Agrofloresta Neolítica – Sistemas transicionais de agrupamentos humanos florestais

Projeto do grupo PRETATERRA denominado “Restauração compatível com igualdade de gênero e a mudança do clima”, que trata da implantação de agroflorestas em comunidades agroextrativistas na Amazônia.

Foram mapeados, sistematizados e prototipados sistemas produtivos florestais milenares, ancestrais e tradicionais, como alternativa ao uso da coivara (corte e queima).

Neste primeiro vídeo da série “Agrofloresta Neolítica – Sistemas transicionais de agrupamentos humanos florestais”, é explicado um pouco da lógica do plantio em clareiras na floresta, e apresentada a área de implantação, uma mata secundária, tradicionalmente chamada de capoeira, e as primeiras operações de manejo para abertura da área.

Acompanhe outros vídeos da série e o trabalho do PRETATERRA clicando aqui.

Agapan Debate: Agrotóxicos

Palestra do Engenheiro Agrônomo Sebastião Pinheiro em evento promovido pela Agapan – Associação Gaúcha de Proteção ao Ambiente Natural.

Fonte: Agapan

Sementes crioulas – Cultivando a biodiversidade para as gerações futuras

A semente crioula é compreendida como patrimônio da humanidade, mas com a concentração de monopólios, o uso intensivo de agrotóxicos e a introdução de transgênicos, muitas variedades vem sendo perdidas. Como forma de resistência, entidades e grupos sociais fazem ações diferenciadas com excelentes resultados.

Documentário produzido pelo Instituto Cultural Padre Josimo – 2011 – também legendado em inglês.

TEDx Talks – Não queremos ser extintos

Como nos expressar em um mundo de cooperação e abundância? A bióloga Mônica Passarinho apresenta sua proposta de usar a educação para resgatar o vínculo com a natureza a partir da produção de comida e do ato de se alimentar. A natureza, afinal, não é um recurso, mas sim algo do qual o ser humano faz parte. O aprendizado com a natureza potencializa a empatia por todas as formas de vida e essa mudança de percepção pode ser a chave para evitar a extinção da espécie humana.

Fonte: TEDx Talks

Receita de Biofertilizante – Bokashi

Ingredientes:

  • 1 balde (= 20 litros) solo da mata
  • 1 litro de leite
  • 1 kg açúcar mascavo ou melado
  • 2 copos pó de pedra
  • 1 balde farelo de qualquer cereal (milho, arroz, trigo, etc.)

 

Modo de preparo:

Misturar todos os ingredientes e umidificar um pouco até ficar uma farofa molhada.

Acomodar no balde e fechar com saco plástico.

Deixar a mistura descansar por 40 dias, na sombra.

 

Como tratar o esgoto de forma ecológica

BACIA DE EVAPOTRANSPIRAÇÃO

O BET (Bacia de Evapotranspiração), também chamado de TEvap (Tanque de Evapotranspiração) e popularmente conhecido como Fossa de Bananeiras é uma técnica difundida por permacultores de diversas nacionalidades e que representa uma alternativa sustentável para o tratamento domiciliar de águas negras em zonas urbanas e periurbanas.

Consiste basicamente em um tanque impermeabilizado, preenchido com diferentes camadas de substrato e plantado com espécies vegetais de crescimento rápido e alta demanda por água, de preferência com folhas largas (bananeiras, taióba). O sistema recebe o efluente dos vasos sanitários, que passa por processos naturais de degradação microbiana da matéria orgânica, mineralização de nutrientes, e a consequente absorção e evapotranspiração da água pelas plantas. Portanto, trata-se de um sistema fechado que transforma os resíduos humanos em nutrientes e que trata, de forma limpa e ecológica, a água envolvida. Diferente de outros sistemas, a água presente neste processo retorna ao ambiente na forma de vapor através da transpiração das folhas, daí seu nome. Assim, o sistema de evapotranspiração evita a poluição do solo, dos lençóis freáticos, dos rios e mares.

A utilização de sistemas plantados para tratamento de esgotos já é comum em diversas partes do mundo (EPA, 2000); (Larsson, 2003).

FUNCIONAMENTO E PRINCÍPIOS

Um pré-requisito para o uso da BET é a separação da água servida na casa, em cinza e negra. Apenas a água negra, a que sai dos sanitários, deve ser direcionada para o sistema. A água cinza, aquela que sai da máquina de lavar, pias e chuveiros, deve ir para outro sistema de tratamento como por exemplo um filtro biológico.

Fermentação
A água negra é decomposta pelo processo de fermentação (digestão anaeróbica) realizado pelas bactérias na câmara bio-séptica de pneus e nos espaços criados entre as pedras e tijolos colocados ao lado da câmara.

Segurança
Os agentes patogênico são enclausurados no sistema pois não há como garantir sua eliminação completa e isso só é possível graças ao fato da bacia ser fechada, sem saídas para a água. A bacia precisa de espaços livres para o volume total de água e resíduos humanos recebidos durante um dia. A bacia deve ser construída de forma a evitar infiltrações e vazamentos.

Percolação
Como a água está presa na bacia ela percola de baixo para cima e com isso, depois de separada dos resíduos humanos, vai passando pelas camadas de brita, areia e solo, chegando até as raízes das plantas, 99% limpas.

Evapotranspiração
Sem sombras de dúvidas esse é um dos processos mais interessantes do sistema BET. Através da evapotranspiração realizada pelas plantas, principalmente as de folhas largas (bananeiras, mamoeiros, caetés, taioba, etc. ) , a água limpa é devolvida ao meio ambiente. Além disso, as plantas também consomem os nutrientes produzidos em seu processo de crescimento, permitindo que a bacia nunca encha.

Manejo
Primeiro (obrigatório), a cobertura vegetal morta deve ser sempre completada com as próprias folhas que caem das plantas e os caules das bananeiras depois de colhidos os frutos. E, quando necessário, essa camada deve ser complementada com as aparas de podas de gramas e de outras plantas do jardim, impedindo assim que as águas das chuvas penetrem demais o sistema.
Segundo (opcional), de tempos em tempos deve-se observar os dutos de inspeção e coletar amostras de água para exames. Outro ponto importante é que se deve observar a caixa de extravase, para checar se dimensionamento foi correto. Essa caixa só deve existir se for exigida por órgão públicos para que se possa fazer a ligação do sistema com o canal pluvial ou de esgoto.

Quer aprender como construir seu próprio sistema BET? Então entre aqui.

Fonte: Pedro Monteiro / Ecoeficientes

ECOAGRI apoia Cursos de Agrofloresta para Crianças

O portal ECOAGRI está apoiando Cursos de Agrofloresta para Crianças em todo o Brasil.

A primeira edição ocorreu no Sítio São Benedito, localizado no município de Monteiro Lobato / SP, e contou com um grande e entusiasmado envolvimentos de alunos de uma escola da região. O curso contou com o patrocínio da NETVMI.

O objetivo é colocar em pauta a importância de garantir com que as crianças cresçam e se desenvolvam em contato direto com a natureza. As crianças colocam a mão na terra, aprendendo desde os cuidados com o preparo do solo até boas práticas de plantio e manejo. Tudo isso, experimentando novos sabores e descobrindo a importante relação entre a saúde e a natureza.

Confira como foi essa experiência:

E aí, gostou? Quer participar?

O ECOAGRI quer disseminar essa ideia em todo o Brasil. Se você tem interesse em participar e divulgar o seu local, estamos abertos a conversar. Entre em contato conosco para mais informações! Participe!

Globo Rural – Agricultura Sintrópica

Um sistema que junta, na mesma área, a produção de hortaliças, frutas e madeira. É a agricultura sintrópica, que também recupera áreas degradas e protege o meio ambiente. O Globo Rural visitou a fazenda de Ernst Götsch, criador desse sistema. Ele nasceu nas Suíça, onde estudou e trabalhou com melhoramento genético. (Assista aos vídeos)

Entretanto, ele foi virar agricultor e pesquisador do outro lado do oceano. Passou pela Costa Rica e chegou ao Brasil nos anos 80. Em Piraí do Norte (BA), comprou terra barata, mas com um nome assustador: Fazenda Fugidos da Terra Seca. Área desmatada, explorada com cultivo de mandioca e criação de suínos e depois, abandonada. “O nosso problema no início era água”, explica o agricultor.

Já faz tempo que a propriedade recuperou o nome original, descoberto em documentos antigos: Fazenda Olhos D’Água. A vegetação foi recomposta, o solo recuperado, com agricultura associada a floresta: a agrofloresta.

A definição de sintropia é o contrário de entropia, termo associado a desorganização, degradação de sistemas, a perdas de energia. A agricultura sintrópica propõe reordenar, restaurar o ambiente natural, a floresta. São ideias que atraem, a cada ano, centenas de pessoas para os cursos oferecidos por Ernst e o agricultor Henrique Souza.

Fonte: Globo Rural

A bastardização dos alimentos

Desde a época em que trabalhei como pesquisador na Seção de “Matéria Prima” do Instituto de Tecnologia de Alimentos de Campinas, nas décadas de 70 e 80, que eu achava muito estranha aquela visão puramente industrial de se conceituar os alimentos. Naquela visão industrialista, os alimentos na sua forma natural não passavam de meras, e por conseguinte desvalorizadas, “matérias primas” destinadas a produzir, na visão míope daquela época, um alimento “superior” industrializado, padronizado, massificado, mas porém, desvitalizado e, por isso mesmo, bastardizado.

Na década de 80, o bacana era alimento industrializado. Sucos de fruta com reduzido valor nutricional, “leite” de soja alergênico, leite longa vida UHT totalmente desprovido de suas enzimas e vitaminas, carnes embutidas e conservadas repletas de sódio e de nitratos cancerígenos, frutas em calda ou em forma de doces de corte repletos de açúcar e por conseguinte obesogênicos, margarina com óleos ômega-6 pro-inflamatórios e gordura trans, mas vendidas como “boa para o coração” até com o aval, que eu duvido que tenha sido de maneira desinteressada, da Sociedade Brasileira de Cardiologia.

Vivíamos a época da “fortificação” dos alimentos, ou seja, removia-se todos os minerais e vitaminas no processo de beneficiamento dos grãos e depois “inteligentemente” se adicionava ferro numa forma inorgânica de baixa absorção pelo organismo e que contribui ainda mais para o problema da sobrecarga férrica ou Iron Overload, além de acido fólico também em uma forma inexistente nos alimentos e que hoje sabemos fazer mais mal do que bem, posto que está em uma forma não metilada e, portanto, não natural.

