Agro reflorestamento Amazônico em Terra indígena

O projeto de agro reflorestamento será implementado na terra indígena Campinas Katukina (iniciando na aldeia Varinawa),cortada pela BR364 próxima a cidade de Cruzeiro do Sul na região do Juruá-Acre. Esse tem como meta implementar sistemas agroflorestais regenerativos e biodiversos para sustento e bem estar da comunidade indígena Noke koi(Katukina) da aldeia Varinawa.

Este projeto parte como uma iniciativa de férias, uma vez que não estarei tendo aula na faculdade de agronomia(UFLA) e conseguirei me dedicar inteiramente a isso, dando continuação a uma série de viagens e projetos dedicados ao conhecimento agroflorestal. Essas foram trabalhos em Cabrucas(agrofloresta de cacau)no Sul da Bahia e em locais de produção mais intensiva como o Sitião Agroflorestal de Ribeirão Preto, Fazenda da Toca e participado de curso com implantação sintrópica no assentamento Pastorinhas, atividades na universidade além de congressos e outras boas vivências.

O planejamento do projeto tem ocorrido por minha parte em parceria com o líder comunitário da aldeia Varinawa (Associação Sócio-cultural Varinawa) e agente agroflorestal Metsa Varinawa Katukina que vem fazendo a ponte com a aldeia.

SAF assentamento Pastorinhas

O sucesso do plantio faz necessário se ter recursos (financeiros) que otimizem o tempo disponível para se plantar na Aldeia e permitam tocar a operação. Com esse investimento seria efetuada a compra de mudas florestais, frutíferas de viveiros, combustível equipamentos (moto serra, entre outros) e alimentação básica para a equipe nativa que irá me acompanhar no plantio. Essas compras devem acontecer na cidade de Cruzeiro do Sul e transportadas pela BR 364.

Após a compra dos materiais iniciaremos o processo de implementação do sistema agroflorestal que deve contar com a organização de grupos para a coleta de semente florestais (plantio de muvuca de sementes), de paú (material orgânico decomposto abundante na floresta amazônica) e a preparação da serrapilheira utilizada nas leiras (linhas de plantio que serão cobertas por podas de árvores para a proteção do solo) além do próprio plantio em si.

Esse plantio se utilizará da sucessão natural de espécies e da grande quantidade de material orgânico disponível na floresta amazônica para ser usado na cobertura das leiras de plantio, como condicionador do solo e fonte de nutriente para as plantas do sistema.

Algumas das espécies que planejo inserir nesse sistema agroflorestal são: Copaíba, Andiroba, Ingá de metro, Ingá de quina, Graviola, Cacau, Cupuauçu, Cajá, Biribá, Caju, Biorana, Samaúma, Ipê, Seringueira, Mulateiro,Mogno,Cumaru de cheiro,Cumaru Ferro, Açai, Pupunha, Sapota, Patua, Abacaba, Coco, Pama, Mandioca e bananeira. Entre outras espécies também para o uso da comunidade, abacaxi, medicinais e plantas alimentícias de ciclo curto como hortaliças. Como dito anteriormente o intuito é que essas plantas possam melhorar o bem estar da população Noke Koi(Katukina).

 

Os princípios do plantio são inspirados no manejo de solos tropicais de Ana Maria Primavesi e na sucessão regenerativa agroflorestal de Ernst Gotsch. Esse plantio fará uso do chamado paú, nível decomposto da matéria orgânica encontrado no solo da floresta amazônica, como a principal fonte de nutriente rápido para as plantas. Utilizando também, as toras e galhos de madeira cortadas e organizados para dar a forma a beirada das leiras e cobrir o solo formando um ambiente protegido onde serão plantadas diferentes árvores nativas. Sendo essas, castanheiras,plantas de serviço (biomassa e Nitrogênio), frutíferas e árvores para madeira ou óleo que ocuparão diferentes alturas no dossel florestal e que possuem diferentes taxas de crescimento.

Crédito: Preta Terra

As plantas no sistema agroflorestal(SAF) serão classificadas em sua entrada no sistema pela sua função neste e também pelo estrato que ocupam, além do tempo para a colheita. Podem ser esquematizadas em plantas: embrionárias, pioneiras emergentes, de serviço (poda, fixação biológica), primárias, secundárias e climax(árvore de ciclo longo e porte superior no dossel como a Samaúma).

Respeitando o princípio da sucessão de espécies em sistemas sintrópicos(que gera energia) a planta chave que servirá de embrião para o sistema agroflorestal regenerativo é a mandioca(Aipim), que tem a característica de crescimento rápido e efeito condicionador do solo ocupando os espaços de entrelinha das leiras. As mandiocas são rústicas e vão proteger o solo servindo a parte aérea de biomassa depois de colhidas, também podendo se associar a leguminosas forrageiras. Para a função de árvore pioneira se usará o ingá e leguminosas de crescimento rápido.

Crédito: Preta Terra

O planejamento é um espaçamento sujerido de 2,0m por árvore dentro da leira, intercaladas entre árvores de ciclo longo de maior porte, árvores de serviço para poda e frutíferas.

Cada leira podem estar a 10 metros uma da outra com uma leira intermediária no meio das duas (em 5m) para banana, açai, plantas de serviço e muvucas de sementes além de culturas agrícolas como abacaxi, milho e abóbora. No meio das leiras para cobrir o terreno vamos plantar as mandiocas espaçadas 1 metro uma da outra.

Sendo o trabalho de organização e deposição de serrapilheira bem feito o plantio de mudas de banana já pode ser feito a um espaçamento determinado dentro das leiras,plantadas para baixo, servindo estas ao se multiplicarem além de fonte de bananas como uma constante fonte de material orgânico no manejo e corte das bananeiras velhas.

Estimo que meu tempo de permanência inicial neste projeto é de pouco mais de 20 dias e para o máximo rendimento conto com a doação de quem se sentir tocado por este plantio regenerativo na floresta Amazônica (passagens aéreas e gastos pessoais já estão custeados).

Crédito: Preta Terra

Citações: ”Se não vivermos dentro da agricultura,vamos acabar”-Ana Maria Primavesi

Vem da floresta a grande luz,estrela guia na humanidade”-Lúcio Mortimer

Em caso de duvidas e curiosidades favor contatar Pedro Amarante, residente em Lavras/MG, pelo telefone (35) 9-9718-6789.

 

Dados para doações:

  • Banco do Brasil
  • Agência: 0234-8
  • Conta Corrente: 103.099-x (para transferência substituir x por 0 ”zero”)
  • Associação Sócio-cultural Varinawa
  • CNPJ:31.885.121/0001-91

Dirigentes da conta:

  • Waldir Carneiro Alves
  • Marcelino Rosa Katukina

 

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