Como fazer canteiros de horta no estilo de agrofloresta

Unir canteiros de horta com agrofloresta é uma ótima opção. Criar as árvores de ciclo mais longo dentro do canteiro da horta, enquanto você colhe hortaliças, costuma dar muito certo. As plantas se ajudam. E com a exigência nutricional e de água das hortaliças você aproveita, água e adubação.

No vídeo abaixo, mostramos o trabalho de incorporar as técnicas no canteiro da horta.

Técnicas da Agricultura Sintrópica

As duas técnicas chave que uso nos canteiros, é usar o pseudocaule da bananeira para fazer cobertura de matéria orgânica e a sucessão e estratos.

Pensar na sucessão tempo e espaço também é possível no canteiro da horta.

Por exemplo: podemos considerar quais hortaliças são estrato baixo, médio e alto. Assim com em uma linha de árvore.

Acredito que isso é um dos conceitos chaves para entender o plantio Agroflorestal Sintrópico. Entender que um Milho e um Eucalipto são do Estrato emergente, e ao mesmo tempo uma acerola, uma couve, uma mandioca e uma beringela são estrato alto, sendo que a diferença é o tempo successional que elas ocupam.

Ou seja, quando a acerola está grande não cabe a couve, e quando o Eucalipto está grande não cabe o milho, por exemplo.

Os canteiros de horta, são um grande aprendizado. Com o crescimento mais rápido, é muito legal para entender a sucessão.

Entender que uma rúcula sai em 30 dias para o alface ter seu espaço. Sendo que elas podem estar bem perto. Me ajuda entender a mesma lógica que vai acontecer na linha de árvore, quando o mogno africano crescer o Eucalipto tem que sair por exemplo.

Fonte: Quintal Florestal

Agrofloresta x Agricultura Sintrópica x Permacultura x Orgânicos

Agroecologia, Permacultura, Agrofloresta, Agricultura Sintrópica, Orgânicos…

É fácil se perder em meio a tantos conceitos e propostas. Mas e ai, o que é cada um?

Começando pela Agrofloresta

O conceito de agrofloresta já está aqui pelo Brasil desde dos anos 80. O conceito evolui da proposta de Agrossilvicultura, onde espécies lenhosas são cultivadas em consórcio com espécies herbáceas e anuais, então basicamente a idéia surge da possibilidade de consórcio de árvores, plantadas para madeira, e herbáceas para alimentação ou pasto.

Na publicação da Embrapa “Sistemas Agroflorestais: Conceitos e Aplicações” por Vera Lex Engel dá para ter uma idéia, nessa publicação tem uma conceituação legal para quem quiser se aprofundar.

Partindo daí vemos a necessidade de evolução do conceito do Ernst Gostch, quando ele aborda seu método como Agricultura Sintrópica sendo diferente de Agrofloresta, ou seja, qualquer produção de madeira atrelada com herbáceas já estariam englobadas no termo Agrofloresta, sendo assim se eu plantasse Eucalipto consorciado com milho e feijão por exemplo eu já estaria fazendo “Agrofloresta”, muito diferente da Agricultura Sintrópica.

Agricultura Sintrópica

A Agricultura Sintrópica, conceito apresentado pelo Ernst Gotsch, mais do que um simples consórcio entre madeira e herbáceas é baseado na Sintropia,

“O princípio da Sintropia (ao qual a entropia está intimamente ligada, dentro de cada sistema do universo, até mesmo os cibernéticos, vivos ou não) faz com que sua existência seja preservada apesar da entropia nesse mesmo sistema. É um processo que opõe-se à perda de energia, e desorganização através de uma injeção de novas energias geradas a partir deste mesmo processo ou de outros, de fora do sistema, e muitas vezes energia inútil nestes. “-Wikipedia

Sendo assim o sistema Sintrópico já é pensado para ser organizado e estabelecer ganho energético.

Na prática é a busca por um sistema em equilíbrio onde todas as espécies tem seu papel. O Eucalipto não está ali apenas para a produção de madeira, ele irá gerar matéria orgânica que vai adubar o solo, descompactar e buscar nutrientes em outras camadas para devolver ao solo na parte superior, e fazer parte de um sistema de interação entre espécies.

Na Agricultura Sintrópica quem gerencia o sistema está constantemente buscando uma sucessão biodiversa acelerando os processos e buscando uma floresta produtiva. De maneira geral a Agricultura Sintrópica é uma Agrofloresta, mas nem toda Agrofloresta é Sintrópica. A Agrofloresta pode estar pautada em propostas tradicionais de aplicações de venenos, herbicídas sendo apenas uma possibilidade de consorcio agrícola.

Permacultura

A Permacultura é um conceito que nasceu na Austrália desenvolvida por Bill Mollison e David Holmgren. O nome tem origem na união das duas palavras Permanente e Agricultura.

Uma Agricultura Permanente, a Permacultura tem como uma das suas principais bases o design de ambientes sustentáveis como Bill Mollinson descreveu:

“Permacultura é um sistema de design para a criação de ambientes humanos sustentáveis e produtivos em equilíbrio e harmonia com a natureza.”

A Permacultura abrange diversos conceitos, e vai desde a ocupação de um terreno, a criação de lagos artificiais para a fertirrigação.

Orgânicos

Ahh os orgânicos! com selos bonitos e chamando a atenção nas gôndolas de supermercados.

Entre os conceitos aqui apresentados talvez o mais simples, orgânico, apenas aceita a aplicação do que organicamente foi retirado, extraído ou gerado.

Há muitas exigências das certificadoras, e para ter aquele selinho no produto existe uma enorme lista do que tem que ser feito.

Sempre bom lembrar que o orgânico não é sinônimo de sustentável. O orgânico de certo está na minha lista do menos pior. Ele não recebeu agrotóxico nem adubo químico, porém isso não é tudo no meu modo de ver, acredito na Agricultura Sintrópica e na Permacultura onde a idéia e estarmos permanentemente no local, produzindo de forma sadia com o mínimo possível de elementos externos. Mas e o orgânico?

Não acho a simplicidade do orgânico suficiente para uma mudança de consciência e de forma de produção. O orgânico muitas vezes apenas muda o pacote da agricultura tradicional para um pacote tradicional com insumos orgânicos. A lógica de produção, extrativista sem preocupação com o solo continua mas com insumos orgânicos.

Por Pedro Savério Penna.

Fonte: Quintal Florestal

Agricultura sintrópica nos empreendimentos imobiliários?

A agricultura sintrópica é uma das melhores maneiras de se praticar o reflorestamento no planeta, atualmente. Para quem acha que esse assunto não combina com o mercado imobiliário, fique sabendo que já há iniciativas da utilização dessa técnica em empreendimentos do ramo, unindo dois universos que, a princípio, são extremamente diferentes.

Esse método foi trazido ao Brasil por um suíço, Ernst Götsch, um pesquisador que chegou a comprar terras no estado da Bahia e recuperou-as utilizando a agricultura sintrópica. Assim como diz o seu nome, ele é baseado na sintropia, que prega a organização, integração, equilíbrio e preservação de energia no ambiente.

Saiba que é possível utilizar a agricultura sintrópica não somente para recuperar e preservar o solo, mas também para cultivar algo que seja interessante comercialmente, que são os alimentos que consumimos no dia a dia.

Para que você saiba como isso pode ser usado nos empreendimentos imobiliários, continue acompanhando o restante do texto para compreender melhor sobre a sua importância, bem como as suas vantagens e integração com o mercado imobiliário!

Qual é a importância da agricultura sintrópica?

Muitos questionam sobre qual é a importância de utilizar essa técnica nos dias de hoje. Para contextualizar esse questionamento, trago aqui uma preocupação atual, que é a de cultivar alimentos sem devastar o solo e preservar toda a natureza de uma dada região.

Com a agricultura sintrópica isso é mais que possível, visto que ela utiliza somente recursos do próprio meio ambiente, ou seja, não há o uso de agrotóxicos, por exemplo. Aliás, muitos agricultores que praticam a técnica preferem não irrigar a plantação, pois, dessa forma, o equilíbrio é alcançado de forma natural.

Desse modo, cabe apenas estudar quais são as particularidades do solo para decidir o que deve ser plantado ali. Assim, será possível escolher uma diversidade de sementes que serão semeadas e começar a plantar de modo que, quando crescerem, o próprio ecossistema oferecerá luz, nutrientes, umidade e outros recursos que atendem às suas necessidades.

É esse equilíbrio que faz com que o espaço seja aproveitado de forma muito mais inteligente, além de fornecer uma rentabilização melhor para a atividade.

Quais são as vantagens da agricultura sintrópica?

De cara, você já deve ter percebido inúmeras vantagens ao utilizar a agricultura sintrópica, certo? Para facilitar, criei uma lista reunindo as principais delas. Veja só!

Aumento da biodiversidade
A adesão da agricultura sintrópica faz com que haja o aumento da biodiversidade, visto que, logo de cara, estimula-se o estudo do que pode ser plantado no solo e, partindo para a ação, em que uma variedade de plantas e alimentos são plantadas e estimuladas a crescerem juntas, cria-se um ambiente em que ocorre esse aumento de biodiversidade.

Quando o assunto é reflorestamento e agrofloresta, a agricultura sintrópica é uma das melhores práticas, já que é um estímulo a ter uma variedade maior de alimentos e plantas, fortalecendo a natureza do local.

Recuperação de áreas degradadas
Outra vantagem relevante é a recuperação de áreas degradadas, principalmente pela técnica ajudar para que esse trabalho no solo seja muito mais rápido. Afinal, quando aplicada corretamente, haverá uma maior retenção de água no solo, além de uma geração de oxigênio bem mais eficiente.

Além disso, todo esse tratamento de acúmulo de energia favorece uma menor utilização de combustíveis fósseis na geração de alimentos. Dessa maneira, é possível transformar o carbono que há nos vegetais, por meio de fungos e bactérias, nos nutrientes e na matéria orgânica, recuperando o solo degradado.

Produtos de maior qualidade
Uma das grandes consequências de utilizar a agricultura sintrópica está na produção de itens com maior qualidade. Afinal, um solo com mais nutrientes, com um ambiente em que há uma ajuda mútua entre as plantas, não poderia fornecer outro tipo de resultado, não é mesmo?

Mas, o grande ganho está na ausência da necessidade da utilização de agrotóxicos e outros produtos químicos que empobrecem a qualidade dos alimentos. Ou seja, a agricultura sintrópica é boa para a natureza, para quem está plantando e, também, para quem vai usufruir do alimento que ela oferece.

Controle de pragas e doenças
Por fim, trazemos aqui que é possível controlar pragas e doenças com a agricultura sintrópica, sem precisar recorrer aos agrotóxicos. Isso é possível justamente pelo fato dessa metodologia trabalhar com o acúmulo de energia e o equilíbrio ecológico.

Ou seja, a própria natureza cria um mecanismo de proteção em que tudo funciona perfeitamente, evitando que algum tipo de praga atinja aquela produção de alimentos.

Como utilizar a agricultura sintrópica nos empreendimentos imobiliários?
Hoje, já existe um olhar mais atento do mercado imobiliário em relação à preservação do meio ambiente e todo o seu ecossistema. Já existem algumas iniciativas que mostram que essas duas áreas podem caminhar juntas e em perfeita sinergia.

Podemos citar como exemplo, o Parque Cultural Florata, que faz parte da área de um condomínio em Goiânia. O parque utiliza as técnicas da agricultura sintrópica para ajudar na recuperação da área e proporcionar uma qualidade de vida melhor para os moradores do condomínio.

Outro exemplo é o condomínio Cenário da Montanha em Itaipava, região Serrana do Rio de Janeiro. Ao utilizar a agricultura sintrópica, a equipe do projeto garantirá que o solo será preservado, bem como as espécies da flora local!

Além disso, a ideia é que seja reflorestada uma área seis vezes maior do que é exigido por lei. Isso mostra que há sim uma preocupação do mercado imobiliário com o meio ambiente por meio de iniciativas como essa.

Deu para perceber que a agricultura sintrópica pode ser uma excelente aliada aos desafios que temos atualmente, certo? Espera-se que em um futuro muito próximo, essa e outras práticas sejam cada vez mais comuns não só no mercado imobiliário, mas em todas as indústrias que estão ligadas à urbanização.

Fonte: Blog Rio8

Agricultura Sintrópica: produzir e recuperar

Algumas vezes certos temas importantes e sub-explorados atingem uma parcela ampla e heterogênea da população através de programas de televisão aos quais, normalmente, não se atribui a função de informar, ganhando espaço no senso comum. Não é diferente com temáticas científicas. É o que acontece, atualmente, com o conceito de Agricultura Sintrópica.

Apesar de essencial e urgente, a discussão sobre a sustentabilidade na agricultura acaba se restringindo bastante ao âmbito acadêmico ou de organizações e movimentos ambientalistas. A presença deste tema no horário nobre da televisão é, portanto, digna de nota.

Mas, afinal, o que é Agricultura Sintrópica?

A Agricultura Sintrópica é um modo de produção agrícola que trabalha em total comunhão e sintonia com a natureza e seus recursos. A ideia está fundamentada no conceito de sintropia, que diz respeito ao grau de organização interna de um determinado sistema, seja ele um sistema agrícola, um organismo vivo ou mesmo uma empresa ou organização, por exemplo. No tocante a proposta, aumentando-se o grau de complexificação de um sistema agrícola – com um número grande de plantas, pequenos invertebrados, micro-organismos do solo -, se atinge um arranjo interno adequado à manutenção da produção agrícola. Isso seria possível graças ao processo de sucessão ecológica.

Como se pode deduzir, é uma proposta oposta (e crítica) à monocultura.

Criada no Brasil pelo pesquisador imigrante suíço Ernst Götsch, as técnicas de manejo da Agricultura Sintrópica dispensam o uso de qualquer agroquímico, seja ele um fertilizante ou biocida. Se implementado de maneira correta, o sistema deixa de exigir até mesmo a aplicação de adubos orgânicos externos e irrigação. A ideia é diminuir o aporte de qualquer insumo externo ao sistema, como o próprio Ernst explica no vídeo abaixo:

Além de produzir uma ampla variedade de plantas alimentícias, como frutas, hortaliças, tubérculos, grãos e cereais, a correta implementação dos sistemas agroflorestais baseados na sintropia permite não apenas a manutenção dos recursos naturais adjacentes, mas também a recuperação do solo, o restabelecimento progressivo da biodiversidade na propriedade e até mesmo o ressurgimento de nascentes de água.

Por esses e outros motivos, a produção agrícola guiada pelos preceitos da Agricultura Sintrópica pode ser uma alternativa bastante viável para suprir a demanda por alimentos sem destruir ou prejudicar a biodiversidade e, mais do que isso, recuperando-a.

Para saber mais, vale a pena assistir aos vídeos produzidos pelo Projeto Agenda Götsch.

Fonte: Ciência em si

7 Problemas mais comuns em minhocários e como resolve-los!

1. Seu minhocário está muito unido e com cheiro forte?

É um sinal que seu minhocário está com muitos resíduos orgânicos e pouca matéria seca, quando isso acontece, a matéria orgânica fica muito compactada e o oxigênio não entra nos espaços vazios e é isso que produz os gases que dão um cheiro ruim! 🙁

O segredo é adicionar mais matéria seca: serragem, folhas secas, papel picado (sem tinta) ou até mesmo a fibra de coco, e misturar bem com os resíduos e cobri-los, mas atenção para não colocar demais e deixa-lo excessivamente seco, as minhocas precisam de umidade para sobreviverem.

2. Como parar de atrair as mosquinhas de banana?

A drosophila, mais conhecida como mosquinha das frutas se alimentam de leveduras presentes em frutas em decomposição e por isso o seu minhocário é um prato cheio para elas e apesar de não apresentarem um risco a nossa saúde podem ser um grande incomodo em casa.

O primeiro passo para se livrar delas, é garantir que você colocou matéria seca em boa quantidade no seu minhocário, você também pode cobrir os resíduos com duas folhas de papel ou jornal (de preferência a parte preta e branca) de forma que nenhuma casca fique exposta e assim ela não consiga se alimentar dos seus resíduos.

Outra dica é fazer um spray de capim limão (essencial de capim limão diluída em água) e borrifar sempre que achar necessário!

3. Encontrou larvas no seu minhocário?

Não entre em pânico, é um problema relativamente frequente, mas simples de se resolver! Não é incomum encontrarmos as larvas da mosca soldado em minhocarios que estão extremamente úmidos, as larvas são ótimas para a compostagem, mas geralmente causam repulsa e muitas vezes elas conseguem sair do minhocário.

O segredo está em diminuir a umidade colocando mais matéria seca e uma boa cobertura. Quando isso acontecer, vale a pena parar de alimentar seu minhocário por alguns dias até que a infestação esteja controlada. Você também pode espalhar 2 colheres de sopa de açafrão ou neem em pó, que ajudam a evitar as larvas.

4. Nada parece estar acontecendo na sua compostagem?

Você tem alimentado regularmente o seu minhocário, mas tem percebido que os resíduos parecem continuar intactos e não estão se decompondo? Isso provavelmente é o problema oposto dos 3 primeiros casos, seu minhocário está muito seco.

Com a falta de umidade, a atividade das minhocas e dos microrganismos reduz bastante e temos a impressão que os resíduos não estão se transformando em húmus. Nesse caso, o ideal é borrifar água ou até mesmo colocar mais resíduos orgânicos. Muitas fezes os fungos são ótimos indicadores de que sua compostagem precisa de mais umidade.

5. Minhas caixas estão todas cheias, e agora?

Talvez o seu minhocário seja pequeno para a quantidade de resíduos que você gera, nesse caso você consegue adicionar mais um andar “caixa digestora” nele, iniciar um segundo minhocário ou fazer a assinatura de um dos nossos planos de coleta domiciliar dos resíduos orgânicos.

Ou o seu processo de compostagem está muito lento, em média, são 90 dias para que você consiga um bom húmus, mas a falta de umidade ou o excesso dela podem atrasar bastante o processo.

Caso o seu húmus mais antigo já esteja com o aspecto de terra, sem cheiro e você não consiga mais identificar os resíduos, é um sinal que ele já está estabilizado e você pode deixar que ele termine de se decompor no seu jardim, assim você consegue esvaziar mais uma caixa e voltar a alimentá-la.

6. Estou sem matéria seca! O que fazer?

Ter um bom estoque de matéria seca é essencial para não ter imprevistos, mas as vezes acontece e na emergência você pode alimentar suas minhocas papel picado (papel de pão, jornal preto e branco ou papelão sem tinta!) ou você consegue comprar a serragem pelo nosso site, que a gente te entrega em no máximo 3 dias úteis!