Jamais foi, por aqueles senhores que fundaram o ITAL, reconhecido o fato incontestável e cristalino que, nem com toda a nossa imensa tecnologia disponível, nem mesmo com a tecnologia disponível hoje em dia, a industria de alimentos seria capaz de melhorar a qualidade de qualquer alimento pelo processamento desses mesmos alimentos. Jamais em tempo algum. Ponto final.

Quando muito, o processamento poderia manter a qualidade, aumentar a vida de prateleira, e até maximizar os lucros evitando perdas desnecessárias mas sempre as custas da diminuição da qualidade original desses mesmos alimentos, até o ponto deles se tornarem meras sombras daqueles alimentos originais e o maior exemplo desse processo todo seria o pão, conforme bem lembrado pelo meu amigo e colega Graeme Sait em seu ultimo artigo ( 1 ).

A grande realidade, que muitos ainda se recusam a ver, é que nós humanos, apesar de todas as conquistas tecnológicas, ainda somos os mesmos homens da caverna de cerca de 330 gerações atrás, que viviam da caça e da coleta de alimentos e que depois evoluíram para o cultivo e a coleta de cereais. Estamos programados geneticamente e evolutivamente para consumir alimentos de preferência frescos, não processados, diretamente da sua fonte e que, voltar a consumir alimentos com essas características, pode ter um efeito regenerativo muito grande no nosso organismo.

 

O PÃO NOSSO DE CADA DIA

Alguém ainda tem alguma dúvida de que essa “coisa “ vendida nas padarias brasileiras sob o rótulo de “pãozinho francês” é apenas uma sombra do que foi o pão verdadeiro imortalizado até na oração católica, O Pai Nosso, deixada para todos nós por Jesus Cristo ?

Como é possível conceber, que o alimento que serviu de base para a humanidade, seja hoje um alimento proscrito por ser causador de “intolerâncias” alimentares e ser apontado como um vilão alergênico e obesogênico ?

Quem imaginaria que o sagrado “pão nosso de cada dia” chegaria a ser tão difamado e tão denegrido ? Até ler o artigo do Graeme Sait, eu ainda não tinha pensado nessa hipótese, mas parte da resposta talvez esteja mesmo na chamada “Revolução Verde” e a outra parte na forma de como o pão é feito hoje em dia.

Não é novidade para ninguém que hoje nós vivemos mergulhados, por assim dizer, em um oceano de doenças inflamatórias e degenerativas, a grande maioria das quais perfeitamente reversíveis pela dieta. Existem estudos que demonstram que mais de 70% daquilo que nos torna doentes ou nos mata tem origem na nossa alimentação.

Isso não chega a ser novidade para ninguém. O famoso provérbio de que “você é aquilo que come” ainda continua válido depois de tanto tempo.

Quando nós transformamos uma farinha integral em refinada, nós removemos cerca de 80% do valor nutritivo desse alimento. O pão nesse contexto se transforma em um anti-nutriente.

Um dos processos que requerem mais energia no corpo humano é o processo digestivo, ou simplesmente a digestão e esse processo é movido a nutrientes. Quando um alimento com uma quantidade de nutrientes tão baixa é fornecida ao corpo, e esse alimento ainda precisa ser digerido, pode ocorrer o que é conhecido como perda liquida ( net loss ) de nutrição, que ocorre quando a quantidade de energia que entra no sistema é inferior a quantidade de energia produzida no final do processo. O balanço energético, nesse caso, é negativo.

 

UM MUTANTE DESMINERALIZADO

A bastardização do pão ancestral, que proporcionou o surgimento da humanidade como nós a conhecemos hoje em dia, começou, ao que tudo indica, com a controvertida “Revolução Verde”. Norman Bourlag, seu idealizador, selecionou híbridos que não cresciam muito para que pudessem receber maior quantidade de fertilizante e com isso produzir mais, sem que as plantas tombassem ( “acamamento”), o que era uma característica das plantas de trigo pré Revolução Verde.

Ocorre que, para isso, ele não recorreu aos métodos tradicionais de cruzamento para produzir sementes híbridas mas irradiou as sementes das variedades tradicionais e selecionou mutantes que hoje se tornaram as variedades consumidas por todos nós. Esse trigo mutante de menor estatura, solucionou o problema de perda de produção ligadas as dificuldades na colheita daquelas plantas que “acamavam” ( tombavam) devido ao seu tamanho e sob o efeito do vento.

Entretanto, esse aumento de produtividade ocorreu as custas de perdas na densidade nutritiva dos grãos de trigo. Sait cita que as variedades de trigo consumidas hoje em dia absorvem menos 50% de Ferro, menos 30% de Cálcio e Magnésio e 20% menos microelementos do que os trigos varietais originais de polinização aberta ( 1 ). Esse mesmo quadro também ocorre entre as variedades híbridas de milho e isso já era sabido desde a década de 30.

Porém, existe um mineral que esse cereal nutricionalmente comprometido não consegue mais absorver. Esse mineral é justamente um elemento raramente considerado em programas de fertilidade e adubação de gramíneas, ou seja, o cobalto. Por menos importante que isso possa parecer, o cobalto é o elemento central de uma importante vitamina, a B12 . Uma das principais razões da maioria de nós hoje sermos carente dessa vitamina é devido a ausência de cobalto no nosso alimento mais consumido.

 

QUEM PRECISA DESSA “TECNOLOGIA” DE ALIMENTOS?

Os três únicos ingredientes do pão tradicional seriam, fermento natural, farinha de trigo e sal.

Entretanto, hoje em dia, a maioria das padarias usam as chamadas “misturas prontas” que podem conter entre outros, leite em pó, vários tipos de gorduras vegetais, farinha de soja, açúcar, enzima alfa-amilase, e vários tipos de conservantes químicos e “melhoradores” de farinha, um eufemismo para designar alguns tipos de ingredientes químicos exóticos como azodicarbonamida (ADA), que é também um dos ingredientes na fabricação de plásticos (PVC). Essa substância, a ADA, foi removida de todos os produtos de diversas cadeias de fast food americanas devido a sua má reputação, mas no Brasil ainda é amplamente usado. Desde 2005 essa substância foi banida pela União Européia e pela Australia para a fabricação de plásticos cujos usos incluem contato direto com os alimentos.

Quem vocês acham que é um dos principais produtores de azodicarbonamida (ADA) ou aditivo 927a ou ainda aditivo “melhorador” de farinha INS 927a ?

Acertou quem respondeu: A empresa Novozymes que faz parte do grupo Monsanto!

Obviamente, não temos outra alternativa, a não ser desconfiar, quando vemos um portal, supostamente informativo defendendo o uso do ADA , como o site do médico Global, Drauzio Varela, mantido pela UOL, que garante que esse produto, banido em vários países (reconhecidamente causador de alergias alimentares, e proibido na Australia por causar Hiperatividade, Asma, Urticaria, Insônia e Distúrbios no metabolismo da Vitamina E) não faria mal a sua saúde.

Dessa forma, esse seria ainda um motivo a mais para entendermos que esse produto químico deva fazer exatamente o oposto do que é apregoado nesse portal de aluguel ( 3 ).

 

COMPROMETENDO MINERAIS IMPORTANTES E ENZIMAS PRECIOSAS

As duas maiores carências de minerais do mundo ocidental são de Magnésio e Zinco e é importante entender as causas subjacentes dessas carências generalizadas. Existe uma grande correlação entre o consumo de cereais, o consumo excessivo de pães e a carência de zinco e magnésio. Cereais e grãos contem um ácido natural chamado ácido fítico que se liga fortemente a esses dois minerais tornando-os inaproveitáveis pelo corpo humano. Os compostos formados, fitato de magnésio e fitato de zinco são insolúveis e são geralmente excretados, ao invés de serem absorvidos e aproveitados pelo corpo humano. É importante ressaltar que o ácido fítico é um componente natural de grãos e cereais e que a soja contém a maior quantidade desse composto natural entre todos eles. Os fitatos também são capazes de bloquear a absorção de Cálcio, Ferro, Cobre além de Zinco e Magnésio.

Outro fator que compromete a nutrição adequada é a existência de inibidores enzimáticos tanto nos grãos quanto nos cereais. A menos que os grãos e cereais sejam devidamente preparados para serem consumidos, por meio da neutralização dos fitatos e dos inibidores enzimáticos, esses anti nutrientes irão interferir na necessária absorção dos minerais.

A melhor estratégia para neutralizar esses anti nutrientes nos grãos e cereais seria por intermédio da Pré-Germinação (Hidratação) e da Germinação propriamente dita. Ao serem colocados em contato com a umidade (água), os Lactobacillus que fazem parte da flora normalmente encontradas nesses alimentos se multiplicam, além de permitir que as enzimas e outros organismos benéficos, como as Leveduras, degradem e neutralizem grande parte do ácido fítico contido nos grãos.

A ação dessas enzimas também aumentam a quantidade de várias vitaminas do complexo B. Durante o processo de hidratação e fermentação, o glúten e outras proteínas difíceis de digerir são parcialmente “quebradas” em componentes mais simples de serem digeridos.

Podemos listar 10 bons motivos para hidratar e germinar grãos, cereais e nozes antes de consumi-los :

  1. Remover ou reduzir o ácido fítico.
  2. Remover os taninos.
  3. Neutralizar os inibidores enzimáticos.
  4. Aumentar a produção de enzimas benéficas.
  5. Aumentar as quantidade de vitaminas, especialmente do Complexo B.
  6. Degradar o glúten e facilitar a digestão.
  7. Tornar as proteínas mais prontamente disponíveis para a absorção.
  8. Prenevir deficiências minerais e perda óssea.
  9. Neutralizar toxinas no cólon e mantê-lo limpo.
  10. Prevenir várias doenças e condições de saúde.

Nesse esse ponto vocês já devem estar se perguntando se existiria uma forma segura de consumir pão ? A resposta é sim. Ela existe. E é por isso que de agora em diante vocês irão presenciar um aumento significativo de padarias artesanais destinadas a produzir o pão artesanal de fermentação natural ou chamado sourdough bread.

Esse é o verdadeiro pão. Qualquer outro tipo industrializado não passaria de uma versão “Fake”, ou mais um Fake Food, como é o caso do “pãozinho francês “.

Os próbioticos que trabalham ativamente na fermentação da massa do pão artesanal não somente predigerem a farinha dos grãos de trigo para aumentar a sua biodisponibilidade, mas eles também consomem e neutralizam o ácido fítico.

Aveia, por exemplo, não deveria ser consumida crua sem hidratação ou sem pré fermentação. O excelente livro da Sally Fallon traz inúmeras receitas de como consumir grãos e cereais, eliminando os chamados fatores anti nutricionais ( 4 ).

