Divulgação INE

Atualmente, dois experimentos estão em fase de teste, algodão e soja. Os plantios dos grãos têm capim mombaça nas entrelinhas.

Todos os dados desses consórcios entre grãos e as espécies arbóreas vem sendo coletados para ajudar nas pesquisas agronômicas.

Divulgação INE

Os experimentos estão sob a supervisão de Ernst Götsch e coordenação da equipe de campo do Departamento de Meio Ambiente e Agriculturas Regenerativas, do Instituto Nova Era.

Um mês atrás as copas dos mamões foram podadas para passar a informação de crescimento ao sistema.

Divulgação INE

Repare que os frutos, apesar da poda, estão sadios e intactos, o mamoeiro já começa a rebrotar demonstrando suportar sem estresse o manejo.

Local: Fazenda Painal, Cravinhos/SP
Projeto: Área experimental para grãos
Departamento: Meio Ambiente e Agriculturas Regenerativas
Fotos: Divulgação INE

Mais informações e fotos em: Instituto Nova Era

Agricultura sintrópica e o capitalismo

A natureza tem nos ensinado que não há relação da agricultura sintrópica com o capitalismo ou com o socialismo. Os novos modelos de economia deverão se pautar por agrossistemas produtivos biodiversos, justos e que reconectem o ser humano com o planeta e suas várias formas de vida.

Fonte: Agenda Gotsch / Facebook

Live – Projeto Beija-Flor / Cedro australiano

 

Ricardo Steinmetz Vilela

  • MBA em Gestão Florestal
  • Sócio diretor da Bela Vista Florestal
  • Referência internacional em Cedro australiano, desenvolvendo o único projeto de pesquisa e melhoramento genético com a espécie
  • Presidente da ProCedro – Associação Brasileira de Produtores de Cedro Australiano
  • Presidente da ABPMF – Associação Brasileira dos Produtores de Mudas Florestais
  • Produtor de mudas com o Viveiro Bela Vista
  • Produtor Florestal de cedro e eucalipto em MG

Mediadores:

  • Adilson Pepino
  • Andreza Mendonça
  • Alan Miotti

Fonte: Projeto Beija Flor da Amazônia Produzindo Água

Live – Espécies nativas para propriedades rurais

Live realizada em 23/07/2020 e promovida pelo Projeto Beija Flor da Amazônia Produzindo Água, com a participação de Moacir Medrado.

Moacir José Sales Medrado

  • Mestrado e Doutorado – Agricultura / ESALQ – USP
  • Especialização – Planejamento Agricola SUDAM/SEPLAN
  • Cursos Avançados: Sistemas Agroflorestais / ICRAF e Manejo de Agroecossitemas – CIDIAT
  • Assistência Técnica e Extensão Rural: ACAR RO 1972 a março de 1976
  • Pesquisa Científica – Embrapa Rondônia de 03/1976 a 08/1992 e Embrapa Florestas 08/1992 a 10/2009
  • Consultor em Floresta e Agrofloresta na Medrado e Consultores Agroflorestais (MCA)
  • Avaliador do primeiro ano do Programa ABC contratado por MAPA-CNA-Embaixada Britânica
  • Elaborador da Primeira Cartilha do Programa ABC – CNA contratado por MAPA-CNA-Embaixada Britânica
  • Consultor do BID no Projeto RURAL SUSTENTÁVEL – Amazônia e Mata Atlântica
  • Consultor Sênior do Projeto ABC Cerrado – Fase de treinamento de Profissionais da Assistência Técnica
  • Consultor da Fase de Elaboração do Projeto Biomas – EMBRAPA/CNA Contratado pela CNA
  • Instrutor de Cursos em EAD do SENAR NACIONAL
  • Proprietário da Medrado e Consultores Agroflorestais Associados Ltda.

 

Fonte: Projeto Beija Flor da Amazônia Produzindo Água

Live – Agroflorestas Brasileiras / reNature

Séria de Lives AGROFLORESTAS BRASILEIRAS

No primeiro vídeo da série AGROFLORESTAS BRASILEIRAS entrevistamos @felipebvillela que é CEO e cofundador da RENATURE, empresa holandesa criada, em 2018, que promove o uso de práticas agrícolas sustentáveis, conhecidas como Sistemas Agroflorestais Sustentáveis (SAFs). Com o método, pode-se restaurar a natureza por intermédio de prática agrícola, em um equilíbrio natural, ou seja, preservando o ecossistema.

A reNature conta com uma equipe especializada no assunto e, por meio de consultoria, analisa os melhores modelos agroflorestais; ajuda no planejamento do plantio e no monitoramento de impacto ambiental, entre outros. Hoje, a reNature oferece quatro serviços, entre ele: a implantação de fazenda-piloto, ou seja, uma área de terra, entre um e 10 hectares com modelo agroflorestal; uma “escola modelo” para empresas que já adotam o sistema e que desejam replicá-lo via capacitação de seus agrônomos e agricultores.

Países onde a Renature tem atuado: Brasil, Chile, Indonésia, Índia, Quênia, México, Malásia, Ruanda, Tanzânia e Uganda.

AGROFLORESTAS BRASILEIRAS é uma série de lives voltada para mostrar as experiências agroflorestais que estão acontecendo no Brasil, vamos trazer Sítios, Fazendas e Empresas que estão trabalhando com esses sistemas, experiências com diferentes focos de produção, em diferentes biomas e com tamanhos de área variáveis.

Live gravado no dia 04/06/2020 no perfil do Instagram da Ecoar Sintropia.

www.ecoarsintropia.com

 

Live – Projeto Beija Flor/Debate Florestal

Cleverson Carvalho, Eng Florestal no estado do Acre, promoveu este debate ambiental em prol de conscientizar as pessoas e poder público da importância em preservar, conservar e revitalizar as nascentes degradadas.

O bate-papo contou com a participação especial do Consultor Florestal Adilson Pepino, que apresentou o projeto Beija Flor da Amazônia, modelo de revitalização .

Fonte: Projeto Beija Flor da Amazônia Produzindo Água

 

Agricultura Sintrópica – Água se planta

Confira essa fantástica série produzida pelo CEPEAS (Centro de Pesquisa em Agricultura Sintrópica).

Episódio 1 – Florestas, a pele do planeta

Introdução e primeiro episódio da série Água se planta, plantando florestas a partir de hortaliças. Por que as florestas possuem um papel tão importante em todo o ecossistema do planeta?

Episódio 2 – Escolha da área para plantio

Nesse episódio saímos em busca da melhor área para iniciarmos nossa floresta com o plantio das hortaliças, com base em análise da compactação do solo e a vegetação estabelecida no local.

Episódio 3 – Por que a Agricultura Sintrópica funciona?

A Agricultura Sintrópica funciona em qualquer clima, em qualquer bioma, em qualquer lugar que já foi floresta um dia. Na verdade, segundo Ernst Göstch, é possível aplicar os mesmos princípios até no mar, na criação de florestas de algas. Simplesmente estamos buscando copiar o que a natureza faz a milhares de anos, talvez essa seja a maior contribuição de Ernst Göstch à humanidade, ter desvendado princípios, instrumentos e estratégias que a natureza usa para fazer a vida prosperar.

Episódio 4 – Técnica 1: Foco na fotossíntese

Neste episódio procuramos mostrar como podemos otimizar a fotossíntese em nossos agroecossistemas. Para isso é fundamental plantarmos em estratos, incluindo árvores de todos os ciclos de vida e impulsionando seu crescimento por meio do manejo. Temos que manejar nossas plantações. Como Ernst Götsch diz: 5% é esforço de plantio, 95% é esforço de manejo, mais importante que a porcentagem de sombra em cada estrato, são os distúrbios calculados que provocamos com as podas. Entendendo esta técnica, focando na fotossíntese, nos preparamos para as seguintes, das quais a poda é uma das técnicas fundamentais da agricultura sintrópica.

Episódio 5 – Técnica 1: Foco na fotossíntese (Parte 2)

Continuando na técnica 1 – Foco na Fotossíntese, mostramos aqui um pouco da nossa experiência plantando no Cerrado. Partindo da placenta 1, passando por sistemas com 1 e 5 anos de idade, nossos erros e acertos.

Episódio 6 – A dinâmica da sucessão natural na Agricultura Sintrópica

Neste episódio veremos a técnica 2 – Solo coberto, plantando em alta densidade e a técnica 3 -A sucessão natural como ferramenta fundamental da agricultura sintrópica. Esta última técnica é um dos marcos da agricultura sintrópica, pois graças a ela temos um instrumento capaz de dar direção ao sistema, que nos indica o caminho e nos mostra onde queremos chegar. Entender a sucessão natural é o caminho mais curto entre sistemas de colonização e sistemas de abundância. Ela é a chave que vai nos dar autonomia e independência em relação ao uso de insumos externos, por meio das podas no tempo correto, aceleramos a sucessão natural e estabelecemos sistemas que podem sustentar mamíferos de porte grande, como nós.

Episódio 7 – Como concentrar energia e gerar biomassa de forma eficiente

Aplicando esta técnica corretamente, iremos avançar mais rápido através dos sistemas de acumulação. Comece trabalhando com as plantas mais conhecidas e vá aos poucos aumentando seu repertório, testando consórcios, procurando por plantas nativas que crescem bem em solos parecidos com o seu. No início, se começarmos com insumos, podemos utilizar biofertilizantes, como forma de auxiliar as plantas mais exigentes a equilibrarem os nutrientes, para isso indicamos o livro, Agroecologia 7.0, de Sebastião Pinheiro, especialmente o capítulo XIII – Biofertilizantes (bioplasmas). A fermentação potencializa os micronutrientes, com isso podem ser usadas diluições de 0,1 a 5%, pois o efeito hormonal das substâncias sintetizadas pelos microrganismos é muito grande.