7. As minhocas estão querendo fugir?

Em 90% dos casos é o calor que faz com que elas tentem fugir pelas paredes do minhocário, as minhocas californianas sobrevivem em temperaturas entre 12ºC e 24ºC e o nosso clima tropical não ajuda muito nesse caso, por isso o ideal é colocar o seu minhocário no local mais fresco e arejado da casa. Agora em casos extremos de calor, a melhor dica é congelar uma garrafa de água e enterrá-la no seu minhocário, tem um efeito de ar condicionado para elas!

Em outros casos o calor não vem de fora e sim do próprio minhocário, quando os resíduos entram em decomposição ocorre a liberação de calor e normalmente as minhocas vão para um local mais fresco do minhocário, mas quando o minhocário recebe uma quantidade muito grande de resíduos, ele todo fica quente e elas tendem a querer fugir, por isso é importante alimentá-las em pequenas quantidades e com maior frequência, alternando o local onde você colocou os resíduos. Assim seu minhocário ficará sempre com locais mais quentes e outros mais frescos.

Fonte: Blog Ciclo Orgânico

Como plantar espinafre

O espinafre é fácil de cultivar. Pode ser cultivado durante todo o ano, mas há épocas que são melhores que outras e pode ser comido numa grande variedade de prato, tanto crus como cozidos. Atualmente é uma das verduras mais congeladas, uma vez que mantém as suas características intactas.

Os espinafres são ricos em ferro, vitaminas A, B1, B2, B5, C, D, E, K, cálcio, fósforo, potássio, magnésio, ferro, sódio, enxofre, cloro e silício.

Porém, também são ricos em ácido oxálico, razão pela qual não se aconselha seu consumo cru, especialmente para aquelas pessoas que têm problemas de cálculos renais ou de vesícula, assim como não se aconselha o uso da sua água de cozimento para fazer sopas. Todo espinafre, assim como toda planta rica em ácido oxálico (como as acelgas, as taiobas e outras mais) devem ser cozidas bem, sua água deve ser descartada, não devem ser consumidas requentadas (se sobrou, coma frio) e não devem ser consumidas cruas, apesar de serem bastante saborosas.

O ácido oxálico dificulta a absorção do ferro, maior riqueza dos espinafres, pelo que vale temperá-lo com limão ou vinagre, ácidos, para aumentar a disponibilidade deste mineral. Pela sua riqueza em ferro, espinafres são usados nas medicinas populares para tratar pessoas com anemia e desnutrição. Mas, seu excesso em ferro não o faz uma hortaliça adequada para aquelas pessoas que sofrem de hipertensão arterial assim como, já o dissemos acima, seu conteúdo em ácido oxálico o faz inadequado para as pessoas que sofrem dos rins ou vesícula.

Como cultiva-lo em sua horta

1. A hortaliça é fácil de plantar, pois não exige muito espaço. Uma opção para locais com pequena área disponível é o uso de caixas com altura de 20 a 25 centímetros ou você pode plantar em vasos ou jardineiras.

2. O espinafre é rústico e tem resistência a muitas pragas e doenças. Contudo, fungos e insetos são seus maiores inimigos. Eles comem as folhas ou sugam a planta. Deixar a horta sempre limpa ajuda a evitar a presença dos invasores.

3. O espinafre tem seu pleno desenvolvimento em regiões com temperatura entre 13°C a 20°C. Quando em temperaturas elevadas é comum seu florescimento precoce.

4. Ao escolher o local para plantio, opte por lugares com a incidência de luz solar direta ou naqueles que contenham sombra parcial durante o dia.

5. Em regiões de clima quente, é necessário que o espinafre seja plantado em locais nos quais, durante as horas mais quentes do dia, ele fique sob sombra.

6. Certifique-se que o solo tenha boa drenagem. E não esqueça de usar o seu composto orgânico do Ciclo!

7. Por não gostar de encharcamentos, procure irrigar o solo de forma que fique sempre e apenas úmido.

8. Quando plantado em horta, respeite o espaçamento entre as mudas. se desejar, você também poderá propagá-lo em vasos.

9. Adube, uma vez por mês, para que as plantas se desenvolvam bem.

10. A colheita das folhas poderá ser feita de 40 a 120 dias após o plantio. Certifique-se de que a planta tenha pelo menos 6 folhas antes de iniciar a retirada.

Fonte: Blog Ciclo Orgânico

A dieta das minhocas de minhocário: uma jornada pelo cardápio ideal

As minhocas de minhocário, cientificamente conhecidas como Eisenia fetida ou minhocas vermelhas, são verdadeiras recicladoras naturais. Quando se trata de alimentação, essas pequenas criaturas têm um apetite voraz por resíduos orgânicos, transformando restos de comida em composto valioso para o solo. Vamos explorar em detalhes o cardápio ideal para as minhocas de minhocário e como suas preferências alimentares contribuem para a compostagem eficiente.

O que as minhocas de minhocário comem

  • Cascas de frutas e vegetais: As minhocas adoram cascas de frutas como maçãs, bananas e melancias, além de cascas de vegetais como cenouras, abobrinhas e pepinos. Esses resíduos são ricos em nutrientes e são facilmente quebrados pelas minhocas.
  • Borras de café e saquinhos de chá: Borras de café e saquinhos de chá usados são uma adição bem-vinda à dieta das minhocas. Eles fornecem nitrogênio e outros nutrientes essenciais.
  • Restos de alimentos cítricos em pouca quantidade: Cascas de cítricos, como limão, cebola e laranja, podem ser oferecidos às minhocas. Evite colocar em grande quantidade.
  • Casca de ovo: Casca de ovo triturada é uma ótima fonte de cálcio para as minhocas, ajudando a regular o pH do sistema.
  • Papel e papelão: Papel não colorido e papelão podem ser adicionados à dieta das minhocas. Certifique-se de rasgá-los em pedaços pequenos para facilitar a decomposição.

O que evitar

  • Carne, laticínios e alimentos processados: Minhocas não digerem bem produtos de origem animal, como carne e laticínios, além de alimentos altamente processados.
  • Alimentos oleosos ou gordurosos: Evite alimentos muito gordurosos, pois eles podem causar problemas de decomposição e atrair pragas.
  • Alimentos condimentados: Alimentos muito condimentados podem ser desagradáveis para as minhocas e afetar a qualidade do composto.

Dicas para uma Dieta Balanceada

Uma dieta balanceada é fundamental para o bem-estar das minhocas e para a eficiência do sistema de compostagem. Aqui estão algumas dicas:

  • Variedade: Ofereça uma variedade de resíduos orgânicos para garantir que as minhocas obtenham uma ampla gama de nutrientes.
  • Tamanho das partículas: Triture ou pique os resíduos em pedaços pequenos. Quanto menor o tamanho, mais fácil será para as minhocas processá-los.
  • Moderação: Alimente as minhocas de acordo com a taxa em que elas conseguem processar o material. Evite superalimentar, o que pode levar ao acúmulo de resíduos não processados.

As minhocas de minhocário têm um apetite saudável por uma variedade de resíduos orgânicos. Oferecer a elas uma dieta balanceada não apenas mantém suas minhocas felizes e saudáveis, mas também resulta em um composto rico em nutrientes para suas plantas e jardins. Ao compreender suas preferências alimentares e ajustar a alimentação conforme necessário, você estará otimizando a compostagem em seu minhocário doméstico.

Fonte: Blog Ciclo Orgânico

Como cultivar agrião em casa

O agrião da terra é uma planta cientificamente chamada de Barbarea verna que faz parte das espécies da família das Brassicaceae. Uma planta de origem do continente asiático e europeu, mas que pode ser cultivada em qualquer lugar do mundo, desde que apresentando as condições ideais para isso. Popularmente o agrião da terra recebe outros nomes como, por exemplo, agrião de horta, agrião dos jardins, erva dos carpinteiros, agrião de santa bárbara, agrião rinchão, erva de santa bárbara, erva de são julião, entre outros. Esses nomes vão variar de acordo com o local que o agrião da terra for cultivado.

Quando floresce, esta planta atinge de 30 a 90 cm de altura, mas durante seu período útil de cultivo geralmente não ultrapassa os 15 cm de altura. Suas folhas têm um agradável sabor e podem ser consumidas cruas em saladas e sanduíches, ou podem ser utilizadas em sopas e outras receitas culinárias.

O cultivo do agrião da terra deve ser feito preferencialmente em solo fértil, rico em matéria orgânica, com irrigação regular e sempre sob o sol pleno. É muito importante, na hora do plantio, aumentar bem a quantidade de substrato que vai a terra para facilitar bem a germinação e o crescimento da planta. Se você quiser, pode plantar o seu agrião da terra, diretamente no solo, em canteiros ou sementeiras que ele se desenvolve bem. No caso da sementeira, é bom cultivar apenas se você fizer um transplante posteriormente. Em climas mais quentes, cultive em sombra parcial com uma boa luminosidade.

A germinação do agrião da terra é irregular, as sementes podem germinar em menos de uma semana, mas também podem permanecer dormentes por um longo período de tempo.

O espaçamento entre as sementes podem ser de 10 a 20 cm entre as plantas. O agrião-da-terra também pode ser facilmente cultivado em vasos e jardineiras. Há a possibilidade de cultivo para produção de brotos também.

O tempo de colheita é de a partir de 60 dias se for cultivada no verão e a partir de 80 dias se for cultivada no inverno.

O uso das sementes desta planta tem propriedade benéficas no tratamento do reumatismo e da artrite por conter ácidos graxos insaturados mantendo as articulações lubrificadas.

Também tem efeitos benéficos no funcionamento do fígado, na regulação do ácido úrico, tuberculose, raquitismo, pedras no rins, cistites e diminui o efeito tóxico do consumo do tabaco. É ainda indicado como digestivo e diurético.

O suco fervido da planta com leite elimina o catarro e para combater a bronquite é só misturar com mel.

E podemos usar as folhas de agrião de modo geral quando é broto em saladas, sopas, sanduíches, refogados e purés. É rico em vitamina A, vitaminas do complexo B , Vitamina C , fósforo, ferro, iodo e enxofre.

Fonte: Blog Ciclo Orgânico

Conheça a Fazenda Anauá, vencedora do 7° Prêmio Fazenda Sustentável

Em julho de 2023, ocorreu a 7ª edição do Prêmio Fazenda Sustentável, promovido pela Globo Rural, que reconheceu o compromisso com as boas práticas agropecuárias. O evento de premiação teve lugar em São Paulo e contou com a presença de 150 convidados, incluindo produtores rurais, líderes do setor agropecuário e representantes de diversas cadeias produtivas.

Na categoria ‘Pequenas propriedades’, a Fazenda Anauá, localizada em Caravelas (BA), foi agraciada como a mais sustentável do Brasil. Hudson Freire Laviola Filho, sócio-proprietário da fazenda, demonstrou sua satisfação com o reconhecimento: “Estou muito feliz de estar aqui. São grandes projetos, não só porque o Brasil precisa, mas o mundo. Temos a maior riqueza do planeta. O que a gente precisa é incentivo para continuar”, destacou ele, acrescentando que o prêmio serve como estímulo para futuros projetos.

Nesta edição, o Prêmio Fazenda Sustentável avaliou 44 propriedades rurais de diferentes regiões do Brasil em suas atividades ambientais, sociais e econômicas. O evento contou com o apoio da Fundação ECO+ e Rabobank, e patrocínio da Cargill.

Aprender manejo correto faz família triplicar produção de hortaliças

Valdomiro Monteiro Macedo viu sua produção de hortaliças mudar quando a Assistência Técnica e Gerencial (ATeG) do Senar chegou à sua propriedade em Macapá (AP). O produtor e a esposa Vânia Lúcia começaram a produzir e a comercializar hortaliças na área rural da capital amapaense, mas as coisas não iam muito bem.

“A vida do produtor não é nada fácil, o serviço é de domingo a domingo, para onde olhar tem. No começo foi muito difícil”, conta Valdomiro Macedo.

De acordo com o técnico de campo que atende o casal, Emerson Leitão Bessa, o principal erro da produção era o excesso de adubação. “O produtor usava uma quantidade muito grande de adubo, além do ataque muito grande de pragas. Foi daí que fizemos alguns cálculos para ele melhorar a eficiência do solo”, disse.

Além da correção de solo, o técnico orientou o produtor a criar galinha caipira para usar o esterco para compostagem e, com isso, ter uma produção mais natural e um produto com mais qualidade.

“Também trabalhamos a parte de comercialização e a diversificação da produção com o plantio de algumas espécies de frutas”, completa Bessa.

Mudanças feitas, a produção triplicou e além das feiras e comércios da região, o casal passou a vender para restaurantes, escolas, cozinha industrial e a fazer entregas em domicílio três vezes por semana.

“Temos esse diferencial que é o direto do produtor até o consumidor final. Isso é muito bom, tem preço e qualidade”, avalia Waldomiro Macedo.

Agora, com o resultado das vendas, os produtores estão construindo uma casa maior para a família e também compraram um lote para ampliar a produção de hortaliças, passando de um para três hectares, além de gerar empregos na região, com a contratação de funcionários para conseguir atender a demanda.

Fonte: Portal Sou Agro

Agroecologia será tema de projeto para programa de extensão em universidades do Paraná

O Governo do Estado do Paraná publicou a lista com cem propostas de extensão universitária classificadas no programa Universidade Sem Fronteira (USF) 2023/2024. São 84 projetos das sete universidades estaduais e 16 de outras instituições públicas e privadas. Nesta edição, serão aplicados R$ 10,2 milhões em ações das áreas de saúde, educação, agroecologia, inclusão social, inovação e diversidade cultural. Ao todo, foram avaliadas 180 propostas. Os recursos são oriundos do Fundo Paraná de fomento científico e tecnológico, dotação administrada pela Secretaria da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Seti). O montante será destinado, integralmente, ao custeio de bolsas de estudos para professores, estudantes de graduação, alunos de iniciação à pesquisa e extensão e profissionais recém-formados.

O USF é reconhecido como política pública de Estado, amparado pela Lei nº 16.643/2010, com foco na disseminação de conhecimento por meio de projetos de extensão que priorizam o desenvolvimento de comunidades em situação de vulnerabilidade social. As ações são executadas, predominantemente, em cidades com baixo Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) e em periferias de grandes centros urbanos. As propostas classificadas em 2023 devem beneficiar 166 municípios de todas as regiões do Paraná. Segundo o coordenador do Fundo Paraná, Luiz Cézar Kawano, as atividades de extensão, associadas à pesquisa e ao ensino, fortalecem a função social das instituições de ensino superior. “A mudança social é uma premissa da extensão universitária, de forma que o governo tem buscado promover, cada vez mais, a produção científica e tecnológica voltada para a melhoria da qualidade de vida da população paranaense, fazendo cumprir a função social e aproximando as universidades das comunidades nos entornos dos câmpus”, afirma. Os proponentes terão até 12 de junho para realizar eventuais ajustes nos projetos classificados e respectivos planos de trabalho. Os termos jurídicos firmados entre a Seti e as instituições contempladas terão vigência de 16 meses, com previsão de um ano para a execução das atividades de extensão.

Nesta edição do USF, as universidades estaduais de Londrina (UEL) e Maringá (UEM) tiveram 13 projetos classificados cada. As universidades estaduais do Oeste do Paraná (Unioeste), do Centro-Oeste (Unicentro), do Norte do Paraná (UENP) e do Paraná (Unespar) contam com 12 propostas selecionadas (cada). A Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG) teve 10 ações classificadas para receber o apoio do programa. Entre as demais instituições, a Universidade Federal do Paraná (UFPR) teve cinco propostas classificadas. O Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR-PR) e a Universidade Federal da Integração Latino-Americana (Unila) somam três projetos selecionados cada. A Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), o Instituto Federal do Paraná (IFPR) e o Instituto Integrado de Ciência e Tecnologia (IN2) tiveram um projeto habilitado para o apoio do USF. Já o Instituto Cesumar de Ciência, Tecnologia e Inovação (Iceti) conta com duas propostas classificadas.

Em 2022, foi lançada a Política de Extensão Universitária para as instituições estaduais de ensino superior do Paraná, com foco na transformação social e no desenvolvimento regional sustentável. A normativa orienta as diferentes ações extensionistas e possibilita a atuação estratégica e multidisciplinar das sete universidades estaduais, inseridas nos cenários regional, nacional e internacional.

Fonte: Portal Sou Agro

Manejo de pragas e doenças em hortas

O ataque de pragas e doenças é um dos maiores problemas enfrentados por pequenos ou grandes produtores de hortaliças. Algumas plantas podem ser atacadas por dezenas ou até uma centena de doenças. Da mesma forma, algumas pragas podem atacar dezenas ou até centenas de espécies de plantas.

O uso de agrotóxicos para combater doenças e pragas nem sempre é a melhor opção, principalmente em pequenas áreas. Afinal, além de custarem caro, a aplicação errada desses produtos pode representar riscos de contaminação ao aplicador, aos alimentos e ao ambiente.

As doenças podem ser causadas por fungos, bactérias, vírus e nematóides. Essas criaturinhas são chamadas pelos cientistas de patógenos e só podem ser vistas com o uso de microscópio. Mas os estragos que elas causam nas raízes, no caule, nas folhas e nos frutos das plantas são bem conhecidos pelo produtor. Mas não são apenas esses patógenos que causam as doenças. A falta ou o excesso de luz, de água e de adubação também podem prejudicar a saúde das hortaliças.

Muitas vezes, os sintomas das doenças são parecidos e o produtor tem dificuldade para saber o que está afetando sua plantação. Sem o diagnóstico correto, o agricultor não saberá quais as medidas necessárias para enfrentar o problema. Por isso, ele deve buscar informações em livros e na assistência técnica de sua região.

No caso das pragas, é preciso dividi-las em dois tipos: aquelas que transmitem doenças para as plantas, como a mosca-branca, tripes e pulgão, e aquelas que danificam e impedem o crescimento das hortaliças, como a vaquinha, as lagartas e as formigas. Mas nem todo inseto é praga.

Há também aqueles que são amigos do produtor, pois comem as ovas e os insetos que fazem mal à planta. Em áreas pequenas, o produtor pode controlar pragas como a vaquinha com a catação manual. Para isso, ele deve colocar os insetos em um recipiente e depois fechar. No caso de outras pragas que deixam ovas nas folhas, como o pulgão, o agricultor pode fazer o esmagamento com o dedo.

O produtor deve, primeiro, escolher bem o local da horta. O produtor deve colocar a horta em local que tenha bastante luz e evitar áreas encharcáveis. Outro cuidado diz respeito à irrigação: o produtor deve evitar o excesso de irrigação que é um dos principais facilitadores dos ataques de várias doenças e pragas.