Como inóculos podemos lançar mão de produtos fermentados vivos como por exemplo o FloraNew ( ANew) ou até mesmo capsulas de Lactobacillus.

 

UM ALIMENTO ACIDIFICANTE QUE ENCURTA A VIDA

O nosso equilibrio entre acidez e alcalinidade é muito mais importante do que muitos imaginam. Esse tema foi trazido a tona pela primeira vez por Carey Reams, carinhosamente chamado de “Doc “ por quem o conheceu ( 5 ). Na verdade ele foi a criador da agricultura que hoje é conhecida como “Biological Agriculture” com a sua “Teoria da Ionização” e influenciou toda uma geração de consultores que ajudaram a criar o que hoje é conhecido por Agricultura Biológica ou Regenerativa.

Embora o status quo médico irá lhe dizer que o sangue tem um sistema de auto ajuste do pH, o assunto da acidez metabólica é uma história completamente diferente e hoje, após 40 anos de RTBI (Reams Theory of Biological Ionization), nós temos um volume muito grande de evidências clinicas e de pesquisa que demonstram que a acidez da saliva e da urina são fatores pre determinantes no surgimento de diversas doenças, e não o pH do sangue que sempre vai estar em homeostase.

Ambos fluidos corpóreos, saliva e urina, devem ter idealmente um pH de 6.4 , pela manhã e a maioria das pessoas estão muito acidas, com pH geralmente em torno de 6.0, se avaliadas por esse parâmetro.

Existem vários fatores causadores dessa epidemia de acidez tais como, stress, baixo consumo de frutas e hortaliças, consumo excessivo de proteínas, deficiência do mineral mais alcalinizante, que é o Magnésio, e uma abundância e consumo exagerado de carboidratos refinados, sendo que, os mais acidificantes seriam o açúcar e o pão.

E como o Brasil é o país da piada pronta, o chamado “Pão Francês” só existe por aqui mesmo sendo totalmente desconhecido na França da forma como ele é feito aqui nas terras tupiniquins.

O pão convencional “francês” é um alimento altamente acidificante que, de quebra, quelatiza o mineral mais alcalinizante, o Magnésio, que também é um dos maiores aliviadores de stress que existem ( 2 ). Essa é a razão dos sucos verdes que contém clorofila, e por conseguinte magnésio, serem bastante usados com a finalidade de reduzir a acidez e é por isso mesmo que são tão eficientes.

 

A SOLUÇÃO PARA O PROBLEMA : FAÇA O SEU PRÓPRIO PÃO!

Algumas vezes se quisermos recuperar a nossa própria saúde, isso irá requerer algum esforço e dedicação. Fazer o nosso próprio pão seria uma das forma de nos livrarmos de uma só vez de toda essa contaminação diária de glifosato usando farinha de trigo orgânica, de nos livrarmos de um alimento acidificante cujo balanço energético é proximo de negativo, cheio de contaminantes químicos, incluindo o Azodicarbonamida, ou INS 297a e, ainda por cima, de um ladrão de minerais essenciais como zinco e magnésio.

O pão ficaria ainda melhor se pudéssemos utilizar o Spelt que é um parente ancestral do trigo e que nunca foi manipulado geneticamente. Ele contém mais proteína que o trigo e é um dos raros cereais que possui ação alcalinizante no nosso corpo. O spelt é muito mais denso em nutrição que o seu primo mutante e contém uma quantidade significativa menor de gluten. Tudo de bom em um único cereal e ainda pode se transformado em pão.

Fica aqui, então, a dica para os agricultores mais imaginativos e inovadores para cultivar o Spelt. E para finalizar eu lembro as palavras de Graeme Sait quando disse : “ Não é difícil escapar de alimentos bastardizados, mas é uma estratégia essencial se quisermos sobreviver nesse mundo comoditizado”. A porcentagem de alimentos industrializados no seu carrinho de supermercado é geralmente um indicativo da sua saúde e longevidade. Nós fomos projetados para consumir alimentos frescos e integrais e se abraçarmos o caminho da alimentação natural, é inevitável que comecemos a ter uma idéia exata dos alimentos como medicinais.

 

José Luiz M Garcia
Setembro de 2018.

 

REFERÊNCIAS

  1. Sait, Graeme (2018) The Bastardization of our Food – The Daily Bread Story ,
    https://blog.nutri-tech.com.au/the-bastardisation-of-our-food/
  2. Dean, Carolyn (2007) The Magnesium Miracle, Ballantine Books, N.Y., 309 pgs.
  3. Azodicarbonamide 927a.
    https://noshly.com/additive/927a/flour-treatment-agent/927a/
  4. Fallon, S. & M. G.Enig ( 2001) Nourishing Traditions, New Trends Publishing Inc, Washington, D.C., 674 pgs.
  5. Reams, Carey (1978) Chose Life or Death: Reams Biological Theory of Ionization, New Leaf Press Inc., 176 pgs.
    http://groenning.de/download/choose_life_or_death_rbti_carey_reams.pdf

 

Fonte: Viriditas

Análise financeira de sistemas agrícolas

Este documento auxilia no planejamento de Sistemas Produtivos Integrados (SPIs). Com ele podemos executar, de uma maneira simples e transparente, as análises financeiras pertinentes, bem como a avaliação do projeto agrícola e a comprovação de que sua utilização é viável sob ponto de vista financeiro.

Apresenta-se também uma planilha eletrônica que é utilizada para executar a análise financeira de SPIs, de forma intuitiva.

A planilha fornece os principais indicadores para avaliação de projetos, assim como o fluxo de caixa detalhado do sistema de produção, informações complementares e gráficos, para auxiliar a análise e melhoria do desenho do sistema.

Além destes aspectos, é possível realizar uma série de simulações, levando em consideração estimativas de perdas (produção, armazenagem, transporte, entre outras), variações nos custos e nos preços dos produtos, as quais produzirão um novo conjunto de indicadores financeiros e fluxo de caixa e novos gráficos, permitindo comparações com a situação ideal planejada do sistema e a avaliação de diferentes cenários.

Arquivos para download:

 

Terra preta de índio

Poucos sabem, mas a exuberância da floresta Amazônica esconde um solo pobre em nutrientes. Isso porque as altas temperaturas e umidade costumam fazer a matéria orgânica e os nutrientes armazenados no solo terem vida muito curta.

De uma forma geral, a riqueza do latossolo (solo mais comum na região) é apenas superficial, e vem da decomposição de galhos, folhas e animais. Entretanto na imensidão da Região Amazônica existem manchas de um solo bem diferente: A TPI, ou Terra Preta de Índio, um solo antrópico, isto é, resultado direto da ação humana. Isso explica por que são encontrados vestígios do dia a dia dos povos que habitavam estas áreas, o que nos leva a afirmar que a presença da TPI representa um dos mais marcantes registros da antiga ocupação humana na região amazônica.

Estima-se que as áreas de TPI abrangem de 6 a 18 mil km quadrados da bacia amazônica. A espantosa fertilidade deste solo escuro chama a atenção de pesquisadores do mundo inteiro, e para explanar sobre o assunto, convidamos especialistas nas áreas de antropologia, ecologia e agronomia de instituições como Ufam, Embrapa e INPA.

Ainda pouco se sabe sobre a terra preta de índio… sua origem, propriedades e seus possíveis benefícios econômicos, sociais e ecológicos. Mas uma coisa é certa: para enxergarmos um futuro fértil, precisamos nos voltar para o passado do homem amazônico. Esta é a terra preta de índio, uma terra fértil e cheia de histórias.

Fonte: Nova Amazônia

Curso de Introdução à Horta Urbana Orgânica

Aprenda a plantar seu próprio alimento, na sua casa e sem a utilização de venenos ou adubos químicos. Em um mundo tão corrido onde nosso alimento e nossas vidas foram comprometidas pela competição, trânsito, estress, diabétes, cancêr e muitas outras coisas, vamos juntos reaprender a ter uma comida mais nutritiva, saborosa e ter uma vida melhor.

Plantando seu próprio alimento você se reconecta com a natureza, desenvolve novas habilidades e garante uma vida mais saudável.

Serão 10 aulas onde você vai aprender sobre planejamento, substrato e adubação, a importância da água, escolher o que plantar, ferramentas e materiais, montagem dos vasos, sementes e muito mais.

Vamos juntos criar um mundo melhor para vivermos com mais harmônia e você só precisa dar o primeiro passo, vamos juntos começar?

VANTAGENS

São 10 vídeo-aulas onde você vai aprender desde o planejamento da horta até a colheita com imagens explicativas e aulas produzidas pensando em você e seu aprendizado.

Para mais informações, acesse:

https://pages.hotmart.com/i7452488k/curso-de-introducao-a-horta-urbana-organica/

Curso de elaboração de Planos Municipais de Conservação e Recuperação da Mata Atlântica (PMMAs)

Estão abertas as inscrições para o curso online de elaboração de Planos Municipais de Conservação e Recuperação da Mata Atlântica (PMMAs).

A iniciativa faz parte do projeto “Fortalecendo os Conselhos Municipais de Meio Ambiente por meio dos PMMAs”, realizado pela Associação Nacional dos Órgãos Municipais de Meio Ambiente (ANAMMA) com apoio da ONU Meio Ambiente.

Serão abertas 5 turmas, cada uma com 800 vagas, seguindo o cronograma abaixo:

  • Tuma 1: SC e RS, com início em 18/04/18 e término em 02/07/18
  • Tuma 2: SP e RJ, com início em 08/06/18 e término em 20/08/18
  • Tuma 3: PR, GO, MS e PI, com início em 27/07/18 e término em 09/10/18
  • Tuma 4: BA, AL, SE, PE, PB, RN e CE, com início em 18/09/18 e término em 30/11/18
  • Tuma 5: MG e ES, com início em 21/11/18 e término em 28/02/19

Inscrições através do link:
http://www.ambiental.etc.br/cursos

Curso de Sistemas Agroflorestais – SAF

As agroflorestas são uma alternativa ao modelo de produção agrícola tradicional, em que se harmonizam a produção com a conservação. Têm se mostrado interessantes do ponto de vista ambiental, econômico e social, e são baseadas em nos princípios que resgatam as relações do ser humano e seu ambiente preconizados pelo estudioso suíço Ernst Goetsch. Além de representar um modo diferente de plantar e colher, a busca de reproduzir a dinâmica da floresta para produção de alimentos proporciona a oportunidade de recuperar a cobertura vegetal em áreas degradadas ou protegidas, com contribuições para a segurança alimentar, a geração de renda e a conservação ambiental. O curso é direcionado a agricultores, técnicos, estudantes e interessados em geral.