Episódio 8 – Capina seletiva e poda

Neste episódio, dentre as técnicas abordadas, a poda se destaca como a principal ferramenta para acelerar a sucessão natural. Como diz a jornalista Dayana Andrade, ela é o motor das transformações. Sem a poda, nossos agroecossistemas ficam envelhecidos e deixam de produzir. Além de conhecer as espécies com que estamos trabalhando, é fundamental saber podar.

Episódio 9 – Tentar enxergar o que cada ser está fazendo de bom

Neste episódio, chegamos ao final da apresentação das técnicas criadas por Ernst Götsch. A oitava técnica – “Tentar enxergar o que cada ser está fazendo de bom” – é, sem sombra de dúvida, a técnica mais difícil de implementarmos, pois ela exige mais que a compreensão intelectual, ela requer a substituição do paradigma da matança, pelo paradigma da cooperação e amor incondicional. Tal mudança necessita o estabelecimento de uma nova cultura e para mudarmos nossa cultura necessitamos mudar valores que estão, poderia-se dizer, quase que impressos em nosso DNA, em virtude de séculos e séculos onde tratamos o microcosmos como algo a ser destruído. O primeiro passo é a compreensão intelectual, entender quais são os princípios que regem o funcionamento do planeta. O segundo passo é abrir espaço em nossa mente e testar esse princípios por meio da prática, criar agroecossistemas onde podemos refletir sobre nossos erros e acertos, tendo essa nova cultura como alicerce do pensamento.

 

Para mais informações: cepeas.org

 

Ferramentas de preparação do solo

Da aeração do solo ao transplante de mudas. Conheça cinco eficientes ferramentas de preparação do solo, projetadas para pequenos agricultores e jardineiros.

Vídeo (em inglês):

 

Agrofloresta – Cooperação e Educação

Um número cada vez maior de jovens tem encontrado na agricultura regenerativa um sentido mais genuíno para o aprendizado, a busca pelo conhecimento e as ações que constroem alternativas autônomas, resilientes e interdependentes para um futuro cada vez mais incerto.

Vídeo produzido por integrantes do programa de voluntariado e estágio da Holos Regenerative Design (Austrália), Pedro Goldgrub, Giulia Furtado, Leonardo Barbieri e o cinegrafista André Adur.

Fonte: Canal Eurico Vianna / Youtube

Produtores rurais colocam em prática tecnologias agropecuárias sustentáveis no vale do Rio Doce

Produtores rurais da região de Mariana (MG) estão se tornando protagonistas de uma transformação nos modelos de produção agropecuária que pode servir de modelo para Minas Gerais e para o Brasil. Sistemas agroflorestais (SAFs), manejo de pastagem ecológica (MPE) e silvicultura de espécies nativas com finalidade econômica vêm sendo implementados em municípios da bacia do Rio Doce que foram atingidos pelo rompimento da barragem de Fundão, em 2015.

Plantio de espécies nativas é elemento comum em silvicultura com fins comerciais, sistemas agroflorestais e manejo de pastagem ecológica (Fotos: Daniel Hunter/WRI Brasil)

Maria Dominiguite é moradora de Ponte Nova, próximo de onde os rios Carmo e Piranga se unem dando origem ao Doce. Em sua propriedade, a horta de produção abundante é sombreada por coqueiros e mangueiras. Sempre cultivou de tudo. Em 2019, começou a reorganizar o quintal em um SAF que vai abranger meio hectare.

Na propriedade de Maria, o SAF foi implantado recentemente em uma área inclinada, antes sujeita à degradação e à erosão. No início, o sistema não impressiona pela beleza. Com o tempo, a cobertura vegetal e arbórea vai tornar a área produtiva e mais resiliente sob chuvas fortes, comuns na região.

Mandioca, jiló, abóbora, coco, mamão, feijão, quiabo, couve, pimenta, salsa e amendoim crescem junto a árvores como mangueiras, limoeiros e ipês. Além da diversificação de espécies arbóreas e agrícolas, o SAF inclui manejo (carpinas, plantios, podas) que otimiza a produção econômica e as funções ecológicas nas áreas.

As grandes mangueiras foram podadas, equilibrando sombreamento e insolação de acordo com as espécies plantadas nas proximidades. “Olha a jabuticaba. Olha quanto cacau! Tem que cortar um bocado de coisa mesmo”, pondera Dona Maria, que tem aprendido como o emprego de podas pode beneficiar todo o sistema.

Alisson Patricio Cota espera que seus cacaueiros também produzam assim. Morador de Santa Bárbara, ele iniciou uma agrofloresta com espécies da Mata Atlântica na propriedade da família em Barra Longa. Jatobás, cotieiras, sapucaias, cacau e siriguelas crescem em consórcio com mandioca, banana e abacaxi.

Em uma parte mais alta da propriedade, a silvicultura de espécies nativas para finalidade econômica começa a ganhar forma. Despontam espécies pioneiras plantadas no início de 2019, que garantirão insolação e solo mais propícios para as recém-plantadas mudas de espécies arbóreas de alto valor comercial.

A silvicultura permite ao produtor plantar árvores para, no futuro, colher madeira de lei de qualidade sem recorrer ao desmatamento de áreas naturais. Espécies de alto valor como jequitibá-rosa, ipê felpudo, angico vermelho e vinhático levam décadas para crescer e são uma poupança para daqui a 20 ou 30 anos.

À medida que as mudas se desenvolvem, capturam carbono, favorecem a absorção da água pelo solo e evitam o assoreamento dos rios. Alisson vislumbra um futuro em que seu vizinho, dono de pastos degradados, também aderisse à silvicultura de espécies nativas. “A nascente ia aumentar muito”, aposta

Na propriedade de José Geraldo Carneiro, a principal nascente já foi cercada e forma um pequeno lago. A segunda maior está na fila. O cercamento impede que o gado pisoteie as áreas e prejudique a qualidade e a quantidade de água.

Também em Barra Longa, o Sítio da Onça tem despontado pela produção de leite. Vagner Carneiro, filho de José, comemora: o acesso a tecnologias de reprodução, aliado ao manejo de pastagem ecológica (MPE), tem aumentado a produtividade. Uma vaca foi premiada recentemente por dar 39 litros em um dia.

O MPE parte do reconhecido método Voisin incrementado com cercamento elétrico de baixo custo (o produtor aprende a construir e manter cerca e dispositivos). A técnica Voisin consiste na rotação diária do gado por piquetes: enquanto pastejam em uma quadra, a vegetação nas demais se recupera.

Com o cercamento recém-finalizado, a propriedade dos Carneiro já mostra a contribuição do MPE para a qualidade do pasto. O recomendado pelo método Voisin é que o gado fique até um dia em cada piquete, mas os animais não têm dado conta de comer tanto, e o pasto recém-liberado segue pleno de capim.

Sobre as iniciativas

Os SAFs, MPE e silvicultura de espécies nativas de Dona Maria, Alisson, José e Vagner são parte de 25 unidades demonstrativas (UDs) instaladas em 22 propriedades rurais nos municípios de Mariana, Barra Longa, Ponte Nova, Rio Doce e Santa Cruz do Escalvado. O trabalho é resultado de uma parceria entre WRI Brasil, Fazenda Ecológica e Centro Internacional de Pesquisa Agroflorestal (ICRAF) com a Fundação Renova, organização responsável por implementar as ações de compensação e restauração na região afetada pelo rompimento da barragem do Fundão, em Mariana (MG), em 2015.

Produtoras e produtores foram selecionados levando em conta o interesse demonstrado nas práticas sustentáveis e a disponibilidade em participar de capacitações e receber visitas de técnicos que fazem o acompanhamento da implementação. Compreendendo uma área total de cerca de 150 hectares, as UDs são “sementes”: têm por objetivo disseminar as boas práticas agrícolas, silviculturais e pastoris na região, mostrando que, além de restaurarem paisagens, geram renda para o produtor – e podem ser replicadas não só por produtores da região, mas de todo o Brasil.

Saiba mais na página do projeto Renovando Paisagem.

Fonte: WRI Brasil

A ciência mostra as vantagens da agrofloresta e dos plantios mistos para a restauração

Entre 30 de setembro e 4 de outubro de 2019, especialistas do mundo inteiro se reuniram em Curitiba, Paraná, para o maior encontro da ciência florestal do mundo. Trata-se do Congresso da Iufro, a União Internacional das Organizações de Pesquisa Florestal (International Union of Forest Research Organizations), que acontece a cada cinco anos e pela primeira vez foi realizado no Brasil. O próximo, previsto para 2024, será em Estocolmo, Suécia.

No Congresso deste ano, dois temas se sobressaíram em meio aos debates técnicos, científicos e políticos feitos pelos pesquisadores. Um deles foi o da agrofloresta, a técnica de integrar intencionalmente as árvores em meio a lavouras ou pasto. Cientistas de várias partes do mundo apresentaram modelos diferentes e interessantes de Sistemas Agroflorestais (SAFs), mostrando que florestas e lavouras podem conviver harmonicamente.