As mudas merecem um cuidado especial. Mais frágeis, elas são mais suscetíveis ao ataque de pragas que as plantas adultas. Além disso, uma muda contaminada pode levar doenças ao campo quando transplantada. Por isso, as mudas devem ser produzidas em ambiente controlado, que pode ser sofisticado, como uma casa de vegetação, ou bem simples, como uma gaiola montada com pedaços de madeira e uma tela apropriada para conter insetos, que pode ser comprada em casas agropecuárias.

Fonte: Portal Sou Agro

Adubo orgânico aumenta produtividade de banana e pode auxiliar no combate a pragas

Um adubo orgânico aumenta a produtividade de banana e pode auxiliar na supressão de pragas e doenças. Composto produzido a partir de lodo de esgoto também é sustentável, tem excelente custo-benefício e capacidade para substituir em até 50% o uso dos minerais. Produtores da fruta poderão conhecer o insumo na Feibanana 2023.

Os adubos orgânicos fabricados a partir do reaproveitamento de resíduos têm despertado cada vez mais o interesse do setor agrícola devido ao seu desempenho, em consorcio aos minerais, em diversas culturas. No caso da banana, esses fertilizantes promovem a padronização dos cachos, melhoram a produtividade e auxiliam na supressão de doenças. Dentre os exemplos desse tipo de insumo, a linha Tera Nutrição Vegetal tem como diferencial sua produção a partir da compostagem, principalmente do lodo obtido no tratamento dos esgotos e de outros resíduos orgânicos.

Os agricultores da maior região produtora de banana do Brasil terão a oportunidade de conhecer um pouco desses benefícios na 11ª Feira Nacional da Bananicultura (Feibanana 2023), promovida pela Abavar (Associação dos Bananicultores do Vale do Ribeira). Mostra será realizada no Centro de Eventos de Pariquera-Açu, de 9 a 11 de maio, e contará com a participação da Tera. No local, técnicos da empresa apresentarão os fertilizantes, responderão as dúvidas e entregarão brindes e amostras do adubo aos produtores.

“Nosso objetivo no evento será mostrar os ganhos que os fertilizantes orgânicos Tera Nutrição Vegetal agregam ao cultivo da banana, propiciando bons resultados. Eles suprem parte significativa da demanda de nutrientes das culturas nas quais são empregados. Vale lembrar que esses adubos contribuem muito para a melhoria das características químicas, físicas e biológicas dos solos, aumentando a eficiência e aproveitamento dos fertilizantes minerais, podendo reduzir seu consumo em até 50%, dependendo do manejo”, salienta Fernando Carvalho Oliveira, engenheiro agrônomo e responsável técnico pelos produtos.

Os fertilizantes da Tera são ambientalmente sustentáveis, pois têm origem na reciclagem de resíduos orgânicos urbanos, industriais e agroindustriais. O seu grande atributo está no conteúdo de matéria orgânica, substâncias húmicas, microrganismos, macro e micronutrientes.

Desempenho do adubo orgânico na bananicultura

A cultura da banana requer tecnologias, processos variados e manejos específicos para que se tenha qualidade na produção, especialmente quando se trata da preparação e adubação do solo.

Segundo Fernando Carvalho, a bananeira desenvolve-se melhor em solos arenoargilosos, com boa drenagem e supridos com matéria orgânica. Nesse sentido, os adubos orgânicos da Tera Nutrição Vegetal são verdadeiros aliados, visto que proporcionam os seguintes benefícios: fornecem todos os macro e micronutrientes às plantas; ampliam a capacidade do solo em reter nutrientes, evitando perdas e gerando economia na manutenção da área aplicada; são ótimos condicionadores físico e biológico do solo, retendo umidade; ricos em matéria orgânica e substâncias húmicas, estimulando o crescimento das plantas e o surgimento de novas radicelas (performance radicular); promovem supressão a diversos microrganismos fitopatogênicos; e têm efeito residual, mantendo a função biológica prolongada da aplicação.

“Como resultados, os nossos fertilizantes orgânicos proporcionam aumento da produtividade e maior eficiência da adubação mineral. São indicados para manutenção e reposição da matéria orgânica em solos, além de potencializar a formação de radicelas”, ressalta o engenheiro agrônomo da Tera.

Produtores de banana que utilizam o insumo atestam os ganhos agronômicos. Trabalhando com bananicultura há mais de 25 anos, o engenheiro agrônomo e produtor Edson Akira Hazome Hayashi, da cidade de Registro, interior de São Paulo, utiliza os adubos orgânicos da Tera em sua propriedade. “Os resultados foram muito positivos para a cultura. O composto melhorou a estrutura do solo, tornou as adubações mais eficientes e trouxe maior uniformidade no tamanho dos cachos” explica.

O agricultor considera o uso do composto na agricultura muito importante, pois, além de ajudar no desenvolvimento das plantas, contribui para a sustentabilidade, já que, para sua fabricação, são reaproveitados os resíduos orgânicos das indústrias e cidades. Assim, materiais que geralmente iriam para aterros sanitários voltam ao campo, fechando o ciclo produtivo.

Edson Hiroshi Ohia, engenheiro agrônomo e bananicultor na cidade de Sete Barras-SP, também utiliza o adubo orgânico da Tera Nutrição Vegetal. Ele explica que já fazia compostagem na propriedade. Levava de seis meses a um ano para conseguir obter o produto e, mesmo assim, não tinha boa qualidade. “Fiquei impressionado quando vi que os fertilizantes Tera Nutrição Vegetal ficam prontos em 60 dias”.

Segundo ele, a banana-da-terra, uma das variedades cultivadas em sua propriedade, comumente é muito atacada pela broca-do-rizoma, inseto cujo nome científico é Cosmopolites sordidus, sendo necessária a aplicação de defensivos. Depois que iniciou a fertilização da lavoura com o fertilizante da Tera, não precisou mais utilizar inseticida e as mudas que vieram posteriormente conseguiram sobrepor-se à praga, barrando sua interferência na produção.

Além de utilizar o adubo orgânico em sua produção de bananas, o produtor testou o desempenho do composto em plantas ornamentais e na olerícola “Nirá”, pertencente à família da cebola e alho. Nesta última, que normalmente é muito atacada por ferrugem, houve excelentes resultados, eliminando completamente a incidência da doença nas plantas.

Fonte: Portal Sou Agro

Mentoria: Manual da Agrofloresta

Cultive seu alimento de forma eficiente, saudável e abundante

Domine o método capaz de criar florestas produtivas, hortas, frutas, ervas medicinais ou até madeiras nobres. Independente se você tem apenas a varanda de um apartamento, um quintal ou um terreno em larga escala, com este Manual você pode cultivar Sistemas de Abundância.

O Manual da Agrofloresta é um guia prático para o plantio de florestas produtivas.

Mais informações em:
https://manualdaagrofloresta.com.br/

Agricultura regenerativa – Comunidade Luz Figueira

O ‘Setor Plantios’ da Comunidade Luz Figueira desenvolve uma agricultura regenerativa baseada nos princípios ecológicos que respeitam os ciclos da natureza.

Desta forma, trabalha-se a favor da natureza e com ela, buscando nessa interação a regeneração do solo e a criação de condições para que o plantio se dê de forma equilibrada e por consequência, a colheita seja abundante e supra a necessidade de abastecimento alimentar da Comunidade-Luz.

Fonte: Canal Fraternidade – Federação Humanitária (FFHI) / YouTube

 

Instituto Escolhas

O Instituto Escolhas é uma associação civil sem fins econômicos, fundada em agosto de 2015, para qualificar o debate sobre sustentabilidade por meio da tradução numérica dos impactos econômicos, sociais e ambientais das decisões públicas e privadas.

Seu objetivo é produzir estudos, análises e relatórios que amparem novas leituras e argumentos capazes de superar a polarização ideológica das escolhas conflituosas do planejamento, permitindo a construção de soluções para viabilizar o desenvolvimento sustentável.

Saiba mais em: escolhas.org

Instagram: @institutoescolhas

Rede Xique Xique de Comercialização Solidária

Xique Xique é uma rede de comercialização solidária em Mossoró (RN) que tem como missão produzir, comercializar e fomentar a articulação em rede na perspectiva da agroecologia e da economia solidária.

O projeto é fruto de um amplo processo de construção coletiva, com a contribuição de um conjunto de organizações da sociedade civil que atuando em diferentes áreas, luta pela autonomia e melhoria da qualidade de vida dos trabalhadores e das trabalhadoras do campo e da cidade.

Saiba mais em:
redexiquexique.resf.com.br

Instagram: @redexiquexique

Projeto Prato Verde Sustentável

Criado em 2013 pelo educador ambiental Wagner Ramalho, o Prato Verde Sustentável nasceu da experiência adquirida no projeto “Cre-Ser: germinando cidadania”, do conhecimento teórico adquirido no curso em Gestão Ambiental da Faculdade Metropolitana Unidas (FMU) e da necessidade de conciliar a teoria aprendida em sala de aula com atividades práticas que pudessem contribuir para efetiva transformação nas periferias da cidade de São Paulo e na melhoria da qualidade de vida da população.

Hoje a organização de impacto socioambiental atua com a manutenção de uma plantação agroecológica em uma área antes subutilizada, proporcionando alimentos orgânicos, treinamentos e vivências ecológicas.

Saiba mais em:
pratoverdesustentavel.com.br

Instagram:
@pratoverdesustentavel

Documentário Antes do prato

Você conhece o rosto de quem produz seu alimento?

O documentário ‘Antes do Prato’, produzido pelo Greenpeace, conta a história de quatro experiências em agroecologia, a partir das vivências de quem protagoniza a produção e o acesso a alimentos saudáveis enquanto preserva a natureza. Foram percorridas três regiões do Brasil para registrar os conhecimentos, práticas e modos de vida de indivíduos e comunidades envolvidos com um modelo de produção socialmente justo, livre de agrotóxicos e baseado nas relações de cuidado e respeito.

O filme revela uma intensa e potente mobilização social para combater a fome e promover a saúde da população brasileira. As histórias retratam como a agricultura familiar de base agroecológica vem criando pontes entre a cidade e o campo para propor uma revolução em rede, conectada, solidária. Uma revolução que já está em andamento.

Saiba mais em:
https://antesdoprato.org.br/

Saiba o passo a passo de como produzir húmus de minhoca

O húmus de minhoca é um adubo natural muito recomendado para a agricultura, especialmente para a produção orgânica. A formação de húmus na floreta acontece de forma natural com a decomposição de folhas e galhos. A minhoca também produz húmus, um substrato muito parecido com terra e rico em nitrogênio, fósforo, potássio, magnésio e outros elementos importantes parta nutrição das plantas.

O Técnica Rural especial Família Nação Agro traz o passo a passo para produção do húmus, com recomendações técnicas para a construção de um minhocário até a aplicação do húmus na lavoura.

Veja a matéria completa em:
https://www.nacaoagro.com.br/noticias/conheca-o-passo-a-passo-de-como-produzir-humus-de-minhoca/

Videoaula – Sistemas Agroflorestais (SAFs) – Módulo 1

O primeiro video da série de quatro módulos sobre SAFs – Sistemas Agroflorestais.

Neste, você vai conhecer o que são SAFs, porque esse sistema é tão importante para a proteção ambiental e segurança alimentar, e como é possível desenvolver na sua propriedade.

O video é destinado a quem é pequeno produtor rural e quer desenvolver o SAF em seu espaço.

Fonte: Canal do Ipê / YouTube

Como medir o Brix de nossos cultivos, um indicador da saúde e vitalidade de nossas plantas

O que é Brix?

Por volta de 1800 o Professor Adolf F. W. Brix foi o primeiro a medir a densidade do suco das plantas. No século passado esse termo foi popularizado pelo norte americano, Carey Reams. Brix é a porcentagem de sólidos presentes no suco das plantas, como açúcares (sacarose, frutose, glicose etc), vitaminas, minerais, aminoácidos, proteínas, hormônios e outro sólidos.

Que parte da planta é usada para fazer uma leitura de Brix?

Qualquer parte que você come, desde que esteja madura. Se não estiver madura, pegue as folhas maduras mais recentes que receberam luz solar plena por pelo menos duas horas. Idealmente, as medições devem ser feitas na mesma hora do dia ao longo da estação de crescimento para as comparações serem válidas. Um dos nutrientes mais importantes que aumenta com leituras de brix alto é o cálcio. De acordo com o Dr. Reams, os níveis de cálcio na produção aumentam e diminuem proporcionalmente aos níveis brix. Além do aumento dos níveis de cálcio, os alimentos com alto brix também fornecem mais minerais como cobre, ferro e manganês, por exemplo.

Para mais detalhes sobre brix veja o site: https://highbrixgardens.com/

Fonte: CEPEAS / YouTube

Solo, território e soberania alimentar – Aula magna com Sebastião Pinheiro

O Professor Sebastião Pinheiro possui uma carreira acadêmica extensa e há décadas ligada a atividades junto às populações desprivilegiadas e movimentos sociais. Estudou em Jaboticabal (SP), graduou-se na Argentina e fez pesquisas na Alemanha, em Toxicologia e Poluição Alimentar e Meio Ambiente. Foi professor na Universidade Federal do Rio Grande do SUL (UFRGS), junto ao Núcleo de Economia Alternativa da Faculdade de Ciências Econômicas. É autor e coautor de diversos livros como “Ladrões da Natureza” e “Saúde do solo versus agronegócios”. Tem participação no desenvolvimento de políticas públicas e discussões sobre agricultura em nível nacional e internacional.

Sebastião Pinheiro é reconhecido mundialmente pela sua empatia, dedicação e ativismo em prol de uma vida mais digna para os campesinos e a agricultura familiar. Especializado em Toxicologia, Poluição Alimentar e Meio Ambiente, Sebastião é incansável na missão de educar, articular, fortalecer e instrumentalizar as produtoras rurais, comunidades tradicionais e indígenas na construção da soberania alimentar. Mais recentemente Sebastião comemorou sua jornada de vida com o livro “Agroecologia 7.0”, que traz conteúdos atualizados sobre farinhas de rochas, biofertilizantes, biochar e agrohomeopatia, abordando também as relações necessárias para a promoção da saúde do solo e a importância dos seres ultrassociais para a construção da agricultura. O saber camponês e a espiritualidade também são tratados ao longo das 663 páginas do livro.

Fonte: Eurico Vianna / Canal no YouTube

 

Manejo agroecológico de bananeiras

A bananeira é uma das espécies mais cultivadas no mundo, por conta principalmente do apreço pelos seus frutos e pela razoável facilidade de manejo.

Além de seus frutos, a bananeira pode ser praticamente aproveitada como um todo: há usos para suas folhas (produção de fibra), pseudo-caule (extração do “palmito”), “coração” e suas flores, além dos múltiplos usos de seus frutos (banana chips, biomassa de banana verde, vagem da casca – como alimentos).

O manejo básico do bananal consiste na manutenção de cultivo pouco agregado, retirada de folhas secas, amareladas ou com sinais de doenças, produção de matéria orgânica sobre o solo a partir da capina frequente, e adubação orgânica.

Esta produção audiovisual é atividade integrante do Subprojeto Conexão Bananal (Projeto Conexão Mata Atlântica), executado pela PLURAL Cooperativa de Consultoria, Pesquisa e Serviços (www.pluralcooperativa.com.br).

Filmado em janeiro de 2022.
Direção & Fotografia: Beto Campos
Edição: Adriana Borges
Roteiro: Suzana Vaz
Agradecimentos: Fazenda dos Coqueiros

Fonte: Plural Cooperativa / Canal no YouTube

Os segredos para cultivar um berço agroflorestal produtivo

Neste video, Gabriel Jacob mostra todos os processos de como se faz um berço agroflorestal.

Esse sistema, rápido e prático, reúne todos os princípios da agrofloresta em uma forma de cultivo compacto, em um espaço de apenas 1 metro quadrado, otimizando a preparação, o cultivo e a manutenção dessa mini-agrofloresta. Excelente para espaços pequenos.

Fonte: Essência Agrofloresta / Canal do Youtube

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Série Geração Agrofloresta – 3: O mapa

Episódio 3 da série produzida por Antônio Gomides.

Você precisa compreender uma coisa: tudo na agrofloresta é sobre compreender o tempo certo das coisas.

Não importa se você está só começando ou já é um agroflorestor(a) experiente.

Não importa se você quer plantar para consumo próprio ou para comercialização.

Se você quer colher abundância nesse mundo, a sua prioridade tem que ser aprender o tempo certo das coisas. E, no mundo da agrofloresta, só prospera quem tem um norte.

Então, se você quer ter o resultado que deseja, você precisa dominar essa arte ao ponto de conseguir construir um plano.

E é exatamente isso que eu vou te ensinar a fazer daqui a pouco enquanto eu te mostro o mapa da abundância.

Não quer perder este episódio que com certeza vai virar uma chave?

Fonte: Canal Antônio Gomides – Agrofloresta (YouTube)

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Série Geração Agrofloresta – 2: O Manejo

Episódio 2 da série produzida por Antônio Gomides.

No segundo episódio da Série Geração Agrofloresta, eu vou simplificar ao máximo o processo do Manejo. Meu objetivo hoje é fazer com que você saia da aula dominando sabendo exatamente quando manejar e o passo a passo de como fazer a leitura da sua área pra um manejo eficiente.

Fonte: Canal Antônio Gomides – Agrofloresta (YouTube)

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Quando podar? Como a poda influencia na frutificação

Todas as árvores frutíferas que fazem parte de nossa alimentação evoluíram em florestas, seja o café que veio da África, o cacau, nativo da Amazônia, a manga e citrus da Ásia etc.

As árvores quando foram trazidas para o convívio com o ser humano, não estavam sozinhas em seus lugares de origem, viviam e coevoluíram com florestas, com dezenas, centenas de outras espécies, em consórcios naturais.

Cultivar nossa frutíferas resgatando esse ambiente, nos obriga a entender como acontece a frutificação nesses lugares. Ernst Götsch desvendou esses mecanismos e mostrou que a poda desempenha um papel crucial.

Se buscamos recriar nossas florestas e torná-las produtivas, temos que entender esses mecanismos.

Neste filme, Ernst Götsch explica qual o melhor momento da poda para a indução floral de nossas árvores frutíferas. Uma aula pra ficar pra história.

Parte 1

Parte 2

Fonte: CEPEAS (YouTube)

Agricultores transformam deserto em floresta no Semiárido brasileiro

Uma mancha esverdeada se destaca na paisagem ondulada dos arredores de Poções, pequeno município no Semiárido baiano.

Ali, a profusão de cactos, suculentas e árvores da Caatinga contrasta com a pastagem degradada e os solos nus do entorno.