Mais informações em http://pdrsead.fia.com.br/

Agroflorestando as Serras

Documentário sobre a experiência de 14 produtores da Cooperativa Entre Serras e Águas, na implantação das áreas de agrofloresta, durante a execução do Programa Microbacias II-PDRS, de 2014 a 2017, na Região Bragantina.

Fonte: Cooperativa Entre Serras e Águas

A bluevision de Ernst Götsch

Conheça a trajetória do suíço de 70 anos que criou a agricultura sintrópica, formou milhares de fazendeiros com a técnica e transformou 5 hectares na Bahia com seu método inovador.

Fonte: bluevision

Primeiros projetos de agroflorestas são aprovados no Rio de Janeiro

Os agricultores que produzem alimentos em sistemas agroflorestais podem ter problemas com órgãos da área ambiental ao cortar e podar a Mata Atlântica sem autorização. Para diminuir este tipo de conflito, o estado do Rio de Janeiro regulamentou a prática de agroflorestas e sistemas de pousio em 2016. Na última quarta feira, dia 16 de maio, os primeiros seis produtores tiveram seus projetos aprovados e receberam autorização de manejo para poder trabalhar com mais tranquilidade.

Fonte: Informe Freelance

Caravana #DFSustentável: Pescando fora do aquário

Conectamos gente que faz sustentabilidade há décadas no DF com quem quer começar a fazer hoje. Dona Raimundinha e a direção da associação “A Pátria”, de moradia popular pode conhecer os projetos da #HortaGirassol, do #NósnaTeia e do #SitioGeranium. Uma troca incrível!

Fonte: https://youtu.be/LPKALU5CaV8

Por que os alimentos orgânicos são mais caros?

Os produtos orgânicos certificados são geralmente mais caros do que os convencionais, por várias razões, tais como o fornecimento destes alimentos é limitado em relação à demanda por eles; os custos de produção tendem a serem maiores, porque eles exigem mais trabalho por unidade de produção; o manuseio pós-colheita de quantidades relativamente pequenas desses alimentos têm um custo mais elevado especialmente durante o processamento e transporte; e, a cadeia de comercialização e distribuição de produtos orgânicos é um tanto ineficiente e os custos são mais elevados, porque são relativamente distribuídos pequenos volumes. Portanto, com o aumento da demanda por alimentos orgânicos, as inovações tecnológicas e economias de escala devem reduzir os custos de produção, transformação, distribuição e comercialização de produtos orgânicos.

Produtos orgânicos ganharam grande popularidade por duas razões principais.

Em primeiro lugar, o consumidor percebe como alimentos saudáveis os livres de pesticidas e fertilizantes. Em segundo lugar, eles contribuem para a preservação do meio ambiente.

Os consumidores que optam por consumir os orgânicos, não levam em consideração o alto preço em relação aos produtos convencionais, haja vista que acreditam ser um investimento na saúde, pois ao consumirem os produtos orgânicos estarão contribuindo para a saúde pessoal e para a melhoria do planeta (NEVES, 2012).

Os princípios agroecológicos da produção de alimentos orgânicos contemplam o uso saudável e responsável do solo, do ar, da água e dos demais recursos naturais, evitando a contaminação e desperdícios desses elementos e contribuindo para o desenvolvimento sustentável (NEVES, 2012).

 

Referência

NEVES, D. A. L. Escolhas estratégicas para produção de carne bovina orgânica no Brasil: Faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária, Universidade de Brasília, 2012, 141 p. Dissertação de Mestrado, 2012.

 

Fonte: Portal Educação

Animação explica para crianças o que é agroecologia e sobre a importância da alimentação orgânica

A relação com os alimentos também é aprendida desde os primeiros anos de vida da criança. Para isso, é preciso nutrir a criança com alimentos saudáveis, frutas e legumes frescos, claro, mas também com exemplos e informações. Contudo, nem sempre é uma tarefa simples explicar à elas sobre a importância de se alimentar com legumes e frutas orgânicas, e sobre o processo de produção envolvido na trajetória dos alimentos, desde a plantação, até o prato.

Comer também é aprender: como a alimentação na escola faz parte do processo de aprendizagem integral da criança

A animação “Comida que Alimenta”, desenvolvida pela Sabiá, uma ONG que atua com a implantação de sistemas agroflorestais, recuperação de nascentes e educação, pode ser um bom caminho para apresentar esses temas às crianças. O vídeo mostra uma conversa entre uma menina, sua mãe, e um agricultor sobre o quanto é melhor comer produtos agroecológicos.

Confira:

Com informações de Corujices.

Fonte: Catraquinha

A Agricultura no século 20

Justus von Liebig

O ano é 1824. O país, Alemanha. A cidade, Giessen. O famoso cientista Justus von Liebig, aquele que inspiraria todo estudante de química das décadas seqüentes, é nomeado professor da Universidade de Giessen. Durante 28 anos Liebig ministrou aulas a alunos encantados com as possibilidades da química. Após a 2ª Guerra Mundial, a universidade passa a se chamar Justus Liebig University e seu antigo departamento é transformado em Museu, um dos mais importantes até hoje.

Justus von Liebig

Justus von Liebig é chamado o pai da agricultura moderna. A Lei de Liebig – lei do mínimo – é ensinada aos estudantes de agronomia em todo o mundo. Nela, o crescimento das plantas é determinado pelo elemento presente no solo na mínima quantidade adequada, de maneira mais simples. Isso quer dizer que as plantas crescem de acordo com os elementos encontrados no solo. A partir disso foi fácil concluir que era só adicionar NPK (nitrogênio, fósforo e potássio) que as plantas cresceriam mais. Esse foi o início da era dos fertilizantes químicos.

A fórmula NPK é vendida até hoje como adubo. Sim, faz as plantas crescerem e em contrapartida enfraquece o solo e faz a planta adoecer. Como um dependente químico, planta e solo perdem sua harmonia, um já não tem capacidade de doar ao outro e ambos adoecem. A invenção de Liebig alimentou em nós a sensação do controle sobre a Natureza. Agora o homem acharia que pode controlar a produção de alimentos, não haveria mais fome: – Queremos o dobro de beterrabas agora! E assim tivemos.

Século 19: O início de tudo?

Por alguns anos todo agricultor que adicionava adubos químicos na terra teve sua produção aumentada, frutos desenvolvidos, boa produtividade. Com o tempo começaram a aparecer invasores, muitos deles. Para que o homem considerasse outros seres uma praga exterminável foi fácil. Gafanhotos, moscas, ratos, bactérias são consideradas pestes enviadas por deuses muito antes dos tempos egípcios. As pragas então poderiam e deveriam ser combatidas. Até aí foram poucos pesquisadores que questionaram de onde vêm as pragas, suas causas. Um deles foi Julius Hensel, contemporâneo de Liebig.

Seu estudo sobre pós de rocha parece ter saído recentemente de um curso sobre agroecologia ou agricultura orgânica e sustentável. Diferentes entre si, tais modelos de agricultura não se apóiam na utilização de fertilizantes ou venenos sintéticos. Abastecem-se de sais minerais encontrados principalmente nas rochas, como fonte elementar para a estrutura química do solo e, assim, das plantas e de quem se alimentar delas. “Alimentos saudáveis, provenientes de um solo saudável geram pessoas saudáveis, nutridas e ainda podem eliminar a fome do mundo”. Era o que Hensel já dizia no século 19, o mesmo slogam da geração de alimentos corretamente ecológicos de hoje.

Hensel e Liebig também podiam ser compatriotas, mas não eram de maneira alguma partidários. Acabar com a fome era uma das metas da Alemanha pré-nazista, o calcanhar de Aquiles para a soberania de qualquer país. Restava saber qual a forma seria utilizada, se os baratos pós de rocha de Hensel – hoje se compra pó de rocha industrializado a preços nada solidários – ou a fabulosa fábrica de fertilizantes.

Revendo o passado

A história nos mostra que a Alemanha do início do século 20 foi culturalmente e cientificamente próspera. De suas fábricas saíram corantes sintéticos, a aspirina, anestésicos, medicamentos, conservantes, fertilizantes e uma infinidade de outras invenções químicas. Suas universidades eram conceituadas, principalmente nos ramos da química e da física. A conquista de mercado pela Alemanha ultrapassava a Europa e se estendia às Américas. Explicar o Nazismo sem considerar a vanguarda da industria química alemã da época é negar as bases tecnológicas que levariam uma nação a enfrentar o restante dos países. Devemos lembrar que os agrotóxicos foram originariamente concebidos como aparatos de guerra e depois reconstituídos e disseminados pelo mundo como defensivos agrícolas. Nesses últimos séculos, muitos pacifistas não foram ouvidos – foram assassinados ou então processados como foi Hensel.

Assim, Liebig continuou seus estudos, sintetizou leite em pó, detergente… ele costumava falar que o homem só seria civilizado se usasse sabonete. E começamos a usar sabão para tudo, até para ‘limpar’ as plantações e colocar mais inseticida. Hoje a gente limpa, limpa, limpa e continua vindo barata, rato, mosca… Com a quantidade de inseticida que já usamos não deveriam eles estar extintos? E por que as araras-azuis e micos-leões é que correm perigo? Hoje tomamos antibiótico e as bactérias parecem uma praga, ficam cada vez mais resistentes. Por que?

Liebig não pôde ver as maravilhas que seus estudos nos trouxeram, até porque não viveu para isso. Se o Prêmio Nobel tivesse sido inventado antes de sua morte, Liebig provavelmente teria um, afinal muitos simpatizantes seus o receberam, como exemplo:

1918, Fritz Haber, Nobel de Química pela síntese de amônia a partir do hidrogênio e nitrogênio, representando assim a invenção dos fertilizantes químicos para agricultura, mas não somente para ela. A amônia é usada na fabricação de bombas e isso possibilitou que a Alemanha fabricasse explosivos. Apesar de colaborar com o exército alemão Haber terminou seus dias exilado, por ser judeu. Ele foi responsável pelo ataque com cloro na batalha de Ypres, ato que foi considerado o estopim para a pior guerra química que a humanidade enfrentou, a 1a Guerra Mundial.