Sistema Agroflorestal (SAF) em Juruti, Pará (Foto: WRI Brasil)

Outro tema de destaque foi o do plantio misto – a ideia de usar mais de uma espécie numa plantação de silvicultura. Uma técnica que pode melhorar a produtividade das florestas plantadas e resultar em plantações para fins econômicos que tenham mais biodiversidade.

Agrofloresta no mundo todo

O aumento do interesse de cientistas por pesquisas sobre sistemas agroflorestais vem em um momento em que a agrofloresta está em evidência. Em agosto, por exemplo, estudo do painel de cientistas que avaliam os impactos das mudanças do clima, o IPCC, identificou o plantio em sistemas agroflorestais como uma das medidas mais interessantes para adaptação climática.

Na edição deste ano da Iufro, diversos pesquisadores apresentaram modelos diferentes e inovadores de SAFs. Chama a atenção o fato de haver experiências em locais muito diferentes do mundo: além do Brasil, foram relatadas pesquisas em países africanos, assim como Austrália, Colômbia e Costa Rica. Também chama atenção as vantagens e benefícios relatados pelos pesquisadores.

A pesquisadora americana Susan Stein, da agência de agrofloresta dos Estados Unidos, um órgão do Departamento de Agricultura, apresentou um estudo em que identificou mais de 30 mil agricultores produzindo em sistemas agroflorestais nos EUA. A pesquisa dela mostra que os SAFs estão gerando importantes benefícios para esses produtores, como qualidade da água, sequestro de carbono, aumento da biodiversidade e conservação do solo.

Os Sistemas Agroflorestais também mostram vantagem econômica em diferentes paisagens do mundo. Um trabalho do pesquisador Alvaro Sotomayor, do Instituto Forestal, do Chile, identificou que, na Patagônia chilena, sistemas agroflorestais desenvolvidos para que as árvores reduzam o impacto do vento na produção de grãos fez com que a produção aumentasse em até 40%. Somado a produtos não-madeireiros que as árvores fornecem, como frutas e castanhas, esses SAFs podem aumentar a produção agrícola e complementar a renda do produtor.

Também foram apresentados diversos modelos de agrofloresta no Brasil. O WRI Brasil, representado no Congresso pelos pesquisadores do programa de Florestas, trouxe para a comunidade de cientistas florestais a experiência que vem sendo desenvolvida em Juruti, no Pará. Nessa comunidade, famílias plantam árvores em um sistema em consórcio com a mandioca, principal sustento da região. A agrofloresta em Juruti ajuda a diminuir o uso do fogo na agricultura amazônica e ainda amplia a segurança alimentar e nutricional das comunidades atingidas.

Plantios mistos

Outro ponto que está atraindo interesses dos pesquisadores da área de florestas é o do plantio misto. Atualmente, o tipo mais comum de reflorestamento para a silvicultura é a monocultura. Novas pesquisas estão mostrando que introduzir mais espécies num plantio de reflorestamento para madeira, por exemplo, pode fazer sentido tanto do ponto de vista econômico quanto ambiental.

O projeto VERENA, do WRI Brasil, busca pesquisar e analisar a viabilidade econômica e ambiental da restauração. Um dos pontos identificados pelo projeto é que o plantio misto de espécies possui vários benefícios – além de aumentar a biodiversidade, espécies diferentes tem tempos de crescimento diferentes, permitindo que o produtor colha e obtenha renda em curto, médio e longo prazo.

Ainda há muitas lacunas de conhecimento científico sobre os plantios mistos – especialmente quando estamos falando de espécies nativas brasileiras. Durante a Iufro, o WRI Brasil aproveitou a importante discussão sobre plantios mistos e lançou o estudo Research Gaps and Priorities in Silviculture of Native Species in Brazil. O trabalho aponta a necessidade de se investir em pesquisa & desenvolvimento para espécies nativas como forma de impulsionar a silvicultura e ajudar o Brasil a atingir a meta de restaurar 12 milhões de hectares de florestas até 2030.

Fonte: WRI Brasil

 

Ana Primavesi – Vida na terra

Ela mantém uma relação intima com a terra e a natureza, procurando diagnosticá-la a partir do seu cheiro e da sua textura para observar o equilíbrio dos seus nutrientes. E há décadas promove ensinamentos sobre a importância do solo como um organismo vivo e integrado à natureza e que é responsável pela geração da vida e do alimento saudável para os povos.

Essa é a engenheira agrônoma e escritora, Ana Primavesi, uma das responsáveis pelos avanços nos estudos sobre o manejo ecológico do solo e sua difusão, se tornando a pioneira da agroecologia no Brasil e na América Latina.

Ela foi a primeira mulher, em um ambiente científico dominado por homens, a defender que o solo é um ser vivo, e que a própria vida das pessoas, é propiciada pela vida do solo. Também desempenhou papel importante para que a agroecologia fosse pensada como uma ciência e, ao mesmo tempo, considera um saber popular, que vem sendo praticado há séculos pelos camponeses, e atualmente reapropriado e resignificado, na produção de alimentos saudáveis e vivos, sem o uso de agrotóxicos e defensivos químicos.

 

 

Instituto AUÁ abre Edital de Chamamento para Pesquisadores

Com o objetivo de aumentar interesse de pesquisadores sobre frutos nativos da Mata Atlântica, o Instituto AUÁ vai selecionar e contratar via bolsa mensal dois pesquisadores interessados nos frutos das espécies nativas da Mata Atlântica, no âmbito do projeto Rede de Produtores de Cambuci e Nativas da Mata Atlântica – 17.223 do ECOFORTE – FBB.

Saiba mais em:
http://institutoaua.org.br/instituto-aua-abre-edital-de-chamamento-para-pesquisadores/

Plantar florestas para estimular o crescimento

Daniela Xu / Agencia RBS

Produtores usam modelos de restauração que geram renda e protegem o meio ambiente.

O papel que as florestas exercem para o meio ambiente e bem-estar humano já é bem conhecido pela ciência. Elas revitalizam o solo, protegem nascentes e corpos d’água cruciais para o abastecimento humano, e retiram carbono e poluição de atmosfera, entre os muitos benefícios. A importância é tamanha que o próprio Estado brasileiro se comprometeu a não apenas reduzir o desmatamento, como também restaurar e reflorestar 12 milhões de hectares de florestas até 2030.

Apesar disso, o Brasil ainda enfrenta dificuldades em conservar e reflorestar. Um dos principais gargalos é justamente o do financiamento. A restauração florestal custa dinheiro. Com o país enfrentando uma severa crise econômica, com riscos de recessão, por que colocar recursos no plantio de árvores?

Produtores rurais, empresários e iniciativas em todo o mundo mostram que essa contradição não existe mais. É possível plantar florestas nativas e sistema agroflorestais e, a partir delas, movimentar a economia, gerando renda para o produtor rural e, consequentemente, aumentar o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro.

Temos um grande potencial de aumentar a participação da economia da floresta em sua economia. Vejamos, por exemplo, o caso da Finlândia. No país, a cadeia de florestas produtivas responde por um quarto do PIB. Enquanto isso, no Brasil, o setor florestal corresponde a apenas 1%, puxado principalmente pelo setor de celulose. Temos claramente uma oportunidade econômica a ser aproveitada com nossas espécies nativas.

O primeiro passo para impulsionar nossa economia florestal está em dar atenção para a imensa quantidade de áreas degradadas em todo o país. Segundo a Embrapa, o Brasil tem pelo menos 30 milhões de hectares de pastagens desgastadas com baixa aptidão agrícola que poderiam ser convertidos em florestas. Ao todo, estima-se que 140 milhões de hectares já não ofereçam condições de uso econômico, seja por degradação ou erosão. É como se o Brasil jogasse fora uma área superior a todo o território do Peru. É a mesma falta

de juízo econômico de abrir uma nova indústria do zero quando já se tem fábricas prontas, mas cujas máquinas apresentam problemas de produtividade.

Como podemos transformar áreas degradadas em territórios produtivos, com espécies nativas tropicais de valor econômico e sistemas agroflorestais, e alavancar uma nova economia florestal? Em várias regiões do Brasil, produtores estão tentando diferentes modelos de restauração florestal que protegem o meio ambiente e geram renda. Já há exemplos que mostram que são modelos robustos e com grande potencial de geração de renda.

Veja o caso da AgroItuberá, empresa do setor de borracha, do Sul da Bahia. Ela optou por um sistema agroflorestal — uma forma de plantio que integra lavoura com florestas. A companhia passou a misturar as seringueiras com o cultivo de cacau e banana. Esse sistema agroflorestal simplesmente triplicou a produtividade em relação ao que se obtém hoje na Costa do Marfim, líder mundial na produção de cacau. Lá colhe-se 0,5 tonelada por hectare. À sombra das seringueiras, os pés de cacau produzem 1,5 tonelada de cacau por hectare. Na ponta do lápis, isso representa uma taxa interna de retorno entre 14% e mais de 20%. Um excelente investimento, um ótimo negócio.

A restauração de florestas e sua integração com agricultura e pecuária geram uma produção diversificada e, portanto, menos exposta à volatilidade dos preços e aos riscos das pragas e doenças que oneram o custo das lavouras e causam perdas. Combinar florestas com a produção de alimentos, integrando espécies com distintos tempos de maturação, gera renda ao produtor no curto e médio prazo, com a venda das culturas anuais e sub-produtos das florestas, e no longo prazo, com madeiras nobres de crescimento mais lento.