O responsável pelo “oásis” é o engenheiro aposentado Nelson Araújo Filho, de 66 anos.

Sentado na sombra de um umbuzeiro, Araújo conta que por muitos anos aquela área, que pertence a seu pai, abrigou roças de milho e aipim. Depois, virou pasto para gado.

Mas os anos de uso intensivo esgotaram o solo e o deixaram em vias de virar deserto — fenômeno que atinge cerca de 13% das terras do Semiárido brasileiro, segundo o Laboratório de Análise e Processamento de Imagens de Satélites da Universidade Federal de Alagoas.

Araújo começou a reverter o processo há três anos com a implantação de um sistema agroflorestal em 1,8 hectare, área equivalente a dois campos de futebol.

O método, que tem sido adotado em várias regiões brasileiras e do mundo, se espelha no funcionamento dos ecossistemas originais de cada região.

Araújo é “aluno” do suíço Ernst Gotsch, que migrou para o Brasil nos anos 1980 e é um dos principais difusores dos sistemas agroflorestais no Brasil.

Ele transformou sua propriedade de 500 hectares em Piraí do Norte (BA), antes muito degradada, em um exemplo de recuperação, levando muitas pessoas e até empresas multinacionais a procurarem Gotsch para ajudá-las em seus plantios.

Neste vídeo, nosso repórter João Fellet foi encontrar ambos no semiárido para mostrar como, nas palavras de Gotsch, é possível introduzir florestas e “plantar água” em terras em processo de desertificação.

Reportagem em texto:
https://www.bbc.com/portuguese/brasil-59157682

Fonte: BBC News Brasil / YouTube

 

Curso de Meliponicultura (online)

Público

Pessoas que estão iniciando a atividade de criação de abelhas.

Objetivos de aprendizagem

  • Conhecer a biologia das abelhas sem ferrão
  • Conhecer e aprimorar as técnicas de manejo dessas abelhas
  • Possibilitar a pessoas interessadas na criação a iniciarem sua atividade, seja como forma de lazer ou como fonte de renda
  • Sanar dúvidas relacionadas à biologia e ao manejo dessas abelhas

Conteúdo e distribuição do curso

  • Módulo I: Quem são as abelhas sem ferrão?
  • Módulo II: Biologia geral das abelhas sem ferrão
  • Módulo III: Por que criar abelhas sem ferrão?
  • Módulo IV: Técnicas de manejo de abelhas sem ferrão.

Carga horária

12 horas

Período de realização

O participante terá 30 dias para conclusão do curso, a contar da data de sua inscrição.

Investimento

Gratuito

Mais Informações

Acesse o site do evento: https://www.embrapa.br/e-campo/meliponicultura

Ou envie um e-mail para: anibal.santos@embrapa.br

 

Fossa verde e círculo de bananeiras

Implantação de uma fossa verde ou tanque de evapotranspiração (TEVAP) para tratamento de águas negras, e círculo de bananeiras para tratamento de águas cinzas, exemplos de tecnologia social de saneamento rural.

O TEVAP consiste em um tanque (ou bacia) impermeabilizado onde o esgoto chega na parte baixa por dentro de uma fila de pneus coberta com entulho, depois brita, areia e terra. Na parte de cima do tanque devem ser plantadas espécies de folhas largas com a função de evapotranspiração, e consequente filtração final, da água do sistema.

Portanto, a água do esgoto passa por um processo de tratamento a partir da filtração física (entulho, pedra, areia) e biológica (bactérias anaeróbicas que naturalmente aparecem no sistema); e a matéria orgânica decomposta e os sais minerais liberados servem como adubo para as bananeiras e outras plantas.

As folhas e frutos produzidos nesse canteiro-fossa podem ser consumidos sem problemas. Não se recomenda a ingestão de raízes.

Á água que sair pelo dreno superior desse sistema deve entrar num sistema de tratamento de águas cinzas como, por exemplo, um círculo de bananeiras.

Obs: O TEVAP também é conhecido como fossa ecológica, fossa de bananeiras ou bacia de evapotranspiração (BET).

Atividade integrante do Subprojeto Conexão Bananal (Projeto Conexão Mata Atlântica), na ferramenta de PSA (Pagamento por Serviços Ambientais), executado pela PLURAL Cooperativa de Consultoria, Pesquisa e Serviços.

Fonte: Plural Cooperativa / YouTube

Confira os ganhadores da promoção “Ganhe um livro”

É com muita satisfação que o ECOAGRI divulga a lista dos 15 sorteados na promoção “Ganhe um livro”.

Cada um receberá de presente o ótimo livro “Agricultura Sintrópica segundo Ernst Götsch”.

  • Aline Ramos
  • Beatriz Horongoso
  • Cintia Souza
  • Gustavo César
  • Isabel Modercin
  • Joice Reis
  • Junia da Silva
  • Marco Pimentel
  • Marcos de Paula
  • Maria Cecília do Amaral
  • Nelson Madalena Junior
  • Rodrigo Libera
  • Rui da Silva
  • Samia
  • Walquimaria Ribeiro

Entraremos em contato com todos via e-mail e Whatsapp para que nos informem o endereço de entrega!

O ECOAGRI agradece imensamente a todos que participaram dessa campanha!

Meliponicultura: criação de abelhas nativas

Criação de espécies de abelhas nativas sem ferrão em caixas de madeira para a produção de mel, própolis, e a promoção de serviços ecossistêmicos.

As abelhas nativas têm um papel fundamental na polinização e, portanto, na conservação da mata atlântica. A polinização dessas abelhas também aumenta a produtividade de cultivos agrícolas como, por exemplo, o café.

Com o manejo correto da criação é possível aumentar e produzir novas colmeias de diversas espécies como a mandaçaia, uruçu, jataí, e mandaguari.

A meliponicultura é uma atividade sujeita à legislação de manejo de fauna silvestre, que define os procedimentos para obtenção de autorização para manejo, cadastramento de plantel, e autorização para instalação de ninhos-isca.

Para maiores informações sobre Cadastramento de Meliponários, acesse www.infraestruturameioambiente.sp.gov.br/cfb/2021/03/cadastramento-de-meliponarios/

Atividade integrante do Subprojeto Conexão Bananal (Projeto Conexão Mata Atlântica) na ferramenta de CVS (Cadeia de Valor Sustentável) executado pela PLURAL Cooperativa de Consultoria, Pesquisa e Serviços (www.pluralcooperativa.com.br)

Filmado em maio de 2021, no Sítio Figueira, Bananal, SP.
Direção & Fotografia: Beto Campos
Edição: Adriana Borges
Música: Suzana Vaz
Agradecimentos: Maria Antonia Lacerda & Suzana Vaz (trecho de duo barroco de flautas, compositor Telleman)

Fonte: Plural Cooperativa

Jardim Botânico Agroflorestal

Apresentamos aqui uma experiência de reflorestamento e agroecologia nos últimos 7 anos em Tarumã (Bananal, SP), transformando uma paisagem de pastagem em áreas de produção de alimentos.

Nessa primeira fase foram plantadas mais de 3 mil mudas de árvores, entre as quais, palmeiras e frutíferas nativas da Mata Atlântica, assim como muitas espécies pioneiras rústicas como ingá, guapuruvu, suinã, angico, ipês, aroeira, além de espécies ameaçadas de extinção.

O Jardim Tarumã tem os seguintes objetivos:

  1. Integração entre conservação e produção de alimentos
  2. Acervo botânico com matrizes de produção de sementes
  3. Resgate de espécies nativas, sobretudo palmeiras e frutíferas
  4. Criação de um espaço interativo de educação e trocas de conhecimento

Fonte / Mais informações em: Tarumã Agroecologia

 

Agricultura Sintrópica mecanizada em larga escala

Neste filme (produzido pelo CEPEAS) são apresentados os pré-protótipos criados por Ernst Götsch com o objetivo de complexificar os sistemas de produção convencionais, os quais sendo muito pobres em biodiversidade, apresentam uma baixa resiliência.

Segundo Ernst, quando criamos agroecossistemas complexos acima de 500 hectares, que imitam as florestas originais do lugar, podemos mudar o regime hidrológico da região atingida e o seu entorno, trazendo as chuvas de volta para esse lugar. E tão importante quanto as chuvas, é o retorno dos microrganismos, os quais alimentados pelos exsudatos das raízes de nossas árvores e das outras plantas introduzidas, trazem de volta o equilíbrio de uma biocenose saudável no nosso solo, criando alças de feedback de reforço positivo: mais microvida no solo, mais nutrientes para nossas plantas, maior crescimento vegetal, mais carbono no solo, mais alimento para a microvida, mais microvida no solo, etc.

Fonte: CEPEAS

 

Francisco Roberto Caporal

O ECOAGRI lamenta o falecimento do professor Francisco Roberto Caporal, um dos precursores e destacados pesquisadores dos estudos sobre a Agroecologia no Brasil.

Francisco Roberto Caporal

Ele era uma das maiores referências nos estudos da Extensão Rural. Caporal coordenava o Núcleo de Agroecologia e Campesinato da UFRPE e a Radioweb Agroecologia além de ser Professor Adjunto da Universidade Federal Rural de Pernambuco, junto ao Departamento de Educação, dando aulas na disciplina de Extensão Rural.

Nascido no Rio Grande do Sul, o docente se formou em Agronomia pela Universidade Federal de Santa Maria – RS e Doutor Engenheiro Agrônomo, pela Universidad de Córdoba – Espanha (1998) e Mestre em Extensão Rural, pela Universidade Federal de Santa Maria (1991).

Ocupou cargos como diretor técnico da EMATER-RS e diretor substituto do Departamento de Assistência Técnica e Extensão Rural e Coordenador Geral de Ater e Educação, ambos na Secretaria da Agricultura Familiar, do Ministério do Desenvolvimento Agrário.

Discurso de Francisco Roberto Caporal, na Abertura do VII Congresso Brasileiro de Agroecologia (Dez/2011)

Parte 01

Parte 02

Fonte: Cbagroecologia2011

Podcast “Fala, Professor!”, da Rádio Web Agroecologia (NAC-UFRPE)

Fonte: Rádio Web Agroecologia

 

Como manejar um pomar agroflorestal

Quando semeamos as árvores em alta densidade é fundamental saber manejá-las quando começam a crescer. Como Ernst Götsch diz: 5% é esforço de plantio, 95% é esforço de manejo, ou seja, se não fizermos as podas do agroecossistema no tempo correto, perdemos a dinâmica do sistema, começam a surgir tensões, sobreposição de copas e as árvores começam a entortar.

Para podarmos corretamente é fundamental sabermos o estrato que a árvore ocupa quando adulta e seu ciclo de vida. De forma geral as árvores que vivem menos tempo criam as árvores que vivem mais tempo.

Outro ponto importante é no dia zero semearmos árvores de todos os estratos e ciclos de vida, assim não ocorrem vazios nos estratos e na sucessão das espécies, caso contrario teremos o aparecimento de matos indesejados e surgimento de doenças e insetos que se tornam pragas.

Fonte: CEPEAS

 

Pesquisa com algodão e soja – Instituto Nova Era

A área experimental para grãos da fazenda Painal, implantada em dezembro de 2019, é um campo de testes destinado à pesquisa.

Dezesseis meses após a fase de implantação, várias espécies de árvores nativas, exóticas e madeireiras dividem espaço com culturas anuais e de inverno.

Divulgação INE

Atualmente, dois experimentos estão em fase de teste, algodão e soja. Os plantios dos grãos têm capim mombaça nas entrelinhas.

Todos os dados desses consórcios entre grãos e as espécies arbóreas vem sendo coletados para ajudar nas pesquisas agronômicas.

Divulgação INE

Os experimentos estão sob a supervisão de Ernst Götsch e coordenação da equipe de campo do Departamento de Meio Ambiente e Agriculturas Regenerativas, do Instituto Nova Era.

Um mês atrás as copas dos mamões foram podadas para passar a informação de crescimento ao sistema.

Divulgação INE

Repare que os frutos, apesar da poda, estão sadios e intactos, o mamoeiro já começa a rebrotar demonstrando suportar sem estresse o manejo.

Local: Fazenda Painal, Cravinhos/SP
Projeto: Área experimental para grãos
Departamento: Meio Ambiente e Agriculturas Regenerativas
Fotos: Divulgação INE

Mais informações e fotos em: Instituto Nova Era

Agricultura sintrópica e o capitalismo

A natureza tem nos ensinado que não há relação da agricultura sintrópica com o capitalismo ou com o socialismo. Os novos modelos de economia deverão se pautar por agrossistemas produtivos biodiversos, justos e que reconectem o ser humano com o planeta e suas várias formas de vida.

Fonte: Agenda Gotsch / Facebook

Live – Projeto Beija-Flor / Cedro australiano

 

Ricardo Steinmetz Vilela

  • MBA em Gestão Florestal
  • Sócio diretor da Bela Vista Florestal
  • Referência internacional em Cedro australiano, desenvolvendo o único projeto de pesquisa e melhoramento genético com a espécie
  • Presidente da ProCedro – Associação Brasileira de Produtores de Cedro Australiano
  • Presidente da ABPMF – Associação Brasileira dos Produtores de Mudas Florestais
  • Produtor de mudas com o Viveiro Bela Vista
  • Produtor Florestal de cedro e eucalipto em MG

Mediadores:

  • Adilson Pepino
  • Andreza Mendonça
  • Alan Miotti

Fonte: Projeto Beija Flor da Amazônia Produzindo Água

Live – Espécies nativas para propriedades rurais

Live realizada em 23/07/2020 e promovida pelo Projeto Beija Flor da Amazônia Produzindo Água, com a participação de Moacir Medrado.

Moacir José Sales Medrado

  • Mestrado e Doutorado – Agricultura / ESALQ – USP
  • Especialização – Planejamento Agricola SUDAM/SEPLAN
  • Cursos Avançados: Sistemas Agroflorestais / ICRAF e Manejo de Agroecossitemas – CIDIAT
  • Assistência Técnica e Extensão Rural: ACAR RO 1972 a março de 1976
  • Pesquisa Científica – Embrapa Rondônia de 03/1976 a 08/1992 e Embrapa Florestas 08/1992 a 10/2009
  • Consultor em Floresta e Agrofloresta na Medrado e Consultores Agroflorestais (MCA)
  • Avaliador do primeiro ano do Programa ABC contratado por MAPA-CNA-Embaixada Britânica
  • Elaborador da Primeira Cartilha do Programa ABC – CNA contratado por MAPA-CNA-Embaixada Britânica
  • Consultor do BID no Projeto RURAL SUSTENTÁVEL – Amazônia e Mata Atlântica
  • Consultor Sênior do Projeto ABC Cerrado – Fase de treinamento de Profissionais da Assistência Técnica
  • Consultor da Fase de Elaboração do Projeto Biomas – EMBRAPA/CNA Contratado pela CNA
  • Instrutor de Cursos em EAD do SENAR NACIONAL
  • Proprietário da Medrado e Consultores Agroflorestais Associados Ltda.

 

Fonte: Projeto Beija Flor da Amazônia Produzindo Água

Live – Agroflorestas Brasileiras / reNature

Séria de Lives AGROFLORESTAS BRASILEIRAS

No primeiro vídeo da série AGROFLORESTAS BRASILEIRAS entrevistamos @felipebvillela que é CEO e cofundador da RENATURE, empresa holandesa criada, em 2018, que promove o uso de práticas agrícolas sustentáveis, conhecidas como Sistemas Agroflorestais Sustentáveis (SAFs). Com o método, pode-se restaurar a natureza por intermédio de prática agrícola, em um equilíbrio natural, ou seja, preservando o ecossistema.

A reNature conta com uma equipe especializada no assunto e, por meio de consultoria, analisa os melhores modelos agroflorestais; ajuda no planejamento do plantio e no monitoramento de impacto ambiental, entre outros. Hoje, a reNature oferece quatro serviços, entre ele: a implantação de fazenda-piloto, ou seja, uma área de terra, entre um e 10 hectares com modelo agroflorestal; uma “escola modelo” para empresas que já adotam o sistema e que desejam replicá-lo via capacitação de seus agrônomos e agricultores.

Países onde a Renature tem atuado: Brasil, Chile, Indonésia, Índia, Quênia, México, Malásia, Ruanda, Tanzânia e Uganda.

AGROFLORESTAS BRASILEIRAS é uma série de lives voltada para mostrar as experiências agroflorestais que estão acontecendo no Brasil, vamos trazer Sítios, Fazendas e Empresas que estão trabalhando com esses sistemas, experiências com diferentes focos de produção, em diferentes biomas e com tamanhos de área variáveis.

Live gravado no dia 04/06/2020 no perfil do Instagram da Ecoar Sintropia.

www.ecoarsintropia.com

 

Live – Projeto Beija Flor/Debate Florestal

Cleverson Carvalho, Eng Florestal no estado do Acre, promoveu este debate ambiental em prol de conscientizar as pessoas e poder público da importância em preservar, conservar e revitalizar as nascentes degradadas.

O bate-papo contou com a participação especial do Consultor Florestal Adilson Pepino, que apresentou o projeto Beija Flor da Amazônia, modelo de revitalização .

Fonte: Projeto Beija Flor da Amazônia Produzindo Água

 

Agricultura Sintrópica – Água se planta

Confira essa fantástica série produzida pelo CEPEAS (Centro de Pesquisa em Agricultura Sintrópica).

Episódio 1 – Florestas, a pele do planeta

Introdução e primeiro episódio da série Água se planta, plantando florestas a partir de hortaliças. Por que as florestas possuem um papel tão importante em todo o ecossistema do planeta?

Episódio 2 – Escolha da área para plantio

Nesse episódio saímos em busca da melhor área para iniciarmos nossa floresta com o plantio das hortaliças, com base em análise da compactação do solo e a vegetação estabelecida no local.

Episódio 3 – Por que a Agricultura Sintrópica funciona?

A Agricultura Sintrópica funciona em qualquer clima, em qualquer bioma, em qualquer lugar que já foi floresta um dia. Na verdade, segundo Ernst Göstch, é possível aplicar os mesmos princípios até no mar, na criação de florestas de algas. Simplesmente estamos buscando copiar o que a natureza faz a milhares de anos, talvez essa seja a maior contribuição de Ernst Göstch à humanidade, ter desvendado princípios, instrumentos e estratégias que a natureza usa para fazer a vida prosperar.

Episódio 4 – Técnica 1: Foco na fotossíntese

Neste episódio procuramos mostrar como podemos otimizar a fotossíntese em nossos agroecossistemas. Para isso é fundamental plantarmos em estratos, incluindo árvores de todos os ciclos de vida e impulsionando seu crescimento por meio do manejo. Temos que manejar nossas plantações. Como Ernst Götsch diz: 5% é esforço de plantio, 95% é esforço de manejo, mais importante que a porcentagem de sombra em cada estrato, são os distúrbios calculados que provocamos com as podas. Entendendo esta técnica, focando na fotossíntese, nos preparamos para as seguintes, das quais a poda é uma das técnicas fundamentais da agricultura sintrópica.

