Ela mantém uma relação intima com a terra e a natureza, procurando diagnosticá-la a partir do seu cheiro e da sua textura para observar o equilíbrio dos seus nutrientes. E há décadas promove ensinamentos sobre a importância do solo como um organismo vivo e integrado à natureza e que é responsável pela geração da vida e do alimento saudável para os povos.
Essa é a engenheira agrônoma e escritora, Ana Primavesi, uma das responsáveis pelos avanços nos estudos sobre o manejo ecológico do solo e sua difusão, se tornando a pioneira da agroecologia no Brasil e na América Latina.
Ela foi a primeira mulher, em um ambiente científico dominado por homens, a defender que o solo é um ser vivo, e que a própria vida das pessoas, é propiciada pela vida do solo. Também desempenhou papel importante para que a agroecologia fosse pensada como uma ciência e, ao mesmo tempo, considera um saber popular, que vem sendo praticado há séculos pelos camponeses, e atualmente reapropriado e resignificado, na produção de alimentos saudáveis e vivos, sem o uso de agrotóxicos e defensivos químicos.