Em Santa Catarina, pequenos produtores estão experimentando esse sistema restaurando áreas degradadas com araucárias, erva-mate e palmito-juçara — espécies nativas que, por isso, podem inclusive ser cultivadas em áreas de Reserva Legal e áreas de uso alternativo, aliando lucratividade com a regularização no Código Florestal.

Os produtos da restauração florestal e florestas podem criar um grande mercado de artigos madeireiros e não madeireiros, como sementes, fibras, frutas, óleos, borracha. Mesmo a madeira de origem legal e certificada pode ser produzida para essa economia. Não faltam exemplos de destaque. No Sul da Bahia, a Symbiosis investe em 22 espécies diferentes de árvores nativas da Mata Atlântica para a produção de madeira. No Pará, a Amata apostou no paricá, árvore nativa da Amazônia, para geração de madeira certificada. Mesmo em biomas não-florestais, como o Cerrado, existem elementos de grande apelo comercial, como o óleo de macaúba (palmeira nativa) como uma alternativa para o dendê.

Esses exemplos podem ser o ponto de partida para identificar sistemas escaláveis, de boa liquidez, equacionando gargalos e capitalizando oportunidades. Tendo boa parte de nossos principais biomas constituídos originalmente por florestas, deixar de aproveitar o potencial das espécies nativas é desperdiçar uma enorme oportunidade de crescimento.

Mais de 30% dos solos do mundo estão degradados, segundo a FAO. Em um mundo que abrigará 10 bilhões de seres humanos, em pouco mais de três décadas, não podemos abrir mão dessas terras. Uma nova economia florestal baseada em reflorestamento com espécies nativas e sistemas agroflorestais pode ser o primeiro passo para colocar o Brasil na vanguarda desse novo modelo de produção de alimentos — e para nos tirar da linha de frente das nações que mais perdem cobertura florestal tropical no mundo. O caminho já começou a ser plantado: basta escolher a semente certa para colher crescimento econômico com sustentabilidade.

Há 140 milhões de ha de áreas degradadas ou erodidas que podem ser transformadas em territórios produtivos.

 

Por Miguel Calmon

Fonte: Valor Econômico

Compost Tea – Uma poderosa ferramenta da Agricultura Biológica

Foi em 2000 que eu, pela primeira vez, tomei conhecimento dessa poderosa técnica da Agricultura Biológica. A conheci por intermédio da Dra Elaine Ingham que a desenvolveu e a divulgou pelos Estados Unidos, Canadá, Holanda e Australia.

Hoje, pouco importa quem tenha sido o pai/mãe da idéia mas o fato é que foi a Dra Elaine quem mais a estudou, avaliou e a divulgou, e eu tive o prazer de fazer seu curso em 2002 em Indianapolis durante uma das Conferências da ACRES USA e adquirir essa técnica diretamente da sua grande incentivadora .

Naquela época, e ainda hoje, no Brasil os agricultores orgânicos estavam maravilhados com os chamados “biofertilizantes”, que são preparações mal cheirosas e potencialmente perigosas, sob o ponto de vista de saúde humana, e com uma diversidade microbiológica bem mais reduzida que o Compost Tea, e cujo único mérito talvez seja o de agregar micro nutrientes tão em falta nos nossos solos e tão negligenciados pela agricultura convencional.

Esse aporte aleatório de micro nutrientes proporcionado pelos biofertilizantes, de fato, melhorava as culturas principalmente no que diz respeito ao aumento da sanidade das plantas contra doenças e pragas, fato esse que é hoje em dia comprovado cientificamente e isso, na época, era atribuído a um estado de sanidade vegetal quase mítico denominado de “trofobiose”, o qual não era possível de ser explicado pelas idéias tão simplistas e simplórias de Francis Chaboussou, que conseguiu a façanha de ser o autor de um único livro, mas que já foi “re-escrito” após a sua morte umas outras tantas vezes e sempre com um título diferente, como é o caso da mais recente e requentada edição clonada e intitulada “Healthy Crops- A New Agricultural Revolution” na sua versão da lingua inglesa.

Esse livro publicado em 2004, é uma edição em inglês do único livro que Chaboussou escreveu na sua vida cujo título foi “Les Plants Malades des Pesticides” publicado em 1985, mas que nessa re-edição, clonada e requentada em inglês, não faz nenhuma menção sequer a esse fato e consegue uma outra façanha, qual seja de ter o primeiro prefácio de livro psicografado que eu conheço, posto que o referido prefácio foi escrito por um ex-ministro do Collor, José Lutzemberger, em 2004, sendo que essa mesma pessoa faleceu em 2002. Portanto, deve ter psicografado esse prefácio dois anos após a sua morte. Uma façanha digna da Fundação Gaia.

Tendo esse livro como a sua principal “bíblia”, secundado pelo também tradicional “Manejo Ecológico do Solo”, de Primavesi, onde se pode ler , entre outras pérolas, que “a matéria orgânica não tem valor para os solos tropicais (sic) e sub tropicais“, ou que “as substâncias chamadas de ácidos humicos não são solúveis na água, mas de decomposição relativamente fácil (sic)” e conclusões como “a formação de humus (em climas tropicais) é quase impossível (sic)” , e onde a autora consegue errar duas vezes em uma única e pequena frase, não seria de se admirar que o movimento orgânico não conseguisse deslanchar e se desenvolver a contendo no nosso país.

Faltavam autores que realmente conseguissem explicar como a Natureza de fato funcionava no que se refere ao cultivo das plantas. E isso nós já tinhamos em outros países como a Alemanha e os Estados Unidos. Porém, o viés politico ideológico que dominava (e ainda domina), não só a mídia mas também a míope academia brasileira, impediam que as idéias de outros autores fossem introduzidas aqui no Brasil.

Somente aqueles autores que recebiam o “imprimatur” da intelectualidade de esquerda eram considerados confiáveis como Chaboussou, Primavesi, Julius Hensel, etc…

A única e honrosa exceção a essa regra ficou a cargo de Rudolf Steiner e outros autores biodinâmicos devido ao trabalho dos seus discípulos e admiradores da Antroposofia aqui no Brasil.

Vivíamos o que eu chamo de “pré-história” da agricultura orgânica. A idéia geral era a de substituição de insumos. Era quase como se quisessemos fazer uma “errata” da Agricultura Convencional. Pensavamos estar “corrigindo” a agricultura convencional ao adotarmos uma Errata Agrícola.

Ou seja, onde se lê : Nitrogênio, leia-se Torta de Mamona, onde se lê: Potássio, leia-se Pó de rochas, onde se lê: Inseticidas, leia-se Óleo de Neem, onde se lê Fósforo Solúvel, leia-se: Fosfato Natural, onde se lê: Fungicida, leia-se Calda Bordaleza, e assim por diante. As certificadoras sem dúvida tiveram a sua parcela de culpa nessa visão distorcida da realidade.

O problema maior era quando chegávamos em itens como Herbicida ou Nematicida pois não havia nada no universo orgânico que os substituíssem. Pequenos manuais de receitas caseiras foram publicados por autores bem intencionados, porém ingênuos e até pueris, por acharem que uma verdadeira agricultura orgânica se faz com substituições de insumos e com receitas caseiras, mas logo percebeu-se que não era dessa maneira que a Natureza funcionava.

Infelizmente, essa tendência de se escrever e publicar cartilhas sobre agricultura orgânica as custas de dinheiro público, com desenhos e linguagem pueril, se manteve nos últimos 20 anos. Esse tipo de procedimento não é somente reprovável e repreensível, como também presta um grande desserviço aos agricultores por tratá-los como se fossem verdadeiros débeis mentais.

Esse modêlo dava certo em pequenos lotes, geralmente de hortaliças, o que no Brasil, ainda é uma realidade, e gerava produtos com aspectos aquém da qualidade exigida pelos consumidores, o que emprestou aos produtos orgânicos a sua já tão conhecida reputação de feios, abaixo do padrão e caros.

Aqueles agricultores familiares orgânicos por negligência (organic by default) contribuíram ainda mais para essa má reputação do aspecto ruim dos produtos orgânicos, o que gerava, e ainda gera, a já tão conhecida reação dos consumidores de : “Porque eu vou pagar mais por um produto desses tão feio?”, e que só sustenta esse mercado graças ao terrorismo (até certo ponto justificável) que é feito pelos produtores orgânicos com relação ao medo do público aos agrotóxicos. A contaminação generalizada e universal pelo Glifosato até justificaria esse terrorismo.

Entretanto, esse mesmo tipo de terrorismo é exercido pelos fabricantes de venenos agrícolas e autoridades regulatórias para justificar o emprego de agrotóxicos ao acenam com o espectro da fome, o que já sabemos ser uma grande falácia.

Durante essa pré-história (e esse fato se estende mais ou menos até os dias de hoje) os agricultores orgânicos queriam fazer uma agricultura de substituição de insumos. Ou seja, trocar o seis químico pelo meia dúzia orgânico.

Culturas de Cobertura eram chamadas de “Adubação Verde” ou seja, naquela visão distorcida da realidade as plantas de cobertura só serviam a um único propósito, isto é, serem transformadas em adubo. Até hoje, culturas de cobertura são incorporadas no solo com o objetivo de se transformarem em “adubo”.

Não se tinha visão de que as culturas de coberturas além de protegerem o solo contra a insolação, a chuva, o vento, diminuir a temperatura do solo, conservar a umidade e com tudo isso propiciar o desenvolvimento de comunidades microbianas vigorosas, também ajudavam essas mesmas comunidades microbiológicas por excretarem uma grande quantidade de exudatos radiculares compostos de açucares, amino ácidos e ácidos graxos.