Episódio 5 – Técnica 1: Foco na fotossíntese (Parte 2)

Continuando na técnica 1 – Foco na Fotossíntese, mostramos aqui um pouco da nossa experiência plantando no Cerrado. Partindo da placenta 1, passando por sistemas com 1 e 5 anos de idade, nossos erros e acertos.

Episódio 6 – A dinâmica da sucessão natural na Agricultura Sintrópica

Neste episódio veremos a técnica 2 – Solo coberto, plantando em alta densidade e a técnica 3 -A sucessão natural como ferramenta fundamental da agricultura sintrópica. Esta última técnica é um dos marcos da agricultura sintrópica, pois graças a ela temos um instrumento capaz de dar direção ao sistema, que nos indica o caminho e nos mostra onde queremos chegar. Entender a sucessão natural é o caminho mais curto entre sistemas de colonização e sistemas de abundância. Ela é a chave que vai nos dar autonomia e independência em relação ao uso de insumos externos, por meio das podas no tempo correto, aceleramos a sucessão natural e estabelecemos sistemas que podem sustentar mamíferos de porte grande, como nós.

Episódio 7 – Como concentrar energia e gerar biomassa de forma eficiente

Aplicando esta técnica corretamente, iremos avançar mais rápido através dos sistemas de acumulação. Comece trabalhando com as plantas mais conhecidas e vá aos poucos aumentando seu repertório, testando consórcios, procurando por plantas nativas que crescem bem em solos parecidos com o seu. No início, se começarmos com insumos, podemos utilizar biofertilizantes, como forma de auxiliar as plantas mais exigentes a equilibrarem os nutrientes, para isso indicamos o livro, Agroecologia 7.0, de Sebastião Pinheiro, especialmente o capítulo XIII – Biofertilizantes (bioplasmas). A fermentação potencializa os micronutrientes, com isso podem ser usadas diluições de 0,1 a 5%, pois o efeito hormonal das substâncias sintetizadas pelos microrganismos é muito grande.

Episódio 8 – Capina seletiva e poda

Neste episódio, dentre as técnicas abordadas, a poda se destaca como a principal ferramenta para acelerar a sucessão natural. Como diz a jornalista Dayana Andrade, ela é o motor das transformações. Sem a poda, nossos agroecossistemas ficam envelhecidos e deixam de produzir. Além de conhecer as espécies com que estamos trabalhando, é fundamental saber podar.

Episódio 9 – Tentar enxergar o que cada ser está fazendo de bom

Neste episódio, chegamos ao final da apresentação das técnicas criadas por Ernst Götsch. A oitava técnica – “Tentar enxergar o que cada ser está fazendo de bom” – é, sem sombra de dúvida, a técnica mais difícil de implementarmos, pois ela exige mais que a compreensão intelectual, ela requer a substituição do paradigma da matança, pelo paradigma da cooperação e amor incondicional. Tal mudança necessita o estabelecimento de uma nova cultura e para mudarmos nossa cultura necessitamos mudar valores que estão, poderia-se dizer, quase que impressos em nosso DNA, em virtude de séculos e séculos onde tratamos o microcosmos como algo a ser destruído. O primeiro passo é a compreensão intelectual, entender quais são os princípios que regem o funcionamento do planeta. O segundo passo é abrir espaço em nossa mente e testar esse princípios por meio da prática, criar agroecossistemas onde podemos refletir sobre nossos erros e acertos, tendo essa nova cultura como alicerce do pensamento.

 

Para mais informações: cepeas.org

 

Ferramentas de preparação do solo

Da aeração do solo ao transplante de mudas. Conheça cinco eficientes ferramentas de preparação do solo, projetadas para pequenos agricultores e jardineiros.

Vídeo (em inglês):

 

Agrofloresta – Cooperação e Educação

Um número cada vez maior de jovens tem encontrado na agricultura regenerativa um sentido mais genuíno para o aprendizado, a busca pelo conhecimento e as ações que constroem alternativas autônomas, resilientes e interdependentes para um futuro cada vez mais incerto.

Vídeo produzido por integrantes do programa de voluntariado e estágio da Holos Regenerative Design (Austrália), Pedro Goldgrub, Giulia Furtado, Leonardo Barbieri e o cinegrafista André Adur.

Fonte: Canal Eurico Vianna / Youtube

Produtores rurais colocam em prática tecnologias agropecuárias sustentáveis no vale do Rio Doce

Produtores rurais da região de Mariana (MG) estão se tornando protagonistas de uma transformação nos modelos de produção agropecuária que pode servir de modelo para Minas Gerais e para o Brasil. Sistemas agroflorestais (SAFs), manejo de pastagem ecológica (MPE) e silvicultura de espécies nativas com finalidade econômica vêm sendo implementados em municípios da bacia do Rio Doce que foram atingidos pelo rompimento da barragem de Fundão, em 2015.

Plantio de espécies nativas é elemento comum em silvicultura com fins comerciais, sistemas agroflorestais e manejo de pastagem ecológica (Fotos: Daniel Hunter/WRI Brasil)

Maria Dominiguite é moradora de Ponte Nova, próximo de onde os rios Carmo e Piranga se unem dando origem ao Doce. Em sua propriedade, a horta de produção abundante é sombreada por coqueiros e mangueiras. Sempre cultivou de tudo. Em 2019, começou a reorganizar o quintal em um SAF que vai abranger meio hectare.

Na propriedade de Maria, o SAF foi implantado recentemente em uma área inclinada, antes sujeita à degradação e à erosão. No início, o sistema não impressiona pela beleza. Com o tempo, a cobertura vegetal e arbórea vai tornar a área produtiva e mais resiliente sob chuvas fortes, comuns na região.

Mandioca, jiló, abóbora, coco, mamão, feijão, quiabo, couve, pimenta, salsa e amendoim crescem junto a árvores como mangueiras, limoeiros e ipês. Além da diversificação de espécies arbóreas e agrícolas, o SAF inclui manejo (carpinas, plantios, podas) que otimiza a produção econômica e as funções ecológicas nas áreas.

As grandes mangueiras foram podadas, equilibrando sombreamento e insolação de acordo com as espécies plantadas nas proximidades. “Olha a jabuticaba. Olha quanto cacau! Tem que cortar um bocado de coisa mesmo”, pondera Dona Maria, que tem aprendido como o emprego de podas pode beneficiar todo o sistema.

Alisson Patricio Cota espera que seus cacaueiros também produzam assim. Morador de Santa Bárbara, ele iniciou uma agrofloresta com espécies da Mata Atlântica na propriedade da família em Barra Longa. Jatobás, cotieiras, sapucaias, cacau e siriguelas crescem em consórcio com mandioca, banana e abacaxi.

Em uma parte mais alta da propriedade, a silvicultura de espécies nativas para finalidade econômica começa a ganhar forma. Despontam espécies pioneiras plantadas no início de 2019, que garantirão insolação e solo mais propícios para as recém-plantadas mudas de espécies arbóreas de alto valor comercial.

A silvicultura permite ao produtor plantar árvores para, no futuro, colher madeira de lei de qualidade sem recorrer ao desmatamento de áreas naturais. Espécies de alto valor como jequitibá-rosa, ipê felpudo, angico vermelho e vinhático levam décadas para crescer e são uma poupança para daqui a 20 ou 30 anos.

À medida que as mudas se desenvolvem, capturam carbono, favorecem a absorção da água pelo solo e evitam o assoreamento dos rios. Alisson vislumbra um futuro em que seu vizinho, dono de pastos degradados, também aderisse à silvicultura de espécies nativas. “A nascente ia aumentar muito”, aposta

Na propriedade de José Geraldo Carneiro, a principal nascente já foi cercada e forma um pequeno lago. A segunda maior está na fila. O cercamento impede que o gado pisoteie as áreas e prejudique a qualidade e a quantidade de água.

Também em Barra Longa, o Sítio da Onça tem despontado pela produção de leite. Vagner Carneiro, filho de José, comemora: o acesso a tecnologias de reprodução, aliado ao manejo de pastagem ecológica (MPE), tem aumentado a produtividade. Uma vaca foi premiada recentemente por dar 39 litros em um dia.

O MPE parte do reconhecido método Voisin incrementado com cercamento elétrico de baixo custo (o produtor aprende a construir e manter cerca e dispositivos). A técnica Voisin consiste na rotação diária do gado por piquetes: enquanto pastejam em uma quadra, a vegetação nas demais se recupera.

Com o cercamento recém-finalizado, a propriedade dos Carneiro já mostra a contribuição do MPE para a qualidade do pasto. O recomendado pelo método Voisin é que o gado fique até um dia em cada piquete, mas os animais não têm dado conta de comer tanto, e o pasto recém-liberado segue pleno de capim.

Sobre as iniciativas

Os SAFs, MPE e silvicultura de espécies nativas de Dona Maria, Alisson, José e Vagner são parte de 25 unidades demonstrativas (UDs) instaladas em 22 propriedades rurais nos municípios de Mariana, Barra Longa, Ponte Nova, Rio Doce e Santa Cruz do Escalvado. O trabalho é resultado de uma parceria entre WRI Brasil, Fazenda Ecológica e Centro Internacional de Pesquisa Agroflorestal (ICRAF) com a Fundação Renova, organização responsável por implementar as ações de compensação e restauração na região afetada pelo rompimento da barragem do Fundão, em Mariana (MG), em 2015.

Produtoras e produtores foram selecionados levando em conta o interesse demonstrado nas práticas sustentáveis e a disponibilidade em participar de capacitações e receber visitas de técnicos que fazem o acompanhamento da implementação. Compreendendo uma área total de cerca de 150 hectares, as UDs são “sementes”: têm por objetivo disseminar as boas práticas agrícolas, silviculturais e pastoris na região, mostrando que, além de restaurarem paisagens, geram renda para o produtor – e podem ser replicadas não só por produtores da região, mas de todo o Brasil.

Saiba mais na página do projeto Renovando Paisagem.

Fonte: WRI Brasil

A ciência mostra as vantagens da agrofloresta e dos plantios mistos para a restauração

Entre 30 de setembro e 4 de outubro de 2019, especialistas do mundo inteiro se reuniram em Curitiba, Paraná, para o maior encontro da ciência florestal do mundo. Trata-se do Congresso da Iufro, a União Internacional das Organizações de Pesquisa Florestal (International Union of Forest Research Organizations), que acontece a cada cinco anos e pela primeira vez foi realizado no Brasil. O próximo, previsto para 2024, será em Estocolmo, Suécia.

No Congresso deste ano, dois temas se sobressaíram em meio aos debates técnicos, científicos e políticos feitos pelos pesquisadores. Um deles foi o da agrofloresta, a técnica de integrar intencionalmente as árvores em meio a lavouras ou pasto. Cientistas de várias partes do mundo apresentaram modelos diferentes e interessantes de Sistemas Agroflorestais (SAFs), mostrando que florestas e lavouras podem conviver harmonicamente.

Sistema Agroflorestal (SAF) em Juruti, Pará (Foto: WRI Brasil)

Outro tema de destaque foi o do plantio misto – a ideia de usar mais de uma espécie numa plantação de silvicultura. Uma técnica que pode melhorar a produtividade das florestas plantadas e resultar em plantações para fins econômicos que tenham mais biodiversidade.

Agrofloresta no mundo todo

O aumento do interesse de cientistas por pesquisas sobre sistemas agroflorestais vem em um momento em que a agrofloresta está em evidência. Em agosto, por exemplo, estudo do painel de cientistas que avaliam os impactos das mudanças do clima, o IPCC, identificou o plantio em sistemas agroflorestais como uma das medidas mais interessantes para adaptação climática.

Na edição deste ano da Iufro, diversos pesquisadores apresentaram modelos diferentes e inovadores de SAFs. Chama a atenção o fato de haver experiências em locais muito diferentes do mundo: além do Brasil, foram relatadas pesquisas em países africanos, assim como Austrália, Colômbia e Costa Rica. Também chama atenção as vantagens e benefícios relatados pelos pesquisadores.

A pesquisadora americana Susan Stein, da agência de agrofloresta dos Estados Unidos, um órgão do Departamento de Agricultura, apresentou um estudo em que identificou mais de 30 mil agricultores produzindo em sistemas agroflorestais nos EUA. A pesquisa dela mostra que os SAFs estão gerando importantes benefícios para esses produtores, como qualidade da água, sequestro de carbono, aumento da biodiversidade e conservação do solo.

Os Sistemas Agroflorestais também mostram vantagem econômica em diferentes paisagens do mundo. Um trabalho do pesquisador Alvaro Sotomayor, do Instituto Forestal, do Chile, identificou que, na Patagônia chilena, sistemas agroflorestais desenvolvidos para que as árvores reduzam o impacto do vento na produção de grãos fez com que a produção aumentasse em até 40%. Somado a produtos não-madeireiros que as árvores fornecem, como frutas e castanhas, esses SAFs podem aumentar a produção agrícola e complementar a renda do produtor.

Também foram apresentados diversos modelos de agrofloresta no Brasil. O WRI Brasil, representado no Congresso pelos pesquisadores do programa de Florestas, trouxe para a comunidade de cientistas florestais a experiência que vem sendo desenvolvida em Juruti, no Pará. Nessa comunidade, famílias plantam árvores em um sistema em consórcio com a mandioca, principal sustento da região. A agrofloresta em Juruti ajuda a diminuir o uso do fogo na agricultura amazônica e ainda amplia a segurança alimentar e nutricional das comunidades atingidas.

Plantios mistos

Outro ponto que está atraindo interesses dos pesquisadores da área de florestas é o do plantio misto. Atualmente, o tipo mais comum de reflorestamento para a silvicultura é a monocultura. Novas pesquisas estão mostrando que introduzir mais espécies num plantio de reflorestamento para madeira, por exemplo, pode fazer sentido tanto do ponto de vista econômico quanto ambiental.

O projeto VERENA, do WRI Brasil, busca pesquisar e analisar a viabilidade econômica e ambiental da restauração. Um dos pontos identificados pelo projeto é que o plantio misto de espécies possui vários benefícios – além de aumentar a biodiversidade, espécies diferentes tem tempos de crescimento diferentes, permitindo que o produtor colha e obtenha renda em curto, médio e longo prazo.

Ainda há muitas lacunas de conhecimento científico sobre os plantios mistos – especialmente quando estamos falando de espécies nativas brasileiras. Durante a Iufro, o WRI Brasil aproveitou a importante discussão sobre plantios mistos e lançou o estudo Research Gaps and Priorities in Silviculture of Native Species in Brazil. O trabalho aponta a necessidade de se investir em pesquisa & desenvolvimento para espécies nativas como forma de impulsionar a silvicultura e ajudar o Brasil a atingir a meta de restaurar 12 milhões de hectares de florestas até 2030.

Fonte: WRI Brasil

 

Ana Primavesi – Vida na terra

Ela mantém uma relação intima com a terra e a natureza, procurando diagnosticá-la a partir do seu cheiro e da sua textura para observar o equilíbrio dos seus nutrientes. E há décadas promove ensinamentos sobre a importância do solo como um organismo vivo e integrado à natureza e que é responsável pela geração da vida e do alimento saudável para os povos.

Essa é a engenheira agrônoma e escritora, Ana Primavesi, uma das responsáveis pelos avanços nos estudos sobre o manejo ecológico do solo e sua difusão, se tornando a pioneira da agroecologia no Brasil e na América Latina.

Ela foi a primeira mulher, em um ambiente científico dominado por homens, a defender que o solo é um ser vivo, e que a própria vida das pessoas, é propiciada pela vida do solo. Também desempenhou papel importante para que a agroecologia fosse pensada como uma ciência e, ao mesmo tempo, considera um saber popular, que vem sendo praticado há séculos pelos camponeses, e atualmente reapropriado e resignificado, na produção de alimentos saudáveis e vivos, sem o uso de agrotóxicos e defensivos químicos.

 

 

Instituto AUÁ abre Edital de Chamamento para Pesquisadores

Com o objetivo de aumentar interesse de pesquisadores sobre frutos nativos da Mata Atlântica, o Instituto AUÁ vai selecionar e contratar via bolsa mensal dois pesquisadores interessados nos frutos das espécies nativas da Mata Atlântica, no âmbito do projeto Rede de Produtores de Cambuci e Nativas da Mata Atlântica – 17.223 do ECOFORTE – FBB.

Saiba mais em:
http://institutoaua.org.br/instituto-aua-abre-edital-de-chamamento-para-pesquisadores/

Plantar florestas para estimular o crescimento

Daniela Xu / Agencia RBS

Produtores usam modelos de restauração que geram renda e protegem o meio ambiente.

O papel que as florestas exercem para o meio ambiente e bem-estar humano já é bem conhecido pela ciência. Elas revitalizam o solo, protegem nascentes e corpos d’água cruciais para o abastecimento humano, e retiram carbono e poluição de atmosfera, entre os muitos benefícios. A importância é tamanha que o próprio Estado brasileiro se comprometeu a não apenas reduzir o desmatamento, como também restaurar e reflorestar 12 milhões de hectares de florestas até 2030.

Apesar disso, o Brasil ainda enfrenta dificuldades em conservar e reflorestar. Um dos principais gargalos é justamente o do financiamento. A restauração florestal custa dinheiro. Com o país enfrentando uma severa crise econômica, com riscos de recessão, por que colocar recursos no plantio de árvores?

Produtores rurais, empresários e iniciativas em todo o mundo mostram que essa contradição não existe mais. É possível plantar florestas nativas e sistema agroflorestais e, a partir delas, movimentar a economia, gerando renda para o produtor rural e, consequentemente, aumentar o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro.

Temos um grande potencial de aumentar a participação da economia da floresta em sua economia. Vejamos, por exemplo, o caso da Finlândia. No país, a cadeia de florestas produtivas responde por um quarto do PIB. Enquanto isso, no Brasil, o setor florestal corresponde a apenas 1%, puxado principalmente pelo setor de celulose. Temos claramente uma oportunidade econômica a ser aproveitada com nossas espécies nativas.

O primeiro passo para impulsionar nossa economia florestal está em dar atenção para a imensa quantidade de áreas degradadas em todo o país. Segundo a Embrapa, o Brasil tem pelo menos 30 milhões de hectares de pastagens desgastadas com baixa aptidão agrícola que poderiam ser convertidos em florestas. Ao todo, estima-se que 140 milhões de hectares já não ofereçam condições de uso econômico, seja por degradação ou erosão. É como se o Brasil jogasse fora uma área superior a todo o território do Peru. É a mesma falta

de juízo econômico de abrir uma nova indústria do zero quando já se tem fábricas prontas, mas cujas máquinas apresentam problemas de produtividade.