1931, Karl Bosch, Nobel de Química pelo desenvolvimento de métodos para tratamento químico com alta pressão. Bosch foi sucessor de Haber na síntese de amônia, através dele sua produção deu-se em larga escala. Também em larga escala, foi seu processo de produção de hidrogênio e metanol de monóxido de carbono e a fixação de nitrogênio. Graças a esse processo, não faltaria amônia para explosivos nem nitrogênio para fertilizantes. Bosch foi presidente do complexo químico alemão, o famoso cartel chamado IG Farben, antes e durante o regime nazista. Nos complexos da IG Farben, muitos judeus trabalharam como escravos e serviram de cobaias para experimentos químicos.

1939, Paul Muller sintetiza novamente o organoclorado DDT*. Iniciou sua carreira na poderosa Geigy AG, Suíça. Recebe em 1948 o Nobel de Medicina por estudar suas propriedades inseticidas no combate ao vetor da Malária. O DDT foi muito utilizado em guerras para a prevenção de soldados contra pulgas, os vetores da Tifo. Hoje é proibido em todos os países pelas suas propriedades cumulativas, carcinogênicas e teratogênicas. Um produto derivado do DDT, o Neocid, largamente utilizado na agricultura, também é muito comum para matar pulgas e outros insetos.

É preciso lembrar que a derrota dos países em guerra rendeu aos demais seu conhecimento tecnológico. Muitos cientistas japoneses e alemães foram transferidos para os complexos militares e industriais da Rússia, EUA, França, Inglaterra e Suíça sem passar por nenhum julgamento. As fórmulas químicas da IG-Farben foram tratadas como informações secretas e seu complexo industrial dividido entre as empresas Bayer-Basf-AGFa. Após a reconstituição da Europa devastada, o mundo viu surgir a ameaça nuclear com a Guerra Fria. Na disputa entre o mundo livre e a bandeira vermelha, diversos países sofreram na pele os efeitos das armas químicas. E enquanto alguns sofriam represálias, outros recebiam atentados e a maioria foi incentivada a entrar no modelo da agricultura moderna.

O trágico fim

Liebig ficou conhecido pelas suas descobertas na química. Por muitos anos acreditou que o desenvolvimento daria-se somente através da ‘correção’ dos ‘defeitos’ da Natureza pelo homem. Além de grande cientista, Liebig ao final percebeu a grandiosidade da vida através dos processos químicos. Seu legado perpetuou-se por gerações, mas por interesses mercadológicos seu reconhecimento frente ao poder da Natureza não.

Logo após sua morte o Salitre do Chile utilizado na fabricação de explosivos foi monopolizado pelos ingleses (Guerra do Pacifico, 1879 – 1883) e sua moderna industria química tornaria-se a principal fonte alemã de matéria prima para explosivos num futuro próximo. Liebig suicidou-se. Um fato não lembrado pelos livros de história foi sua lápide.

“- Pequei contra a sabedoria do Criador e com razão fui castigado. Queria melhorar o seu trabalho porque acreditava, na minha obsessão, que um elo da assombrosa cadeia de leis que governa e renova constantemente a vida sobre a superfície da Terra tinha sido esquecida. Pareceu-me que este descuido tinha que emendá-lo o frágil e insignificante ser humano.” (1803-1873)**.

Reportagem especial de Clarissa Tag
Revista Consciência.Net, junho de 2005

 

A vida secreta das árvores | Peter Wohlleben

As árvores conversam, conhecem laços familiares e cuidam de seus filhos? Isso é estranho demais para ser verdade? O cientista alemão Peter Wohlleben (“A Vida Secreta das Árvores”) e a cientista Suzanne Simard (Universidade de British Columbia, Canadá) vêm observando e investigando a comunicação entre as árvores ao longo de décadas. E suas descobertas são surpreendentes.

Fonte: Editora Sextante

O papel da Agricultura na nutrição humana

Embora a maioria das pessoas não se dê conta, o papel dos alimentos é o de nutrir as pessoas e os animais de criação. Ou pelo menos deveria ser. Embora, essa afirmação possa parecer óbvia ela, na verdade, passa desapercebida da maioria das pessoas.

Na verdade, já faz algum tempo que os alimentos são produzidos para que sejam trocados por dinheiro. Transformaram-se em “commodities ” . Uma commodity é simplesmente uma “mercadoria “ ou algo dotado de um valor de troca por moeda. Commodity geralmente descreve mercadorias de “baixo valor agregado”.  Quando se deseja verificar o valor de milho, soja, trigo, algodão, café, etc… recorre-se ao caderno de Economia de qualquer jornal ou site de Economia.

Ou seja, alimentos passaram a ser sinônimos de dinheiro e a nutrição, dessa forma, passou a ser um sub-produto do processo de produção de alimentos, ou seja, do processo de geração de riquezas.

Esse enfoque distorcido da realidade, foi percebido já na década de 20 do século passado pelo Dr Rudolf Steiner e seus seguidores, quando deram conta de que os alimentos produzidos em larga escala à base de fertilizantes químicos não estavam nutrindo as pessoas devidamente e já afirmava :

“De fato, pouca gente sabe que durante as últimas décadas os produtos agrícolas, dos quais a nossa vida depende, degeneraram-se extremamente rápido “. E ao mesmo tempo fazia a seguinte pergunta : Quantas décadas mais serão necessárias para que os alimentos não mais sirvam para a alimentação humana ? ( ……)

Quase que ao mesmo tempo, no Japão, Meishu Sama (Mokiti Okada) lançava as bases da sua Agricultura da Natureza (no Brasil traduzido erroneamente como Agricultura Natural) baseada em 5 princípios básicos, sendo que o primeiro deles era: – A Agricultura da Natureza deve produzir alimentos de alta qualidade para a melhoria da saúde humana “. ( ……)

Na década de 40, o Prof. Emérito de Agronomia William Albrecht, PhD, Chefe do Departamento de Solos da Universidade do Missouri, alertava para o fato de que alimentos produzidos à base de N-P-K não forneciam a nutrição adequada e declarava que “ as formulas de adubo contendo somente N, P e K, como as usadas universalmente na agricultura moderna significam má nutrição, ataque por fungos e bactérias, maior incidência de ervas (mato), perdas provocadas pela seca e perda geral da acuidade mental da população, levando a doenças degenerativas e morte prematura “. ( ……)

Eu enfoquei esse assunto no artigo “O Alto Custo de um Sistema Agrícola Falido “ publicado em 2002 na internet e em 2015 nesse mesmo Blog.

Outro artigo enfocando sempre essa problemática foi também escritos, como  “ A Desmineralização crescente dos solos como fator determinante do aumento da incidência das doenças degenerativas ” apresentado no Simpósio sobre Agricultura e Saúde, Hotel Glória- Rio de Janeiro, Julho de 2000. ( ……)

No Brasil, o processo de empobrecimento dos solos que irão gerar alimentos carentes de minerais e demais nutrientes, aparentemente, começou muito antes do descobrimento do nosso país pelos portugueses, pois como é amplamente sabido, os solos brasileiros estão entre os mais velhos geologicamente falando e portanto, entre os mais intemperizados e de baixa fertilidade no planeta.

Na minha opinião, e tenho certeza ser essa a primeira vez em que se apresenta tal teoria, o fato dos habitantes nativos praticarem o canibalismo, é uma indicação segura de que havia carência mineral entre os habitantes daquela época, e em consequência dos solos. Em animais é sabido que o canibalismo é uma prática ligada a carência de minerais, muitas vezes mal interpretada pelos criadores, e que a suplementação mineral desestimula esse habito. De fato, hábitos alimentares degenerados entre os animais tais como, comer terra, comer reboco de construções, comer restos de ossos, são indicações seguras de carência mineral, principalmente cálcio e fósforo.

Pesquisas da National Science Foundation em animais nos diz que eles precisam de pelo menos 45 minerais, 12 amino ácidos essenciais, 16 vitaminas e 3 ácidos graxos essenciais. De acordo com o médico Dr Garry P.Todd, M.D. , o corpo humano necessita de pelo menos 60 minerais para uma nutrição ótima e, basicamente dos mesmos outros nutrientes essenciais que os animais, porém somente 8 minerais estariam disponíveis nos alimentos consumidos hoje em dia, o que torna praticamente impossível obter-se todos os minerais necessários pôr meio da alimentação convencional ( …..)

“A maioria dos solos em todas as regiões do globo encontram-se esgotados de suas reservas minerais não sendo, portanto, possível obter-se os minerais necessários a uma boa nutrição” ( …..)

As carências (e os desequilíbrios) minerais tem sido apontadas como responsáveis pôr um grande número de doenças degenerativas tais como fibrose cística, osteoporose, cardiomiopatia, cerebroplasia, diabetes, atrofia testicular além de várias outras.

Todo o sistema agrícola de pesquisa, ensino e extensão se esforçam para gerar e transmitir tecnologias que promovam a produção de mais  “Toneladas por hectare”,     “ Sacas por hectare” ou “Caixas por hectare”, sem jamais se preocupar com o conteúdo nutricional desses alimentos, partindo do pressuposto de que todos os alimentos, por categoria, contém a mesma composição, o que sabemos não ser verdade.

Vários estudos demonstraram que a qualidade dos alimentos tem decaído de década para década, e variado de local para local e de tipo de solo para tipo de solo, o que, por si, só já torna toda a “ciência” da Nutrição Humana imprecisa visto que é baseada em “Tabelas de Conteúdo Nutricional” com mais de 60 anos de idade.

Por outro lado, já existem igualmente alguns estudos que demonstram que alimentos produzidos pelo sistema biológico apresentam um maior teor de nutrientes principalmente, minerais, proteínas e vitaminas.

O Prof Albrecht colocou muito bem a questão quando afirmou que : “Nós sucumbimos a idéia de que a Agricultura pode ser transformada em um processo industrial. Porém, a verdade é que ela é um processo biológico” ( …. )

Por mais sofisticado que seja o parque industrial agrícola, a Agricultura ainda é um processo biológico e sob esse aspecto deve ser administrada ( ….. )

O Dr Carey Reams, criador do sistema conhecido por “Ionização Biologica”, assunto que será abordado em outro capitulo, nas décadas de 50 e 60, chegava a conclusão que o Cálcio e o Fósforo eram de primordial importância na nutrição vegetal porque os mesmos propiciavam a melhor absorção dos demais minerais, fazendo com que as plantas exibissem um maior teor de sólidos solúveis, tornando-as imunes ao ataque de pragas e doenças, além de apresentarem uma elevada densidade nutricional.