Ao fazer isso, com o maior desenvolvimento de raízes propiciavam o desenvolvimento de uma rizosfera vibrante constituida de bactérias de vida livre, bactérias simbióticas, bem como de fungos micorrizicos que produzem constantemente GLOMALINA uma molécula recalcitrante que perdura no solo por dezenas de anos e que ajuda bastante na formação dos agregados de solo, outro componente da fertilidade do solo.

E que todo esse elaborado processo pode ser chamado de qualquer coisa menos de “adubo”. Adubo significa abono. Tem outra conotação e, de fato, tanto não define o efeito protetivo e regenerativo das culturas de cobertura, quanto dificultam o entendimento do seu verdadeiro significado.

A utilização do chamado “Composto Orgânico”, que na época, e até mesmo ainda hoje, poucas pessoas sabiam da sua real finalidade, era visto como um insumo miraculoso, mas também era “decomposto” aos seus teores de N,P e K na hora de se fazer as contas e de se decidir por sua utilização em um manejo orgânico.

Eu tive a oportunidade de explicar o que vem a ser um composto de qualidade, isto é, que tenha microvida suficiente para ser usado como inoculante, em outros artigos que podem ser lidos nesse mesmo blog.

Outros autores como o Prof. David Johnson da New Mexico State University, além é claro da Dra Elaine, também tiveram a oportunidade de esclarecer o que vem a ser um composto de qualidade, qual seja conter uma grande diversidade de comunidades microbiológicas destinadas a regenerar a fertilidade perdida do solo.

Desde que começei a me interessar por métodos agrícolas alternativos que eu tenho observado uma admiração que beira a religiosidade pelo composto orgânico aeróbico que não se justifica. Na Natureza temos tantos processos aeróbicos como anaeróbicos e ambos são muito interessantes e podem ser usados em nosso benefício.

Porém, se quisermos fazer Compost Tea vamos ter que usar o Composto Orgânico aeróbico de qualidade e o conselho que eu dou a todos que querem fazer um Compost Tea com qualidade é a de que usem o Vermicomposto (Humus de Minhoca) até que tenham atingido um estágio tal de maestria na fabricação de composto que lhes permitam usar o tradicional composto orgânico aeróbico rico em micro vida.

A critica que a Dra Elaine faz ao Vermicomposto é a de ele tem mais bactérias do que fungos, ou seja, é um composto predominantemente bacteriano. Ela até se dá ao trabalho de explicar como se faz um composto aeróbico “equilibrado” para fins de utilização para Compost Tea, porém é trabalhoso, demorado e dependendo de quem faz, nem sempre dá bons resultados. Um ex-aluno dela que veio ao Brasil protagonizou recentemente um grande fiasco na região de Tangará da Serra em MT ao tentar fazer o tal de “composto equilibrado”.

Fazendo o seu próprio composto equilibrado para ser extraído

Eu desenvolvi o meu próprio método que consiste em usar de 5 a 10% de farelo de arroz (o preferido, mas que pode ser substituído por farelo de trigo ou de aveia) misturado ao Humus de Minhoca (Vermicomposto) , ligeiramente umedecido (não exceder a 30% de umidade) e colocado em um saco plástico. Espera-se o período de uma semana para que os fungos cresçam e tenham tempo de colonizar todo o composto formando um bloco sólido que as vezes até precisa ser destorroado antes de ser usado no tanque de compost tea. Essa seria, então, a primeira receita, ou seja, de como transformar um composto bacteriano em equilibrado entre fungos e bactérias em apenas uma semana.

Condições aeróbicas durante todo o processo

Para se fazer um Compost Tea vamos precisar de um tanque de extração e de multiplicação. Na internet você irá ver um grande número de projetos mas, na minha opinião, os que se prestam melhor a essa tarefa seriam os que usam os insufladores de ar tipo ventoinhas, como por exemplo BUSCH modelo SB0050 ou SI 0045 ou similar, e que sejam capazes de insuflar ao redor de 90 a 150 m3 de ar / hora, para que as condições sejam francamente aeróbicas, isto é, que tenham níveis de Oxigênio acima de 6 ppm, para tanques de 1000 a 2000 litros de água.

Formatos redondos facilitam a boa limpeza que deve ser bem feita para evitar a formação de biofilmes de organismos anaeróbicos que poderão interferir nas suas extrações futuras. Essa foi a principal razão do insucesso dessa técnica aqui no Brasil pois começamos usando bombas centrifugas que somente são boas para a multiplicação de bactérias mas que também são de difícil limpeza e exigem que o composto seja contido dentro de um recipiente de tela para evitar o entupimento da bomba.

De maneira alternativa pode-se usar também aqueles oxigenadores para tanques de peixe que agitam adequadamente a mistura e fornecem ar suficiente para a manutenção de condições aeróbicas.

Resumindo: Condições aeróbicas, agitação adequada e projeto fácil de limpar após a utilização do Compost Tea.

Eu pessoalmente prefiro colocar o composto diretamente na agua e depois do fim do ciclo filtrar ou coar dependendo do uso que se queira dar, ou seja, rega ou pulverização, mas há quem o coloque dentro de sacos de telas plásticas com menos de 500 micras, geralmente 200 micras.

O tempo de extração deve ser de no mínimo 24 horas. Recomenda-se não elevar o nível do liquido até muito próximo a borda dos tanques porque a multiplicação principalmente das bactérias produz uma grande quantidade de espuma que poderá ser diminuída com o uso de anti espumante ou até mesmo de óleo vegetal. Essa grande produção de espuma pode fazer transbordar .parte do conteúdo da solução e isso não é interessante

O que adicionar para fazer o Compost Tea

O composto é o principal ingrediente. E a quantidade vai depender muito da qualidade do composto. Quanto melhor usa-se menos composto, mas com aquela mistura de Humus de Minhoca com farelo de arroz, umedecida e fermentada por uma semana, a quantidade de 20 gramas por litro já são suficientes.

No início o melaço era o nutriente preferido de quem fazia Compost Tea, porém após algum tempo a Dra Elaine passou a desaconselhar o uso do melaço. Eu, entretanto, discordo dessa recomendação e creio que o nivel de 1% é adequado e suficiente. Então, 1% de melaço liquido.

Depois três outros ingredientes você vai encontrar em 90% das receitas de Compost Tea. São eles o Acido Húmico, Kelp (extrato de Ascophyllum nodosum) e Hidrolisado de Peixe.

Com relação ao hidrolisado de peixe procure algum produto feito por fermentação a baixas temperaturas e que utilizem de preferência um processo enzimático eficiente para que o produto possa ser utilizado principalmente pelas bactérias. A quantidade vai depender da qualidade do produto mas geralmente de 1 a 2 ml por litro de agua já seriam suficientes.

Acido húmico liquido usa-se também de 1 a 2 ml por litro e Kelp 1 ml por litro de água.

Ultimamente eu tenho usado também um pouco de Pellets de Alfafa na dose de 5 a 10 gramas por litro.

Os ingredientes acima mencionados foram os nutrientes que tanto a pesquisa quanto o uso continuado por centenas de produtores demonstraram ser os melhores para multiplicar tanto bactérias quanto manter os fungos em suspensão até serem adicionados ao solo ou a lavoura.

Evitem o uso de outros ingredientes que não serão usados pelos microrganismos em um espaço de tempo curto como 24 horas como por exemplo pós de rocha, fubá, farelos de qualquer natureza, ou qualquer outro ingrediente mais exótico. Essas escolhas realmente não são muito inteligentes.

Após um ciclo de 24 horas as bacterias terão se multiplicado enquanto que os fungos serão adequadamente extraídos pois o ciclo de 24 horas não permite a sua multiplicação adequada. Essa solução será rica em acidos humicos, reguladores de crescimento, e terá a nutrição natural e suficiente tanto para as plantas quanto para inocular o solo com a necessária microbiota.

Como toda arte, só se desenvolve e se aprofunda o conhecimento com a repetição, ou seja fazendo e repetindo por várias vezes.

É a forma mais democrática de se adicionar a microvida contida no composto de qualidade em grandes áreas, que de outra maneira não seria possível ou seria financeiramente viável.

Desejo a todos uma boa extração e uma boa fermentação.

José Luiz M Garcia
Instituto de Agricultura Biológica

Referências

PUBLICADO POR
Dr Vinagre PhD – Agrônomo, Fisiologista e Bioquímico de Plantas. Produtor Biológico. Escritor. Consultor.

Fonte: Instituto de Agricultura Biológica

A fauna edáfica

Estudando-se a fauna edáfica, isto é, os animais microscópicos, mesoscópicos, macroscópicos e até os megascópicos do solo, verificou-se que os mesmos não apareciam em qualquer lugar nem eram comuns a alguma unidade de solo mas dependiam também da fertilidade e produtividade do solo e da cobertura vegetal. Isso se explica pelo fato de que muitos deles alimentam-se de bactérias e fungos, às vezes próprios da rizosfera e são sensíveis à menor alteração do solo. Formou-se então a concepção de ecossistemas, isto é, a interdenpendência entre clima-planta-solo-microrganismos e a mesofauna.

Quer dizer que cada lugar possui sua vida, toda particular e que lhe é característica. A totalidade de vida chama-se biocenose.
Por muito tempo os zoólogos preferiram estudar os solos nativos de mata e de pastagens porque encontraram ali muito maior número de espécies, embora com menor quantidade de indivíduos que em solos lavrados, onde a uniformização é tanto maior quanto mais monótonas forem as técnicas agrícolas empregadas.