Como podemos transformar áreas degradadas em territórios produtivos, com espécies nativas tropicais de valor econômico e sistemas agroflorestais, e alavancar uma nova economia florestal? Em várias regiões do Brasil, produtores estão tentando diferentes modelos de restauração florestal que protegem o meio ambiente e geram renda. Já há exemplos que mostram que são modelos robustos e com grande potencial de geração de renda.

Veja o caso da AgroItuberá, empresa do setor de borracha, do Sul da Bahia. Ela optou por um sistema agroflorestal — uma forma de plantio que integra lavoura com florestas. A companhia passou a misturar as seringueiras com o cultivo de cacau e banana. Esse sistema agroflorestal simplesmente triplicou a produtividade em relação ao que se obtém hoje na Costa do Marfim, líder mundial na produção de cacau. Lá colhe-se 0,5 tonelada por hectare. À sombra das seringueiras, os pés de cacau produzem 1,5 tonelada de cacau por hectare. Na ponta do lápis, isso representa uma taxa interna de retorno entre 14% e mais de 20%. Um excelente investimento, um ótimo negócio.

A restauração de florestas e sua integração com agricultura e pecuária geram uma produção diversificada e, portanto, menos exposta à volatilidade dos preços e aos riscos das pragas e doenças que oneram o custo das lavouras e causam perdas. Combinar florestas com a produção de alimentos, integrando espécies com distintos tempos de maturação, gera renda ao produtor no curto e médio prazo, com a venda das culturas anuais e sub-produtos das florestas, e no longo prazo, com madeiras nobres de crescimento mais lento.

Em Santa Catarina, pequenos produtores estão experimentando esse sistema restaurando áreas degradadas com araucárias, erva-mate e palmito-juçara — espécies nativas que, por isso, podem inclusive ser cultivadas em áreas de Reserva Legal e áreas de uso alternativo, aliando lucratividade com a regularização no Código Florestal.

Os produtos da restauração florestal e florestas podem criar um grande mercado de artigos madeireiros e não madeireiros, como sementes, fibras, frutas, óleos, borracha. Mesmo a madeira de origem legal e certificada pode ser produzida para essa economia. Não faltam exemplos de destaque. No Sul da Bahia, a Symbiosis investe em 22 espécies diferentes de árvores nativas da Mata Atlântica para a produção de madeira. No Pará, a Amata apostou no paricá, árvore nativa da Amazônia, para geração de madeira certificada. Mesmo em biomas não-florestais, como o Cerrado, existem elementos de grande apelo comercial, como o óleo de macaúba (palmeira nativa) como uma alternativa para o dendê.

Esses exemplos podem ser o ponto de partida para identificar sistemas escaláveis, de boa liquidez, equacionando gargalos e capitalizando oportunidades. Tendo boa parte de nossos principais biomas constituídos originalmente por florestas, deixar de aproveitar o potencial das espécies nativas é desperdiçar uma enorme oportunidade de crescimento.

Mais de 30% dos solos do mundo estão degradados, segundo a FAO. Em um mundo que abrigará 10 bilhões de seres humanos, em pouco mais de três décadas, não podemos abrir mão dessas terras. Uma nova economia florestal baseada em reflorestamento com espécies nativas e sistemas agroflorestais pode ser o primeiro passo para colocar o Brasil na vanguarda desse novo modelo de produção de alimentos — e para nos tirar da linha de frente das nações que mais perdem cobertura florestal tropical no mundo. O caminho já começou a ser plantado: basta escolher a semente certa para colher crescimento econômico com sustentabilidade.

Há 140 milhões de ha de áreas degradadas ou erodidas que podem ser transformadas em territórios produtivos.

 

Por Miguel Calmon

Fonte: Valor Econômico

Compost Tea – Uma poderosa ferramenta da Agricultura Biológica

Foi em 2000 que eu, pela primeira vez, tomei conhecimento dessa poderosa técnica da Agricultura Biológica. A conheci por intermédio da Dra Elaine Ingham que a desenvolveu e a divulgou pelos Estados Unidos, Canadá, Holanda e Australia.

Hoje, pouco importa quem tenha sido o pai/mãe da idéia mas o fato é que foi a Dra Elaine quem mais a estudou, avaliou e a divulgou, e eu tive o prazer de fazer seu curso em 2002 em Indianapolis durante uma das Conferências da ACRES USA e adquirir essa técnica diretamente da sua grande incentivadora .

Naquela época, e ainda hoje, no Brasil os agricultores orgânicos estavam maravilhados com os chamados “biofertilizantes”, que são preparações mal cheirosas e potencialmente perigosas, sob o ponto de vista de saúde humana, e com uma diversidade microbiológica bem mais reduzida que o Compost Tea, e cujo único mérito talvez seja o de agregar micro nutrientes tão em falta nos nossos solos e tão negligenciados pela agricultura convencional.

Esse aporte aleatório de micro nutrientes proporcionado pelos biofertilizantes, de fato, melhorava as culturas principalmente no que diz respeito ao aumento da sanidade das plantas contra doenças e pragas, fato esse que é hoje em dia comprovado cientificamente e isso, na época, era atribuído a um estado de sanidade vegetal quase mítico denominado de “trofobiose”, o qual não era possível de ser explicado pelas idéias tão simplistas e simplórias de Francis Chaboussou, que conseguiu a façanha de ser o autor de um único livro, mas que já foi “re-escrito” após a sua morte umas outras tantas vezes e sempre com um título diferente, como é o caso da mais recente e requentada edição clonada e intitulada “Healthy Crops- A New Agricultural Revolution” na sua versão da lingua inglesa.

Esse livro publicado em 2004, é uma edição em inglês do único livro que Chaboussou escreveu na sua vida cujo título foi “Les Plants Malades des Pesticides” publicado em 1985, mas que nessa re-edição, clonada e requentada em inglês, não faz nenhuma menção sequer a esse fato e consegue uma outra façanha, qual seja de ter o primeiro prefácio de livro psicografado que eu conheço, posto que o referido prefácio foi escrito por um ex-ministro do Collor, José Lutzemberger, em 2004, sendo que essa mesma pessoa faleceu em 2002. Portanto, deve ter psicografado esse prefácio dois anos após a sua morte. Uma façanha digna da Fundação Gaia.

Tendo esse livro como a sua principal “bíblia”, secundado pelo também tradicional “Manejo Ecológico do Solo”, de Primavesi, onde se pode ler , entre outras pérolas, que “a matéria orgânica não tem valor para os solos tropicais (sic) e sub tropicais“, ou que “as substâncias chamadas de ácidos humicos não são solúveis na água, mas de decomposição relativamente fácil (sic)” e conclusões como “a formação de humus (em climas tropicais) é quase impossível (sic)” , e onde a autora consegue errar duas vezes em uma única e pequena frase, não seria de se admirar que o movimento orgânico não conseguisse deslanchar e se desenvolver a contendo no nosso país.

Faltavam autores que realmente conseguissem explicar como a Natureza de fato funcionava no que se refere ao cultivo das plantas. E isso nós já tinhamos em outros países como a Alemanha e os Estados Unidos. Porém, o viés politico ideológico que dominava (e ainda domina), não só a mídia mas também a míope academia brasileira, impediam que as idéias de outros autores fossem introduzidas aqui no Brasil.

Somente aqueles autores que recebiam o “imprimatur” da intelectualidade de esquerda eram considerados confiáveis como Chaboussou, Primavesi, Julius Hensel, etc…

A única e honrosa exceção a essa regra ficou a cargo de Rudolf Steiner e outros autores biodinâmicos devido ao trabalho dos seus discípulos e admiradores da Antroposofia aqui no Brasil.

Vivíamos o que eu chamo de “pré-história” da agricultura orgânica. A idéia geral era a de substituição de insumos. Era quase como se quisessemos fazer uma “errata” da Agricultura Convencional. Pensavamos estar “corrigindo” a agricultura convencional ao adotarmos uma Errata Agrícola.

Ou seja, onde se lê : Nitrogênio, leia-se Torta de Mamona, onde se lê: Potássio, leia-se Pó de rochas, onde se lê: Inseticidas, leia-se Óleo de Neem, onde se lê Fósforo Solúvel, leia-se: Fosfato Natural, onde se lê: Fungicida, leia-se Calda Bordaleza, e assim por diante. As certificadoras sem dúvida tiveram a sua parcela de culpa nessa visão distorcida da realidade.

O problema maior era quando chegávamos em itens como Herbicida ou Nematicida pois não havia nada no universo orgânico que os substituíssem. Pequenos manuais de receitas caseiras foram publicados por autores bem intencionados, porém ingênuos e até pueris, por acharem que uma verdadeira agricultura orgânica se faz com substituições de insumos e com receitas caseiras, mas logo percebeu-se que não era dessa maneira que a Natureza funcionava.

Infelizmente, essa tendência de se escrever e publicar cartilhas sobre agricultura orgânica as custas de dinheiro público, com desenhos e linguagem pueril, se manteve nos últimos 20 anos. Esse tipo de procedimento não é somente reprovável e repreensível, como também presta um grande desserviço aos agricultores por tratá-los como se fossem verdadeiros débeis mentais.

Esse modêlo dava certo em pequenos lotes, geralmente de hortaliças, o que no Brasil, ainda é uma realidade, e gerava produtos com aspectos aquém da qualidade exigida pelos consumidores, o que emprestou aos produtos orgânicos a sua já tão conhecida reputação de feios, abaixo do padrão e caros.

Aqueles agricultores familiares orgânicos por negligência (organic by default) contribuíram ainda mais para essa má reputação do aspecto ruim dos produtos orgânicos, o que gerava, e ainda gera, a já tão conhecida reação dos consumidores de : “Porque eu vou pagar mais por um produto desses tão feio?”, e que só sustenta esse mercado graças ao terrorismo (até certo ponto justificável) que é feito pelos produtores orgânicos com relação ao medo do público aos agrotóxicos. A contaminação generalizada e universal pelo Glifosato até justificaria esse terrorismo.

Entretanto, esse mesmo tipo de terrorismo é exercido pelos fabricantes de venenos agrícolas e autoridades regulatórias para justificar o emprego de agrotóxicos ao acenam com o espectro da fome, o que já sabemos ser uma grande falácia.

Durante essa pré-história (e esse fato se estende mais ou menos até os dias de hoje) os agricultores orgânicos queriam fazer uma agricultura de substituição de insumos. Ou seja, trocar o seis químico pelo meia dúzia orgânico.

Culturas de Cobertura eram chamadas de “Adubação Verde” ou seja, naquela visão distorcida da realidade as plantas de cobertura só serviam a um único propósito, isto é, serem transformadas em adubo. Até hoje, culturas de cobertura são incorporadas no solo com o objetivo de se transformarem em “adubo”.

Não se tinha visão de que as culturas de coberturas além de protegerem o solo contra a insolação, a chuva, o vento, diminuir a temperatura do solo, conservar a umidade e com tudo isso propiciar o desenvolvimento de comunidades microbianas vigorosas, também ajudavam essas mesmas comunidades microbiológicas por excretarem uma grande quantidade de exudatos radiculares compostos de açucares, amino ácidos e ácidos graxos.

Ao fazer isso, com o maior desenvolvimento de raízes propiciavam o desenvolvimento de uma rizosfera vibrante constituida de bactérias de vida livre, bactérias simbióticas, bem como de fungos micorrizicos que produzem constantemente GLOMALINA uma molécula recalcitrante que perdura no solo por dezenas de anos e que ajuda bastante na formação dos agregados de solo, outro componente da fertilidade do solo.

E que todo esse elaborado processo pode ser chamado de qualquer coisa menos de “adubo”. Adubo significa abono. Tem outra conotação e, de fato, tanto não define o efeito protetivo e regenerativo das culturas de cobertura, quanto dificultam o entendimento do seu verdadeiro significado.

A utilização do chamado “Composto Orgânico”, que na época, e até mesmo ainda hoje, poucas pessoas sabiam da sua real finalidade, era visto como um insumo miraculoso, mas também era “decomposto” aos seus teores de N,P e K na hora de se fazer as contas e de se decidir por sua utilização em um manejo orgânico.

Eu tive a oportunidade de explicar o que vem a ser um composto de qualidade, isto é, que tenha microvida suficiente para ser usado como inoculante, em outros artigos que podem ser lidos nesse mesmo blog.

Outros autores como o Prof. David Johnson da New Mexico State University, além é claro da Dra Elaine, também tiveram a oportunidade de esclarecer o que vem a ser um composto de qualidade, qual seja conter uma grande diversidade de comunidades microbiológicas destinadas a regenerar a fertilidade perdida do solo.

Desde que começei a me interessar por métodos agrícolas alternativos que eu tenho observado uma admiração que beira a religiosidade pelo composto orgânico aeróbico que não se justifica. Na Natureza temos tantos processos aeróbicos como anaeróbicos e ambos são muito interessantes e podem ser usados em nosso benefício.

Porém, se quisermos fazer Compost Tea vamos ter que usar o Composto Orgânico aeróbico de qualidade e o conselho que eu dou a todos que querem fazer um Compost Tea com qualidade é a de que usem o Vermicomposto (Humus de Minhoca) até que tenham atingido um estágio tal de maestria na fabricação de composto que lhes permitam usar o tradicional composto orgânico aeróbico rico em micro vida.

A critica que a Dra Elaine faz ao Vermicomposto é a de ele tem mais bactérias do que fungos, ou seja, é um composto predominantemente bacteriano. Ela até se dá ao trabalho de explicar como se faz um composto aeróbico “equilibrado” para fins de utilização para Compost Tea, porém é trabalhoso, demorado e dependendo de quem faz, nem sempre dá bons resultados. Um ex-aluno dela que veio ao Brasil protagonizou recentemente um grande fiasco na região de Tangará da Serra em MT ao tentar fazer o tal de “composto equilibrado”.

Fazendo o seu próprio composto equilibrado para ser extraído

Eu desenvolvi o meu próprio método que consiste em usar de 5 a 10% de farelo de arroz (o preferido, mas que pode ser substituído por farelo de trigo ou de aveia) misturado ao Humus de Minhoca (Vermicomposto) , ligeiramente umedecido (não exceder a 30% de umidade) e colocado em um saco plástico. Espera-se o período de uma semana para que os fungos cresçam e tenham tempo de colonizar todo o composto formando um bloco sólido que as vezes até precisa ser destorroado antes de ser usado no tanque de compost tea. Essa seria, então, a primeira receita, ou seja, de como transformar um composto bacteriano em equilibrado entre fungos e bactérias em apenas uma semana.

Condições aeróbicas durante todo o processo

Para se fazer um Compost Tea vamos precisar de um tanque de extração e de multiplicação. Na internet você irá ver um grande número de projetos mas, na minha opinião, os que se prestam melhor a essa tarefa seriam os que usam os insufladores de ar tipo ventoinhas, como por exemplo BUSCH modelo SB0050 ou SI 0045 ou similar, e que sejam capazes de insuflar ao redor de 90 a 150 m3 de ar / hora, para que as condições sejam francamente aeróbicas, isto é, que tenham níveis de Oxigênio acima de 6 ppm, para tanques de 1000 a 2000 litros de água.

Formatos redondos facilitam a boa limpeza que deve ser bem feita para evitar a formação de biofilmes de organismos anaeróbicos que poderão interferir nas suas extrações futuras. Essa foi a principal razão do insucesso dessa técnica aqui no Brasil pois começamos usando bombas centrifugas que somente são boas para a multiplicação de bactérias mas que também são de difícil limpeza e exigem que o composto seja contido dentro de um recipiente de tela para evitar o entupimento da bomba.

De maneira alternativa pode-se usar também aqueles oxigenadores para tanques de peixe que agitam adequadamente a mistura e fornecem ar suficiente para a manutenção de condições aeróbicas.

Resumindo: Condições aeróbicas, agitação adequada e projeto fácil de limpar após a utilização do Compost Tea.

Eu pessoalmente prefiro colocar o composto diretamente na agua e depois do fim do ciclo filtrar ou coar dependendo do uso que se queira dar, ou seja, rega ou pulverização, mas há quem o coloque dentro de sacos de telas plásticas com menos de 500 micras, geralmente 200 micras.

O tempo de extração deve ser de no mínimo 24 horas. Recomenda-se não elevar o nível do liquido até muito próximo a borda dos tanques porque a multiplicação principalmente das bactérias produz uma grande quantidade de espuma que poderá ser diminuída com o uso de anti espumante ou até mesmo de óleo vegetal. Essa grande produção de espuma pode fazer transbordar .parte do conteúdo da solução e isso não é interessante

O que adicionar para fazer o Compost Tea

O composto é o principal ingrediente. E a quantidade vai depender muito da qualidade do composto. Quanto melhor usa-se menos composto, mas com aquela mistura de Humus de Minhoca com farelo de arroz, umedecida e fermentada por uma semana, a quantidade de 20 gramas por litro já são suficientes.

No início o melaço era o nutriente preferido de quem fazia Compost Tea, porém após algum tempo a Dra Elaine passou a desaconselhar o uso do melaço. Eu, entretanto, discordo dessa recomendação e creio que o nivel de 1% é adequado e suficiente. Então, 1% de melaço liquido.

Depois três outros ingredientes você vai encontrar em 90% das receitas de Compost Tea. São eles o Acido Húmico, Kelp (extrato de Ascophyllum nodosum) e Hidrolisado de Peixe.

Com relação ao hidrolisado de peixe procure algum produto feito por fermentação a baixas temperaturas e que utilizem de preferência um processo enzimático eficiente para que o produto possa ser utilizado principalmente pelas bactérias. A quantidade vai depender da qualidade do produto mas geralmente de 1 a 2 ml por litro de agua já seriam suficientes.

Acido húmico liquido usa-se também de 1 a 2 ml por litro e Kelp 1 ml por litro de água.

Ultimamente eu tenho usado também um pouco de Pellets de Alfafa na dose de 5 a 10 gramas por litro.

Os ingredientes acima mencionados foram os nutrientes que tanto a pesquisa quanto o uso continuado por centenas de produtores demonstraram ser os melhores para multiplicar tanto bactérias quanto manter os fungos em suspensão até serem adicionados ao solo ou a lavoura.

Evitem o uso de outros ingredientes que não serão usados pelos microrganismos em um espaço de tempo curto como 24 horas como por exemplo pós de rocha, fubá, farelos de qualquer natureza, ou qualquer outro ingrediente mais exótico. Essas escolhas realmente não são muito inteligentes.