Os alimentos oriundos da agricultura convencional apresentam baixos teores de sólidos solúveis (Brix) além de teores inferiores de minerais, açucares, vitaminas e proteínas. Por outro lado, os alimentos provenientes de cultivos biológicos exibem teores mais elevados de açucares, proteínas, minerais e vitaminas e coincidentemente são também os que apresentam safras adequadas e até mesmo recordes como os vegetais que podem ser observados em:

http://www.recordholders.org/en/records/vegetables.html

Estive pessoalmente com o John Evans em 2002 que me assegurou usar somente métodos naturais e orgânicos na produção de suas hortaliças gigantes, nove delas com registro de recordes no livro Guiness, tendo como base da sua fertilização o emprego do Extrato de Composto aerado ou Compost Tea, que será abordado em outro capítulo adiante.

Portanto, é possível produzir-se alimentos com elevados teores nutricionais e em quantidades iguais ou superiores ao sistema convencional, ao mesmo tempo em que se preserva o meio ambiente e se melhora o solo.

Fica então a mensagem da Agricultura Biológica : Podemos produzir alimentos isentos de contaminantes químicos, mas também com produtividade acima da média da agricultura convencional e (o mais importante) com conteúdo nutricional bem superior aos demais alimentos provenientes do sistema convencional que privilegiam o engessado sistema de N-P-K , por meio de práticas e sistemas que restabeleçam a fertilidade original dos solos, desde que nos esforcemos para providenciar às plantas o ambiente necessário para que possam expressar todo o potencial contido no seu código genético.

John Evans e inúmeros outros agricultores, até mesmo o brasileiro que conseguiu produzir 92 sacas de soja por hectare utilizando métodos biológicos tais como Biofertilizante MICROGEO, multiplicação de organismos biológicos como Bacillus subtilis, Bacillus thuringiensis, Bacillus pumilis, etc… com o meio de cultura MULTIBACTER e outras práticas conservacionistas, foram capazes de provar que existe muito a ser feito usando os atuais códigos genéticos das plantas sem a necessidade de modifica-los. Aquelas super produções alcançadas e as hortaliças gigantes obtidas por métodos biológicos que também incluem o uso de humatos solúveis, extratos de Ascophyllum nodosum, Hidrolisado de Peixe, etc…., nos dão a exata ideia da nossa ignorância com relação ao potencial genético dos vegetais.

Se não modificarmos nossa forma de encarar a realidade e continuarmos a privilegiar o lucro financeiro, o chamado Agronegócio irá eventualmente levar toda a humanidade a falência ambiental.

Portanto, uma mudança de paradigma torna-se necessária de forma radical e urgente. Solos doentes irão gerar Safras doentes que irão gerar Homens e Animais Doentes. Não existe nenhum tipo de atalho nessa situação. É preciso reconstruir o solo de maneira urgente porem sustentável e a Agricultura Biológica é o melhor caminho.

Jose Luiz M Garcia

Fonte: Instituto de Agricultura Biológica

 

Agricultura Nutricional – Uma nova proposta

A ciência biológica contemporânea caracteriza-se pelo estudo de áreas do conhecimento de forma totalmente isoladas e estanques. Assim, o Nutricionista desconhece como os alimentos que utiliza no seu trabalho diário são produzidos e usa, ainda hoje, tabelas de composição de alimentos totalmente velhas e ultrapassadas, desconhecendo o fato essencial, para o exercício da sua profissão, de que a composição química dos alimentos é uma função direta da fertilidade do solo.

E a fertilidade do solo pode variar de acordo com a época do ano, local, pluviosidade, composição química desse próprio solo, relêvo, clima e principalmente com a atividade microbiológica desse solo e o tipo de manejo agrícola, convencional quimicalizado com ênfase no N-P-K ou Biológico, Orgânico, Ecológico, etc.. que enfatizam todos os 94 elementos naturais da Tabela Periódica.

Os alimentos foram feitos para alimentar as pessoas e os animais, ou pelo menos deveriam ser. Entretanto, com o advento do chamado Agronegócio, os alimentos hoje não passam de commodities ou seja, de moeda de troca ou ativos, cujo principal objetivo é o de ser trocado por moeda corrente, ficando a Nutrição, diga-se de passagem, em segundo plano. A Nutrição passou a ser um sub-produto do processo de produção de alimentos. Eu já tive a oportunidade de escrever sobre esse aspecto anteriormente ( 3 ).

Recentemente, o Bushel do Milho ( uma medida volumetrica americana padrão usada há séculos ) foi reduzido, por decreto oficial nos EUA, das suas tradicionais 56 libras para apenas 54 libras porque fica cada vez mais dificil para o milho transgênico atingir o peso padrão em virtude da sua menor densidade ( 11 ).

A palavra “cultura” vem do latim cultura ou culturae, uma forma de colere, que significa cultivar o solo e suas criaturas, animais, plantas, fungos e bactérias. Hoje, na produção de alimentos, o termo “cultura” foi substituido por “negócio”. A cultura, entretanto, foi o que nos tornou seres humanos civilizados. Cultura significa a totalidade de tudo que nós, sêres humanos, queremos passar de geração a geração em termos de linguagem, literatura, música, arte, conhecimento científico, crenças, assim como a culinária e as práticas agrícolas sustentáveis. Por outro lado, o único objetivo do chamado Agronegócio é unica e exclusivamente o lucro.

Hoje em dia não deve ser mais novidade para ninguém que o Agronegócio sequestrou a nossa civilização com todo um processo de produção de alimentos vazios e obesogênicos. Onde quer que você vá, poderá observar o que Manning chamou de Sociedade Obesogênica ( 9 ) com pessoas de aspecto “extrusado”, resultado do consumo de alimentos de baixíssima qualidade nutricional.

O médico, da mesma maneira, pouca informação dispõe sobre como foram produzidos e quais nutrientes esses mesmos alimentos contém ou deveriam conter e desconhece que efeitos diretos e indiretos as substancias químicas, utilizadas nessas lavouras, teriam sobre seus pacientes. Hoje, igualmente, é reconhecido que alguns agrotóxicos usados na Agricultura são apontados como sendo a origem de inúmeras das chamadas doenças modernas. Também já tive oportunidade de escrever e de palestrar sobre isso ( 4, 5 ).

O conceito de dividir para governar ou dividir para reinar foi pela primeira vez usado pelo Imperador romano Cesar (divide et impera) e depois por diversos outros conquistadores como Napoleão e tem se mostrado bastante eficiente no que diz respeito ao controle de populações. O conceito refere-se a uma estratégia que tenta romper as estruturas de poder existentes e não deixar que grupos menores se agrupem.

É um conceito muito usado até hoje na politica e tem sido esse conceito basilar que mantém as diversas areas do conhecimento sem a devida comunicação entre si, e de forma totalmente estanque, para que sejam facilmente manipuladas e controladas pelos interesses econômicos envolvidos.

Em todas as áreas da ciência, mas notadamente na Medicina, estimula-se o “Especialismo”, ou seja, sabe-se cada vez mais sobre cada vez menos. O médico Dr. David Perlmutter, no seu excelente livro Amigos da Mente, afirma que “todo o campo da Medicina se caracteriza por disciplinas separadas, divididas por parte do corpo ou sistemas individuais” e ”É um ponto de vista completamente desconectado da ciência atual” ( 1 ).

Esse aspecto fragmentado da ciência, aparentemente correto, de se lidar com as diversas áreas do conhecimento, ao invés de formar as pessoas, faz com que individuos cada vez mais desinformados, sejam alçados a posições-chave na estrutura técnico-científica da nossa sociedade. O “Especialismo” ao invés de formar indivíduos cada vez mais letrados, só está gerando mais alienação científica e desinformação erudita.

Essa simples constatação pode elucidar muito do que acontece, hoje em dia, onde a Ditadura Científica reina absoluta sobre todos os demais poderes.

Teoricamente, as democracias estariam alicerçadas nos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, porem a Academia conseguiu elevar o seu poder acima de todos os poderes porque será ela quem, em ultima analise, irá opinar sobre todo e qualquer assunto, problema ou sobre o que é “certo ou errado”. A Academia detém esse poder e o exerce de forma ditatorial. Tente veicular qualquer opinião ou ponto de vista divergente do pensamento oficial acadêmico e conhecerá esse poder ao qual me refiro.

Podemos traçar um paralelo entre o desenvolvimento do “Especialismo” com o desenvolvimento das mega empresas do ramos da Agricultura/Nutrição/Medicina. Afinal de contas, as mega empresas usam a Ditadura Científica a seu favor no momento em que contratam e mantém as pessoas que foram tituladas e que supostamente seriam os repositórios oficiais do saber, para validar as suas tecnologias e seus produtos, muitas vezes com consequencias desastrosas para toda a humanidade, como no caso do Glifosato na Agricultura, dos alimentos transgênicos, no caso da mentirosa relação entre gorduras saturadas e doenças coronarianas, da falácia do leite como fonte de Cálcio, na Nutrição e Medicina e até mesmo a liberação de medicamentos com efeitos prejudiciais como o Vioxx, e outras 181 drogas retiradas do mercado, por terem efeitos reconhecidamente nocivos a saúde humana após terem sido aprovadas pelas agencias regulatórias ( 8 ). Todos eles recebem ou receberam o beneplácito da Ditadura Científica.

Ao manter o conhecimento em espaços estanques, conseguem de maneira eficaz fazer o que Cesar e Napoleão preconizavam, ou seja, dividir para governar, e com isso manter o absoluto controle sobre a sociedade atual.

Foi Hipócrates, o médico grego que seria o pai da Medicina moderna, quem primeiro afirmou ainda no século III A.C. que “todas as doenças começam no intestino”, muito antes de termos qualquer prova ou teoria que explicasse essa idéia.

Nessa época, nem mesmo a existência das bactérias era conhecida, até que Leeuwenhock, fez suas próprias observações e pode constatar a existência de organismos os quais chamou de animalculos, como anteriormente informado ( 2 ).

Esse foi realmente o pai da microbiologia, muito embora Pasteur, o mesmo que deu inicio a microbiofobia e que possibilitou a criação das diversas empresas que hoje exibem mais poder e força do que muitos paises e que se situam acima desses mesmos paises e governos, seja frequentemente apontado como o pai da Microbiologia.

Entretanto, foi o biológo russo Élie Mechnikov, ganhador do Prêmio Nobel, quem primeiro traçou um vínculo direto entre a longevidade do homem e um equilibrio saudável das bactérias intestinais, afirmando que “a morte começa no cólon”.

Com a recente constatação de que nós humanos seríamos “donos” do DNA de apenas 10% do do total de células existentes no nosso corpo ( 6 ) vem a tona a seguinte pergunta : Qual das atuais areas do conhecimento humano teria o especialista responsável por esse terreno que diz respeito a 90% das células existentes no nosso corpo ?