E, como cada pesquisador tinha a ambição de dar a alguns animais seu nome, por muito tempo não se trabalhou com terras agrícolas que foram fortemente modificadas através da interferência do homem.

A interferência do homem é representada pelo desmatamento, a queimada, o pastoreio, a caça, a lavração, a adubação e plantio com a introdução de somente uma espécie e o combate às ervas nativas (capina, herbicidas, pesticidas), a irrigação e drenagem.

Cada uma dessas medidas prejudica algumas e beneficia outras. De modo que um beneficiamento unilateral de uma espécie em detrimento de outra leva, infalivelmente, à multiplicação explosiva da espécie, criando, desta maneira, pragas para as culturas.

A monocultura é a medida mais eficaz de provocar-se uma praga. O número de uma ou outra espécie de animais no solo tem pouca influência mas o importante é a composição total da mesofauna do local.

Assim, a existência de percevejos, por exemplo, não prejudica o trigo se existe, ao mesmo tempo, número suficiente de formigas. Mesmo um número pequeno de percevejos pode ser alarmante se não existirem formigas que os controlem.

A simples presença de nematoides não é sinal de alarme. Será alarmante se todos forem da mesma espécie e não existirem fungos, formigas, ácaros e outros seres que os cacem.

Verificamos que o maior desenvolvimento de animais terrícolas é correlacionado com a maior atividade dos vegetais, isto é, da época da formação dos botões até a floração. Em solos pobres, especialmente, cultivados com adubação em linha (fertilizer band), a atividade na rizosfera é muito pronunciada.

A raiz da planta segrega substâncias que servem de alimento para diversos tipos de bactérias e fungos; estes são devorados por amebas, alguns ácaros e colêmbolos; estes, por sua vez, servem de alimento para formigas e aranhas que, por sua vez, caçam larvas, ovos de besouros, etc.
As excreções das plantas dependem da nutrição vegetal, isto é, da riqueza do solo e da adubação.

Em virtude desta íntima correlação, se modificarmos um dos fatores, acarretaremos a modificação de todos os demais. Se adubamos trigo, por exemplo, com fósforo, a planta excreta aminoácidos. Estes são utilizados por bactérias como radiobacter e Bacillus mesentéricos. Estes constituem alimento preferido por diversos tipos de amebas que vivem em consorciação com fixadores de N, como o Azotobatcer, aumentando sua atividade.

Provocam, portanto, um maior abastecimento de plantas com nitrogênio, que por serem melhor nutridas, excretam, também, mais substâncias e têm uma maior atividade na sua rizosfera. Se faltar fósforo ou se substituirmos a planta por outra espécie, milho, por exemplo, modifica-se, imediatamente, toda a gama de vida com reflexos para a física do solo. Cada lavração é uma revolução no solo, sendo modificado todo o ambiente e, com ele, a biocenose.
Na natureza não existem fatores isolados mas dependentes e inter-relacionados de modo a formarem equilíbrios. Estes equilíbrios são dinâmicos. Somente com a taxa de transformação sempre constante é mantido esse equilíbrio. Como o equilíbrio se baseia na constante transformação de todos os fatores, chama-se equilíbrio dinâmico, que entretanto são extremamente sensíveis à modificação de um de seus fatores.

Os animais terrícolas mais importantes, isto é, os que existem normalmente em maior escala no solo são: colêmbolos, ácaros, nematoides, formigas, cupins, aranhas, minhocas e amebas.

Parte dos animais vive na superfície do solo, especialmente entre as folhas e cupins mortos, e parte nas camadas abaixo. São fáceis de distinguir porque os da superfície são sempre de cores mais pronunciadas, enquanto os das camadas mais profundas são geralmente brancos ou cinzentos. Isto acontece porque os que recebem luz se pigmentam.

A grande dificuldade na compreensão das biocenoses é o fato de que os pesquisadores são superespecializados, por exemplo, somente para ácaros, ou somente para nematoides, ou somente para carabídeos, etc. E há ainda especialistas para uma ou outra espécie de modo que se sabe tudo a respeito desta, mas pouco a respeito de sua interdependência com o resto da vida do solo. O estudo da espécie por si não faz muito sentido a não ser por curiosidade zoológica, uma vez que também na sociedade humana, ninguém pode entendê-la estudando um indivíduo isolado.

Sabemos que o reino animal, tanto como o vegetal, está sempre em modificação, uma vez que não existe equilíbrio dinâmico que não trabalhe com pequenas falhas. Estas falhas acarretam uma degradação do sistema, sua decadência, até que um ou outro componente tem que ser substituído. Dessa forma, um indivíduo estranho ao sistema entra substituindo o outro, que não encontra mais as condições de sobrevivência para poder se impor e dominar.
Chamamos esta substituição gradativa de sucessão. A sucessão é completa quando todo o sistema foi substituído por outro. Pode haver um melhoramento do solo de uma sucessão superior, por exemplo, numa terra com cupins que era muito compacta e sem matéria orgânica, adicionamos material vegetal semi decomposto e calcário. Os cupins os misturaram com o solo mineral possibilitando assim a proliferação de colêmbolos. Estes logo descobriram que a matéria orgânica semi digerida nos corpos dos cupins era muito mais gostosa e mataram os cupins. Mas a quantidade de colêmbolos atraiu formigas que os caçaram, eliminando a maioria.

Os animais que agora se assentaram não eram mais cupins mas minhocas, que formaram um complexo de húmus e argila, agregando o solo e melhorando em muito suas condições físicas e químicas. As sucessões são consideradas tanto mais avançadas e mais altas quanto maior é o grau energético de sua alimentação.

Aos invertebrados do solo distinguimos:

1. Bacteriófagos
2. Saprozoontes (comendo detritos vegetais)
3. Fitófagos e planositas (sugam células vivas de raízes e folhas)
4. Parasitas
5. Carnívoras
A sucessão constitui-se, portanto:

Amebas e outros protozoários > colêmbolos e nematoides > ácaros e colêmbolos > formigas, aranhas e miriápodos > minhocas.

Um solo onde predominam colêmbolos é muito menos produtivo do que um onde há grande número de formigas e aranhas.

Os Nematoides

Vivem em solos com boa retenção de água, de textura arenosa com bom teor de matéria orgânica. É um verme filiforme (nemato=fio; ptoides=forma) de 0,1 a 4 mm de tamanho e de 30 a 250 microns de diâmetro e são completamente circulares. Vivem somente em lugares onde há suficiente umidade. Podem ser:

  • Saprófitos, vivendo no musgo, na manta de folhas mortas da floresta ou simplesmente de matéria orgânica no solo, mas podem viver também nas folhas de árvores. Em condições adversas se desidratam, levando o vento a cutícula. Caindo em lugar favorável, se hidrata de novo para continuar a vida. Pela calagem são altamente beneficiados.
  • Firo-fagos que migram de raiz para raiz, roendo-a de fora como Pratylenchus. Estes possuem um estilete na boca para furar a célula vegetal. Porém raramente prejudicam a raiz. Muitos vivem também de bactérias, fungos e algas.
  • Parasitas, que entram na planta enquanto larvas, amadurecendo ali, como a Heterodera. Liquidifica com uma enzima o plasma celular, que depois suga. A enzima estimula a planta que fornece alimento à célula invadida. E o nematoide, portanto, evita cuidadosamente prejudicar o tecido que os necrosaria. Porém o nematóide abre o caminho para patógenos microrgânicos como fungos (por ex. Fusarium vasinfectum) e bactérias que prejudicam seriamente a raiz. Vivem também como fauna intestinal nos intestinos de minhocas.

Em 1m2 de solo vivem normalmente 50.000 a 1.000.000 de nematoides. Como são animais muito fracos, não podendo cavocar solos pesados, vivem especialmente em solos arenosos ou fraco arenosos, onde podem se tornar pragas terríveis. Dependem, porém, de suficiente umidade. WINCHESTER e outros pesquisadores atribuem aos nematoides a necessidade de abandonar os solos, especialmente em clima tropical para, pela multiplicidade de flora nativa, restabelecer o equilíbrio natural, especialmente porque há muitas plantas nematicidas.

Sabe-se hoje, porém, que as plantas resistem muito bem aos nematoides quando convenientemente nutridas, suportando números de até 3.600 nematoides em 5 g de raiz, sem se prejudicar. Solanáceas e Leguminosas são as plantas mais prejudicadas por nematoides, seguindo-se as hortaliças e flores, mas atacam igualmente gramíneas e outras plantas. Entre nós são conhecidos como criadores de nematoides: trevo, aveia, soja, batatinhas, tomates e fumo. DDT e outros pesticidas afetam-nos pouco.

Amebas e outros protozoários existem em quantidade muito grande no solo sendo de 10 a 100 vezes mais numerosos que os nematoides por grama de solo. Seu tamanho varia de alguns microns a 4 mm e muitas vezes não é muito maior do que as bactérias, porém reconhecem-se facilmente pela modificação constante da forma de seu corpo enquanto vivos. Encistam-se quando há falta de alimento. Sua multiplicação depende da quantidade de bactérias à disposição que estimulam seu desencistamento. Aumentam explosivamente quando há quantidade suficiente de bactérias, devorando cada um até 120 bactérias por dia. Quando reduzidas drasticamente, as bactérias se encistam de novo por falta de alimento, permitindo, assim, de novo, a multiplicação destas.