Após um ciclo de 24 horas as bacterias terão se multiplicado enquanto que os fungos serão adequadamente extraídos pois o ciclo de 24 horas não permite a sua multiplicação adequada. Essa solução será rica em acidos humicos, reguladores de crescimento, e terá a nutrição natural e suficiente tanto para as plantas quanto para inocular o solo com a necessária microbiota.

Como toda arte, só se desenvolve e se aprofunda o conhecimento com a repetição, ou seja fazendo e repetindo por várias vezes.

É a forma mais democrática de se adicionar a microvida contida no composto de qualidade em grandes áreas, que de outra maneira não seria possível ou seria financeiramente viável.

Desejo a todos uma boa extração e uma boa fermentação.

José Luiz M Garcia
Instituto de Agricultura Biológica

Referências

PUBLICADO POR
Dr Vinagre PhD – Agrônomo, Fisiologista e Bioquímico de Plantas. Produtor Biológico. Escritor. Consultor.

Fonte: Instituto de Agricultura Biológica

A fauna edáfica

Estudando-se a fauna edáfica, isto é, os animais microscópicos, mesoscópicos, macroscópicos e até os megascópicos do solo, verificou-se que os mesmos não apareciam em qualquer lugar nem eram comuns a alguma unidade de solo mas dependiam também da fertilidade e produtividade do solo e da cobertura vegetal. Isso se explica pelo fato de que muitos deles alimentam-se de bactérias e fungos, às vezes próprios da rizosfera e são sensíveis à menor alteração do solo. Formou-se então a concepção de ecossistemas, isto é, a interdenpendência entre clima-planta-solo-microrganismos e a mesofauna.

Quer dizer que cada lugar possui sua vida, toda particular e que lhe é característica. A totalidade de vida chama-se biocenose.
Por muito tempo os zoólogos preferiram estudar os solos nativos de mata e de pastagens porque encontraram ali muito maior número de espécies, embora com menor quantidade de indivíduos que em solos lavrados, onde a uniformização é tanto maior quanto mais monótonas forem as técnicas agrícolas empregadas.

E, como cada pesquisador tinha a ambição de dar a alguns animais seu nome, por muito tempo não se trabalhou com terras agrícolas que foram fortemente modificadas através da interferência do homem.

A interferência do homem é representada pelo desmatamento, a queimada, o pastoreio, a caça, a lavração, a adubação e plantio com a introdução de somente uma espécie e o combate às ervas nativas (capina, herbicidas, pesticidas), a irrigação e drenagem.

Cada uma dessas medidas prejudica algumas e beneficia outras. De modo que um beneficiamento unilateral de uma espécie em detrimento de outra leva, infalivelmente, à multiplicação explosiva da espécie, criando, desta maneira, pragas para as culturas.

A monocultura é a medida mais eficaz de provocar-se uma praga. O número de uma ou outra espécie de animais no solo tem pouca influência mas o importante é a composição total da mesofauna do local.

Assim, a existência de percevejos, por exemplo, não prejudica o trigo se existe, ao mesmo tempo, número suficiente de formigas. Mesmo um número pequeno de percevejos pode ser alarmante se não existirem formigas que os controlem.

A simples presença de nematoides não é sinal de alarme. Será alarmante se todos forem da mesma espécie e não existirem fungos, formigas, ácaros e outros seres que os cacem.

Verificamos que o maior desenvolvimento de animais terrícolas é correlacionado com a maior atividade dos vegetais, isto é, da época da formação dos botões até a floração. Em solos pobres, especialmente, cultivados com adubação em linha (fertilizer band), a atividade na rizosfera é muito pronunciada.

A raiz da planta segrega substâncias que servem de alimento para diversos tipos de bactérias e fungos; estes são devorados por amebas, alguns ácaros e colêmbolos; estes, por sua vez, servem de alimento para formigas e aranhas que, por sua vez, caçam larvas, ovos de besouros, etc.
As excreções das plantas dependem da nutrição vegetal, isto é, da riqueza do solo e da adubação.

Em virtude desta íntima correlação, se modificarmos um dos fatores, acarretaremos a modificação de todos os demais. Se adubamos trigo, por exemplo, com fósforo, a planta excreta aminoácidos. Estes são utilizados por bactérias como radiobacter e Bacillus mesentéricos. Estes constituem alimento preferido por diversos tipos de amebas que vivem em consorciação com fixadores de N, como o Azotobatcer, aumentando sua atividade.

Provocam, portanto, um maior abastecimento de plantas com nitrogênio, que por serem melhor nutridas, excretam, também, mais substâncias e têm uma maior atividade na sua rizosfera. Se faltar fósforo ou se substituirmos a planta por outra espécie, milho, por exemplo, modifica-se, imediatamente, toda a gama de vida com reflexos para a física do solo. Cada lavração é uma revolução no solo, sendo modificado todo o ambiente e, com ele, a biocenose.
Na natureza não existem fatores isolados mas dependentes e inter-relacionados de modo a formarem equilíbrios. Estes equilíbrios são dinâmicos. Somente com a taxa de transformação sempre constante é mantido esse equilíbrio. Como o equilíbrio se baseia na constante transformação de todos os fatores, chama-se equilíbrio dinâmico, que entretanto são extremamente sensíveis à modificação de um de seus fatores.

Os animais terrícolas mais importantes, isto é, os que existem normalmente em maior escala no solo são: colêmbolos, ácaros, nematoides, formigas, cupins, aranhas, minhocas e amebas.

Parte dos animais vive na superfície do solo, especialmente entre as folhas e cupins mortos, e parte nas camadas abaixo. São fáceis de distinguir porque os da superfície são sempre de cores mais pronunciadas, enquanto os das camadas mais profundas são geralmente brancos ou cinzentos. Isto acontece porque os que recebem luz se pigmentam.

A grande dificuldade na compreensão das biocenoses é o fato de que os pesquisadores são superespecializados, por exemplo, somente para ácaros, ou somente para nematoides, ou somente para carabídeos, etc. E há ainda especialistas para uma ou outra espécie de modo que se sabe tudo a respeito desta, mas pouco a respeito de sua interdependência com o resto da vida do solo. O estudo da espécie por si não faz muito sentido a não ser por curiosidade zoológica, uma vez que também na sociedade humana, ninguém pode entendê-la estudando um indivíduo isolado.

Sabemos que o reino animal, tanto como o vegetal, está sempre em modificação, uma vez que não existe equilíbrio dinâmico que não trabalhe com pequenas falhas. Estas falhas acarretam uma degradação do sistema, sua decadência, até que um ou outro componente tem que ser substituído. Dessa forma, um indivíduo estranho ao sistema entra substituindo o outro, que não encontra mais as condições de sobrevivência para poder se impor e dominar.
Chamamos esta substituição gradativa de sucessão. A sucessão é completa quando todo o sistema foi substituído por outro. Pode haver um melhoramento do solo de uma sucessão superior, por exemplo, numa terra com cupins que era muito compacta e sem matéria orgânica, adicionamos material vegetal semi decomposto e calcário. Os cupins os misturaram com o solo mineral possibilitando assim a proliferação de colêmbolos. Estes logo descobriram que a matéria orgânica semi digerida nos corpos dos cupins era muito mais gostosa e mataram os cupins. Mas a quantidade de colêmbolos atraiu formigas que os caçaram, eliminando a maioria.

Os animais que agora se assentaram não eram mais cupins mas minhocas, que formaram um complexo de húmus e argila, agregando o solo e melhorando em muito suas condições físicas e químicas. As sucessões são consideradas tanto mais avançadas e mais altas quanto maior é o grau energético de sua alimentação.

Aos invertebrados do solo distinguimos:

1. Bacteriófagos
2. Saprozoontes (comendo detritos vegetais)
3. Fitófagos e planositas (sugam células vivas de raízes e folhas)
4. Parasitas
5. Carnívoras
A sucessão constitui-se, portanto:

Amebas e outros protozoários > colêmbolos e nematoides > ácaros e colêmbolos > formigas, aranhas e miriápodos > minhocas.

Um solo onde predominam colêmbolos é muito menos produtivo do que um onde há grande número de formigas e aranhas.

Os Nematoides

Vivem em solos com boa retenção de água, de textura arenosa com bom teor de matéria orgânica. É um verme filiforme (nemato=fio; ptoides=forma) de 0,1 a 4 mm de tamanho e de 30 a 250 microns de diâmetro e são completamente circulares. Vivem somente em lugares onde há suficiente umidade. Podem ser:

  • Saprófitos, vivendo no musgo, na manta de folhas mortas da floresta ou simplesmente de matéria orgânica no solo, mas podem viver também nas folhas de árvores. Em condições adversas se desidratam, levando o vento a cutícula. Caindo em lugar favorável, se hidrata de novo para continuar a vida. Pela calagem são altamente beneficiados.
  • Firo-fagos que migram de raiz para raiz, roendo-a de fora como Pratylenchus. Estes possuem um estilete na boca para furar a célula vegetal. Porém raramente prejudicam a raiz. Muitos vivem também de bactérias, fungos e algas.
  • Parasitas, que entram na planta enquanto larvas, amadurecendo ali, como a Heterodera. Liquidifica com uma enzima o plasma celular, que depois suga. A enzima estimula a planta que fornece alimento à célula invadida. E o nematoide, portanto, evita cuidadosamente prejudicar o tecido que os necrosaria. Porém o nematóide abre o caminho para patógenos microrgânicos como fungos (por ex. Fusarium vasinfectum) e bactérias que prejudicam seriamente a raiz. Vivem também como fauna intestinal nos intestinos de minhocas.

Em 1m2 de solo vivem normalmente 50.000 a 1.000.000 de nematoides. Como são animais muito fracos, não podendo cavocar solos pesados, vivem especialmente em solos arenosos ou fraco arenosos, onde podem se tornar pragas terríveis. Dependem, porém, de suficiente umidade. WINCHESTER e outros pesquisadores atribuem aos nematoides a necessidade de abandonar os solos, especialmente em clima tropical para, pela multiplicidade de flora nativa, restabelecer o equilíbrio natural, especialmente porque há muitas plantas nematicidas.

Sabe-se hoje, porém, que as plantas resistem muito bem aos nematoides quando convenientemente nutridas, suportando números de até 3.600 nematoides em 5 g de raiz, sem se prejudicar. Solanáceas e Leguminosas são as plantas mais prejudicadas por nematoides, seguindo-se as hortaliças e flores, mas atacam igualmente gramíneas e outras plantas. Entre nós são conhecidos como criadores de nematoides: trevo, aveia, soja, batatinhas, tomates e fumo. DDT e outros pesticidas afetam-nos pouco.

Amebas e outros protozoários existem em quantidade muito grande no solo sendo de 10 a 100 vezes mais numerosos que os nematoides por grama de solo. Seu tamanho varia de alguns microns a 4 mm e muitas vezes não é muito maior do que as bactérias, porém reconhecem-se facilmente pela modificação constante da forma de seu corpo enquanto vivos. Encistam-se quando há falta de alimento. Sua multiplicação depende da quantidade de bactérias à disposição que estimulam seu desencistamento. Aumentam explosivamente quando há quantidade suficiente de bactérias, devorando cada um até 120 bactérias por dia. Quando reduzidas drasticamente, as bactérias se encistam de novo por falta de alimento, permitindo, assim, de novo, a multiplicação destas.

São considerados como válvula de segurança no solo controlando sua flora bacteriana, mas atacam também a micro e mesofauna. Vivem também em estreita associação com os fixadores de nitrogênio e decompositores de celulose, aumentando até 10 vezes a atividade de Azotobacter, na fixação de N2 atmosférico.

A Eugenia é uma ameba que se situa entre plantas e animais por ser fotossintética, como também Flaviobactérias que são desnitrificadoras, produzindo vitamina B12 que ela aprecia muito.

Os colêmbolos (Apterygotas)

Os colêmbolos são os animais mais antigos no solo e datam em parte ainda do Terciário. Pode-se dizer que sua forma não se modificou muito durante dezenas de milênios. Vivem especialmente na camada de folhas mortas da floresta. Existem em grandes quantidades, são todos saprófagos e sua única defesa é a furca com que pulam. Alguns são venenosos, sendo, porém, por causa disso presa predileta de algumas espécies de formigas, que, após devorá-los, ficam embriagados, podendo até tornar-se toxicômanos.
Normalmente são considerados a mesofauna pioneira que faz o primeiro trabalho da decomposição da matéria orgânica em solos ainda muito desfavoráveis para outra vida. Nunca se tornam parasitas mas podem comer plantas em pé se terminar a matéria orgânica. Podem ser o sustento das formigas, cuja presença é altamente benéfica, como ainda veremos.

Ácaros (Arachnides)

100.000 pesam mais ou menos 1 a 2 gramas. Existem espécies que são saprófagos (75%) e que ajudam na primeira trituração de matéria orgânica, especialmente de folhas mortas no pasto. Poucos vivem na floresta. Parte, porém, são carnívoros (25%) e caçam especialmente colêmbolos, insetos, outros ácaros e nematoides, comendo também ovos de besouros e de borboletas e filamentos de fungos. Não misturam a matéria orgânica com o solo mas beneficiam sua decomposição por bactérias.

Reagem violentamente à uma adubação amoniacal, que os faz desaparecer, como aliás a maioria da meso, macro e mega fauna, porque age como abiótico.
Geralmente são considerados controladores efetivos de muitas espécies que se poderiam tornar parasitas. Porém, há também ácaros parasitas de plantas e animais (carrapatos) valendo dizer aqui, porém, que quanto pior o solo, tanto maior a quantidade de ácaros parasitas. Seu surgimento é, pois, sinal de desequilíbrio biológico.

Minhocas (Anelídeos)

Quatrocentos e dez delas pesam mais ou menos 120 gramas. Vivem somente em solos com boa retenção de água e se enodam e morrem em ambiente anaeróbio. Elas preferem solos médios e quase nunca aparecem em areias. Não se importam com o pH de há suficiente cálcio à disposição.

As minhocas são os animais mais discutidos, sendo considerados em clima temperado como sinal de terra boa porque neutralizam o solo onde aparecem, misturam-no até a profundidade de 6 m e formam e estabilizam sua estrutura granular. Dependem porém especialmente de suficientes recursos de K e Ca além da matéria orgânica. Suas galerias beneficiam a penetração de água (solos com bastante minhocas são portanto muito resistentes à erosão). Com estrume de galinha pode-se provocar seu aumento explosivo a ponto de se tornarem prejudiciais ao solo, por tornar a estrutura do solo permeável demais drenando toda água pluvial e por devorarem as plantinhas novas da cultura.
As minhocas brasileiras são mais fortes que as europeias. Na Austrália vai o ditado: “quantos quilos de minhocas o solo contiver, tantos quilos de ovelhas a pastagem suporta.” Muitos achavam que os cupins se solos tropicais seriam os substitutos das minhocas, mas isso não é verdade.

Cupins (Isópteras)

Necessitam de umidade constante que se forma pelos cupinzeiros e suas galerias impermeáveis. Os cupins misturam indiscutivelmente o solo tornando-o mais solto, facilitando a penetração de ar e água, especialmente nas zonas semi desérticas, porém como constroem galerias, sua atividade é muito mais restrita que a das minhocas. Se há matéria orgânica no solo, melhoram-no pela mistura desta com o solo mineral, porém geralmente aparecem em campos com terra muito compactada onde a matéria orgânica sempre é limitada pela queima. Ocorrem também na floresta fechada onde atacam madeira morta. Não contribuem para a estabilidade da estrutura do solo. Os cupinzeiros porém são ótimos para encapamento de estradas, fornecendo um material parecido ao asfalto. Aumentam em seus cupinzeiros a CTC e os íons trocáveis e até criou concreções de CaCO3 e quase neutralizam o pH. Apesar da maior riqueza mineral, cupinzeiros destruídos e aplainados comprometem seriamente a fertilidade do solo por serem isentos de matéria orgânica.

As formigas carnívoras

No Brasil, a perseguição às formigas é total, apesar de ser necessário distinguir as carnívoras, extremamente benéficas para as lavouras e pastagens, e herbívoras, que são as temidas formigas cortadeiras, que criaram a má reputação que as formigas hoje gozam.

As formigas carnívoras somente podem existir onde, durante todos os meses do ano, acham suficiente alimento. Se pela lavra se criam longos períodos sem suficiente mesofauna, as formigas desaparecem. Como todas as carnívoras (por ex., as lava-pé) possuem veneno, o tão conhecido ácido fórmico, poucos gostam delas.

Na Alemanha há fazendas dedicadas à criação de formigas, que são vendidas especialmente pra os silvicultores mas também para agricultores, porque são umas das armas mais poderosas no controle de pragas. Controlam até as formigas cortadeiras, que por exemplo se retiram das regiões onde aparece a formiga conhecida como “cuiabana”, não porque comem as crias delas, mas porque as enlouquecem pelas danças que fazem em volta delas.

As formigas conhecidas como “correção” invadem as casas matando pulgas, baratas, piolhos e até camundongos, deixando as casas limpas de pragas. Em volta de todos os formigueiros sobem os níveis de Ca, P, K e N no solo. Formigueiros, portanto, nunca devem ser destruídos quando são de carnívoras, mas cercados de todos os cuidados porque enquanto existem, o perigo de pragas é muito reduzido.

As aranhas da mesma maneira são eficientes caçadoras de insetos. Em experiências feitas aqui em Santa Maria verificamos que a adubação verde aumenta os colêmbolos e a de palha, as formigas e aranhas.

Hoje, reconhecendo o tremendo valos da mesofauna para a manutençãoo do equilíbrio biológico do solo, usa-se sempre em maior escala a “não lavração” (zero tillage), a “lavração mínima” e a “lavração em listas” (stripp tillage) para conservar o solo intertubado e manter as condições favoráveis à mesofauna.

Fonte: Ana Maria Primavesi

Deficiência de nutrientes nas plantas

A falta ou insuficiência de nutrientes debilita e atrasa o desenvolvimento das plantas, que passam a apresentar sintomas de deficiência nutricional.

O estado nutricional das plantas é avaliado por meio da diagnose foliar (análise de tecidos vegetais) e diagnose visual (observação de sintomas de deficiência ou excesso). O objetivo da avaliação nutricional das plantas é identificar os nutrientes que estariam limitando o crescimento e produção das culturas. Consiste basicamente, em se comparar uma planta, uma população de plantas ou uma amostra dessa população com um padrão da cultura em questão.

Como nas folhas ocorrem os principais processos metabólicos do vegetal, as mesmas são os órgãos da planta mais sensíveis às variações nutricionais. Se houver falta ou excesso de um nutriente, isto se manifestará em sintomas visíveis, os quais são típicos para um determinado elemento.