Os Médicos ? Com certeza que não. Até hoje eles não estão nem um pouco interessados nessa seara. Existem raríssimas e honrosas exceções como o Dr Perlmutter ( 1 ) e diversos outros.

Os Microbiologistas ? Duvido muito. Esses sofrem de uma deformação cultural e científica, já anteriormente abordada, que os impedem de ver a convivência benéfica compartilhada desses organismos ( 2 ), e uma certa tendência “de berço “ a considerar toda bactéria como uma coisa maléfica e nociva.

Os Nutricionistas estariam entre os profissionais que mais se interessam por esse campo mas, de novo, falta-lhes o necessário cabedal no que diz respeito a inter-relação que existe entre o solo, as plantas, o microbioma intestinal e a saúde das pessoas e dos animais.

A grande e inegável verdade é que a origem da nossa saúde está, e estará sempre, ligada ao solo. Esse mesmo solo que o Agronegócio insiste em tratar como um suporte inerte que irá depender sempre de fertilizantes químicos para produzirem commodities e não alimentos para nutrir as pessoas e os animais.

Qual seria então o profissional responsável pelo nosso Microbioma Intestinal ?

Seriam necessários sólidos conhecimentos sobre o solo e a sua microbiologia. Afinal de contas esses microrganismos benéficos ao nosso organismo tem sua origem no solo e no meio ambiente, e na sua inter-relação com as plantas. Teria que ter a exata noção do que vem a ser Humus, a base da fertilidade perpétua e alimento da microflora do solo, sobre os minerais que o constituem e sobre a sua importância na nutricão das plantas, animais e seres humanos.

E finalmente, esse profissional, deveria conhecer como as lavouras são conduzidas para que exibam a maior densidade nutricional possível pela utilização de ferramentas do sistema biológico de cultivo como Compost Tea, Extratos de Algas soluveis, Humatos solúveis, Hidrolizado de Peixe, Bactérias Benéficas específicas multiplicadas, e ser capaz de escolher as melhores frutas e hortaliças para serem consumidas pela medição do Brix desses produtos.

O que nós precisamos, dada a importância da Microbiota Intestinal, é de um profissional que se dedique exclusivamente a cultivar esse “jardim ou horta” que existe dentro de nós. E para fazer isso terá que ter conhecimentos sólidos baseados em ciência real, e não em meias verdades, que transcendam a uma única formação acadêmica formal e totalmente desvinculada do atual conhecimento atrelado, cooptado e ditado pelas empresas supranacionais.

Seria interessante que tivessem igualmente conhecimento das dietas tradicionais dos diversos povos, principalmente daqueles cujas populações tenham uma maior porcentagem de indivíduos centenários e que sempre previlegiaram os alimentos fermentados como Leite e Queijos Fermentados e Manteiga (ou Ghee) oriundos de leite de gado à pasto, acidos graxos saturados (como Óleo de Côco), acidos graxos Monoinsaturados (Azeite de Oliva), Fontes naturais de EPA e DHA, vegetais, frutas e grãos fermentados e que respeitem todos esses organismos não só como nossos ancestrais mais sim como uma força co-evolucionária que existe dentro de nós (10).

Portanto, é proposta a criação de uma nova disciplina que poderá fazer parte dos cursos de Nutrição, Agronomia, Zootecnia e Medicinas Veterinária e Humana, que possibilite que esses profissionais tenham uma visão ampla da origem da saúde do solo, das plantas e dos animais e das pessoas e que essa formação lhes possibilitem fazer a união entre os diversos ramos do conhecimento humano, há muito tempo perdida pela compartimentalização do conhecimento imposta pela Ditadura do Conhecimento.

Não podemos nos esquecer, afinal de contas, que a Inteligência Artificial é um espectro que ameaça toda e qualquer profissão que tenha abrangência muito restrita como o Especialismo tem propiciado e, sendo assim, no futuro, quando mais eclética for a sua formação tanto melhor serão as suas chances de sucesso, em um mercado de trabalho, espera-se, cada vez mais restrito e competitivo.

Aos computadores serão destinadas todas as funções passíveis de serem executadas por advogados, médicos, engenheiros e até mesmo nutricionistas. O computador médico Watson já provou ter mais acertos em diagnósticos do que médicos humanos, justamente porque foi alimentado com informações de todas as areas da Medicina incluindo as medicinas alternativas como Ayurveda, Quiropratica, Osteopatia, Homeopatica e outras.

O futuro acena para o ecletismo e não para a especialização. Estejamos preparados para a Revolução da Informática, que irá finalmente depor a Ditadura do Conhecimento.

Caso alguém ainda não saiba, essa revolução já começou.

José Luiz M. Garcia

Fonte: Instituto de Agricultura Biológica

Agricultura Biológica

DEZ RAZÕES PARA ABRAÇAR ESSA IDÉIA

O fracasso da Agricultura Orgânica em conseguir aumentar a área plantada no mundo acima dos ridículos 1,1% ( 1 ) em quase 100 anos de existência, fez com que os agricultores mais progressistas se cansassem de esperar por essa via e buscassem novas alternativas de modelos tecnológicos agrícolas que também respeitassem o meio ambiente.

Inconformados com o fraco desempenho do modêlo orgânico e suas outras vertentes, como agroecologia, agroflorestal, biodinâmica, sintrópica, etc… e não querendo igualmente se engajar na constante destruição do meio ambiente, via agricultura convencional suicida, buscaram esses produtores uma forma de resgatar a idéia original dos fundadores da agricultura orgânica que era a de produzir alimentos de maior valor nutritivo que realmente servissem para nutrir as pessoas, e não, e tão somente, uma suposta isenção de contaminantes químicos, numa época em que a ciência já demonstrou ser essa pretenção praticamente impossível após o advento do glifosato, que hoje está omnipresente (no solo, na agua e no ar) em praticamente todo o planeta ( 2, 3 ).

Desse inconformismo, com ambas correntes de pensamento, foi que surgiu a BioAgronomia ou Agricultura Biológica como uma terceira via que visa além da redução de custos, a sustentabilidade, o respeito ao meio ambiente, a isenção de contaminantes até aonde for possível, a melhoria da qualidade e também a densidade nutricional de frutas e grãos, garantindo dessa forma uma melhor nutrição a todos, o que deveria ser o objetivo maior da produção de alimentos.

Entretanto, existem razões de sobra para abraçarmos a idéia de uma nova agricultura biológica ou BioAgronomia, o que agora passamos a enumerar ( 4 ).

Razão Número 1. O atual modelo químico agrícola atual preenche tranquilamente a definição de insustentabilidade, ou seja, cada vez mais produtos químicos são usados por ano e mesmo assim a pressão de insetos e doenças aumenta ano a ano ( Em 2016 foram usados 1,1 milhões de toneladas de produtos químicos ).

Razão Número 2. Um índice razoável da medida do sucesso de uma sociedade seria o status da saúde das suas crianças. Em um recente estudo americano, que involveu 1.400 escolas infantis, as crianças foram monitoradas para a presença de 13 dos produtos químicos mais utilizados na agricultura. Para horror dos pesquisadores, todas as crianças tinham niveis inaceitáveis de todos aqueles 13 produtos químicos agrícolas.

Razão número 3. A recente tendência em todas as avaliações da vida do solo, revelou uma dizimação de organismos-chave presentes no solo que incluem minhocas, protozoários, digestores de celulose, fixadores de nitrogênio, solubilizadores de fósforo, e vários organismos responsáveis pela solubilização e entrega de nutrientes,
como micorrizas, devido a ação do glifosato, entre outros.

Razão Número 4. A baixa fertilidade do solo significa uma nutrição pobre para os animais e para as pessoas ( Relatório da OMS recente ). A disponibilização dos minerais do solo é uma função do equilíbrio mineral e biológico.

Razão Número 5. A Agricultura Convencional é o maior contribuidor para a produção dos gases que causam o efeito estufa, incluindo 25% da produção mundial de CO2, 60% do metano e 80% do óxido nitroso ( que é 310 vezes mais poluente que o CO2 ).

Razão Número 6. Se o mundo fosse capaz de reduzir em 100% as emissões de CO2 amanhã, então em 200 anos o nosso nível atmosférico voltaria aos níveis de 1975 (que ainda seriam muito elevados). Nós estamos acorrentados em um modo de auto destruição e a única salvação possível seria por meio da própria Agricultura.

Razão Número 7. Créditos de Carbono devido ao aumento de Humus no solo são uma necessidade urgente. O aumento do ter de Humus do solo em apenas 1% nos solos americanos, por exemplo já contribuiria para a remoção de 4,5 bilhões de toneladas dos 8 bilhões de toneladas geradas anualmente pelos EUA.

Razão Número 8. A formação de Humus no solo é um processo biológico, de modo que qualquer ação ou medida que tenha impacto prejudicial nessa formação será considerada como inaceitável a um determinado ponto, e isso incluiria o plantio convencional entre outros.

Razão Número 9. Um sistema agrícola baseado no petróleo e seus derivados (fungicidas, inseticidas, herbicidas, fertilizantes e diesel) tem um prazo de validade bem definido, na medida em que os preços do petróleo continuem a subir indefinidamente. Agricultores mais inteligentes já reconheceram a necessidade de reduzir a sua dependência da petroquímica, reduzindo dessa maneira os seus custos.

Razão Número 10. A paixão pela sua profissão e atividade escolhida, realmente não tem preço. Duvido que alguem, em sã consciência, se sinta inspirado ou gratificado pelo constante envenenamento do seu ambiente de trabalho e do alimento que está sendo produzido. Hoje em dia não existe mais espaço para nenhum tipo de paixão pelos venenos.

É preciso que govêrno e governantes sejam convencidos da necessidade de se usar a verdadeira ciência e a tecnologia para desenvolverem com urgência uma metodologia que possibilite a avaliação do aumento da quantidade de humus gerado no solo com a finalidade de monitoramento desse nível e assim fazendo, do grau de eficiência desses mesmos agricultores em fazer uma agricultura que respeite a natureza e, se for o caso, premiar aqueles que trabalham pelo seu constante incremento.

Os agricultores mais conscientes mereçem, sem sombra de dúvidas, ser remunerados por esse trabalho de auxílio a Natureza e redução dos níveis de carbono atmosférico com base na formação de Humus no solo.