São considerados como válvula de segurança no solo controlando sua flora bacteriana, mas atacam também a micro e mesofauna. Vivem também em estreita associação com os fixadores de nitrogênio e decompositores de celulose, aumentando até 10 vezes a atividade de Azotobacter, na fixação de N2 atmosférico.

A Eugenia é uma ameba que se situa entre plantas e animais por ser fotossintética, como também Flaviobactérias que são desnitrificadoras, produzindo vitamina B12 que ela aprecia muito.

Os colêmbolos (Apterygotas)

Os colêmbolos são os animais mais antigos no solo e datam em parte ainda do Terciário. Pode-se dizer que sua forma não se modificou muito durante dezenas de milênios. Vivem especialmente na camada de folhas mortas da floresta. Existem em grandes quantidades, são todos saprófagos e sua única defesa é a furca com que pulam. Alguns são venenosos, sendo, porém, por causa disso presa predileta de algumas espécies de formigas, que, após devorá-los, ficam embriagados, podendo até tornar-se toxicômanos.
Normalmente são considerados a mesofauna pioneira que faz o primeiro trabalho da decomposição da matéria orgânica em solos ainda muito desfavoráveis para outra vida. Nunca se tornam parasitas mas podem comer plantas em pé se terminar a matéria orgânica. Podem ser o sustento das formigas, cuja presença é altamente benéfica, como ainda veremos.

Ácaros (Arachnides)

100.000 pesam mais ou menos 1 a 2 gramas. Existem espécies que são saprófagos (75%) e que ajudam na primeira trituração de matéria orgânica, especialmente de folhas mortas no pasto. Poucos vivem na floresta. Parte, porém, são carnívoros (25%) e caçam especialmente colêmbolos, insetos, outros ácaros e nematoides, comendo também ovos de besouros e de borboletas e filamentos de fungos. Não misturam a matéria orgânica com o solo mas beneficiam sua decomposição por bactérias.

Reagem violentamente à uma adubação amoniacal, que os faz desaparecer, como aliás a maioria da meso, macro e mega fauna, porque age como abiótico.
Geralmente são considerados controladores efetivos de muitas espécies que se poderiam tornar parasitas. Porém, há também ácaros parasitas de plantas e animais (carrapatos) valendo dizer aqui, porém, que quanto pior o solo, tanto maior a quantidade de ácaros parasitas. Seu surgimento é, pois, sinal de desequilíbrio biológico.

Minhocas (Anelídeos)

Quatrocentos e dez delas pesam mais ou menos 120 gramas. Vivem somente em solos com boa retenção de água e se enodam e morrem em ambiente anaeróbio. Elas preferem solos médios e quase nunca aparecem em areias. Não se importam com o pH de há suficiente cálcio à disposição.

As minhocas são os animais mais discutidos, sendo considerados em clima temperado como sinal de terra boa porque neutralizam o solo onde aparecem, misturam-no até a profundidade de 6 m e formam e estabilizam sua estrutura granular. Dependem porém especialmente de suficientes recursos de K e Ca além da matéria orgânica. Suas galerias beneficiam a penetração de água (solos com bastante minhocas são portanto muito resistentes à erosão). Com estrume de galinha pode-se provocar seu aumento explosivo a ponto de se tornarem prejudiciais ao solo, por tornar a estrutura do solo permeável demais drenando toda água pluvial e por devorarem as plantinhas novas da cultura.
As minhocas brasileiras são mais fortes que as europeias. Na Austrália vai o ditado: “quantos quilos de minhocas o solo contiver, tantos quilos de ovelhas a pastagem suporta.” Muitos achavam que os cupins se solos tropicais seriam os substitutos das minhocas, mas isso não é verdade.

Cupins (Isópteras)

Necessitam de umidade constante que se forma pelos cupinzeiros e suas galerias impermeáveis. Os cupins misturam indiscutivelmente o solo tornando-o mais solto, facilitando a penetração de ar e água, especialmente nas zonas semi desérticas, porém como constroem galerias, sua atividade é muito mais restrita que a das minhocas. Se há matéria orgânica no solo, melhoram-no pela mistura desta com o solo mineral, porém geralmente aparecem em campos com terra muito compactada onde a matéria orgânica sempre é limitada pela queima. Ocorrem também na floresta fechada onde atacam madeira morta. Não contribuem para a estabilidade da estrutura do solo. Os cupinzeiros porém são ótimos para encapamento de estradas, fornecendo um material parecido ao asfalto. Aumentam em seus cupinzeiros a CTC e os íons trocáveis e até criou concreções de CaCO3 e quase neutralizam o pH. Apesar da maior riqueza mineral, cupinzeiros destruídos e aplainados comprometem seriamente a fertilidade do solo por serem isentos de matéria orgânica.

As formigas carnívoras

No Brasil, a perseguição às formigas é total, apesar de ser necessário distinguir as carnívoras, extremamente benéficas para as lavouras e pastagens, e herbívoras, que são as temidas formigas cortadeiras, que criaram a má reputação que as formigas hoje gozam.

As formigas carnívoras somente podem existir onde, durante todos os meses do ano, acham suficiente alimento. Se pela lavra se criam longos períodos sem suficiente mesofauna, as formigas desaparecem. Como todas as carnívoras (por ex., as lava-pé) possuem veneno, o tão conhecido ácido fórmico, poucos gostam delas.

Na Alemanha há fazendas dedicadas à criação de formigas, que são vendidas especialmente pra os silvicultores mas também para agricultores, porque são umas das armas mais poderosas no controle de pragas. Controlam até as formigas cortadeiras, que por exemplo se retiram das regiões onde aparece a formiga conhecida como “cuiabana”, não porque comem as crias delas, mas porque as enlouquecem pelas danças que fazem em volta delas.

As formigas conhecidas como “correção” invadem as casas matando pulgas, baratas, piolhos e até camundongos, deixando as casas limpas de pragas. Em volta de todos os formigueiros sobem os níveis de Ca, P, K e N no solo. Formigueiros, portanto, nunca devem ser destruídos quando são de carnívoras, mas cercados de todos os cuidados porque enquanto existem, o perigo de pragas é muito reduzido.

As aranhas da mesma maneira são eficientes caçadoras de insetos. Em experiências feitas aqui em Santa Maria verificamos que a adubação verde aumenta os colêmbolos e a de palha, as formigas e aranhas.

Hoje, reconhecendo o tremendo valos da mesofauna para a manutençãoo do equilíbrio biológico do solo, usa-se sempre em maior escala a “não lavração” (zero tillage), a “lavração mínima” e a “lavração em listas” (stripp tillage) para conservar o solo intertubado e manter as condições favoráveis à mesofauna.

Fonte: Ana Maria Primavesi

Deficiência de nutrientes nas plantas

A falta ou insuficiência de nutrientes debilita e atrasa o desenvolvimento das plantas, que passam a apresentar sintomas de deficiência nutricional.

O estado nutricional das plantas é avaliado por meio da diagnose foliar (análise de tecidos vegetais) e diagnose visual (observação de sintomas de deficiência ou excesso). O objetivo da avaliação nutricional das plantas é identificar os nutrientes que estariam limitando o crescimento e produção das culturas. Consiste basicamente, em se comparar uma planta, uma população de plantas ou uma amostra dessa população com um padrão da cultura em questão.

Como nas folhas ocorrem os principais processos metabólicos do vegetal, as mesmas são os órgãos da planta mais sensíveis às variações nutricionais. Se houver falta ou excesso de um nutriente, isto se manifestará em sintomas visíveis, os quais são típicos para um determinado elemento.

Principais sintomas da deficiência de nutrientes verificados nas folhas das plantas de milho.

Os principais sintomas de deficiência nutricional, fatores associados e medidas de correção são relacionados a seguir:

Nitrogênio

A exigência do elemento é maior nos primeiros estádios de crescimento. Em sua falta ou insuficiência, o crescimento da planta é retardado e as folhas mais velhas tornam-se verde-amareladas. Se a falta do nutriente for prolongada, toda a planta apresentará esses sintomas. Em casos mais severos, ocorre redução do tamanho dos folíolos, e as nervuras principais apresentam uma coloração púrpura, contrastando com um verde-pálido das folhas. Os botões florais amarelecem e caem.

As condições que predispõem à deficiência são: insuficiência de fertilizante nitrogenado, baixo nível de matéria orgânica no solo, elevado nível de matéria orgânica não decomposta no solo, deficiência de molibdênio (Mo), compactação do solo, intensa lixiviação e seca prolongada. A correção faz-se pela aplicação de nitrogênio, preferencialmente na forma nítrica, em cobertura ou foliar.

Fósforo

A deficiência de fósforo é observada com freqüência em solos de baixa fertilidade e nos que possuem elevada taxa de adsorsão desse nutriente, como os solos de cerrados. A taxa de crescimento das plantas é reduzida desde os primeiros estádios de desenvolvimento. As folhas mais velhas adquirem coloração arroxeada, em razão do acúmulo do pigmento antocianina. Em estádios de desenvolvimento mais tardios, as folhas apresentam áreas roxo-amarronzadas que evoluem para necroses. Essas folhas caem prematuramente, e a planta retarda sua frutificação.

A absorção de fósforo pelo tomateiro é afetada principalmente pela concentração de fósforo na solução do solo. A acidez ou a alcalinidade do solo, o tipo e a quantidade de argila predominante, o teor de umidade, a compactação do solo, o modo de aplicação dos fertilizantes e as temperaturas baixas na fase de emergência das plantas também afetam a absorção desse nutriente. A correção do solo pode ser feita preventivamente com a aplicação de adubo fosfatado antes do plantio.