Principais sintomas da deficiência de nutrientes verificados nas folhas das plantas de milho.

Os principais sintomas de deficiência nutricional, fatores associados e medidas de correção são relacionados a seguir:

Nitrogênio

A exigência do elemento é maior nos primeiros estádios de crescimento. Em sua falta ou insuficiência, o crescimento da planta é retardado e as folhas mais velhas tornam-se verde-amareladas. Se a falta do nutriente for prolongada, toda a planta apresentará esses sintomas. Em casos mais severos, ocorre redução do tamanho dos folíolos, e as nervuras principais apresentam uma coloração púrpura, contrastando com um verde-pálido das folhas. Os botões florais amarelecem e caem.

As condições que predispõem à deficiência são: insuficiência de fertilizante nitrogenado, baixo nível de matéria orgânica no solo, elevado nível de matéria orgânica não decomposta no solo, deficiência de molibdênio (Mo), compactação do solo, intensa lixiviação e seca prolongada. A correção faz-se pela aplicação de nitrogênio, preferencialmente na forma nítrica, em cobertura ou foliar.

Fósforo

A deficiência de fósforo é observada com freqüência em solos de baixa fertilidade e nos que possuem elevada taxa de adsorsão desse nutriente, como os solos de cerrados. A taxa de crescimento das plantas é reduzida desde os primeiros estádios de desenvolvimento. As folhas mais velhas adquirem coloração arroxeada, em razão do acúmulo do pigmento antocianina. Em estádios de desenvolvimento mais tardios, as folhas apresentam áreas roxo-amarronzadas que evoluem para necroses. Essas folhas caem prematuramente, e a planta retarda sua frutificação.

A absorção de fósforo pelo tomateiro é afetada principalmente pela concentração de fósforo na solução do solo. A acidez ou a alcalinidade do solo, o tipo e a quantidade de argila predominante, o teor de umidade, a compactação do solo, o modo de aplicação dos fertilizantes e as temperaturas baixas na fase de emergência das plantas também afetam a absorção desse nutriente. A correção do solo pode ser feita preventivamente com a aplicação de adubo fosfatado antes do plantio.

Potássio

É o nutriente mais extraído pelo tomateiro. A deficiência de potássio torna lento o crescimento das plantas; as folhas novas afilam e as velhas apresentam amarelecimento das bordas, tornando-se amarronzadas e necrosadas. O amarelecimento geralmente progride das bordas para o centro das folhas. Ocasionalmente verifica-se o aparecimento de áreas alaranjadas e brilhantes. A falta de firmeza dos frutos, em muitos casos, é também devida à deficiência de potássio.

O teor de potássio no solo, a taxa de lixiviação, a calagem excessiva ou a presença de altos teores de cálcio, magnésio e amônia no solo afetam a disponibilidade de potássio para a planta. A correção pode ser feita com a adubação em cobertura de sulfato ou cloreto de potássio, seguida de irrigação.

Cálcio

O sintoma característico da deficiência de cálcio inicia com a flacidez dos tecidos da extremidade dos frutos, que evolui para uma necrose deprimida, seca e negra. O sintoma é conhecido como podridão estilar ou “fundo-preto”. Em condições em que ocorrem períodos curtos de deficiência – principalmente quando ocorrem mudanças bruscas de condições climáticas –, observam-se tecidos necrosados no interior dos frutos, cujo sintoma é conhecido como coração preto. Eventualmente verificam-se, em condições de campo, deformações das folhas novas e morte dos pontos de crescimento.

Geralmente, qualquer fator que diminua o suprimento de cálcio, ou interfira em sua translocação para o fruto, pode provocar deficiência. Assim, fatores como irregularidade no fornecimento de água, altos níveis de salinidade, uso de cultivares sensíveis, altos teores de nitrogênio, enxofre, magnésio, potássio, cloro e sódio na solução do solo, pH baixo, utilização de altas doses de adubos potássicos e nitrogenados – principalmente as fórmulas amoniacais – e altas taxas de crescimento e de transpiração contribuem para o aparecimento do sintoma.

Previne-se a deficiência de cálcio com a aplicação adequada de corretivos e com a adoção de um manejo eficiente de irrigação, evitando que a planta sofra estresse hídrico, principalmente nas fases de florescimento e crescimento dos frutos. A correção da deficiência é feita com pulverização foliar de cloreto de cálcio a 0,6%, dirigida às inflorescências.

Magnésio

A deficiência de magnésio é bastante comum em plantações de tomate e caracteriza-se por uma descoloração das margens dos folíolos mais velhos, que progride em direção à área internerval, permanecendo verdes as nervuras. Quando a deficiência é mais severa, as áreas amarelas vão escurecendo, tornando-se posteriormente necrosadas. Sintomas causados por infecção de vírus podem ser confundidos com deficiência de magnésio.

Solos ácidos, arenosos, com alto índice de lixiviação e altos níveis de cálcio, potássio e amônio afetam a disponibilidade de magnésio. Previne-se a deficiência com a aplicação adequada de calcário dolomítico ou de sulfato de magnésio (30 kg/ha) no solo, antes do plantio. A correção pode ser feita com pulverização foliar de sulfato de magnésio a 1,5%. A aplicação foliar conjunta de uréia favorece a absorção de magnésio.

Enxofre

Os sintomas de deficiência de enxofre são semelhantes aos de nitrogênio, ou seja, as folhas apresentam coloração verde-amarelada. Entretanto, neste caso, as folhas novas são as primeiras a serem afetadas. As plantas deficientes geralmente apresentam o caule lenhoso, duro e de pequeno diâmetro.

As condições que promovem a deficiência de enxofre são as mesmas relatadas para o nitrogênio, acrescidas de excessivo uso de “adubos concentrados”, normalmente sem enxofre. Não há necessidade de adubação específica para fornecimento de enxofre. Em casos especiais, a utilização de gesso agrícola, na dosagem de 800 kg/ha, aplicado antes do plantio, juntamente com a calagem, ou a aplicação de sulfato de potássio ou de magnésio, no plantio, previnem a deficiência.

Boro

Na deficiência de boro, as folhas novas do tomateiro tornam-se bronzeadas, ocorrendo, em seguida, morte das gemas e das folhas. O pecíolo torna-se quebradiço e a planta murcha nas horas mais quentes do dia, em razão dos danos provocados ao sistema radicular. Sintomas de clorose e deformação das folhas novas são muitas vezes confundidos com o sintoma da virose “Topo-amarelo”. Os frutos apresentam manchas necróticas de coloração marrom, principalmente perto do pedúnculo, e não desenvolvem totalmente a cor vermelha. As paredes do fruto tornam-se assimetricamente deprimidas e os lóculos se abrem.

As condições que predispõem a deficiência de boro são: calagem excessiva, solos arenosos e elevado índice de precipitação pluviométrica. A prevenção da deficiência faz-se com a aplicação de bórax na adubação de plantio (30 kg/ha). A correção durante o cultivo pode ser feita com pulverização foliar de bórax a 0,25%.

Molibdênio

Os sintomas de deficiência de molibdênio expressam-se em condições de carência de nitrogênio, apresentando um amarelecimento das folhas mais velhas e possíveis necroses marginais com acúmulo de nitrato. Solos com pH abaixo de 5,0 predispõem a deficiência desse nutriente.

A correção se faz com a calagem e a aplicação de 1 a 2 kg/ha de molibdato de amônio no solo, ou com pulverização foliar a 0,3%. Não se deve fazer mais de uma aplicação de molibdato no solo, já que os níveis tóxicos são facilmente atingidos.

Zinco

Os sintomas de deficiência de zinco manifestam-se nas partes mais novas da planta, com o encurtamento dos entrenós, ligeira clorose das folhas, redução do tamanho e deformação das folhas. Excesso de calagem, elevado índice de lixiviação e alta concentração de fósforo no solo favorecem a deficiência. A prevenção é feita com a aplicação de sulfato de zinco, na dosagem de 30 kg/ha, junto com a adubação de plantio. A correção pode ser feita com pulverização foliar de sulfato de zinco, na dosagem de 15 g/L de água.

Para mais informações, veja também o livro:

Guia de Deficiência Nutricionais em Plantas
Guia de Deficiência Nutricionais em Plantas

 

Fonte de pesquisa:
Embrapa
Blog Conhecendo os Adubos
A Cientista Agrícola

Agricultura Orgânica

Um grupo de assentados da reforma agrária buscou qualificação profissional e passou a investir na agricultura orgânica. O cultivo de hortaliças totalmente livres de agrotóxicos é a principal fonte de renda da comunidade Colônia I, na zona rural do Distrito Federal.

Acompanhe a matéria do programa Momento Ambiental mostrando como é possível retirar o sustento da terra, gerar empregos e preservar a natureza.

Fonte: Momento Ambiente

Rios voadores

De onde vem a água que chega às torneiras das cidades no Sudeste brasileiro? O que explica a escassez que causou alarme nos últimos meses, num país renomado pela abundância de água doce? Sem a possibilidade de chegar a uma resposta simples e incontestável, aspectos diversos do assunto foram tratados na reportagem da Pesquisa FAPESP.

O pesquisador Antonio Donato Nobre, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), fala sobre a importância da Amazônia na formação de rios voadores que levam água para regiões distantes dentro do Brasil e nos países vizinhos. Seus depoimentos são essenciais para as reflexões da engenheira Monica Porto, da Escola Politécnica da USP, sobre a importância da chuva para abastecer os mananciais paulistas.

Esse vídeo é a primeira parte do documentário “Dança da Chuva”. A segunda parte – “Manancial subterrâneo” – pode ser conferida aqui.

Fonte: Pesquisa Fapesp

Agrofloresta – Agricultura recuperando o meio ambiente

É possível conciliar alta produtividade agropecuária e recuperação ambiental no mesmo espaço?

Para muitos, essa questão tem uma resposta simples: sistemas agroflorestais. A técnica já é antiga, mas no Brasil ela vem sendo bastante pesquisada e desenvolvida, atingindo produtividade maior que sistemas convencionais. Ernst Götsch, pesquisador suíço radicado no Brasil, desenvolve a técnica há mais de 30 anos em uma fazenda no interior da Bahia, onde recuperou 14 córregos anteriormente secos e aumentou a pluviosidade na região enquanto planta cacau de primeira qualidade. E em Brasília, onde durante metade do ano praticamente não chove, agricultores economizam água e produzem mais com a agrofloresta.

Fonte: Câmara dos Deputados

Experiências bem-sucedidas de sistemas agroflorestais (SAF)

O sistema agroflorestal, também chamado de agrofloresta ou SAF, traz vantagens econômicas, sociais e ambientais, principalmente para a agricultura familiar. Combinando espécies arbóreas lenhosas (frutíferas e/ou madeireiras) com cultivos alimentares de ciclo curto, o SAF permite colheitas desde o primeiro ano de implantação, de forma que o produtor obtenha rendimentos provenientes de culturas anuais, hortaliças e frutíferas de ciclo curto enquanto aguarda a maturação das espécies florestais e das frutíferas de ciclo mais longo.

Matéria publicada no programa Dia de Campo na TV, da Embrapa.

Agrofloresta em grande escala

O Agenda Gotsch segue em sua proposta de buscar histórias reais de experiências que estão dando certo. Neste episódio, apresenta uma experiência de agrofloresta em grande escala que está acontecendo no interior de São Paulo, na Fazenda da Toca.

Fonte: Agenda Gotsch

Agrofloresta Neolítica – Sistemas transicionais de agrupamentos humanos florestais

Projeto do grupo PRETATERRA denominado “Restauração compatível com igualdade de gênero e a mudança do clima”, que trata da implantação de agroflorestas em comunidades agroextrativistas na Amazônia.

Foram mapeados, sistematizados e prototipados sistemas produtivos florestais milenares, ancestrais e tradicionais, como alternativa ao uso da coivara (corte e queima).

Neste primeiro vídeo da série “Agrofloresta Neolítica – Sistemas transicionais de agrupamentos humanos florestais”, é explicado um pouco da lógica do plantio em clareiras na floresta, e apresentada a área de implantação, uma mata secundária, tradicionalmente chamada de capoeira, e as primeiras operações de manejo para abertura da área.

Acompanhe outros vídeos da série e o trabalho do PRETATERRA clicando aqui.

Agapan Debate: Agrotóxicos

Palestra do Engenheiro Agrônomo Sebastião Pinheiro em evento promovido pela Agapan – Associação Gaúcha de Proteção ao Ambiente Natural.

Fonte: Agapan

Sementes crioulas – Cultivando a biodiversidade para as gerações futuras

A semente crioula é compreendida como patrimônio da humanidade, mas com a concentração de monopólios, o uso intensivo de agrotóxicos e a introdução de transgênicos, muitas variedades vem sendo perdidas. Como forma de resistência, entidades e grupos sociais fazem ações diferenciadas com excelentes resultados.

Documentário produzido pelo Instituto Cultural Padre Josimo – 2011 – também legendado em inglês.

TEDx Talks – Não queremos ser extintos

Como nos expressar em um mundo de cooperação e abundância? A bióloga Mônica Passarinho apresenta sua proposta de usar a educação para resgatar o vínculo com a natureza a partir da produção de comida e do ato de se alimentar. A natureza, afinal, não é um recurso, mas sim algo do qual o ser humano faz parte. O aprendizado com a natureza potencializa a empatia por todas as formas de vida e essa mudança de percepção pode ser a chave para evitar a extinção da espécie humana.

Fonte: TEDx Talks

Receita de Biofertilizante – Bokashi

Ingredientes:

  • 1 balde (= 20 litros) solo da mata
  • 1 litro de leite
  • 1 kg açúcar mascavo ou melado
  • 2 copos pó de pedra
  • 1 balde farelo de qualquer cereal (milho, arroz, trigo, etc.)

 

Modo de preparo:

Misturar todos os ingredientes e umidificar um pouco até ficar uma farofa molhada.

Acomodar no balde e fechar com saco plástico.

Deixar a mistura descansar por 40 dias, na sombra.

 

Como tratar o esgoto de forma ecológica

BACIA DE EVAPOTRANSPIRAÇÃO

O BET (Bacia de Evapotranspiração), também chamado de TEvap (Tanque de Evapotranspiração) e popularmente conhecido como Fossa de Bananeiras é uma técnica difundida por permacultores de diversas nacionalidades e que representa uma alternativa sustentável para o tratamento domiciliar de águas negras em zonas urbanas e periurbanas.

Consiste basicamente em um tanque impermeabilizado, preenchido com diferentes camadas de substrato e plantado com espécies vegetais de crescimento rápido e alta demanda por água, de preferência com folhas largas (bananeiras, taióba). O sistema recebe o efluente dos vasos sanitários, que passa por processos naturais de degradação microbiana da matéria orgânica, mineralização de nutrientes, e a consequente absorção e evapotranspiração da água pelas plantas. Portanto, trata-se de um sistema fechado que transforma os resíduos humanos em nutrientes e que trata, de forma limpa e ecológica, a água envolvida. Diferente de outros sistemas, a água presente neste processo retorna ao ambiente na forma de vapor através da transpiração das folhas, daí seu nome. Assim, o sistema de evapotranspiração evita a poluição do solo, dos lençóis freáticos, dos rios e mares.

A utilização de sistemas plantados para tratamento de esgotos já é comum em diversas partes do mundo (EPA, 2000); (Larsson, 2003).

FUNCIONAMENTO E PRINCÍPIOS

Um pré-requisito para o uso da BET é a separação da água servida na casa, em cinza e negra. Apenas a água negra, a que sai dos sanitários, deve ser direcionada para o sistema. A água cinza, aquela que sai da máquina de lavar, pias e chuveiros, deve ir para outro sistema de tratamento como por exemplo um filtro biológico.

Fermentação
A água negra é decomposta pelo processo de fermentação (digestão anaeróbica) realizado pelas bactérias na câmara bio-séptica de pneus e nos espaços criados entre as pedras e tijolos colocados ao lado da câmara.

Segurança
Os agentes patogênico são enclausurados no sistema pois não há como garantir sua eliminação completa e isso só é possível graças ao fato da bacia ser fechada, sem saídas para a água. A bacia precisa de espaços livres para o volume total de água e resíduos humanos recebidos durante um dia. A bacia deve ser construída de forma a evitar infiltrações e vazamentos.

Percolação
Como a água está presa na bacia ela percola de baixo para cima e com isso, depois de separada dos resíduos humanos, vai passando pelas camadas de brita, areia e solo, chegando até as raízes das plantas, 99% limpas.

Evapotranspiração
Sem sombras de dúvidas esse é um dos processos mais interessantes do sistema BET. Através da evapotranspiração realizada pelas plantas, principalmente as de folhas largas (bananeiras, mamoeiros, caetés, taioba, etc. ) , a água limpa é devolvida ao meio ambiente. Além disso, as plantas também consomem os nutrientes produzidos em seu processo de crescimento, permitindo que a bacia nunca encha.

Manejo
Primeiro (obrigatório), a cobertura vegetal morta deve ser sempre completada com as próprias folhas que caem das plantas e os caules das bananeiras depois de colhidos os frutos. E, quando necessário, essa camada deve ser complementada com as aparas de podas de gramas e de outras plantas do jardim, impedindo assim que as águas das chuvas penetrem demais o sistema.
Segundo (opcional), de tempos em tempos deve-se observar os dutos de inspeção e coletar amostras de água para exames. Outro ponto importante é que se deve observar a caixa de extravase, para checar se dimensionamento foi correto. Essa caixa só deve existir se for exigida por órgão públicos para que se possa fazer a ligação do sistema com o canal pluvial ou de esgoto.

Quer aprender como construir seu próprio sistema BET? Então entre aqui.

Fonte: Pedro Monteiro / Ecoeficientes

ECOAGRI apoia Cursos de Agrofloresta para Crianças

O portal ECOAGRI está apoiando Cursos de Agrofloresta para Crianças em todo o Brasil.

A primeira edição ocorreu no Sítio São Benedito, localizado no município de Monteiro Lobato / SP, e contou com um grande e entusiasmado envolvimentos de alunos de uma escola da região. O curso contou com o patrocínio da NETVMI.

O objetivo é colocar em pauta a importância de garantir com que as crianças cresçam e se desenvolvam em contato direto com a natureza. As crianças colocam a mão na terra, aprendendo desde os cuidados com o preparo do solo até boas práticas de plantio e manejo. Tudo isso, experimentando novos sabores e descobrindo a importante relação entre a saúde e a natureza.

Confira como foi essa experiência:

E aí, gostou? Quer participar?

O ECOAGRI quer disseminar essa ideia em todo o Brasil. Se você tem interesse em participar e divulgar o seu local, estamos abertos a conversar. Entre em contato conosco para mais informações! Participe!

contato@ecoagri.com.br