Nesse aspecto ajudaria muito a leitura do artigo “O Mundo sob o nossos pés” também disponível nesse mesmo blog em : https://institutodeagriculturabiologica.org/2016/12/07/o-mundo-embaixo-dos-nossos-pes/

Hoje sabemos que é o Humus do solo quem teria essa capacidade regenerativa de fixar todo esse carbono que foi liberado pela queima desses estoques gigantescos de “ fotossíntese pré-histórica ”, como o saudoso Jerry Brunetti gostava de dizer ( 5 ), representada pelos combustíveis fósseis e dessa forma a produção de Humus, via atividade microbiológica do solo, seria a principal ferramente de que dispõe o agricultor para ajudar o planeta nesse esforço de recuperação ambiental.

Em outras palavras, a solução para o nosso maior problema ambiental, isto é, efeito estufa provocado pela liberação de CO2 , e demais gases, bem como a diminuição de nitrogênio que está acidificando o nível dos mares, reside na própria Agricultura.

A Austrália é um país muito progressista. É talvez o lugar onde exista menos restrições a qualquer tipo de pensamento e de idéias e, talvez seja por isso , que foi lá onde a agricultura orgânica tenha atingido o seu maior nível de aceitação ( 23% das áreas da Australia já são manejadas orgânicamente ).

Foi lá que a Dra. Christine Jones desenvolveu um sistema para acreditação de carbono no solo, para fins de obtenção de créditos referentes a esse sequestro de carbono ( 6 ). Já estaria mais do que na hora de conhecermos melhor esse sistema e tentar adapta-los às nossas condições.

Produzir alimentos limpos, com maior densidade nutricional, e ainda por cima aumentar o teor de Humus no solo, deveria ser o objetivo de qualquer sistema agrícola no presente e no futuro, independente do rótulo.

José Luiz M. Garcia

Fonte: Instituto de Agricultura Biológica

Mandioca – Uma receita

Neste vídeo Ernst Gotsch apresenta uma nova maneira de preparar mandioca. Com um processo semelhante ao da silagem, aproveita 100% da raiz e se beneficia das vantagens nutricionais da fermentação.

Fonte: Agenda Gotsch

Aprenda a fazer compostagem 100% vegetal e gere seu próprio adubo orgânico

A Compostagem 100% vegetal utiliza matérias-primas renováveis e abundantes para obtenção de fertilizantes e substratos orgânicos, também conhecidos como adubos naturais. Aproveita resíduos e subprodutos de origem vegetal, que são isentos ou apresentam reduzida carga de contaminação química e biológica. É uma técnica muito simples, que pode ser utilizada com baixo custo e com reduzido emprego de mão-de-obra.

Fonte: Embrapa

Edital – eScience 2018 e Data Science nas áreas: e-Agricultura

Conduzida conjuntamente por cientistas da área de Computação e Ciências Agrárias

Chamada FAPESP para submissão de propostas de pesquisa no Programa FAPESP de Pesquisa em eScience e Data Science:

Auxílio à Pesquisa – Regular, Auxílio à Pesquisa – Projeto Temático, Auxílio à Pesquisa – Jovens Pesquisadores e Pesquisa Inovativa em Pequenas Empresas (PIPE)

A presente chamada aceitará a submissão de propostas em e-Agricultura (pesquisa colaborativa conduzida conjuntamente por cientistas da área de Computação e pesquisadores da área de Ciências Agrárias);

Prazo para recebimento de inscrições: 02/07/2018

Saiba mais em: http://www.fapesp.br/11679

Agrofloresta alternativa e cura

Confira este Episódio Especial da série @Orgânico Simples sobre um grupo de pessoas que luta em prol da preservação da água em Belo Horizonte, tendo a Agrofloresta como alternativa à mineração e também como auxílio no tratamentos de saúde coletiva.

Receita de salada para ficar saciada sem sair da dieta

A nutricionista Mariana Ferri d’Ávila, de São José dos Campos, ensina o passo a passo de opções saudáveis e saborosas.

Salada energética

Rendimento: 1 porção
Tempo de preparo: 30 minutos
Calorias: 450

Ingredientes
1 xíc. (chá) de macarrão penne integral
1 dente de alho amassado
1 col. (sobremesa) de óleo de coco
2 col. (sopa) de azeitona-preta sem caroço
3 folhas de manjericão fresco
2 tomates- cereja
3 col. (sopa) de atum light em lata escorrido
2 pimentas – biquinho

Vantagens: o macarrão integral é um carboidrato de baixo índice glicêmico que fornece energia aos poucos. Já a pimenta biquinho tem ação estimulante.

Modo de preparo
Cozinhe o macarrão em água fervente e reserve. Em uma panela, frite o alho no óleo de coco com uma pitada de sal. Misture o macarrão, alho, sal e deixe esfriar. Depois de frio, coloque-o em um recipiente e acrescente o manjericão, os tomates-cereja cortados ao meio, a pimenta-biquinho, o atum e azeitonas.

Agricultura sintrópica desperta o interesse de produtores de todo o país

Olívia estava chateada. Seu pai, Santo, lhe passou um pito daqueles quando, de novo, ela quis mostrar-lhe um projeto de agricultura orgânica. Sentada no bar de Chico Criatura, em Grotas do São Francisco (BA), ela chora, diz que o pai não quer nem escutá-la. Na mesa ao lado, Miguel ouve a conversa e se achega. A menina não quer papo com ele, mas se rende. “Olívia, estou dizendo que tanto o orgânico quanto o convencional extraem mais do que deixam na natureza, e aí o custo fica alto, tanto para o ecossistema como para o produtor. Quem sabe a agricultura sintrópica não seja um caminho melhor?”, indaga o rapaz. A cena fez parte da trama de Velho Chico, novela da TV Globo, e foi ao ar no final de maio.

A personagem de Giullia Buscacio, Olívia, e de Gabriel Leone, o agrônomo Miguel, vivem dramas na ficção. Ele é neto do coronel, grande fazendeiro, e ela, filha de um pequeno produtor, presidente da cooperativa. Se apaixonaram, mas descobriram que eram irmãos. No passado, seus pais viveram um romance proibido e agora eles estavam trilhando o mesmo destino. A verdade apareceu e o casal se afastou. A história, porém, não afastará os sonhos dos dois, empenhados em mudar o modo de cultivar alimentos naquela região do Brasil, o interior da Bahia, castigada por seca, degradação e baixa produtividade agrícola. “A agricultura sintrópica é a maneira da natureza produzir. Respeita a lógica da vida”, diz Miguel.

Pela primeira vez, o tema sintropia, assim, com esse nome, foi exposto ao grande público. O método já é conhecido como sistemas agroflorestais (SAF). Para viverem Miguel e Olívia, os atores foram para o campo aprender sobre a sintropia com o “pai” do sistema, o suíço radicado no Brasil Ernst Götsch, de 68 anos. Participaram de um curso intensivo num sítio no interior do Rio de Janeiro, onde outros agrofloresteiros praticam a técnica. Desde então, atores, Götsch e os produtores, gente que desde 1995 espalha a sintropia pelo Brasil, produzindo alimentos em florestas e ganhando dinheiro com isso, estão trabalhando juntos.

Amor incondicional

Sintropia é o oposto de entropia, que é a medida do grau da desorganização de um sistema. O dicionário define como “elemento que contribui para o equilíbrio organizacional”. A definição vale também para a atividade agrícola. A agricultura sintrópica desenvolvida por Götsch envolve conceitos simples e complexos ao mesmo tempo. Simples porque ela prega trabalhar em harmonia com a natureza, seguindo sua lógica. Complexos porque, para praticá-la, é preciso se desprender de conceitos tradicionais. “A agricultura sintrópica implica produzir alimentos seguindo a lógica natural do sistema com amor incondicional pela vida”, diz Götsch. “Todos os seres que nascem neste planeta têm uma função: os animais, o solo, a água, o vento. Nós, homens, também nascemos como parte do sistema e das funções. Devemos trabalhar agindo em favor dela, e não contra, como tem acontecido ao longo de milhares de anos.” Segundo ele, a forma como a agricultura convencional vem sendo praticada por milhares de anos resultará em escassez e desertificação. “A morte.”

O conceito aprimorado por Götsch é resultado de décadas de trabalho no campo, pesquisa científica e análise da teleologia, a ciência que estuda as finalidades do universo. Cientista, iniciou os experimentos na Suíça, trabalhando com melhoramento genético de forrageiras. Na Alemanha, implantou pela primeira vez um SAF para produzir hortaliças. Na Costa Rica, em 1970, inseriu refugiados nicaraguenses em projetos de agricultura sustentável, até que, em 1982, fincou o pé no Brasil. “Eram terras improdutivas devido à extração intensiva de madeiras, cultivo de mandioca nos morros e abertura de pastos com fogo para a pecuária”, lembra Götsch sobre a fazenda de 500 hectares que comprou com um sócio em Piraí do Norte, cidadezinha distante 180 quilômetros de Ilhéus (BA).

A área chamava-se Fugidos da Terra Seca. Hoje, é Fazenda Olhos d’Água, com 350 hectares de Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN), 120 hectares de Reserva Legal (RL), 10 hectares de lavouras e 14 nascentes recuperadas. “Não dei esse nome. Em 1953, a fazenda chamava-se Olhos d’Água, mas, com o tempo, virou Terra Seca. Com a recuperação do solo, os olhos d’água voltaram”, diz o cientista, que se orgulha mesmo é de ser chamado de agricultor.

Conheça a agricultura sintrópica

Um sistema que junta, na mesma área, a produção de hortaliças, frutas e madeira. É a agricultura sintrópica, que também recupera áreas degradas e protege o meio ambiente. O Globo Rural visitou a fazenda de Ernst Götsch, criador desse sistema. Ele nasceu nas Suíça, onde estudou e trabalhou com melhoramento genético. (Assista aos vídeos)

Entretanto, ele foi virar agricultor e pesquisador do outro lado do oceano. Passou pela Costa Rica e chegou ao Brasil nos anos 80. Em Piraí do Norte (BA), comprou terra barata, mas com um nome assustador: Fazenda Fugidos da Terra Seca. Área desmatada, explorada com cultivo de mandioca e criação de suínos e depois, abandonada. “O nosso problema no início era água”, explica o agricultor.

Já faz tempo que a propriedade recuperou o nome original, descoberto em documentos antigos: Fazenda Olhos D’Água. A vegetação foi recomposta, o solo recuperado, com agricultura associada a floresta: a agrofloresta.

A definição de sintropia é o contrário de entropia, termo associado a desorganização, degradação de sistemas, a perdas de energia. A agricultura sintrópica propõe reordenar, restaurar o ambiente natural, a floresta. São ideias que atraem, a cada ano, centenas de pessoas para os cursos oferecidos por Ernst e o agricultor Henrique Souza.

Fonte: Globo Rural

contato@ecoagri.com.br