Potássio

É o nutriente mais extraído pelo tomateiro. A deficiência de potássio torna lento o crescimento das plantas; as folhas novas afilam e as velhas apresentam amarelecimento das bordas, tornando-se amarronzadas e necrosadas. O amarelecimento geralmente progride das bordas para o centro das folhas. Ocasionalmente verifica-se o aparecimento de áreas alaranjadas e brilhantes. A falta de firmeza dos frutos, em muitos casos, é também devida à deficiência de potássio.

O teor de potássio no solo, a taxa de lixiviação, a calagem excessiva ou a presença de altos teores de cálcio, magnésio e amônia no solo afetam a disponibilidade de potássio para a planta. A correção pode ser feita com a adubação em cobertura de sulfato ou cloreto de potássio, seguida de irrigação.

Cálcio

O sintoma característico da deficiência de cálcio inicia com a flacidez dos tecidos da extremidade dos frutos, que evolui para uma necrose deprimida, seca e negra. O sintoma é conhecido como podridão estilar ou “fundo-preto”. Em condições em que ocorrem períodos curtos de deficiência – principalmente quando ocorrem mudanças bruscas de condições climáticas –, observam-se tecidos necrosados no interior dos frutos, cujo sintoma é conhecido como coração preto. Eventualmente verificam-se, em condições de campo, deformações das folhas novas e morte dos pontos de crescimento.

Geralmente, qualquer fator que diminua o suprimento de cálcio, ou interfira em sua translocação para o fruto, pode provocar deficiência. Assim, fatores como irregularidade no fornecimento de água, altos níveis de salinidade, uso de cultivares sensíveis, altos teores de nitrogênio, enxofre, magnésio, potássio, cloro e sódio na solução do solo, pH baixo, utilização de altas doses de adubos potássicos e nitrogenados – principalmente as fórmulas amoniacais – e altas taxas de crescimento e de transpiração contribuem para o aparecimento do sintoma.

Previne-se a deficiência de cálcio com a aplicação adequada de corretivos e com a adoção de um manejo eficiente de irrigação, evitando que a planta sofra estresse hídrico, principalmente nas fases de florescimento e crescimento dos frutos. A correção da deficiência é feita com pulverização foliar de cloreto de cálcio a 0,6%, dirigida às inflorescências.

Magnésio

A deficiência de magnésio é bastante comum em plantações de tomate e caracteriza-se por uma descoloração das margens dos folíolos mais velhos, que progride em direção à área internerval, permanecendo verdes as nervuras. Quando a deficiência é mais severa, as áreas amarelas vão escurecendo, tornando-se posteriormente necrosadas. Sintomas causados por infecção de vírus podem ser confundidos com deficiência de magnésio.

Solos ácidos, arenosos, com alto índice de lixiviação e altos níveis de cálcio, potássio e amônio afetam a disponibilidade de magnésio. Previne-se a deficiência com a aplicação adequada de calcário dolomítico ou de sulfato de magnésio (30 kg/ha) no solo, antes do plantio. A correção pode ser feita com pulverização foliar de sulfato de magnésio a 1,5%. A aplicação foliar conjunta de uréia favorece a absorção de magnésio.

Enxofre

Os sintomas de deficiência de enxofre são semelhantes aos de nitrogênio, ou seja, as folhas apresentam coloração verde-amarelada. Entretanto, neste caso, as folhas novas são as primeiras a serem afetadas. As plantas deficientes geralmente apresentam o caule lenhoso, duro e de pequeno diâmetro.

As condições que promovem a deficiência de enxofre são as mesmas relatadas para o nitrogênio, acrescidas de excessivo uso de “adubos concentrados”, normalmente sem enxofre. Não há necessidade de adubação específica para fornecimento de enxofre. Em casos especiais, a utilização de gesso agrícola, na dosagem de 800 kg/ha, aplicado antes do plantio, juntamente com a calagem, ou a aplicação de sulfato de potássio ou de magnésio, no plantio, previnem a deficiência.

Boro

Na deficiência de boro, as folhas novas do tomateiro tornam-se bronzeadas, ocorrendo, em seguida, morte das gemas e das folhas. O pecíolo torna-se quebradiço e a planta murcha nas horas mais quentes do dia, em razão dos danos provocados ao sistema radicular. Sintomas de clorose e deformação das folhas novas são muitas vezes confundidos com o sintoma da virose “Topo-amarelo”. Os frutos apresentam manchas necróticas de coloração marrom, principalmente perto do pedúnculo, e não desenvolvem totalmente a cor vermelha. As paredes do fruto tornam-se assimetricamente deprimidas e os lóculos se abrem.

As condições que predispõem a deficiência de boro são: calagem excessiva, solos arenosos e elevado índice de precipitação pluviométrica. A prevenção da deficiência faz-se com a aplicação de bórax na adubação de plantio (30 kg/ha). A correção durante o cultivo pode ser feita com pulverização foliar de bórax a 0,25%.

Molibdênio

Os sintomas de deficiência de molibdênio expressam-se em condições de carência de nitrogênio, apresentando um amarelecimento das folhas mais velhas e possíveis necroses marginais com acúmulo de nitrato. Solos com pH abaixo de 5,0 predispõem a deficiência desse nutriente.

A correção se faz com a calagem e a aplicação de 1 a 2 kg/ha de molibdato de amônio no solo, ou com pulverização foliar a 0,3%. Não se deve fazer mais de uma aplicação de molibdato no solo, já que os níveis tóxicos são facilmente atingidos.

Zinco

Os sintomas de deficiência de zinco manifestam-se nas partes mais novas da planta, com o encurtamento dos entrenós, ligeira clorose das folhas, redução do tamanho e deformação das folhas. Excesso de calagem, elevado índice de lixiviação e alta concentração de fósforo no solo favorecem a deficiência. A prevenção é feita com a aplicação de sulfato de zinco, na dosagem de 30 kg/ha, junto com a adubação de plantio. A correção pode ser feita com pulverização foliar de sulfato de zinco, na dosagem de 15 g/L de água.

Para mais informações, veja também o livro:

Guia de Deficiência Nutricionais em Plantas
Guia de Deficiência Nutricionais em Plantas

 

Fonte de pesquisa:
Embrapa
Blog Conhecendo os Adubos
A Cientista Agrícola

Agricultura Orgânica

Um grupo de assentados da reforma agrária buscou qualificação profissional e passou a investir na agricultura orgânica. O cultivo de hortaliças totalmente livres de agrotóxicos é a principal fonte de renda da comunidade Colônia I, na zona rural do Distrito Federal.

Acompanhe a matéria do programa Momento Ambiental mostrando como é possível retirar o sustento da terra, gerar empregos e preservar a natureza.

Fonte: Momento Ambiente

Rios voadores

De onde vem a água que chega às torneiras das cidades no Sudeste brasileiro? O que explica a escassez que causou alarme nos últimos meses, num país renomado pela abundância de água doce? Sem a possibilidade de chegar a uma resposta simples e incontestável, aspectos diversos do assunto foram tratados na reportagem da Pesquisa FAPESP.

O pesquisador Antonio Donato Nobre, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), fala sobre a importância da Amazônia na formação de rios voadores que levam água para regiões distantes dentro do Brasil e nos países vizinhos. Seus depoimentos são essenciais para as reflexões da engenheira Monica Porto, da Escola Politécnica da USP, sobre a importância da chuva para abastecer os mananciais paulistas.

Esse vídeo é a primeira parte do documentário “Dança da Chuva”. A segunda parte – “Manancial subterrâneo” – pode ser conferida aqui.

Fonte: Pesquisa Fapesp

Agrofloresta – Agricultura recuperando o meio ambiente

É possível conciliar alta produtividade agropecuária e recuperação ambiental no mesmo espaço?

Para muitos, essa questão tem uma resposta simples: sistemas agroflorestais. A técnica já é antiga, mas no Brasil ela vem sendo bastante pesquisada e desenvolvida, atingindo produtividade maior que sistemas convencionais. Ernst Götsch, pesquisador suíço radicado no Brasil, desenvolve a técnica há mais de 30 anos em uma fazenda no interior da Bahia, onde recuperou 14 córregos anteriormente secos e aumentou a pluviosidade na região enquanto planta cacau de primeira qualidade. E em Brasília, onde durante metade do ano praticamente não chove, agricultores economizam água e produzem mais com a agrofloresta.

Fonte: Câmara dos Deputados

Experiências bem-sucedidas de sistemas agroflorestais (SAF)

O sistema agroflorestal, também chamado de agrofloresta ou SAF, traz vantagens econômicas, sociais e ambientais, principalmente para a agricultura familiar. Combinando espécies arbóreas lenhosas (frutíferas e/ou madeireiras) com cultivos alimentares de ciclo curto, o SAF permite colheitas desde o primeiro ano de implantação, de forma que o produtor obtenha rendimentos provenientes de culturas anuais, hortaliças e frutíferas de ciclo curto enquanto aguarda a maturação das espécies florestais e das frutíferas de ciclo mais longo.

Matéria publicada no programa Dia de Campo na TV, da Embrapa.

Agrofloresta em grande escala

O Agenda Gotsch segue em sua proposta de buscar histórias reais de experiências que estão dando certo. Neste episódio, apresenta uma experiência de agrofloresta em grande escala que está acontecendo no interior de São Paulo, na Fazenda da Toca.

Fonte: Agenda Gotsch

contato@ecoagri.com.br